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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

TOMO XLVIII-2 OBJETOS TRANSNETUNIANOS - DISCO DISPERSO



Objetos entre o Disco disperso e a Nuvem de Oort interna




A nuvem de Oort interna é a parte entre o disco disperso e a nuvem de cometas propriamente dita. Nela estima-se que deva existir cerca de 900 corpos maiores do que o planeta anão Sedna. Devemos lembrar que a Nuvem de Oort em sí é uma camada de gelo ao redor do Sistema Solar que se inicia talvez a 5.000 UA do Sol, e contém trilhões de cometas, diferentemente da Nuvem de Oort interior.



A população total de objetos na Nuvem de Oort interior, de fato, pode exceder a população do Cinturão de Kuiper e do principal cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter, disseram os pesquisadores.

Alguns objetos da Nuvem de Oort interna podem ter tamanhos equivalentes ao da Terra, ou ao de Marte. Isso ocorre porque muitos dos objetos da Nuvem de Oort interior estão tão distantes que mesmo aqueles grandes seriam muito difíceis de serem detectados com a tecnologia atual.



Sedna e 2012 VP113 comparados com a Lua


Objetos situados entre o final do cinturão de Kuiper e a nuvem de oort interna no chamado “disco disperso” acreditava-se serem impossíveis de possuir dimensões significativas pela escassez de matéria nesta região, mas pelo visto são apenas a ponta do Iceberg.

O que auxiliou esta crença fora o fator de que Planetoides distantes como Sedna e 2012 VP113 são incrivelmente difíceis de serem detectados, e os astrônomos só tem uma chance de observá-los quando os corpos estão próximos de sua maior aproximação com o Sol.



SEDNA



Sedna é um objeto transnetuniano que se encontra após o cinturão de Kuiper, foi descoberto em 2003, e está situado cerca de três vezes mais longe do Sol que Netuno. Sua órbita é extremamente excêntrica, com cerca de 144 bilhões de km (ou 960 UA) e um período orbital de cerca de 11 400 anos. 

O ano de Sedna o torna um dos objetos mais distantes conhecidos no Sistema Solar, além de cometas de longo período é claro. Sedna é quase certamente um planeta anão. O problemas é que mesmo com aproximadamente 1 000 km de diâmetro, sua distância do Sol dificulta a determinação de sua forma, então não se sabe se este se encontra em equilíbrio hidrostático, ou se assemelha mais a um objeto vestóide.



Superfície de Sedna




Concepção Sol visto de Sedna



Sedna ao que parece é composto principalmente de uma mistura de gelo de água, metano e nitrogênio com tolinas. Sua superfície é uma das mais vermelhas no Sistema Solar, semelhantemente a de Tritão. Há análise espectral de Sedna, tendendo para o vermelho, indica altas concentrações de material orgânico superficial.


Á analize dos elementos quimicos como o metano em suas fracas bandas de absorção indicam que este é antigo, e não recém-depositado. Pela distãncia estas observações significam que em Sedna deve ser muito frio para o metano evaporar de sua superfície e então cair de novo como neve, como acontece em Tritão e Plutão.
Órbita e rotação


A órbita de Sedna (em vermelho) comparada com as órbitas de Júpiter (laranja), Saturno (amarelo), Urano (verde), Netuno (azul), e Plutão (roxo). Sua orbita em muito se assemelha ao de cometas de longo curso como o Halley.











Sedna visto da Terra.



2012 VP113


O objeto 2012 VP113.



Registrado como 2012 VP113, o objeto com diâmetro estimado em 697km o segundo encontrado na parte interna da Nuvem de Oort.


A órbita do 2012 VP113, que tem um periélio de cerca de 80 UA, fazendo dele o objeto mais distante conhecido e nova “fronteira” do Sistema Solar, e afélio de mais de 452 UA. O ano sideral de 2012 VP113 é de 4178 anos.


Orbita do objeto 2012 VP113.


Mais do que isso, no entanto, o ângulo entre o periélio e o ponto onde o 2012 VP113 e o Sedna cruzam o plano do Sistema Solar é similar e próximo também do verificado nos objetos mais distantes do Cinturão de Kuiper.


Scott Sheppard e Chadwick Trujillo, astrônomos do Instituto Carnegie para Ciência e do Observatório Gemini foram os responsáveis pela descoberta do novo planeta-anão.







As imagens foram coloridas artificialmente em vermelho, verde e azul, o que faz com que o 2012 VP113 apareça como três pontos coloridos distintos, enquanto as estrelas e galáxias ao fundo, que não se mexeram, são brancas devido à combinação das três cores - Scott Sheppard/Carnegie Institution for Science




O 2012 VP113, junta-se ao planeta anão Sedna como um residente confirmado de uma região longínqua e inexplorada que os cientistas chamam de "Nuvem de Oort interior". Além disso, 2012 VP113 e Sedna podem ter tido suas órbitas alongadas por um grande planeta ainda não localizado, mas previsto matematicamente, o Planeta Nove.




Sedna e 2013 VP113 são apenas a ponta do iceberg pois existem em uma parte do Sistema Solar que os astrônomos acreditavam ser quase desprovida de matéria. Isto demonstra o quão pouco realmente sabemos sobre o nosso Sistema Solar e o leque de descobertas que ainda nos aguardam nas próximas décadas.




