Superprodução cinematográfica sobre o Profeta do Islã.
Muhammad, nunca o nome de um homem, profeta, fora tão respeitado. Admirado como modelo de integridade e justiça...benevolência e senso de liderança, mais que temido por seus inimigos...era respeitado. Mesmo entre o cristianismo á grande respeito a sua figura e seus atos. Em 1976 fora lançado um filme que ao meu ver fora impecável ao contar a história do profeta, um épico que desmistificou um pouco o mundo islâmico para os ocidentais.
Épico sobre a vida do profeta do ano de 1976, com Anthony Quinn como tio do Profeta.
Após sete anos de trabalho e um longo debate teológico sobre o respeito à figura do profeta do Islã. Em 2015 uma produção cinematográfica milionária Iraniana, primeiro filme de uma trilogia, reconta mas com uma visão mais religiosa à história de Muhammad, filme estreou mesmo sobre as criticas de ortodoxos muçulmanos pelo mundo islâmico. Um excelente filme, em atuação, figurino e precisão histórica. Recomendo, com recriações da península arábica de 14 séculos atras impecáveis a produção se candidatou a disputar o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2016.
Mas quem foi este ser humano fabuloso!? Iniciaremos agora a contar a saga do Profeta e a posterior marcha do Islâ pelo mundo!
Oriente Médio
Numa cidade no meio do nada, um centro religioso e comercial
no meio do deserto chamado o “Grande Vazio”, a margem seca do mundo civilizado
um obscuro mercador de meia idade chamado Muhammad Ibn Abdulla, foi tocado pela
inspiração divina e começou a pregar. Sua mensagem era simples, submissão a
vontade do Deus único e universal, prometia um dia de juízo, com recompensa ou
punição e caridade aos menos afortunados.
Sua crença explodiu nos 150 anos seguintes sobre o mundo
civilizado com tolerância mas com a força súbita de um furacão do Deserto. Com
gritos de “Allahu akbar (Deus é grande) atravessaram areis, florestas,
montanhas e dominaram nações da índia a península Ibérica! O legado do profeta
de Allah(Alá), líder é exemplo de vida para 1,7 bilhões de pessoas em todo o mundo.
Dois grandes impérios regionais seriam abalados, um perderia metade do seu
território, no caso Bizâncio, e outro a Pérsia seria absorvida. Em geral a onde
os soldados de Alá chegavam, eram tratados mais como libertadores do que
conquistadores. Desoneravam impostos, eram tolerantes as crenças e mantinham as
famílias nobres e a máquina do estado antigo quase intacta.
MECA
(MAKKA)
Meca nos tempos do Profeta.
Sua cidade natal era Meca, um centro comercial e religioso
pedregoso a oeste da península Arábica. O local de culto se chama Caaba (o
Cubo) onde havia um panteão de mais de 300 deuses, de cunho animista, ou de
outras religiões como o Zoroastrismo Persa e a Cristã Copta, que os árabes
ismaelitas cultuavam, além de uma pedra negra de origem provável meteórica. Alguns
habitantes de Meca distanciavam-se quer dos cultos pagãos, quer do monoteísmo
dos Judeus e dos Cristãos, declarando-se hunafá, isto é, crentes no Deus único
de Abraão, que acreditavam ter sido o fundador da Caaba. Apesar de a
cidade não possuir recursos naturais, ela funcionava como um centro comercial e
religioso, visitado por muitos comerciantes e peregrinos.
Tribo dos Coraixitas, dominante na região, cobrava juros
exorbitantes para utilizar do comercio da cidade, principalmente quando havia
maior números de peregrinos. Aqueles que adquiriam créditos dos coraixitas
geralmente não tinham bens, e empenhavam-se a si e suas filhas e filhos como
garantia. Obviamente numa época sem tecnologia, o trabalho braçal escravo era a
moeda realmente vigente, e por isso mesmo desejavam que os seus “clientes” não
pagassem os juros e assim virassem escravos, e dessem muito mais lucro.
A CAABA
A Caaba teria sido construída na região próxima ao poço de
ZemZem(ou Zamzam), que segundo a tradição, seria o local que Deus consolou a Agar de
Ismael e lhe dando a certeza que a semente do primogênito de Abraão seria
multiplicado sobremaneira, que não seria contada, por numerosa que seria. Sobre
estes deuses havia o Deus principal chamado Al-Illah (O Deus), que nada mais
era que El (o Deus de Ismael filho de Abraão), Javé ou Jeová.
O NASCIMENTO
DO PROFETA
Diz a tradição que Muhammad ou Maomé em português, na noite em
que foi concebido, seu pai Abdulla chamou a atenção de pessoas por onde passava
e de uma mulher que chegou a se insinuar para ele devido a um estranho brilho
no olhar. Símbolo do poder de Deus em sua vida e predestinação para seus
fantásticos feitos futuros.
Maomé nasceu em 26 de Abril 571, ou no dia 12 do mês
de Rabi al-Awwal (terceiro mês do calendário árabe) no "ano
do Elefante". Esse ano recebeu esta denominação porque nele se verificou o
ataque de pelas tropas de Abraha (governador do sul da Arábia ao serviço
do imperador da Etiópia) que estavam equipadas
com elefantes. Seu nome
completo era Abul Qasim Muhammad e
era filho de Abdulla, um mercador de classe
média baixa do período membro da tribo Hachemitas integrado na tribo dos coraixitas (Quraysh, "tubarão"). detentor
de alguns camelos e ovelhas. Já o avô do profeta já era um prospero mercador da
tribo Coraixita se chamava Abdul Mutualib de linhagem importante que remonta
segundo a tradição a tribo de Adnam, filho de Ismael, profeta de Deus
primogênito de Abraão. Sua mãe se chamava Amina (Aminah), filha de Wahb, dona
de uma forte personalidade e perseverança.
AMINAH(AMINA),
MÃE DO PROFETA
Miniatura Turca de Maomé e
sua Mãe
Logo após seu nascimento o profeta ficou órfão de pai, e sua
mãe apesar dos poucos bens pode lhe dar uma boa educação, Apesar das limitações
econômicas, Amina entregou Maomé aos cuidados de uma ama-de-leite chamada
Halíma (Haleemah). Era uma tradição da época, era deixar o filho passar
parte do início de sua infância para crescer com os beduínos do deserto, uma
vez que se considerava que o clima de Meca era pouco saudável; para além disso,
acreditava-se que uma temporada de vida rustica prepararia melhor a criança
para a vida adulta. Em troca desta adoção temporária, os beduínos
recebiam presentes dos habitantes de Meca.
