Os gatos na História
Dinictis, um dos primeiros felinos
A jornada do gato doméstico começou nas florestas e desertos próximos à bacia mediterrânea. Lá, um punhado de espécies pequenas (pesando menos de 10 kg) havia emergido gradativamente como o gato-da-selva do leste asiático, o gato-do-deserto do oriente médio, o gato-de-patas-negras da África e uma espécie onipresente de gato selvagem com quatro subespécies bem reconhecidas (europeia, centro-asiática, do leste próximo e chinesa).
Uma dessas subespécies deu origem a um dos mais bem-sucedidos experimentos da história, o da domesticação dos gatos. Todos os gatos domésticos carregam uma assinatura genética compatível com a dos gatos selvagens de Israel e do leste próximo.
Distribuição dos pequenos felinos
Agora podemos afirmar que o gato foi domesticado em diferentes ocasiões, todas entre 8 mil e 10 mil anos atrás, na região do Crescente Fértil (nordeste da África), à medida que populações humanas nômades começaram a se reunir em pequenos povoados em torno dos primeiros assentamentos agrícolas. Esses antigos fazendeiros cultivavam trigo e cevada. Os gatos selvagens da região, talvez atraídos pela grande quantidade de roedores, atraídos, por sua vez, pelos grãos cultivados, aparentemente “se ofereceram” como companheiros cautelosos, ganhando abrigo em troca da eliminação dos roedores. O número crescente de gatos selvagens já domesticados proliferou naturalmente e, desde então, seu destino se uniu definitivamente ao dos humanos.
Esses animais ainda empreenderam uma nova migração. Ela teve início primeiro a pé, depois passou para os vagões de trens e finalmente para os navios transoceânicos, espalhando os gatos domesticados pelo mundo. Cerca de 600 milhões de gatos domésticos vivem hoje no planeta – praticamente a única espécie de felino não considerada ameaçada ou em perigo de extinção pelas organizações de preservação. No século XIX, os donos de gatos tentaram fazer com que seus bichanos se acasalassem de forma seletiva, para produzir animais exóticos.
Os Gatos nas culturas no geral sempre foram bem quistos, em especial pelo seu controle de pestes urbanas e domésticas como cobras, aracnídeos, insetos e em especial os Ratos. Facilitando assim o controle de pragas e a expansão de doenças por estes transmitidos além da sua independência do seu criador.
Os Gatos no Egito
Bastet
Desde o antigo Egito com a representação dos felinos no panteão de deuses, estava associado a saúde e a sorte, talvez pelos préstimos citados acima nos locais onde se encontravam presentes.
Entre os egípcios, esse grau de proximidade entre o homem e os felinos se estreitou quando várias divindades assumiam partes do corpo de um gato. Bastet, a deusa egípcia da fertilidade e do amor materno, era comumente representada por uma mulher com cabeça de gato.
Observando os vários registros de imagem organizados pelos egípcios, podemos ver que os gatos perambulavam pela corte e não tinham cerimônia algum em se aproximar de qualquer indivíduo pertencente àquela civilização.
Nesta época, os gatos eram considerados guardiões do outro mundo, e eram comuns em muitos amuletos.
O gato na Grécia Antiga
Artêmis, a deusa da caça.
Na Grécia Antiga, o gato foi associado à feminilidade, amor e prazer sexual, os mesmos atributos de Afrodite. Também foi muito associado à deusa Ártemis, protetora da caça e da Lua, da qual se dizia que teria escapado um perseguidor, Tiphon, enquanto transformada em gata.
Os gatos entre os romanos
Vênus
No Império Romano, o gato esteve ligado a várias deusas. Diana, a caçadora, governava a fecundidade e a lua, assim como Bastet, e uma lenda antiga atribui a ela a criação do gato. Também a sensual Vênus é representada como uma gata, uma encarnação de emoções maternas.