TOMO LI- OBJETOS INTERPLANETÁRIOS - VISITANTES DE OUTROS SISTEMAS


O Oumuamua foi descoberto em 19 de outubro de 2017. Seu nome, em havaiano, significa mensageiro de muito longe que chega primeiro.

O objeto interplanetário Oumuamua é um objeto interestelar que passou pelo Sistema Solar vindo de outro sistema estelar. Foi descoberto em uma trajetória altamente hiperbólica por Robert Weryk em 19 de outubro de 2017 com observações feitas pelo telescópio Pan-STARRS. Inicialmente classificado como um cometa, foi reclassificado como um asteroide uma semana depois. É o primeiro objeto descoberto de uma nova classe chamada asteroides hiperbólicos.


Passagem de Oumuamua pelo sistema Solar.

 A alta excentricidade do Oumuamua indica que ele nunca esteve gravitacionalmente ligado ao Sistema Solar semdo portanto  um objeto interestelar comprovado pela  sua alta velocidade de entrada. O objeto possui uma inclinação de 123° em relação à eclíptica e uma velocidade orbital de 26,33 km/s em relação ao Sol quando no espaço interestelar, que atingiu o pico a 87,71 km/s no periélio.

Oumuamua realizava uma rotação completa a cada 7.3 horas e a redução drástica em seu brilho durante esta rotação que sugeriu ele ser um objeto alongado. Ele expeliu gases ao se aproximar do sol o que alterou sua orbita de forma sutil como se fosse um propulsor a jato, o fato que indicaria ser sua composição semelhante a de um cometa.

Especulasse que tenha sido formado em um sistema estelar jovem e expulso por forças gravitacionais de diversas causas como interação com outra estrela ou um gigante gasoso.

Inicialmente o objeto de cor avermelhada foi chamado C/2017 U1 porque foi assumido como um cometa, mas foi renomeado para asteroide com o nome de A/2017 U1 depois que nenhuma atividade típica de um cometa fora encontrada. Depois que sua natureza interestelar foi confirmada, foi renomeado para 1I/'Oumuamua. O numero"1" se deve por ser o primeiro objeto  desse tipo a ser descoberto;  a letra "I" para interestelar e "'Oumuamua'" é uma palavra havaiana que significa "um mensageiro de longe que chega primeiro".


A nave Interestelar Rama da obra de Ficção científica de Sir Artur Clark Enigma de Rama.

Ao entrar no imaginativo dos pesquisadores não tem quem não comparou o objeto em uma escala menor com a nave interestelar Rama da série de romances do escritor de ficção cientifica Sri Artur Clark que relata uma nave sonda de imensas proporções que vem ao sistema solar fazer contato com vida inteligente a ponto de viajar pelo espaço.

Ilustração de como seria o interior da hipotética nave sonda Rama.

Bem menor em proporções, o objeto Oumuamua possui cerca de 400 metros de comprimento e 40 metros de largura. Por causa da velocidade que se deslocava, esta mais rápida que o esperado, astrônomos da Universidade de Harvard cogitaram a possibilidade de o objeto ser artificial, tendo origem alienígena e sendo usado para investigar a Terra. Todavia, a maioria dos cientistas da área rechaça essa hipótese. Mesmo não tendo imagem detalhadas do objeto estimou-se que era de origem natural.

Novo Visitante

Novo objeto interestelar é descoberto semelhante a Oumuamua mostra sua cauda de cometa ao se aproximar do Sol. Imagens vermelhas e azuis são a imagem distorcida das estrelas pelo movimento do novo cometa.(foto : Gemini Observatory/NFS/AURA/BBC.)

O novo objeto foi descoberto em 30 de agosto de 2019 no observatório MARGO, Nauchnyy , na Crimeia, pelo astrônomo amador Gennadiy Borisov usando seu telescópio personalizado de 0,65 metros. Veio da direção de Cassiopeia, perto da fronteira com Perseu  e muito perto do plano galáctico . Chegará ao periélio (abordagem mais próxima do Sol) por volta de 7 de dezembro de 2019.
A descoberta do C / 2019 Q4 (Borisov) foi comparada à descoberta de Plutão por Clyde Tombaug pois ambos eram astrônomos amadores que estavam construindo seus próprios telescópios, embora ele descobriu Plutão usando Observatório Lowell 's Astrograph .


Mais um objeto interestelar visitou o sistema Solar.(Orbita em verde Claro de cima para baixo)

Quanto menor o ponto de periélio, menor será a excentricidade. Objetos interestelares podem ter excentricidades muito altas,  porque nunca foram ligados ao Sol e uma pequena alteração na velocidade resultará em uma grande alteração na excentricidade. A velocidade excessiva hiperbólica o novo cometa é de cerca de33 km / s sendo esta indicadora importante de que é de origem interestelar  No espaço interestelar, o  cometa C / 2019 Q4 leva aproximadamente 9000 anos para viajar um ano-luz ao se afastar do sol.

Em 13 de setembro de 2019, o Telescópio das Canarias obteve um espectro visível preliminar (de baixa resolução) do C / 2019 Q4 (Borisov) que revelou que esse objeto tem uma composição de superfície não muito diferente da encontrada nos cometas típicos da Nuvem de Oort .