A
vida dura, e cheia de estímulos moldaram o caráter do jovem profeta e o puseram
em contato com outros povos e culturas. Quando tinha 6 anos em 576 sua mãe
faleceu e ai ficou um dilema, comum aos órfão da época, virar escravo.
Al
MUTUALIB, AVÔ DO PROFETA
Comércio de Meca.
Seu avô Abdul Al-Mutualib ficou sabendo da morte de sua nora e
procurou o menino para criar o neto, e com os filhos destes, entre os quais se
encontravam Abbas e Hamza e que eram praticamente da mesma idade que Maomé,
fruto de um casamento tardio do avô. Abd al-Mutalib ocupava em Meca o
importante cargo de siqáya (serviço
de distribuição pelos peregrinos da água sagrada do poço de Zemzem.
Mas novamente o destino conspirou para derrotar o profeta, e
seu avô faleceu dois anos depois em 578, e segundo os costumes árabes da época,
os menores não herdavam nada de seus familiares, razão pela qual Maomé nada tinha
recebido da herança do pai e teria de receber do avô. Para a sorte do menino,
parecia ter um estoque inesgotável de parentes, seu tio Abu Talib que se tornou
o novo chefe do clã Hachemita. Ele era mercador, explorador e dono de
caravanas, terminaria por assumir a função de tutor do futuro profeta.
ABU TALIB,
TIO DO PROFETA
Cena de caravanas no tempo de Isaac e Ismael.
Maomé foi pastor e teria também acompanhado o seu tio Abu
Talib, em expedições comerciais à Síria. Segundo a tradição, quando Maomé,
o seu tio e outros acompanhantes regressavam de uma destas viagens em 583,
cruzaram-se perto de Bosra com um eremita cristão chamado Bahira que
após ter examinado Maomé verificou seu caráter messiânico, concluindo que este
era o enviado que todos aguardavam. Bahira recomendou a Abu Talib que levasse o
seu sobrinho para Meca e que velasse pelo bem-estar deste.
AS
QUALIDADES DO PROFETA
O profeta desde cedo demonstrou qualidades fantásticas que cresceram
junto com o jovem Maomé. Era conhecido como Al-Ameem, ou o confiável. As
pessoas quando iam em caravanas deixavam sob sua tutela seus bens devido ao
alto grau de confiança. Fora o confiável também era conhecido como As-sadiq, ou
o sincero, pois nunca foi pego em mentira. Se destacava, apesar de não ser
letrado, também pelos bons modos, falante e sempre disposto a ajudar as
pessoas. Suas palavras sempre havia significado, colocava um manto de luz no
assunto comentado, taciturno ao falar e calado quando não havia nada a dizer.
VIAGENS
DE CARAVANAS
Caravanas de Beduínos,
Outro de seus dons era a pertinência, sabedoria adquirida ao
ouvir e depois por própria experiência em viagens de caravana, as quais
representava seu tio, lhe dando ótimos proventos. Habitualmente afirma-se que
Maomé teria sido analfabeto; contudo, é provável que alguém que
desempenhou funções na área do comércio das caravanas, tenha possuído,
autonomamente, conhecimentos essenciais de letra. Nestas viagens teve contato
com comunidades cristãs coptas e Ortodoxias, Judaicas que lhe elevaram em muito
o conhecimento religioso. Gostava de se enclausurar em uma caverna do Monte
Hira, para orar noites a fio para Deus, praticando o jejum e
a meditação. Sentia-se desiludido com a atmosfera materialista que
dominava a sua cidade de Meca. Bem como insatisfeito com a forma como órfãos,
pobres e viúvas eram excluídos da sociedade, isso antes de se tornar profeta.
O AMIGO
Maomé nesta época criou uma forte amizade com um prospero dono
de caravanas chamado Abu Bakr, também da tribo Coraixita, e este amigo fiel
seria um elo para a crenças de Maomé para a posteridade. Ele futuramente seria seu sogro e o primeiro Califa, detentor dos assuntos religiosos e de estado após a morte do profeta.
kHADIJA(CADIJA),
ESPOSA DO PROFETA
Apesar da boa aparência com cabelos encaracolados, barba
imponente e tratada, boa estatura e tez bronzeada aos 25 anos ainda era
solteiro. Seus serviços à frente das caravanas do tio lhe deram excelente
reputação, e por isso seus préstimos foram contratados em 595 por uma viúva
rica de Meca chamada Khadija. Por duas vezes lhe utilizara o tino comercial em
suas caravanas para Damasco, o que lhe rendeu enormes proventos.
Apesar de ser 15 anos mais velha que o profeta, era uma de uma
beleza exótica e muito assediada por vários pretendente de Meca, era
inteligente, sensível e seria o alicerce do profeta quando recebeu suas
primeiras revelações. Pouco comum na época mulher tão influente acabaria de
propor casamento ao profeta, que ele aceitou, Maomé só desposaria outra após a
sua morte 25 anos depois. Com Khadija o profeta teve seis filhos, quatro
mulheres chamadas Zainab, Ruqayyah, Umm Kulthum e Fátima bem
como dois homens chamados Al-Qasim e Abdullah, que faleceram durante a infância.
Devido as riquezas de Khadija, Maomé cresceu socialmente, e assim se tornando
um dos mais influentes comerciantes da cidade de Meca, mas não era feliz com as
injustiças cometidas pelas elites de Meca.
ZUBAIR
Um tio do profeta chamado Zubair ibn Al Awwam fundou a ordem de cavalaria
conhecida como a Hilf al-fudul,
que assistia os oprimidos, habitantes locais e visitantes estrangeiros. Maomé
foi um membro entusiasta assim ajudando na resolução de disputas, e reforçando
a intitulação já conhecida como Al-Ameen ("o
confiável") aqui devida à sua reputação sem mácula nestas intermediações.
Como exemplo, Maomé um prospero mercador, quando a Kaaba sofreu
danos após uma inundação, e todos líderes de Meca queriam receber a honra de
resolver o problema, o profeta que teria sido nomeado para solucionar a
situação. Propôs que estendessem um lençol branco no chão, que colocassem a
Pedra Negra (também conhecida como Hajar
el Aswad) no meio e pediu aos líderes tribais que a transportassem ao
seu devido local, segurando os cantos do lençol. Chegados ao devido local, o
próprio Maomé tratou de a colocar na posição devida.
RECITA
Quando o profeta atingiu a idade de 40 anos, se encontrava em
sua caverna de oração como de costume e algo especial aconteceu, em uma das
noites do ano de 610 gregoriano, durante o mês de Ramadã, ele ouviria o
tilintar de sinos.
