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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

TOMO XXXIII - 4 PLANETAS INTERNOS - MARTE part2

GEOLOGIA DE MARTE


Cores falsas indicam as altitudes do planeta, em escala para o vermelho as mais elevadas, e para o violeta as mais baixas.



Vista de Planum Boreum, na calota marciana do polo norte. As áreas brancas são regiões com maior espessura de gelo. Créditos: NASA/ASI/JPL/FREAQS/PSI/SI

Superfície de Marte

A composição da superfície é fundamentalmente de basalto vulcânico com um alto conteúdo em óxidos de ferro, muito hidratado que lhe dão o vermelho característico da superfície. Assim como na crosta da Terra e da Lua predominam os silicatos e os aluminatos, no solo de Marte são preponderantes os ferrossilícios. Os seus três principais constituintes são, por ordem de abundância, o oxigênio, o silício e o ferro.

Marte à primeira vista parece seco e estéril, mas sob a superfície logo abaixo a grandes depósitos de gelo e água que ao que parece estão em movimento sob a forma de lama, talvez pelo planeta não ser geologicamente morto e ainda possuir energia geotermal.


O solo Marciano



Marte possui uma topografia diversificada, com planícies do norte, que foram alisadas por torrentes de lava, contrastam com o terreno montanhoso do sul, sulcado por antigas crateras com aproximadamente 3, 800 milhões de anos.


O Sul de Marte é velho, alto, e escarpado com crateras semelhantes à da Lua, contrasta bastante com o Norte que é jovem, baixo e plano. Imagem Opportunity's NASA.






Imagens das sondas robóticas VIKINGs na superfície de Marte


Região montanhosa marciana
Imagem da sonda Robótica Spirit's



Dunas em marte


Os Ventos fortes não são frequentes no planeta vermelho, mas não só os ventos por lá movimentam á areia. Ela também se movimenta por causa da gravidade fraca. Enquanto na Terra as dunas mudam sua posição de um ano para o outro, nos desertos de Marte o mesmo processo pode demorar milhares de anos.



As dunas mudam de formato conforme as estações do ano, segundo imagens de alta resolução divulgadas pela NASA. Os pesquisadores dizem que as ondulações e cristas observadas são formadas pelo vento, e elas devem sua aparência única a algumas peculiaridades da atmosfera de Marte.


Entre estas peculiaridades temos á já comentada ação de gravidade, a baixa densidade atmosférica, as tempestades frequentes, a ação dos raios cósmicos mais incidentes sobre a superfície entre outras ainda sendo estudadas.



Recente selfie de Curiosity em Bagnold Dunes,

A sonda Curiosity realizou mais um feito inédito na história... tornou-se a primeira ferramenta humana a explorar uma duna de areia em outro planeta, que nesse caso Marte. O veículo registrou várias imagens e amostras do solo de uma seção das Dunas

Regiões Montanhosas
Montes Ceraun

Marte possui uma distribuição montanhosa diferente da que observamos na Terra. O Hemisfério sul e montanhoso e bem mais elevado que o norte. Possuindo diversos planaltos e vulcões extintos. O centro e o norte de Marte apesar de se situar entre vales e planícies possui maior quantidade e os maiores vulcões, além do gigante do sistema solar; é sortido de planícies. Algumas planícies são tão baixas em comparação ao resto do planeta que sugerem ter sido mares num passado não tão remoto.

Como em Plutão, marte tem uma região em forma de coração.

Através das fotografias tiradas das sondas em órbita, nelas veem-se muitas crateras, mas não estão uniformemente repartidas pelo planeta Em Marte a algumas áreas há um grande número de crateras colossais (maiores que 300 km em diâmetro), basicamente no hemisfério sul; rico em zonas montanhosas e mais elevado que o hemisfério Norte. Mas em geral as áreas de impacto menores estão situadas a pequenas localidades, em pontos concentrados mas estes agrupamentos se encontram espaçados entre si de forma heterogenia.

As áreas na mesma região boreal de marte, são as que menos possuem impacto de meteoritos. Algumas áreas possuem algumas pequenas crateras e toda a região norte possui poucos agrupamentos de impacto.

Círculo de Fogo
Região dos Tharsis e Monte Olimpos em pleno vulcanismo

Os vulcões marcianos são pouco numerosos, mas são testemunhas do passado violento e vulcânico principalmente na zona central marciana.

Largamente maiores que a maior montanha de origem vulcânica na Terra, o Kilimanjaro (5895 m) na África. As áreas vulcânicas ocupam cerca de 10% da superfície do planeta sendo que algumas crateras mostram sinais de erupção recente a nível geológico, e têm lava petrificada nos cantos.

Cone vulcânico do Monte Tyrhena

As imagens da sonda Mars Express mostraram também o que parecem ser cones vulcânicos na região do polo Norte sem nenhuma cratera à volta, o que sugere que tiveram erupção muito recente, o que levou alguns cientistas a acreditar que o planeta poderá ainda ser geologicamente ativo.