Os gatos entre os Celtas
Ceridwen
Na cultura celta, a deusa Ceridwen está têm uma relação com o culto ao gato, por meio de seu filho Taliesin, o qual, em uma de suas reencarnações foi descrito como sendo um gato de cabeça sarapintada.
Os gatos entre os nórdicos
Freya
Na mitologia nórdica existe uma deusa denominada Freya que possui uma carruagem puxada por dois gatos, que representavam as qualidades da deusa: a fertilidade e a ferocidade. Esses gatos exibiam as facetas do gato doméstico, ao mesmo tempo afetuosos, ternos e ferozes. Os templos pagãos da região nórdica eram frequentemente adornados com imagens de gatos.
Na Finlândia, havia a crença de que as almas dos mortos eram levadas ao além por meio de um trenó puxado por gatos.
O gato entre os Budistas
O gato bom.
Nos cânones originais do budismo, o gato é excluído da lista de animais protegidos, devido ao fato de que, no momento da morte de Buda, quando todos os animais se reuniram para chorar seus restos, o gato havia não só mantido os olhos secos como comido tranquilamente um rato, provando sua falta de respeito pelo acontecimento solene. Entretanto, apesar da lenda, o gato foi venerado pelos primeiros budistas por seu autodomínio e ao fato do animal apresentar capacidade de concentração semelhante à obtida por meio da meditação.
O gato demônio Chinês
Na China, estatuetas de gatos eram utilizadas para afugentar maus espíritos. Esse povo acreditava na existência de dois tipos distintos de gatos: os bons e os maus, que podiam ser facilmente diferenciados, uma vez que os maus tinham duas caudas.
Os gatos entre os Hebreus
A arca de Noé
O Talmude, o gato só aparece cerca de 500 d.C., quando o livro sagrado louva brevemente seu asseio. Entretanto, uma antiga lenda hebraica conta que o gato teria sido criado em plena Arca, quando Noé, em desespero porque os ratos estavam se multiplicando e devorando todas as provisões, implorou à Deus que lhe enviasse uma solução. O gato então teria sido criado de um sopro do leão.
Cena da animação o Gato do Rabino
Outra antiga lenda da cabala judaico-espanhola diz que Lilith, a primeira mulher de Adão, o teria deixado para se transformar em um vampiro, que sob o aspecto de um gato preto, atacava bebês adormecidos e indefesos e lhes sugava o sangue.
Lilith na forma de gato preto, que atacava bebês adormecidos
Os gatos na Suméria e na Babilônia
Imagem do tempo Sumério
Os Sumérios babilônios apesar de não terem um culto propriamente dito aos gatos, também possuíam uma lenda semelhante a hebraica, onde o gato também teria surgido derivado do espirro de um leão por isso o respeito destas civilizações pelos felinos de pequeno porte.
Ishtar deusa babilônica sobre felinos.
Os felinos na América pré-colombiana
Estatuetas pré-colombianas expostas num museu Chileno
Na América pré-colombiana, embora não houvesse gatos domésticos, os grandes felinos, como o puma e as onças, eram reverenciados como deuses. O jaguar era símbolo de extrema força e sabedoria. Alguns povos locais acreditavam que seus curandeiros se transformavam neste animal após a morte. Por isso após a conquista espanhola fora rápido a aceitação deste novo mascote entre os nativos.
Os gatos foram venerados pelos primeiros budistas devido a sua capacidade elevada de autodomínio e ao fato do animal apresentar capacidade de concentração semelhante à obtida por meio da meditação. Na China, estatuetas de gatos eram utilizadas para afugentar maus espíritos. Esse povo acreditava na existência de dois tipos distintos de gatos: os bons e os maus, que podiam ser facilmente diferenciados, uma vez que os maus tinham duas caudas.
Os Gatos da idade média na Europa
As Bruxas e seus gatos representavam o mal na idade média
Na Idade Média da Europa e Rússia, ambas as regiões abrangidas pelo cristianismo fora instituído literalmente uma caça às Bruxas. A Igreja, no início de sua história, adotou alguns símbolos pagãos e rejeitou outros. Assim, Jesus se tornou "O Leão de Judá", e a serpente a égide do mal.