Uma voz incorpórea falou-lhe em tom imponente e majestoso- a
tradição diria que a voz era do arcanjo Gabriel(Jibrīl), o mesmo que falara a Maria sobre Jesus 06 séculos
antes- “Recita!”, ordenou-lhe a voz. Maomé sentiu-se como se fosse agarrado por
grandes mãos invisíveis e depois solto. Estava aterrorizado. “O que devo
recitar” - perguntou Maomé. A voz repetiu a ordem “Em nome de Deus teu senhor e
criador, que criou a humanidade de um coágulo de sangue, recita!”. Enquanto ele
continuava a falar
Maomé memorizava e recitava tudo o que lhe era dito. Por fim
retirou-se o anjo.
Saiu da caverna arrasado, chegou em casa, pediu apoio a
Khadija em prantos e disse que achava que ficara louco! Que fora Tomado por um
Djim maligno! Contou-lhe o ocorrido e ela mais que depressa tratou de levar o
profeta a um primo seu mais velho. O primo de Khadija um sábio Waraqa que era
cristão copta e erudito em religiões e mais do que na hora definiu que Maomé
era um profeta de Deus como fora Abraão e Moises. E que estava recebendo
revelações como seus precedentes receberam, e que deveria se submeter a elas.Maomé receberia outras visitas do Anjo Gabriel durante o reto
de sua vida sempre com novas instruções. Mais tarde diria o profeta “nunca
recebi uma revelação sem pensar que minha alma me fora arrancada”.
A
REVELAÇÃO
A palavra transmitida para Maomé na no dialeto árabe da região
de Meca, e que viria a ser copilado no Corão, como veremos posteriormente, por
si só tem um caracteres de divino! A pessoa escuta a recitação, se enche de
emoção, as palavras são harmônicas de concordância poética são música suave
para os ouvintes. Muitos dos conversos a nova crença somente ao escuta-la
aceitaram-na.
Mas não é somente isto, Maomé altera toda a crença de seus
novos conversos, primeiramente seus parentes mais próximos como Khadija, seu
sobrinho Ali de 13 anos e seu amigo fiel Abu Bakr amigos que se reuniam na casa
de um homem chamado Al-Arqam. Em 613, encorajado pelo seu círculo de
amigos e seguidores, iniciou a pregar em colinas remotas ao redor de Meca, para
famílias em particular longe dos poderosos. Entre os novos conversos estavam escravos,
pobres, classes menos importantes e depois jovens ambiciosos de famílias
influentes dispostos a uma mudança social, entre eles estava Omar ibn
Al-Kratab. Depois vários mercadores ricos aderiram também as crenças de Maomé.
A MENSAGEM
Dizia que só
havia um Deus, único, onisciente, onipotente, infinitamente bom e justo, sempre
disposto a perdoar. E que ele, Maomé era o último de uma linhagem de profetas
importantes.
Jesus fora o
messias, um dos mais importantes profetas e preparou o caminho para Maomé, não
era filho de Deus, mas um homem como o profeta, que não foi crucificado, mas
sim Judas que teve o rosto transformado no de Cristo e assim pagou pela
traição.
Que a Torá, e os
evangélicos teriam sido alterados no decorres dos anos e que os originais se
perderam com o tempo, a nova crença seria o concerto e a palavra definitiva
para os povos do mundo.
Pregava ele contra a escravidão,
e por exemplo alforriou seu escravo e seguidor Zaid. Junto a outros conversos
começaram a angariar fundos para comprar a liberdade dos cativos de Meca.
Instituiu o Zakat, (Purificar),
era uma regra simples para ajudar na purificação, destinava 2,5% dos ganhos
anuais para dalos aos pobres, uma taxação por demais branda em comparação aos
juros Coraixitas.
Começou a pregar intensamente
contra a adoração dos ídolos da Caaba, dizendo que eram apenas imagens, inúteis
sem poder, o que chamou a atenção dos líderes Coraixitas da cidade, pois
reduziria drasticamente as peregrinações a Meca.
O
PRIMEIRO DESAFIO
Os próceres de Meca, liderados pelo poderoso ramo Omíada da
tribo dos Coraixitas lançaram campanhas de ridicularizarão ao profeta, como
viram surtir pouco efeito partiram para a intimidação e depois a violência.
Nas campanhas de ridicularizarão pediam ao profeta que fizesse
um milagre, capaz de comprovar as suas alegações, que ele se negava a
fazer para não testar Deus assim como não o fizera antes Dele Jesus, ainda
então acusavam-no de estar possuído por um djiin(um espírito maligno).
OS
PRIMEIROS MÁRTIRES DA FÉ
Nas ações contra o profeta tomadas pelos governantes de Meca
também seus seguidores foram alvos de ataques físicos repetidos, bem como de
ataques às suas propriedades. De acordo com a tradição, alguns dos habitantes
de Meca lançaram ataques vigorosos e brutais contra os adeptos da nova crença.
Forçaram crentes a deitar-se sobre areia ardente, colocaram enormes pedras
sobre seus peitos, derramaram ferro derretido sobre eles, assim causando muitas
mortes.
Esta perseguição não atingiu inicialmente o próprio Maomé, pelo simples
motivo de que a sua família detinha muita influência, em especial seu Tio. No
entanto, estas circunstâncias tornaram-se intoleráveis e Maomé aconselhou
alguns dos seus seguidores a irem para a Abissínia, por volta do
ano 615.
Os líderes de Meca tentavam em vão oferecer para Maomé a
deixar a sua missão religiosa oferecendo-lhe poder político. Conforme seus
seguidores aumentaram, os seus oponentes tentaram demovê-lo a deixar ou alterar
a sua religião para favorecer o sistema de Meca. Ofereceram-lhe uma boa parte
do comércio e o casamento com mulheres de algumas das famílias mais ricas, mas
ele rejeitou todas estas ofertas.
Os habitantes de Meca acabaram por exigir que
Abu Talib entregasse o seu sobrinho Maomé para execução. Uma vez que ele recusou,
a oposição exerceu pressão comercial contra a tribo de Maomé e seus apoiantes.
Quando o profeta completou 50 anos, sua esposa Khadija faleceu
e logo em seguida seu tio Abu Talib, seus encorajadores na grandiosa tarefa.
Mortos seu tio e Khadija em 619(ano a que a tradição muçulmana se refere como o
"Ano da Tristeza"), o próprio clã de Maomé retirou-lhe a proteção! Maomé
mudou-se então para a cidade de At-Ta'if, onde não encontrou o apoio esperado
por parte dos seus habitantes, assim ele fora obrigado a regressar a Meca, donde
sofreu abusos, apedrejado e atirado contra espinhos e lixo.
