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terça-feira, 5 de novembro de 2019

TOMO LII - O PRIMEIRO ÉON DA TERRA-PARTE 1

Éon Hadeano


Esta fase da história da terra se iniciou há 4,54 bilhões de anos, quando se concluiu á formação dos planetas do nosso sistema solar. O processo completo terminou há 3,85 bilhões de anos, quando aparecem as primeiras rochas solidas, oriundas do resfriamento planetário.
O núcleo da terra deixava de ser homogêneo, a migração de materiais mais densos para o centro do planeta acabaria por formar o núcleo interno sólido, e o liquido externo.
Com um núcleo girando em uma massa sem fluídica magmática, o dínamo natural criado pelo atrito originaria o campo magnético terrestre. Este  escudo protetor permitiria que a vida como a conhecêssemos pudesse existir nos oceanos terrestres agora protegidos da radiação solar.
A União Internacional das Ciências Geológicas não reconhece esse éon geológico, englobando o intervalo de tempo a que ele se refere no Arqueano. Mas, a divisão 
Hadeano /Arqueano é amplamente aceita por vários autores.



INFÂNCIA DA TERRA


 No inicio nosso planeta girava sobre seu eixo muito rápido, com um dia completo que durava cerca de seis horas. Hoje, bem mais lenta a rotação, devido a frenagem lunar, o planeta gira ao redor de seu eixo em cerca de 23 horas e 56 minutos, o que significa uma velocidade de rotação de 1700 km por hora.

 Além da sua rotação a terra gira ao redor de sua estrela uma orbita elíptica que tem uma distância media de 149 milhões de Km do Sol. A velocidade desta orbita esta na ordem de 107 mil km por hora levando para realizar uma volta completa em 365 dias e seis horas.

O mais impressionante mesmo é que a Terra,, os planetas vizinhos bem como o Sol, estão girando também, só que ao redor do núcleo galáctico à uma velocidade espantosa, algo em torno de 100 milhões de km por hora. Apesar de toda essa velocidade não temos a mínima noção que estamos nos movendo a não ser pela rotação da terra e pela mudança das estrelas com as estações.

Este obre que nada mais é que um grão de areia no litoral do universo, a mais de 04 bilhões de anos atrás começaria a se consolidar de um amontoado de poeira interestelar oriundo da nebulosa que gerou o Sol.


Um Mundo Vulcânico por 200 Milhões de anos.

Superfície fluída


 A terra na sua infância não parecia em nada com a que conhecemos. Fora açoitada por ventos solares da sua estrela constantemente, e apesar de ser trinta por cento mais fria do que hoje, ainda seria uma força muito considerável a atuar sobre a superfície do planeta. 

Fora a ação da estrela mãe, á Terra também era bombardeada por cometas, asteroides e outras sobras da formação do sistema solar que partiam do cinturão de Kuiper, que ma atualidade circunda o sistema solar externamente na orbita além de Netuno.

Bombardeios constantes de cometas e asteroides




Éon Arqueano


Um dia arqueano...
Amanhece... um sol radiante num céu composto por nuvens pesadas e pouco esparsas. Uma luz difusa faz as rochas das raras massas de terra, que se sobressaem do mar, terem diversas sombras sendo que, ao horizonte, põe-se uma enorme Lua, mesmo sugerindo a fase crescente,  gigantesca e cobrindo boa parte do céu matinal.

Tempestades são frequentes, e momentos de calmaria como este onde se vislumbra um céu alaranjado, saturado de umidade e irrespirável (ao menos para nós atualmente) são raros.
  
Colunas de fumaça saem do oceano indicando intensa atividade vulcânica, e a temperatura é escaldante. No fundo dos mares estava se formando pequenas gotículas de material orgânico com uma nova e surpreendente capacidade, a de se perpetuar.

A calmaria logo sessaria e teríamos novamente chuva, esta lavraria a pouca terra exposta e assorearia a foz efêmera de rios caudalosos e curtos em percurso, levando nova vaga de detritos ao mar onde anteriormente foram formados.

As massas de terra são efêmeras, brotam dos oceanos e para eles retornam rapidamente, pela ação da erosão, ao menos em termos geológicos.


O mar que agitando os detritos acabavam por deixar parcialmente opacos as águas litorâneas primordiais. Aos poucos nestas águas estes materiais se acumulariam tornando os mares rasos  e uma constante pelo globo.

 Tudo isto ocorrera rapidamente, não pela velocidade dos fenômenos, mas sim pelos dias ainda muito curtos. Nossa atmosfera era exposta constantemente a novas chuvas de meteoritos e cometas, comuns percorrerem as noites joviais do nosso planeta. Estes aerólitos, ricos em material orgânico estelar, serviriam para incrementar e por que não, alimentar as novas formas de vida que estavam surgindo nas chaminés submarinas..

Por fim, após apenas 06 horas o ocaso do astro rei em seu brilho um terço menos intenso de um verde amarelado se esvanece pela noite que se aproxima. Um enorme Luar toma conta do céu obscurecido por nuvens de tempestades que se aproximam trazendo nova onda das frequentes tempestades que acoitam o oceano global primitivo.
O Autor


   Se você pudesse viajar no tempo para visitar a Terra durante o arqueano, você provavelmente veria a cena citada acima e pouco ou nada reconheceria nosso planeta.