Na seita dos coptas, surgida por volta do século I d.C., havia no evangelho gatos que julgavam os homens após a morte. A primitiva Igreja celta associou vários santos às tradições pagãs e ao culto ao gato. Santa Gertrudes de Nivelles, por exemplo, é representada sempre com um gato, e, na França, dizia-se que Santa Ágata transformava-se em um gato enfurecido para punir os infiéis.
Entretanto, a imagem do gato começou a mudar. No século V, os gnósticos, que atribuíam igual importância a Jesus, Buda e Zoroastro, foram acusados de adorar o demônio na figura de um gato preto.
Entre os católicos nos primórdios da Idade Média, as parteiras, que comumente carregavam a imagem de um gato, símbolo da deusa Bastet, foram proibidas de utilizar tal apetrecho. Por volta do século XIII, a relação entre os gatos e as religiões pagãs e talvez pelos felinos representarem o Islamismo, logo se orientou para a construção de uma imagem demoníaca do animal. Em uma de suas várias bulas, o papa Gregório IX determinou que os gatos fossem terminantemente exterminados.
Origem e manifestação da peste Bubônica.
Os gatos agora associados ao mal, foram sistematicamente dizimados do oeste da Ásia e do continente Europeu. O preço pago fora muito alto, pois associado a total falta de higiene típica dos Europeus daquele período histórico, a falta de Gatos para o controle de ratos entre outros, auxiliou o rápido avanço da peste negra, que dizimou aproximadamente 75 milhões de pessoas em um curto período de anos.
Cidades inteiras ficaram vazias, grupos humanos ficaram isolados e a desconfiança a qualquer estranho, possível contaminante, era tanta que virou uma xenofobia violenta entre os povos afetados. Nações do norte da África também sofreram com a peste, mas não na mesma intensidade que no continente Europeu. A pulga portadora da peste bubônica vinha em geral junto com os ratos contaminados via navio, por isso sua rápida disseminação.
A doença era infectocontagiosa com o surgimento nos infectados de tumores no corpo que geravam dores horríveis. Se os contaminados sobrevivessem até a eclosão dos tumores, só iria partir para outra fase de dor alucinante, que acompanhava a produção de secreções verde-amarela-das que disseminavam mais ainda a peste.
Cena de filme que demonstra os efeitos da peste bubônica Season of the Witch no Brasil “Caça às Bruxas”.
Avanço da peste pela Europa no século XVI.
Para piorar, 1344, surge na França, o culto de São Vito, em Metz, queimando vivos anualmente 13 gatos em uma gaiola. Durante a peste inicialmente os gatos foram considerados culpados e perseguidos, ordenando-se a sua destruição.
No século XV, na Alemanha, ressurgem cultos pagãos como o da deusa Freya. Em 1484, o Papa Inocêncio VIII difunde a crença de que as feiticeiras veneravam Satanás encarnado em gato. Por toda a Europa, pessoas inocentes foram torturadas em nome de Deus. E, com elas, seus gatos. Em Ypres, na França, centenas de gatos eram atirados do alto de um campanário em um festival anual, bem como milhares de gatos que também eram sacrificados em rituais durante a Páscoa.
Cidades inteiras ficaram despovoadas e as matas avançaram sobre os campos vazios.
O preço pago pelos Europeus as perseguições religiosas dos felinos fora alto, despovoou o continente, enfraqueceu os exércitos o que levou a invasão europeia até o Império Húngaro, nos séculos seguintes, além de um êxodo populacional em direção ao ocidente. Mas dentro de tantos males gerou a consolidação dos Burgos como meio de proteção, dos estados nacionais e por que não do início das navegações em busca de outros caminhos para o extremo oriente que não passassem por terras Turcas, estes comum máquina de guerra fabulosa para a época.