O COMPLÔ
Sem a proteção familiar da tribo de Maomé, os líderes de Meca,
se reuniram e cada um cedeu um membro forte para assassinar o profeta, agindo
assim, devido ao grande prestigio que alcançara, seria diluída a culpa e
possivelmente o profeta viraria mais um mártir a tentar criar um mundo melhor.
Neste período estando em Meca alguns peregrinos oriundos da cidade de Yathrib,
um oásis entre 350 ao norte, que viram no profeta a liderança capaz de sanar os
conflitos que em 618 havia levado o povoado a um conflito civil, devido a uma
disputa entre as tribos árabes pagãs os Aws e khazaraj. Maomé aproveitando o
convite tratou de planejar sua saída de Meca de forma pensada e silenciosa.
A migração de Meca para Yathrib se iniciou na calada no verão
de 621, quando doze homens desta cidade visitaram Meca durante a peregrinação
anual e declararam-se muçulmanos ao profeta. Em Junho do ano seguinte uma
delegação de setenta e cinco oriundo da mesma cidade, também se declara
muçulmana em Meca e jura proteger Maomé de qualquer ataque. Os primeiros
muçulmanos começaram a abandonar Meca em Julho de 622 em uma viagem que duraria
nove dias, assim partiram em pequenos grupos e como tal não se gerou
desconfiança entre os líderes de Meca.
A HÉJIRA
Em 16 de julho de 622 do calendário gregoriano com a
Héjira(fuga ou emigração) se inicia o calendário islâmico, o seu ano I
d.h(depois da Hérija), Maomé partiu em Setembro, tendo conseguido escapar a o plano
que visava matá-lo, como já exposto anteriormente, pois o profeta fugiria
durante a noite, tendo deixado a dormir na sua cama seu sobrinho de 13 anos Ali
Ibm Abu Talib, vestido com o seu manto verde. Quando o grupo pretendia
executar o complô de assassinato se deparou-se com Ali, que nada sofreu. Maomé
chegaria a Yathrib com cerca de 75 seguidores e suas famílias, cidade que
mudaria de nome para Medina, ou cidade do profeta.
Maomé após mediar o conflito interno e unir a cidade de
Medina, construíu uma mesquita que seria seu centro de controle. Criou uma nova
tribo, a Ummah(comunidade), não mais unidas por laços de sangue mas de
ideologias, que no futuro iria se chamar Islã, ou submissos a vontade de Deus.
O centro de operações em Medina, onde legislava e residia era
um conjunto de tijolos de barro situado no meio do oásis. De frente a um pátio
murado havia uma fileira de cabanas que abrigavam sua crescente família, após a
morte de Khadija.
COMO
VIVIA MAOMÉ
Se vestia modestamente, com pudor, usava suas roupas até se
deteriorarem, dormia com quase nenhum conforto e tratava das próprias vestes
além de repreender excessos, principalmente alimentares, ao qual tinha maior
escrúpulos com os tratos aos animais destinados a alimentação. Conta a tradição
que por várias vezes interrompeu seus assuntos para tratar sua gata de
estimação Muezza, que descansava nas mangas longas de seus trajes. Não tratava
de acumular riquezas para si, sempre as distribuindo entre seus seguidores.
Abominava a adoração ao lucro e ao dinheiro, e condenava empréstimos
exploratórios.
Maomé em contato com a população de Medina, verificou que 03
tribos judaicas, possivelmente fixadas após a destruição do templo no ano 70,
viviam na cidade e que uma detinha o monopólio comercial e tarifário
deste da cidade. Com a
Ummah criou uma via alternativa que vendia e
comercializava a preços bem mais módicos e os empréstimos eram oferecidos a
juros zero, aos membros da sua comunidade, o que só tendeu a aumentar os
números de fiéis.
A CONSTITUIÇÃO DE MEDINA
Um
documento que revela como se estabeleceu uma confederação entre os seguidores
de Maomé de Meca e os habitantes de Medina a já falada Umma. Neste documento,
Maomé já e tido como "profeta" e estabelece que as disputas devem ser
submetidas à mediação deste, mas não lhe outorgou qualquer tipo de autoridade
especial. Contudo, nos últimos anos da sua vida Maomé tornou-se soberano da
cidade em resultado do prestígio concedido pelas campanhas militares.
Com o passar dos anos recebeu e transmitiu regras gerais aos
seus seguidores, como a forma de orar, como se portar e interagir com os fiéis,
povos do livro (cristãos e Judeus) e aos infiéis. Mas fora os assuntos
religiosos estava tratando de assunto mundanos como higiene pessoal,
alimentação e direitos dos animais além de outras leis de caráter
revolucionário principalmente para a época, beneficiando as mulheres. Havia
regras civis como direito ao conhecimento, assim estendendo a todos o direito
de ler e escrever (ao contrário do que dizem alguns estados que se dizem
Islâmicos que os vetam as mulheres) por esse sempre vir de Ala.
As leis semitas
de olho por olho e dente por dente se mantiveram, mas com um GRANDE porém, o
perdão, como diz o Corão” A retribuição por uma injuria é uma injuria igual,” mas depois acrescenta “Aqueles que esquecerem a injuria e buscarem a
reconciliação serão recompensado por Deus” (42:40).
DIREITOS
FEMININOS
Direitos femininos que a poucos anos foram equilibrados pelo
ocidente. O uso do véu fora somente uma proteção a elas dada por Alá, devido a
Ele saber da fraqueza dos homens aos encantos das mulheres, e assim quando
alguém se casar seja pelas suas virtudes, e não somente pela beleza
transitória, por isso o baixo índice de divórcios entre os muçulmanos.
As
mulheres teriam direito ao divórcio e a restituição de seu dote de casamento no
caso da separação, manutenção do nome de sua família caso assim querer não
sendo obrigatório a adesão do da família de seu esposo. Também a regras contra
a violência doméstica, e insatisfação quanto ao desempenho do marido.
Numa época em que a maioria dos homens morria em conflitos e eram poucos num mar de mulheres e crianças, regras específicas fixadas para a poligamia auxiliava a manter honradas nos costumes da época e mantidos os direitos para as mulheres viúvas e solteiras, evitando estas de se tornarem amantes, e ficarem a margem da sociedade da sociedade. Numa época em que a maioria dos homens morria em conflitos e eram poucos num mar de mulheres e crianças, regras específicas fixadas para a poligamia auxiliava a manter honradas nos costumes da época e mantidos os direitos para as mulheres viúvas e solteiras, evitando estas de se tornarem amantes, e ficarem a margem da sociedade da sociedade.