Poderão existir entre 50 a 100 destes cones com 300 a 600 metros de altura cobrindo uma região do polo norte com um milhão de quilômetros quadrados; parte da região de Tharsis também tem características semelhantes. Estes aspectos na superfície podem ter sido o resultado de antigas elevações que tenham sofrido erosão pelo vento, mas julga-se que isto é pouco provável devido à inexistência de crateras e aos aspectos originados pelo vento naquela região.


Do espaço pode-se ver Monte Olimpo, um ponto algo branco a oeste e isolado, seguindo para sudeste os três Montes vulcânicos de Tharsis, ao que tudo indica extintos, e Vales Marineris a este destes e a cratera Hellas no hemisfério sul.

Monte Olimpo



O Monte Olimpo está localizado em sua região equatorial, mais especificamente no planalto de Tharsis. Cálculos estimam que ele erga-se a 21,9 km acima do nível médio da superfície marciana, sendo três vezes mais alto que o Monte Everest, a segunda mais alta montanha do Sistema Solar, atrás apenas da cratera Rheasilvia no Asteroide Vesta, que estima-se possuir 22 km de altura a partir de sua base.



Seria ele o segundo maior vulcão em extensão do Sistema Solar (sua base estende-se 625 km de diâmetro, e perde apenas para o Tamu Massif, que está escondido nas águas ao noroeste do oceano Pacífico, próximo ao Japão, e que tem 650 km de diâmetro).
O monte Olimpo tem uma caldeira tem dimensões de 85 km por 60 km, é possível observar nela a formações de vários círculos menores, evidências de antigas atividades vulcânicas. Tem um declive suave, o que faz sua base ser vinte vezes maior que a altura. O Monte Olimpos em Marte possui 24000 metros de altura, é o maior vulcão do sistema solar passando da atmosfera do planeta que tem apenas 11km.



Não se sabe ao certo a origem desse vulcão talvez tenha se formado ainda no início da formação do planeta, quando as atividades tectônicas eram mais intensas. Mas alguns astrônomos acreditam que a sua formação está relacionada à Bacia de Hellas, que acabara causando a fusão de rochas, dando origem não só ao monte Olimpo, como também aos Tharsis Montes e aos Valles Marineris.


Segundo uma pesquisa, publicada em 2017 no periódico Science Advances, que fez uma análise de um meteorito de 2,4 bilhões de anos de idade que caiu na Argélia em 2012, e que foi nomeado de Northwest Africa 7635, este vulcão teria permanecido dois bilhões de anos em erupção ininterrupta.



Dados do colosso


Região vulcânica de Tharsis.



Patera Alba

Pátera Alba é um vulcão único em Marte e no sistema solar.


Pátera Alba localiza-se a norte de Tharsis, numa região de falhas que surge em Tharsis e se estende para norte. Pátera Alba é enorme, com mais de 1600 km de diâmetro, tem uma caldeira central, mas em compensação as enormes dimensões uma altura de apenas 03 km, no seu ponto mais alto. Possui canais nos flancos, e a maioria deles têm 100 km de comprimento, alguns chegam a ter 300 km, sugerindo que a lava fluiu por longos períodos de tempo.

OS CANAIS MARCIANOS

Diferentemente dos canais observados no seculo XIX, os canais e quenions marcianos são reais, e nem de longe artificiais, são imensos e geologicamente representam vestígios de um mundo coberto por mares a bilhões de anos atras.

Vales Marineres


Marte possui um atual sistema de Cânions chamado vale Mariners que possui a largura dos Estados Unidos, cortando o planeta de Leste a oeste.

O que atualmente e um vale imenso a olhos vistos percorrendo a região equatorial marciana á 03 bilhões de anos era um imenso mar, ponto de encontro de centenas de rios e afluentes que lembrariam a rede hídrica da atual bacia Amazônica.

Mas tudo mudou, com a perda dos oceanos o mar virou um lago, depois um rio e por último o Cânion que vemos atualmente. Marcas são evidentes de leitos fossilizados, registro de um mundo rico em recursos hídricos agora escassos e congelados.

Deslizamento de terra no vale Marineres

O Marineres, o vale Ma'adim (Ma'adim significa Marte em Hebreu) é um grande desfiladeiro com aproximadamente de 700 km de comprimento, e como ele, maior que o Grand Canyon nos Estados Unidos. Possui 20 km de largura e 2 km de profundidade em alguns locais.

Origens do Vale Marineres


Durante a formação geológica planetária, ao solidificar a crosta, Marte passou hipoteticamente por um período de intenso vulcanismo e movimento tectônico. A região se elevou pela ação das plumas magmáticas de forma intensa, ao redor do futuro vale, que terminou por fender a crosta marciana. A ação orogênica acabaria colapsando a região oposta formando assim os vales Marineres.