Claro, que é um exagero de minha parte julgar que um fato isolado e simples teria todas estas consequências, mas como sabemos fora um todo de fatores em que a caça as bruxas e seus associados, no caso os gatos, fizeram sim parte deste gigantesco contesto que moldou a história do mundo ocidental.
A visão começa a mudar
O Papa emérito Bento XVI
O Papa emérito Bento XVI, era um conhecido protetor dos felinos de rua. Sempre procurando auxilia-los e lhes dar um lar, aos qual vários terminaram por ficar sob a sua tutela.
Entretanto, mesmo nestes tempos inglórios, os gatos foram também companheiros amados em alguns países, como na Rússia, onde eram comuns serem encontrados em conventos e mosteiros.
O Cardeal Richelieu possuía vários gatos, entre eles um angorá preto chamado Lúcifer.
No sul da França, corria a lenda dos gatos mágicos chamados matagots, que traziam fortuna e sorte a quem os acolhia e amava. Com o passar do tempo, a perseguição foi recrudescendo, e a importância dos gatos como controladores dos roedores foi reconhecido. No século XVIII, são abolidas as leis sobre a feitiçaria, e até mesmo o Papa Pio IX rendeu-se aos seus encantos bem como o Papa emérito Bento XVI.
O gato no mundo Muçulmano
Os Muçulmanos nos dizem que o Alcorão pede respeito aos animais. Salvo algumas tradições tribais, como no leste do Iraque e Irã que não se importam muito com os cães, os fiéis da crença do Islã, segue à risca este mandamento de Alá! Tanto na forma de se alimentarem, quanto no dia das oferendas, nada é feio com que os animais a serem mortos e sacrificados sejam maltratados. Devem ter o mínimo de estresse possível. O alimento sempre é abençoado e usufruído o suficiente para se saciar a fome, quando não houver outra alternativa nutricional. Os animais não devem sofrer maus-tratos nem trabalhar em demasia para benefício de seu proprietário. Mesmo os considerados impuros pela tradição (mas isso quanto ao seu consumo) devem ser tratado de forma diferente.
Dentre todos os animais da criação, o Gato é um dos mais admiráveis entre os Muçulmanos, como exemplo muitas pessoas ficam impressionados por exemplo ao ver a quantidade de gatos que moram nas ruas da Turquia, principalmente em Istambul. Inumeras pessoas levando ração, comida e leite para estes gatos, sempre em maior número, que andam livremente bem como outros animais. Os órgãos oficiais em geral se empenham para manter sob controle a população dos felinos via castração dos animais soltos, mas ainda a muitos que relutam em realizar este procedimento em seus animais.
Nas mesquitas, nos jardins, nas ruínas de antigas cidades, existem sempre vários gatos.Os gatos andam livremente nas lojas, bares, praças e qualquer outro estabelecimento que não seja restaurantes ou hospitais, sem o menor incomodo, ocupando cadeiras, sofás e outros cômodos destes estabelecimentos, sendo um atrativo turístico a parte para quem gosta de ver animais tão belos soltos.
A cultura islâmica relata várias associações entre os gatos e o profeta Maomé, a quem teriam inclusive salvo da morte, ao matar uma serpente que o atacava.
Um ditado popular na cultura oriental diz: “Se você matou um gato, vai precisar construir uma mesquita para ser perdoado por Deus.”
Na tradição muçulmana o gato é dotado de Baraka, a chama sagrada do espírito, outra lenda muito popular conta que, certo dia, a sua gata preferida chamada Muezza, estava dormindo sobre o manto do dono quando ele foi chamado para uma batalha. Maomé não cogitou acordá-la: preferiu cortar o manto com a espada.
Outra lenda conta que na hora de Maomé fazer a sua oração, outra vez a mesma gata , estava dormindo em cima de uma manga da sua túnica, e como Maomé não quis acordá-lo, cortou a manga da sua túnica e foi rezar.
Os gatos pelas ruas e praças de Istambul.
Os Gatos mundo Árabe
Fiel Muçulmana em mesquita com seu mascote.