No ocidente ainda é amplamente difundido e as vezes estimulado o caso extraconjugal masculino. Além de estender o direitos a todos os homens de poucas posses que não podiam ter por vezes nem ao menos uma esposa, devido aos mais abastados as possuírem. Hoje em dia, poucos se utilizam deste direito islâmico, devido a maior equidade do número dos sexos!
O profeta comentou que a poligamia auxiliaria no trato aos órfãos da época, estes que eram muito numerosos, como ele mesmo fora um na infância ele disse também:
“Se temerdes ser injustos no trato com os órfãos, podereis desposar duas, três ou quatro das que vos aprouver, entre as mulheres. Mas, se temerdes não poder ser equitativos para com elas, casai, então, com uma só, ou conformai-vos com o que tender à mão. Isso é o mais adequado, para evitar que cometais injustiças”. (Sura 4:3)
O Portanto somente quando as circunstâncias sociais o tornam necessário o Islam permite à poliginia, limitando-a a um homem com quatro esposas, e também impôs restrições morais, incentivando os homens a se casarem com outra esposa apenas se forem capazes de cumprir seus deveres. Um homem muçulmano portanto que toma outra esposa, o deve fazê-lo para cumprir suas responsabilidades sociais, como cuidar de uma mulher viúva, doente, sem parentes, com filhos para cuidar destes, e não como um meio de aumentar seu prazer, contando também com o aceite da mulher, lembrando que os casamentos arranjados não são praticas islâmicas mas de cunho cultural e ou tribal.
O ideal de uma esposa pode ser visto no exemplo do Profeta. Ele
foi casado com sua esposa Khadija por 25 anos e só se casou depois que ela
faleceu. Seus casamentos plurais mais tarde em sua vida foram devidos à sua
missão única de ser um exemplo para a comunidade muçulmana, cuidando de viúvas,
reconciliando famílias através do casamento, libertando escravos e educando
suas esposas nos ensinamentos do Islam.
Em pelo menos duas ocasiões Maomé forçou homens que tinha mais de quatro esposas a se divorciar de algumas delas, alguns caso por pedido da própria esposa pelos maus tratos sofridos.
AS
ESPOSAS DO PROFETA
Maomé e sua segunda esposa Aisha,
Muitos condenam o número elevado de esposas do profeta e a
imaturidade de outras sem saber sob que condições o fato ocorreu, julgar alguns
de seus atos sob os olhos do século XXI sem entender o contexto da época chega
a ser uma visão infame e apenas com o intuito de manipular informações para
fins específicos.
Durante a sua vida e depois da morte de khadija Maomé
viria a casar com outras onze mulheres. Em geral as mulheres eram divorciadas
ou viúvas de companheiros de Maomé, detinham uma idade avançada e o casamento
com o profeta surgia como uma forma de garantir a união dos grupos envolvidos,
proteção e estabilidade econômica. Em outros casos os casamentos serviram para
reforçar as alianças políticas.
Nome das esposas:
Khadija,
(519-619) primeira esposa e seu alicerce na nova crença se casou com o profeta
em 595 e faleceu em 619.
Aisha, (619-632)
Com exceção desta esposa, nenhuma das mulheres que casou eram virgens, fora uma
das esposas mais importantes de Maomé e sua segunda esposa. Tinha apenas seis
anos de idade na altura do seu noivado e segundo registos, quatorze anos na
altura de seu casamento com o profeta sendo o casamento consumado apenas por
volta dos 16 anos desta.
Zaynab b. Yahsh,
(627-632) Ela que segundo a tradição era divorciada de seu filho adotivo, Zaid
b. Harizah, que perante as leis pré-islâmicas pagãs árabes, era igual em valor
e direitos que um natural, no intuito de abolir uma tradição árabe que impedia
este tipo de união (33:37).
Sawda b. Zam’a(619-632),
Hajsa B. Umar(624-632),
Zaynab b. kusayma(625-627),
Ramla b. Abi Sufyan(628-632),
Juwayriyya b. Harith(628-632),
Safiyya b. Huyayy(629-632),
Hind b. Abi Umayya(629-632),
Maymunah b.
al-Harith(630-632).
OS
PRIMEIROS CONFLITOS
Medina tinha poucos recursos, era um oásis e a população se
detinha mais na plantação de tamareiras. Por tradição a lei dos povos do deserto
era a seguinte, em caso de dificuldades em recurso, simplesmente as tomam de
outros que os detinham.
Tinham um inimigo que vivia em Meca e por tanto
passariam a atacar caravanas oriundas ou destinadas a esta cidade. Os primeiros
ataques foram um fracasso com poucos ou quase nenhum butim de guerra mesmo tendo
ele próprio participado de três ataques. Em 624 ocorreria o primeiro sucesso
mas com sangue derramado de um inimigo.
A BATALHA
DE BADR
Batalha de Badr
Em 15 de Março de 624 Maomé preparou um ataque a uma
caravana de Meca que regressava da Síria. A caravana, liderada por Abu
Sufyan, líder do clã omíada, num carregamento posterior e tido como um dos
principais da cidade que regressavam de Gaza. Os mercadores de Meca haviam
investido pesado na empreitada, e consequentemente na segurança também. A
caravana seria escoltada por Abu Jahal, líder do clã Makhzum, um dos que se
tinha previamente oposto a Maomé em Meca e organizado um boicote contra o clã
do profeta, o Hachemita, sua intenção agora era acabar com o problema
definitivamente.
A escolta, bem armada e suprida, tinha cerca de 950 guardas, e
os muçulmanos atacaram com 300 membros mal equipados, depois de uma tocais no
poço de Badr, situado próximo a Medina. Maomé discursou dizendo “ninguém que
lute este dia e se comporte com coragem inabalável(...) encontrara a morte sem
que Alá o leve para o paraíso”, as palavras surtiram efeito, pois atacaram com
tanto impendo que desbarataram a resistência da caravana, matando pelo menos 45
naturais de Meca, incluindo Abu Jahl, e tomando 70 prisioneiros, com apenas 14
baixas muçulmanas.
Mas Abu Sufyan enganara os muçulmanos, pois o butim não era a
principal, era uma isca para que a realmente importante escapasse por uma via
alternativa. Mas a vitória por si mesmo deu um bom lucros, fora a moral exaltada,
ainda conseguiram 70 cativos que seriam usados para receber resgate, 150
camelos, 10 cavalos e o enorme armamento. Para os muçulmanos a vitória foi
encarada como uma confirmação da missão profética de Maomé, assim muitos dos
habitantes de Medina converteram-se ao Islã e Maomé tornou-se o governador de
fato da cidade, o que descontentou os clãs Judaicos da cidade, por não
aceitarem a comparação de Maomé e Jesus aos profetas da Torá.
