Idade moderna, A era dos Guetos.
No final da idade
media, antes da tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos, por lei Papal
os judeus seriam alocados em vilarejos específicos nas áreas urbanas. Desse
modo surgiram em muitas cidades os bairros judeus, que a partir de 1500 seriam
conhecidos como "guetos".
Eram uma cidade
dentro de outra cidade, com horários para entrar e sair controlados, e muitos
eram fortificados. Uma espécie de presidio semiaberto, com liberdades e
direitos restritos para um grupo étnico inteiro.
Gueto de Veneza.
Eram superpopulosos e
geralmente paupérrimos. A solidariedade dos mais abastados que por vezes supria
as necessidades dos desprovidos de tudo...menos da sua fé.
Obra mostra cena de expulsão de judeus da Espanha em 1492. Muitos deixaram o país, mas outros optaram por ficar e coagidos á se converter ao catolicismo.
Os dominicanos
batizaram entre os anos de 1500 e 1530 muitos judeus. Mesmo sido convertidos, porém, não
eram muito mais seguros dos ataques de populares, do que seus irmãos de credo
judaico. Alguns destes novos convertidos escreveram extremamente hostis volumes
antijudaicos, uma amalgama de sentimentos que tinham a pretensão de causar danos
à Judiaria:
Vítor de Carben em
1505, João Pfefferkorn entraram para a
historia com quatro peças sarcásticas sobre os judeus, escritos entre 1505-09,
A xilogravura mostrada no pôster vem do "Espelho Judeu" (1509) do judeu convertido ao cristianismo por Johannes Pfefferkorn.
No ano de 1509, o
imperador Maximiliano autorizou João Pfefferkorn a destruir qualquer coisa que
fosse blasfema ou hostil à Cristandade. Começou em Frankforte no rio Meno, onde
vasculhou lares judaicos e sinagogas, confiscando mais que 1.500 manuscritos
diversos.
No tempo da Reforma, o
papa editou uma bula em 1517, a "Cum nimis absurdum". Essa é reconhecida como o
documento cristão antijudaicos mais devastador que jamais foi escrito. Determinou
que os judeus usassem distintivos de ignomínia, vivessem somente nos guetos e
vendessem qualquer propriedade fora dos muros destes. Uma prisão a céu aberto.
Marranos
Marranos. Pintura de
Moshe Maimon (1893) retrata o Sêder de Pessach realizado secretamente em
Espanha, à época da Inquisição.
Os judeus do norte da
África (sefarditas) migram para a península Ibérica. e depois da era de ouro da
civilização islâmica acabaram como eles caindo nas mãos do cristianismo da
reconquista, muito mais fanático que tolerante. Acabaram expulsos de lá pós
século XV, migram para os Países Baixos, Bálcãs, Turquia, Palestina e,
estimulados pela colonização europeia, chegam ao continente americano.
Mas nem todos foram
embora, alguns acabaram convertidos por coação, cristãos na vida publica e judeus
na vida privada, acabariam por sincretizar as crenças para a própria sobrevivência,
muitos acabariam conversos pela distancia de outros grupos judaicos, outros
manteriam os ritos na intimidade da família, mas se afastando dos progressos e
inovações como um povo coeso. Eis os Marranos, ainda hoje não aceitos como judeus
pelos grupos mais ortodoxos judaicos.
B'nei anussim (em
português, "filhos dos forçados") que designa os descendentes de
judeus convertidos à força (anusim) o Marrano dito acima é uma expressão
hebraica genérica e conceito historiográfico que se refere aos judeus
convertidos ao cristianismo dos reinos cristãos da Península Ibérica que
"judaizavam"( como ja dito continuavam a observar clandestinamente
seus antigos costumes e sua religião).
São considerados
B'nei anussim ou marranos todos os descendentes dos judeus sefarditas portugueses
e espanhóis que foram obrigados a abandonar a Lei judaica e a converterem-se ao
cristianismo, contra a sua vontade, para escapar às perseguições movidas pela
Inquisição.