No mundo árabe praticamente não tem pet pois no Islã, animais como porcos e cachorros são considerados sujos e impuros e todos os animais, desde o mais o menor ao maior, mesmo assim devem ser respeitados, incondicionalmente.
Por isso, quase ninguém tem cachorros como animais de estimação! A maioria das família não tem pets mas volta e meia tem quem possui uns gatinhos em casa.
OS GATOS NO JAPÃO
Os gatos são um dos bichos mais estimados na “Terra do Sol Nascente”. Tanto é verdade que existem lugares e lendas que o tem como sagrado. São Santuários, amuletos, mascotes, cafés e até ilhas, isso mesmo, ilhas conhecidas como “Ilha dos Gatos”, onde o bichano é reverenciado.
Os gatos de Aoshima.
Os gatos da ilha de Aoshima.
Os primeiros gatos de Aoshima, uma pacata ilha no sul do Japão, foram trazidos para cá para lidar com os ratos que infestavam barcos pesqueiros.
A estratégia funcionou. Hoje, não há nem sinal dos ratos – mas agora são os gatos que estão por toda parte. Mais de 120 destes felinos habitam a ilha. O número de animais é seis vezes maior do que o de seus 22 habitantes humanos.
Isso rendeu a Aoshima o apelido de "Ilha dos Gatos" e a transformou em uma atração turística, apesar de ali não haver hotéis, lojas ou restaurantes.
Sem predadores naturais, os animais vagam livremente pelas ruas e vivem em construções abandonadas, como esta escola . Eles são alimentados por alguns dos moradores e por visitantes ou comem o que encontram pela frente.
Numa tentativa de controlar a crescente população de gatos, as autoridades iniciaram um programa de castração dos felinos. Mas, até o momento, apenas cerca de dez animais passaram pelo procedimento.
Nestas duas ilhas japonesas, a de Aoshima e Tashirojima, os gatos, rodeados por um pequeno grupo de humanos, é que reinam. O amor por esses pequenos felinos é tamanho que existe até um dia dedicado a homenageá-los, é o dia 22 de fevereiro, conhecido no Japão como “Neko-no-hi”, ou “O dia dos gatos”.
Neko-no-Hi O Dia dos Gatos no Japão
Um dos “cafés” para gatos do Japão.
A escolha da data tem uma razão, na língua japonesa o número 2 é pronunciado como “ni” e 22 de fevereiro pode ser escrito 22/2, ou seja, “Ni Ni Ni”. Portanto se repetida três vezes a data, a pronúncia: “Nyan Nyan Nyan” se assemelha ao miado de um gato.
Considerada uma jogada de marketing, a data foi criada em 1987, por uma fabricante de ração para pets, a “Japan Pet Food Association”. Neste dia os donos celebram seus bichanos queridos com presentes, passeios especiais como a ida a um Santuário dedicado ao felino. Acontecem ainda diversos eventos e campanhas no arquipélago, seguida de atividades educativas sobre os gatos.
Inspirados por esse apego dos japoneses ao gato, no Japão existem Santuários Xintoístas destinados exclusivamente a rezar por saúde e vida longa de seus animais de estimação, os “Nekogami Jinja” (Santuário dos Gatos). Localizados em Kagoshima e Kannushi, os Santuários Xintoístas tem uma fonte de água, onde os visitantes jogam moedas e fazem pedidos logo em seu “Toril” (Portal de entrada). Existe até uma lenda que justifica a criação dos Santuários para gatos.
Lenda sobre origem do Santuário dos Gatos do Japão
shimazu yoshihiro
Segundo a lenda, por volta do ano de 1572, Yoshihiro Shimazu, um grande samurai, viajou certa vez de Kyushu para a Coreia, para a “Batalha de Kizakibaru”. Junto com sua comitiva, ele levou sete gatos, porém não como animais de estimação.