Várias importantes alianças pelo casamento ocorreram nesta
altura. Das filhas de Maomé, Fátima casou com Ali, seu primo (seria
mais tarde o quarto califa) e Umm Kulthum casou com Otman (o
terceiro califa entre 644 e 656). O próprio Maomé, já casado
com Aisha, filha de Abu Bakr (o primeiro califa) casou então com
Hafsah, a filha de Omar (o segundo califa), cujo marido tinha
falecido na Batalha de Badr. Após a vitória de Badr, os beduínos começaram
a simpatizar com a causa do profeta, isto valia muito pelo seu código moral do
deserto.
BATALHA
DE UHUDEN
Monte Uhud
Mas a batalha seguinte ocorrida em 625, nos arredores do monte
Uhuden o apoio beduíno se enfraqueceriam a causa dos profeta. A 21 de março de 625,
Abu Sufyan, em busca de vingança, entrou em Medina com 3 000 homens. Na manhã
de 23 de março começou a luta, o grupo do profeta não conseguiu
vencer o inimigo, mas este teve que se retirar portanto a batalha
não produziu um vencedor ou perdedor óbvios, apesar dos habitantes de Meca
terem clamado a vitória. Nos dois anos seguintes, ambos os lados preparam-se
para o encontro decisivo, mas Meca preparava muito bem para o contra-ataque
definitivo, e assim acabar com o movimento da Ummah.
A BATALHA
DE MECA
Meca no início do século XX.
No início de 627 Maomé fora informado, que os lideres
Coraixitas preparavam um grande ataque contra Medina. O profeta fora informado
também que tinham simpatizantes de Meca, conspirando com eles se opondo ao
profeta. Deste período e para este período em específico, o profeta proferiu as
palavras Corânicas “Matem os idólatras, onde quer que estejam, capturem,
acossem, embosquem”, destinada aos inimigos de Meca e seus colaboradores.
Infelizmente ainda hoje em dia são usados por fanáticos e extremistas para
justificar atrocidades e ataques aos não fieis, mesmo que Maomé, lhes passasse
as instrução do arcanjo Gabriel para o tratamento de tolerância Religiosa com
cristãos e Judeus.
O anjo também instruiria o profeta depois destes incidentes a
alterar um habito comum a judeus e muçulmanos de orar para Jerusalém! Dali em
diante deveriam se voltar para Meca onde estava a Caaba santuário de Abraão.
Em Abril de 627, Abu Sufyan liderou uma grande
confederação de 10 000 homens. Maomé mostrou que escolhera bem quem estava ao
seu lado e um lado tático militar excepcional. Organizou a escavação de um
fosso em pontos estratégicos da cidade de Medina, base de táticas por sugestão de
um converso escriba persa chamado Salman e-Farsi, membro de seu grupo tático. Os
defensores de Medina reduziram os acesos d’agua, e se prepararam com os
armamentos de butins de guerra, oraram e se defenderam de cerca de 02 semanas.
Além disso agentes de Maomé foram enviados do junto do exército inimigo, e
assim, conseguiram provocar algumas deserções. Depois de uma noite marcada pelo
vento e chuva, o exército de Sufyan acabou por se desagregar, assim, exaustos e
sedentos os agressores se retiraram.
Os beduínos convencido da força e liderança do profeta por fim
abraçam sua causa. Sua nova força de adeptos forçaram Meca a uma trégua
lucrativa para a cidade, que viu retornar os peregrinos a Caaba, entre eles até
o próprio profeta, mas com um novo intuito, a adoração ao Deus único!
OS
TRAIDORES
Após a retirada de Abu Sufyan e suas forças, os muçulmanos
dirigiram a sua atenção para os grupos que tinham cometido traição ao acordo de
Medina. Os Munafiqun desmoronaram-se rapidamente, e seu líder Abdullah ibn
Ubayy prometeu aliança com Maomé. Os muçulmanos cercaram então os Banu Qurayza,
tribo Judaica de Medina, que segundo a tradição tinham conspirado contra o
profeta.
Eles tinham tido a oportunidade de escolher Maomé como árbitro, mas em
vez disso, os Banu Qurayza escolheram Saad ibn Muadh, o líder dos seus antigos
aliados da tribo Aws. Saad tinha sofrido uma ferida letal na batalha contra as
forças de Abu Sufyan e ordenou a execução das forças ativas da tribo,
consistindo de todos os seus homens adultos. Ele permitiu às mulheres
não-combatentes e às crianças viverem como escravos para o resto da vida, como
era tradição do tempo.
TRIUNFO
EM MECA
Maomé orando na Caaba, Gravura
Otomana do Sec. XVI
Em 627 Maomé havia
consolidado o poder em Medina, assim se torna o soberano e líder religioso da
cidade, poder consumado com o desaparecimento dos seus inimigos internos. Os beduínos, após um período de batalhas e negociações, tornaram-se
aliados de Maomé ao seu carisma (os quais após a sua morte, geraram conflitos
de separação, pois os beduínos afirmavam que deviam lealdade a ele e não a sua
causa) e a maioria dos povos do deserto aceita a sua religião. Depois do
contato mais frequente entre Meca e os muçulmanos, vários citadinos se
converteram-se gradualmente.
Por esta altura, as revelações do arcanjo Gabriel
a Maomé chegariam ao fim.Maomé colocou os cidadãos de Meca sobre pressão econômica,
após a derrota do cerco, com o intuito de os levar a adesão ao Islã. Em Março
de 628, ele partiu para a "peregrinação" a Meca, com 1600
seguidores o que fez com quem os líderes de Meca detivessem ao avanço destas
forças nos limites do território da cidade, na altura da região de Al-Hudaybiyah.
Alguns dias depois, os coraixitas fizeram um tratado com Maomé,
mas depois da negociação e do consentimento dos mais velhos membros da tribo, assim
lhe permitiram peregrinar à Kaaba, mas somente desarmado. As hostilidades
iriam ter um fim e os muçulmanos iriam conseguir a permissão para fazer a
peregrinação a Meca a partir do próximo ano. Como voto de garantia, acertaram o
casamento de Maomé com Habiba, filha de seu antigo Omíada Abu Sufyan, assim se
legitimou o tratado.
A paz durou pouco, já em Novembro de 629, aliados de Meca
atacaram um aliado de Maomé, o que levou este a romper o tratado de Al-Hudaybiyah.
Após planeamento sigiloso o profeta almejava resolver de vez todos os
conflitos.
Caaba Atualmente.