Os vales Mariners possuem 4000 km de comprimento e 07 km de profundidade, com uma extensão equivalente à extensão da Europa, se estende-se por um quinto da superfície do planeta Marte.

POLOS MARCIANOS

Fazes de contração e retração do polo norte marciano durante e as estações do planeta.

Os polos estão cobertos por calotas polares formadas por dióxido de carbono congelado e gelo de água. Estas calotas tornam-se menores na Primavera e chegam a desaparecer durante o Verão, devido ao aumento da temperatura.

As calotas polares mostram uma estrutura estratificada com capas alternantes de gelo e diferentes quantidades de poeira escura. Não se tem a certeza sobre o que causa a estratificação, mas pode ser devido a mudanças climáticas relacionadas com variações a longo prazo da inclinação do equador marciano em relação ao plano da órbita.


Os polos marcianos avançando e se contraindo nas estações.

As diferentes estações do ano nas calotas produzem mudanças alterações na pressão atmosférica global que se calcula em cerca de 25% sobre o total. O vapor de água move-se de um polo para o outro com a mudança climática entre o Verão e o Inverno, ajudando não só na criação de calotas semelhantes à da Terra, mas também nuvens de cirros, compostas por gelo de água e que foram fotografados pelo Rover Opportunity em 2004.
Quando chega o inverno e com a chegada de temperaturas inferiores a -120 °C, o depósito de gelo é coberto por um manto de neve carbônica que se produz com a congelação da atmosfera de dióxido de carbono.

Polo Norte marciano


Tempestade polar marciana

A Mars Global Surveyor determinou em 1998 que a massa total de gelo da calota polar norte equivale à metade do gelo que existe na Groenlândia. O gelo do polo Norte assenta-se sobre uma grande depressão de terreno, estando coberto por gelo seco.


Este é a figura originada por uma série de imagens obtidas pela sonda espacial da NASA Mars imagem Superinteressante.

A calota gelada parece elevar-se abruptamente desde o terreno adjacente, emparedado e acabando por ser uma grande meseta de gelo. Nos cantos da calota, O gelo seco apresenta bandas claras e escuras que podem indicar processos de sedimentação tipo morenas glaciais.


Dunas polares marcianas

Formação de gelo

Gelo marciano

Demorou muitos anos para se encontrar evidencia de gelo de água em Marte, e os polos foram a primeira opção logica que acabou se concretizando na detecção deste na década de 90. Geralmente aparece coberto pelo gelo seco ou misturado ao lodo nas línguas de morenas durante o verão e pelo barro congelado no inverno.

Espectrograma em cores falsas onde o azul representa hidrogênio que possivelmente está combinado com oxigênio na forma de gelo de água.

Polo Sul Marciano

Polo sul de marte

No Verão austral, o dióxido de carbono congelado evapora por completo, deixando uma capa residual de gelo de água. Em cem anos de observação, a calota polar austral já desapareceu duas vezes por completo, enquanto a do Norte nunca desapareceu por completo.



Mesmo que o clima do hemisfério Sul seja mais rigoroso, a Primavera e o Verão do hemisfério Sul ocorrem quando o planeta está no periélio, assim as temperaturas máximas acontecem no hemisfério sul, o que leva a que a calota sofra bastante. O Inverno no sul é também mais frio, devido ao planeta encontrar-se no afélio.

Florestas de canais de degelo do polo sul marciano.


Eras Glaciais
Tal qual a Terra, Marte sofre variações na sua órbita e na inclinação do eixo planetário a cada centena de milhares de anos. 

Na Terra, as variações orbitais foram aparentemente as responsáveis pelas grandes glaciações pelas quais o planeta passou. A teoria indicava que algo semelhante tinha acontecido com Marte. Mas faltavam provas dessas glaciações marcianas. Nos polos do planeta, foram encontrados sinais claros de que, há 370 mil anos, Marte vivia sua própria era do gelo. Os resultados dessas observações foram publicados na revista Science

As glaciações na Terra acontecem quando a inclinação do planeta muda, reduzindo a quantidade de radiação solar recebida pelo Polo Norte por milhares de ano. Com isso, o gelo nessa região se expande e se espraia em direção ao equador, fazendo as temperaturas globais cair.

Em Marte, o processo é ligeiramente diferente. A começar pela inclinação do planeta – enquanto a inclinação do eixo da Terra varia em torno de 2°, a inclinação do eixo marciano pode variar em até 60°. bem mais drástico. Além disso, uma era do gelo marciana começa quando os polos se aquecem. Com isso, as temperaturas caem nas latitudes mais baixas, próximas ao equador do planeta, formando grandes geleiras nessas regiões. Quando a inclinação do planeta torna a mudar, e os polos se resfriam, o gelo volta a se acumular nessas áreas extremas.