 O Arqueano propriamente dito começou há 3,85 bilhões de anos, com a formação das primeiras rochas e consequentemente da crosta terrestre, e terminou há 2,5 bilhões de anos. O interior da Terra era, no início desta fase de sua história, muito quente, com um fluxo de calor três vezes maior que hoje e muito deste escapava para a superfície.
Neste éon inicia-se a historia terrestre propriamente dita, de sua consolidação ate a explosão da vida unicelular.
Fora uma era muito conturbada, com chuvas de meteoritos e cometas, vulcanismo intenso alterações radicais atmosféricas e o surgimento das primeiras massas continentais, enfim uma metamorfose ocorreria desde seu inicio ate seu epilogo, como veremos a seguir.

 Na superfície terrestre, as temperaturas não eram muito diferentes das atuais, porque, acreditam os astrônomos, o Sol apesar de ser mais brilhante era um terço menos quente que a atualidade. A jovem estrela também estava se contraindo ainda e gradativamente iria se assemelhar ao nosso atual astro rei.
Das rochas formadas nesse éon, poucas existem hoje, devido às grandes transformações que a crosta terrestre sofreu desde então. São rochas principalmente ígneas intrusivas e metamórficas oriundas das primeiras massas de terra emersas do planeta.
A atividade vulcânica era consideravelmente maior que hoje. Não houve grandes continentes até a fase final desse éon, apenas pequenas porções de terra que não conseguiam se unir em massas maiores dadas a intensa atividade geológica do planeta. A atmosfera era rica em dióxido de carbono (CO2) metano e amônia e praticamente sem oxigênio.
A vida no Arqueano já existia, mas era representada provavelmente pelos procariontes, organismos unicelulares primitivos, que não apresentavam seu material genético delimitado por uma membrana. Os eucariontes, animais em que o núcleo da célula está rodeado por essa membrana, não foram identificados em rochas desse período, mas podem ter existido e não terem ficado preservados. 

As chaminés submarinas eram favadas e possivelmente serviram de exoesqueleto para o material genético e orgânico dos primeiros seres vivos. Assim teria sido até eles desenvolverem suas próprias estruturas como os estromatólitos(Cianobactérias) ou membranas celulares como nas bactérias.



Nossos fósseis mais antigos datam de aproximadamente 3,5 bilhões de anos sendo constituídos de micro fósseis dos precursores dos unicelulares modernos, possíveis descendentes dos coacervados complexos dos quais evoluíram.

Exemplo clássico iniciado no arqueano tivemos os Estromatólitos que constituem colônias por todo o globo. onde foram encontradas como fósseis na África do Sul e na Austrália ocidental. Estas colonias foram abundantes em todo Arqueano, mas raras atualmente. Possivelmente grande parte da oxidação atmosférica da terra fora causada por estas colônias neste período.



"A vida começaria a evoluir e a modificar o planeta pouco a pouco."

O Éon Arqueano divide-se em quatro eras:
Divisão do Período Arqueano

- Eoarqueano (3,85-3,6 bilhões de anos), segunda fase em que a Terra fora muito bombardeada por meteoritos. Vestígios desta era são observados principalmente nas crateras lunares.
Paleoarqeano (3,6 a 3,2 bilhões de anos), quando surgiram os primeiros continentes. Lembrando que o continente do período era massa emersa de terras pouco maior que algumas ilhas de hoje em dia. Mais para o final desta era, embora ainda no plano teórico, teria se formado um supercontinente, chamado Vaalbara. Provavelmente já havia placas tectônicas se movendo, e sua movimentação era mais intensa que hoje. Bactérias de 3,46 bilhões de anos bem preservadas foram encontradas na Austrália.
Mesoarqueano (3,2 a 2,8 bilhões de anos). No final desta era, o supercontinente Vaalbara começou a se partir. Nos mares rasos e litorais os estromatólitos proliferavam pela Terra. As primeiras massas graníticas começaram a se formar pelo circulo metamórfico do tectonismo das placas continentais. Como eram mais leves que os enclaves basálticos, literalmente começaram a navegar sobre a crosta, ficando quase imunes a convecção magmática e o retorno ao manto liquido da terra, devido a isso começaram a aumentar em numero. Seu único inimigo era um inimigo implacável, o mesmo que havia corroído as massas emersas basálticas e originado os sedimentos que originariam as massa graníticas. Mas o metamorfismo lhe dera uma leveza proporcional a sua dureza, tanto que temos exemplares rochosos destas massas continentais primitivas ainda hoje, os Crátons.
Neoarqueano (2,8 a 2,5 bilhões de anos). Era em que a tectônica de placas pode ter sido bastante similar à de hoje pois se verifica em bacias sedimentares bem preservadas e evidência de fraturas intracontinentais, colisões entre continentes e eventos orogênicos de âmbito global bem disseminados. Surgiria e desapareceria outro supercontinente. A água era predominantemente líquida e havia bacias oceânicas profundas que dariam origem a formações ferríferas bandadas, devido a intensa produção de oxigênio pelos seres unicelulares do período. Temos também os depósitos de chert, sedimentos químicos e basaltos na forma de pillow lavas (lavas em forma de almofadas).