No ano de 630, Maomé já estava com um número bem considerável
de adeptos ao Islã bem como de aliados, e assim se sentiu seguro para tomar
conta da cidade de Meca! A frente de 10 mil homens entrou na cidade e a tribo
Coraixita acabou por se render, num conflito sem nenhuma gota de sangue
derramado! O seu sogro e outros membros Coraixitas aceitaram o Islã, alguns
cidadãos foram expulsos e a maioria mais por admiração do que imposição
abraçaria a fé também.O profeta entrou na Caaba (bem como outros santuários menores)
mandou purificar o prédio e destruir os ídolos do santuário, deixando apenas
dois, o que se referia a Jesus e sua Mãe Maria, além do lítico negro.
BATALHA
DE HUNAIN
Após a Hégira, como vimos, Maomé começou a estabelecer
alianças com tribos nómadas. À medida que a sua força e influência cresceu,
insistiu que as tribos potencialmente aliadas se tornassem muçulmanas. Quando ainda
estava em Meca, o profeta foi informado de que havia uma grande concentração de
tribos hostis e ele partiu para as defrontar. A batalha ocorreu na localidade
de Hunain, e os inimigos foram derrotados. Alguns viram agora Maomé como o
homem mais poderoso da Arábia e a maioria das tribos enviou delegações para
Medina, em busca de uma aliança.
Antes da sua morte, rebeliões ocorreram em uma
ou duas partes da Arábia mas o estado islâmico tinha força suficiente para
lidar com elas. As caravanas retornariam a Meca, apenas pagando a taxa do Zakat
bem como os beduínos o fariam posteriormente, assim unindo toda a península
arábica pela primeira vez pelo seu próprio povo. O profeta retornaria para sua
cidade do coração, Medina, em triunfo, onde legislaria até a sua morte.
A MORTE
DO PROFETA
Ascensão de Maomé ao céus.
Um ano antes da sua morte, Maomé dirigiu-se pela última vez
aos seus seguidores naquilo que ficou conhecido como o sermão final do profeta.
No ano de 632, poucos meses depois de retornar para Medina a partir da
Peregrinação nomeada de “A Despedida”, Muhammad ficou doente.
Gravura Otomana, retratando o
momento da morte de Maomé
Atingido por uma febre rápida, sentindo que sua hora se
aproximava, mandou chamar seu sogro, Abu Bark, pai de sua favorita Aisha, e o
designou para dirigir os serviços religiosos, e então em 8 de junho de 632
entregou sua alma a Alá, e assim chegaria enfim a saga do profeta! Na época de
sua morte, na maioria das Península Arábica tinha convertido ao islamismo, e
ele uniu as tribos da Arábia em um único sistema político religioso muçulmano.
Tumulo
de Maomé
A
SUCESSÃO
Maomé deixaria um legado, um plano moral e religioso, mas não
indicou sucessor específico nem herdeiro homem. A maioria da tradição (Sunita),
atribuiu este título a Abu Bakr e uma minoria(Xiita) do partido de Ali ibn Abu
Talib, sobrinho do profeta e casado com sua filha Fátima, reconheciam nele o
direito de sucessão, pois o profeta perdera todos os seus filhos menos Fatima
que ainda vivia, portanto, não deixou herdeiro homem. Os xiitas acreditam que o
profeta designou Ali como seu sucessor, num sermão público na sua última Hajj, num lugar chamado Ghadir
Khom, enquanto que os sunitas discordam.
Isto gerou um período
de perturbação que por força de Deus se organizou novamente no seu objetivo,
espalhar a palavra de Alá para os não crentes. Seu túmulo fora edificado em
Medina, sendo marcado por uma cúpula verde em madeira, sendo esta edificação construída
pelo turcos otomanos em épocas mais recentes. O Túmulo inicial de Maomé em si,
não pode ser visto por estar isolado por uma malha de ouro e cortinas pretas.
Segundo a tradição islâmica, o túmulo em si não é embelezado ou decorado
O ALCORÃO
Páginas do Alcorão
Logo após a morte do profeta, muitos de seus adeptos começaram
a juntar seus ditos inspirados, para uni-los no Alcorão (ou A Palavra). Muitos
iletrados como o próprio profeta memorizaram suas palavras, outros escreveram
em papiro, couro e folhas de palmeiras. Sua poesia e expressão por si só
angariaram muitos crentes e ainda o fazem até hoje em dia. Foi organizado por
temas fora de cronologia, cujo título se deu a palavra mais comentada pela
Sura, que ao todo são 114 com 6326 versículos, sendo aproximadamente do mesmo
tamanho que o novo testamento. É considerado a palavra exata de Deus, pois não
tem versão e seria uma cópia do Livro escrito por Deus no céu, portanto, sua
própria palavra.
Maomé transmitiu duras penas aos pagão e idólatras, como já
vimos. Mas já para cristão e Judeus era mais complacente, e poderiam manter
seus credos desde que não representassem cargos de domínio e pagassem uma taxa
branda, não impostas aos fiéis. Segundo o profeta Alá os considerava por terem
recebido também revelações, mas que deveriam se converter, no Corão diz” Não
disputeis com os adeptos do livro senão da mais pacifica maneira” “Nosso Deus e
o vosso são um e a Ele nos submeteremos”.
“Pela força da palavra de Deus transmitida pelo Corão, a única
guerra justa é a autodefesa”. Disse o profeta. Infelizmente muitos que já
sofreram e sofrem pelo vandalismo e exploração das potencias do ocidente, e
pelos seus líderes corruptos, veem esta palavra uma legitimação de ataques
covardes a inocentes! Este tipo de atitudes, em vez de trazer mais adeptos para
a causa dos países de maioria muçulmana os acaba afastando.
Muitos
são os significados alternativos de muitos termos árabes, são ambíguos ou cujo
significado os estudiosos tiveram que adivinhar por causa da antiguidade da
língua. O seu trabalho procura criar um entendimento entre não-muçulmanos e
muçulmanos que desejam saber como era o significado daquela palavra ou frase específica
no contexto da época.
Como
exemplo temos a autora, tradutora e psicóloga iraniana-americana Laleh Bakhtiar
tenta inserir no contexto atual á Sura An-Nisa "As Mulheres" (em árabe: سورة النساء) que é a quarta do
Alcorão.
Na sua tradução do Alcorão, ela traduz kāfirūn
(kafir) como "aqueles que são ingratos" em vez das traduções comuns
"incrédulos" ou "infiéis". Ela também traduz a palavra
árabe ḍaraba no capítulo 4, versículo 34, referente ao
tratamento de um marido em relação a uma esposa rebelde, como
"afastar-se", em vez da comum "bater" ou
"golpear".
As
palavras inglesas "God" (Deus) e "Mary" são usadas em vez
das árabes Alá e Maryam. O tradutor, ou o estudioso não pode transcrever literalmente
sem incorrer severamente em erros se não entender as praticas, costumes e até a
gíria da época.