Contam que, o samurai conseguia decifrar as horas ao longo do dia através das pupilas dos olhos dos 7 gatos, que mudavam de acordo com a posição do sol, especificamente 6:00 , 8:00 , 10:00 , meio-dia, 14:00 , 16:00 e 18:00 hrs. O que possibilitou Yoshihiro ter uma maior precisão do tempo durante sua longa batalha, permitindo vencer seu inimigo.
A vitória contra o clã Ito, é tida com grande contribuição para a unificação de Kyushu.
Sendo um budista devoto, Yoshihiro construiu um monumento para as tropas inimigas durante a “Segunda Guerra Sete Anos”. A participação de Yoshihiro foi essencial para o clã Shimazu, tornar-se o 17 º Senhor de Shimadzu.
Por fim, ao final da batalha, apenas dois dos sete gatos sobreviveram e foram levados de volta à Kagoshima. Como forma de gratidão ao serviço e lealdade prestados, em 1602, o senhor Shimadzu construiu um santuário dedicados exclusivamente a eles.
Templo dos Gatos
Após a Restauração Meiji (1868), a família mudou-se para a Vila Shimadzu e o Santuário dos Gatos foi transferido para lá, tornando-se um local de devoção a todos os gatos.
Ainda relacionado ao evento, no Santuário foi criado o “Toki no kinenbi” (Dia do Tempo) comemorado no dia 10 de junho anualmente.
Nessa data, no Templo, relojoeiros e apreciadores de gatos, prestam homenagem a estes dois gatos sobreviventes da lenda, os “gatos do tempo”. No local também, são feitas orações para os gatos que tenham morrido ou que estejam doentes, ou para encontrar seus bichos perdidos. Ou simplesmente agradecer e celebrar seu animal de estimação, com mensagens escritas em plaquinhas de madeira, que são penduradas nas paredes do Santuário.
O Gato Da Sorte
Maneki Neko
Existem muitas lendas sobre a origem do Maneki Neko, O Gato Da Sorte Japonês e as razões dele ter se tornado um talismã para os japoneses. Uma das mais populares é a Lenda do Templo Gotoku-ji, ocorrido no início do Período Edo (1603-1867), sobre um sacerdote deste templo, em Tóquio, que tinha um gato.
Apesar de não ser um homem de muitas posses, o sacerdote sempre compartilhava sua refeição com seu gato. Um dia, durante uma tempestade, um samurai se abrigou embaixo de uma árvore e ao olhar em direção ao templo, viu o gato do sacerdote que, aparentemente, parecia acenar para ele.
O samurai deduziu que o gato estava chamando-o para se abrigar no templo, e seguindo sua intuição, foi em direção ao gato. Instantes depois, um raio atingiu a árvore em que estava. Grato pelo gato ter salvado sua vida, o samurai fez do Templo Gotokuji, um local de culto de toda sua família.
O samurai também recompensou o sacerdote e ajudou o templo a prosperar. Quando o gato do sacerdote morreu, foi enterrado em um cemitério especial e como homenagem, uma estátua foi criada à sua semelhança, iniciando, assim, a imagem do gato de sorte que conhecemos atualmente.
A paixão pelos felinos é tamanha, que no Japão existem locais onde, pessoas que não tenham oportunidade de manter esses bichanos em seu lar, possam passar um tempo com seus animais preferidos, os chamados “Cat Cafe”.
Ou, se preferir, pode adquirir um amuleto com o gato da sorte, o “Manekineko” ou um exemplar do mascote do Castelo de Hikone, província de Shiga, muito popular no Japão o “Hikonyan” também chamado de “Gato Samurai”. Ou ainda, a gatinha mais famosa do Japão, a “Hello Kitty”.
Hikonyan
Enfim, gatos não faltam na “Terra do Sol Nascente” e são, sem sombra de dúvidas, um dos animais mais queridos dos japoneses.
A expectativa de vida de um gato
Quando abandonados em áreas remotas, distante da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver. A expectativa de vida de um gato de rua é de apenas 3 anos. Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade e a caso no Guines Book de gatos com mais de 38 anos de vida.
