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terça-feira, 12 de novembro de 2019

TOMO LII- O PRIMEIRO ÉON DA TERRA-PARTE 3

Os Continentes
As primeiras massas de terra surgiram pelo vulcanismo na terra. No meio do mar global salpicavam ilhas vulcânicas que iam crescendo pelo acréscimo ígneo do interior da terra. Com o tempo estas massas se tornaram enormes e aos poucos foram sendo erodidas e substituídas por rochas diferenciadas das basálticas originais. O movimento tectônico aliado aos sedimentos depositado no leito marinho acabaria por formar o Granito, base dos continentes e toda uma gama nova de rochas que o constituiriam as massas emersas.
A crosta terrestre se fratura diversas vezes e dela afloram vulcões e plumas vulcânicas que por sobreposição começam a gerar ilhas por toda a superfície do planeta, pelo movimento tectônico das placas estas ilhas aos poucos iriam formar os primeiros continentes.
Vista da terra na formação continental, os continentes mais leves afloram acima do nível do oceano global.


Na atualidade os continentes se caracterizam por terem:
-Altas elevações se comparado a crosta oceânica;
-Amplo intervalo de rochas ígneas siliciosas, metamórficas e sedimentares;
-Crosta espessada e estruturas com baixa velocidade de ondas sísmicas comparadas a crosta oceânica;
-Limites bem definidos ao redor de áreas grandes suficientes para ser considerado um continente.

Os continentes são constituídos por:
- crátons ou escudos: grandes áreas continentais estáveis e planas com história geológicas variadas vistas serem muito antigas;
- plataformas: sequências sedimentares de origem marinha que cobrem os crátons;
- cadeias montanhosas: consequência da colisão entre duas placas litosféricas. Quando se dá entre a crusta continental e a oceânica, a segunda, por ser mais densa, subducta por baixo da primeira, deformando as rochas. A parte que subducta pode entrar em fusão originando atividade vulcânica.
  
Os fundos oceânicos são constituídos por:
- plataforma continental: extensão do continente que entra pelo oceano, partilhando características com o continente;
- talude continental: zona pouco extensa de declive acentuado;
- planície abissal: entre os taludes continentais;
- crista médio-oceânica: tem no centro um rifte (onde há criação de nova litosfera) que é intersectado por falhas transformantes;
- fossa oceânica: perto da base do talude continental, onde ocorre a subducção.
Durante o processo de arrefecimento de rocha no rifte(onde a crosta terrestre e a litosfera associada sofrem uma fratura), minerais ferromagnéticos adquirem a orientação do campo magnético vigente no momento da sua formação chamado de paleomagnetismo.Em ambos os lados do rifte, a polaridade está simétrica. Numa anomalia magnética, o Polo Sul geográfico coincide com o norte magnético e vice-versa.
Granitos tem composição félsica (minerais ricos nos elementos químicos leves, como silício, alumínio e alcalinas) e são mais comuns e recentes no tempo geológico em contraste à antiga história ígnea ultramáfica (baixo teor de sílica) da Terra. Rochas félsicas são menos densas que rochas máficas e ultramáficas, e, portanto, tendem a escapar da subducção, enquanto rochas basálticas ou gabroicas tendem a afundar no manto abaixo das rochas graníticas dos crátons continentais. Portanto, rochas graníticas formam o embasamento de todos os continentes terrestres.
  
Os Crátons
Crátons são unidades geológicas bastante antigas da crosta continental, tendo se mantido relativamente estáveis por no mínimo 500 milhões de anos. Por estabilidade entende-se que estes se mantiveram preservados e foram pouco afetados por processos tectônicos de separação e amalgamação de continentes ao longo da história geológica do planeta.

São formados por rochas muito antigas, com até 4,5 bilhões de anos de idade. São compostos por dois tipos de rochas: as magmáticas, que se formam com o resfriamento e a cristalização do material magmático; e as metamórficas, rochas preexistentes, que foram alteradas pela ação da pressão e das elevadas temperaturas geradas tanto nos deslocamentos das placas, quanto nos vulcanismos.
Quando falamos que os crátons são estáveis, não significa que estamos dizendo que eles não passam por transformações. Porém, neles, os agentes endógenos ou internos de transformação do relevo praticamente não atuam. Por isso, as rochas são, externamente, muito desgastadas, em virtude da ação dos agentes externos ou exógenos, tais como a água, o vento e o clima.
 Por essas razões, o relevo das áreas onde se localizam os crátons costuma abranger, em geral, regiões de planaltos com baixas altitudes e algumas depressões relativas.

Os crátons são divididos em dois tipos principais de estruturas: os escudos cristalinos e as plataformas.

Escudos Cristalinos: são também chamados de maciços antigos e caracterizam-se por serem compostos por rochas cristalinas (magmáticas e metamórficas). São tipos de crátons que afloraram na superfície, ou seja, não foram recobertos por outros tipos de estruturas geológicas.

Plataformas: são composições de crátons recobertas por outras formações estruturais, geralmente por camadas de sedimentos, as bacias sedimentares. São também conhecidas por embasamentos cristalinos e geralmente são formadas por regiões de depressões relativas, salvo quando a cobertura sedimentar é muito extensa.


Diques Máficos em Cristalinos.
Em geral, os crátons possuem uma grande importância para os estudos referentes à estrutura e ao passado geológico do planeta, pois apresentam uma elevada riqueza em termos de tipos e quantidades de minerais metálicos, como o ferro, o cobre, o alumínio e o estanho. Além disso, os crátons, por serem formações constituídas há muito tempo e estáveis, apresentam as mais antigas rochas do planeta.


Cráton no período Arqueano.



Configuração dos Crátons durante a era Mesozoica.