A SUNA(SUNAN)
Suna
São os preceitos ditos pelo profeta, suas decisões, citações sobre o que ele aprovou estas originaram as Hadith ou Hadice(tradição), com ensinamentos sobre questões
terrenas e espirituais, dela temos as proibições como não representar de forma
exata a criação de Deus, como os animais e a forma humana totalmente vetada.
Fora agrupada durante aproximadamente 100 anos após a morte do profeta, e organizada em 06 grandes
tradições que prefazem um corpo de lei islâmica e diretivas divinas com milhares de hadiths um guia moral para muçulmanos de todo o mundo!
Para validar as leis recitadas pelo profeta Maomé, tem de se
entrar em consenso a Suna e o Alcorão! A
aplicação do Ijma consenso) é legitimado pelo próprio profeta que esse certa
vez “Na minha comunidade não tem erro”, portanto se entram em consenso entre si
e o texto sagrado, então será verdade.
Hadice
Numa
Hadice temos o seguinte comentário:
“Nos apresentamos a nós mesmos a
Ibn ‘Abbas no procissão do funeral de Maimuna, em um lugar chamado Sarif.
‘Abbas disse, “Esta é a esposa do profeta, então quando você levantar a esquife
dela, não a sacuda ou saco-lhe muito, mas caminhe com calma porque o Profeta teve nove esposas e se habitua a
observar os turnos da noite com nove delas, e para uma delas não houve turno da
noite.” (Sahih Bukhari, Volume 7, Livro 62, Número 5) um
exemplo de Hadices.
E no
Alcorão Sagrado Na SURA 33 “OS COLIGADOS” está determinado:
“Ó Profeta, tornamos legais para
ti as tuas esposas que dotaste e as escravas que Deus te outorgou e as filhas
de teus tios paternos e maternas que emigraram contigo e qualquer outra mulher
crente que se oferecer ao profeta e que ele quiser desposar: privilégio teu,
com exclusão dos demais crentes - sabemos o que lhe impusemos com relação ás
suas esposas e escravas- para que ninguém possa censurar-te. Deus é perdoador e
misericordioso.” SURA 33-50
“Podes adiar a companhia de quem
quiseres entre elas e chamar a ti quem quiseres. E se procurares essas que
havia desprezado, não serás censurado. É mais provável que elas estejam assim
satisfeitas e não mais se aflijam e que todas estejam felizes com o que lhes
concederes. Deus sabe o que há em vossos corações. Deus é conhecedor e
clemente.” SURA 33-51
“Além dessas mulheres não serão
licitas para ti nem te será permitido trocar tuas esposas por outras, mesmo que
sua beleza te agrade, com exceção das escravas que possuis. Deus observa tudo.”
SURA 33-52
As Hadices são comparados ao ensinamento do Corão, e assim nos
mostram (e posteriormente legitimam o ato por causa das viúvas e alianças) que
Maomé teve mais do que 04 esposas, assunto muito comentado e criticado pela
cultura ocidental que, se esquecendo da própria história escrita em seus Livros
Sagrados e nos assuntos laicos temos exemplo de vários outros líderes e
profetas que por diversos motivos desposaram várias esposas e concubinas.
Alguns também como o profeta o fizeram para alianças políticas que muito
favoreceram a união de tribos rivais da época.
NOTA
O
monoteísmo Atual
Em geral, todas as religiões Abraãnicas(com origem na linhagem
de Abraão) tem como pedra fundamental, paz, harmonia. Mas o sincretismo de
valores locais, culturas, leis tribais e tradições de povos étnicos e nações
terminaram por contaminar o Islã e molda-lo conforme suas crenças. Atos
deploráveis como a proibição da instrução feminina e castração, casamentos
consumados na tenra infância, agressões e morte de inocentes ferem os
princípios que criaram a cultura muçulmana. É muito comum associar extremismo a
os crentes professos do islã!
Quase todas as crenças
tem seus fanáticos, como já vimos pelas, cruzadas, inquisição, e as atuais
intolerâncias religiosas como na Irlanda entre cristãos protestantes e
católicos e fanáticos pentecostais norte Americanos com suicídios coletivos e
queima de objetos de outras crenças, isso entre outros. Nos mostrando que isso
que extremismo no dicionário e atrocidades não é sinônimo de Islã.
Muito é exaltado nos países islâmicos, a situação da mulher.
Rotular a condição da milher no mundo muçulmano de hoje como “Islâmico” está
longe da verdade quanto rotular a posição da mulher hoje, no ocidente, como
Judaico-Cristã.
Países como Índia e Brasil com credos dominantes diferentes,
tem números de estrupo, agressões a mulheres abuso infantil e índice de
violência e desrespeitos aos direitos humanos bem maiores que em países pobres
de maioria muçulmana. Falam das guerras e violência no oriente médio, onde um
povo está sendo exterminado por outro, e cidades do Brasil e México tem mais
homicídios que cidades como Bagdá!
Não que
um ato legitime outro, pelo contrário, devemos sim parar de ver o problema no
outro e a partir daí tentar resolver qualquer situação que degrada e fere a
vida humana em conjunto para benefício mutuo.
BIBLIOGRAFIA
Times Life Livros, A Marcha do Islã 600-800. Editora Cidade
Cultural.1989.
Superinteressante, Maomé a Face oculta do profeta. Editora
Abril. 2015.
Superinteressante, O Alcorão, Editora Abril.2001.
Superinteressante, Islã. Editora Abril. 1997.
Aventura da História, O Islã. Editora Abril. 2007.
I.A. Ibrahim, Um Breve Guia Ilustrado Para Compreender o Islã.
Darussalam Londres.2005.
Mansour Challita - O Alcorão: tradução do Livro Sagrado para o
Português. Distribuidora Record. 1998.
Sheryf Abdel Azim, A mulher no Islam. Mito e Realidade.1995.
Assayed Charif Sayed Al-Amily, Jesus Cristo Segundo o Alcorão
Sagrado.2007.
Conveying Islamic Message Society, Muhammad, O Mensageiro de
Deus.2007.
Este estudo feito por mim sobre Muhammad e seu legado para o mundo, se deve ainda nos primeiros anos de faculdade na cadeira de história Afro Asiática, fiquei encantado, e ao estudar o Alcorão para um trabalho sobre o mesmo com um amigo Muçulmano, muito mais descobri deste povo maravilhoso que tanto já possuía admiração e respeito! Por ter uma concepção mais científica das religiões pude me aprofundar mais sem o preconceito que tanto a mídia na atualidade trata ao Islã e seus seguidores.
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