Os benefícios para os humanos
Fora o controle de certas pragas domésticas, e rurais estudos científicos indicam que existe uma redução de 30% no risco de ocorrências de infartos nas pessoas que têm gatos como animais de estimação. O provável motivo desse fato é que o convívio com esses pequenos felinos minimizam o nível de estresse, um dos principais responsáveis pelo surgimento de problemas cardiovasculares. Apesar disso há pessoas que desenvolvem um medo patológico de gatos, problema que é denominado como ailurofobia.
O PROBLEMA DO ABANDONO
A Organização Mundial da Saúde estima que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro.
Destes, 10% estão abandonados. No interior, em cidades menores, a situação não é muito diferente. Em muitos casos o numero chega a 1/4 da população humana.
Preconceitos e falta de medidas que visem a castração dos animais de rua e dos domésticos é o principal agravante da explosão populacional de animais de rua.
Como castrar animais que não são domiciliados? Que não tem dono e ninguém responde por sua guarda. Quem pode fazer? Com quais recursos? Como se faz isso?
São questões delicadas e enquanto tentamos responder, mais uma ninhada nasceu em algum cemitério ou terreno baldio. As ONGs, que prestam serviços que de longe são mais eficazes no controle populacional de animais em especial dos felinos.
Temos contabilizados centenas de castrações utilizando o método chamado CED (captura, esterilização e devolução). Método que é considerado pela ASPCA (American Society for the Prevention of Cruelty to Animals) a mais humana, efetiva e financeiramente sustentável estratégia para a questão.
Castração
Compreende identificar uma colônia de gatos, capturá-los, castrá-los e devolvê-los para o mesmo local. Dois motivos sustentam a devolução: (1) não há lugar para todos nos lares e abrigos e (2) a maioria dos gatos não se adapta a lugares fechados pois são ferais, nasceram e vivem longe do convívio humano. A negação do segundo motivo coloca em risco a saúde do gato e da pessoa que o confina.
O extermínio sistemático retorna!!!!
Muitos países reuniram evidências de que o gato, um dos mais competentes predadores entre os mamíferos, está envolvido na extinção de muitos animais. Em 2013, uma meta-análise feita pelo Smithsonian Conservation Biology Institute, renomada instituição de conservação americana, revelou que, no país, os 84 milhões de gatos domésticos, junto com os 30 milhões "de rua", matam anualmente 4 bilhões de pássaros.
Eles também eliminam entre 6 bilhões a 22 bilhões de pequenos mamíferos, como esquilos e coelhos.
Além da Austrália, países como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha estão preocupados com o crescimento dos gatos, associado ao aumento do ritmo de extinção de pequenas espécies. Todas essas nações cogitam replicar o método australiano como estratégia para reduzir o número de espécies ameaçadas.
o método Australiano
Envenenamento é uma forma cruel de controle animal.
Até 2020, a Austrália planeja matar 2 milhões de gatos. O governo federal australiano vai usar iscas com veneno e criou um aplicativo chamado FeralCatScan, para que os habitantes avisem as autoridades sobre regiões com grande número de gatos. De acordo com estimativas, existem cerca de 20 milhões desses felinos no país. Em Julho de 2015, o ministro do meio ambiente, Greg Hunt, disse que uma "guerra ao felinos" é necessária para prevenir extinções futuras.
conclusão
O problema ciado pela especie humana causa e infelizmente ainda causará muitos males a vida dos felinos domésticos. O controle populacional depende da consciência humana, esta egocêntrica que não consegue ver os males que geram seus atos de descaso. Salvando os gatos do extermínio, cruel e doloroso, o controle das proles via castração evitara o sofrimento inútil dos animais e a preservação das espécies de aves, répteis e anfíbios por eles lesadas, mas de forma inocente e somente por extinto. Bem diferente do bicho homem!
Fonte bibliográficas:
- Revista Superinteressante set de 2002.
Nunca mais quero ir à Austrália... lamentável e cruel atitude de extermínio!!!
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