A Reforma de Lutero
Martinho Lutero inspirou a reforma
Protestante, mas em seu lado obscuro caracterizou-se por ser um violento antissemita.
Em 1523 Lutero escreveu que Jesus era "judeu de nascimento” e por isso se
empenhou inicialmente para que os judeus fossem tratados de maneira amistosa, na
esperança de levá-los à conversão.
A Reforma contribuiu
para mais liberdade, mas somente momentânea, aos judeus. Em países protestantes
estes gozavam de maior tolerância e tinham menos restrições, podendo
desenvolver uma cultura mais dinâmica do que em países católicos. Mesmo assim,
os judeus continuaram vivendo vidas precárias em qualquer lugar.
Em 1541 João Eck, o
polemista católico romano, escreveu um tratado contra Davi Gans, um judeu. Gans
esperava que o protestantismo fosse mais tolerante do judaísmo. O panfleto de
Eck, “Refutação dum Livro Judaico”, revivifica todas as antigas acusações como
assassinato ritual de crianças, profanação de hóstia, etc. Além disso, chama os
protestantes da Alemanha aduladores e amantes de judeus.
No tratado “Nas
últimas palavras de David”, moderou sua posição, mas seguiu a tradição de
interpretar o Antigo Testamento em termos cristãos. Esses panfletos
mostraram-se impopulares e teriam sido esquecidos, se os nazistas os não
tivessem ressuscitado na Edição de Munique (primeiro vol. 3, 1934).
No ano de 1543 a acusação
de João Eck, contribuí-o para a mudança da atitude de Lutero aos judeus, ele
ficou decepcionado
porque não se convertiam à nova fé evangélica. Depois disso descreveu uma série de tratados
antijudaicos os mais famosos foram intitulados:
No tratado Sobre Judeus e as suas Mentiras e Sobre Shem
Hamforas, vistos através destes trechos...“Suas sinagogas devem ser incendiadas… suas casas
devem igualmente ser demolidas e destruídas… Deixem-nos ganhar seu pão pelo
suor dos seus narizes, como ordenado às crianças de Abraão.”
Lutero em seu Von den Juden und ihren Lügen, escreveu que deviam ser aplicadas ações contra os judeus como queimar as sinagogas, destruir seus livros de oração, proibir os rabinos de pregar, destruir suas casas, apreender suas propriedades, confiscar seu dinheiro e obrigá-los a realizar trabalhos forçados , ou doma-los assim ou expulsá-los para sempre.Neste paragrafo lemos mais sobre o seu discurso:
“(Os judeus) Mantêm-nos prisioneiros em nosso próprio país, nos fazem trabalhar até a última gota de suor, enquanto se sentam junto à estufa, descansam, engordam, se banqueteiam, se embriagam, vivem folgadamente à custa dos bens produzidos por nós; capturam-nos e aos nossos bens por meio de sua maldita usura e ainda debocham de nós e nos cospem por termos de trabalhar para eles”.
Andreas Osiander
Alguns homens famosos do tempo da Reforma que eram simpáticos aos judeus foram João Brenz (1499 – 1570), o reformador da Suábia, e os teólogos Andreas Osiander (1498-1552) e Matias Flacius (1520-1575). Mas uma minoria mediante um contingente de antissemitas.
Judeus e o Império Otomano
Nem somente de tragédias viveram os judeus na idade moderna Ocidental. Novamente sobre o seio Islâmico encontrariam seu porto seguro, e uma chance de poderem viver em relativa segurança e prosperidade. isso foi fato por 400 anos até o declínio do Império Turco para o crescente poder Imperialista da Europa no século XIX, onde por fim, acabaria por incitar ao movimento sionista e a criação do estado de Israel.
Teto da Sinagoga Zulfaris, atualmente o Museu Judeu da Turquia.
Datada de 1671, foi transformada em setembro de 2001 em museu.
Durante o fim do século XIV e início do século XV, à medida que os Otomanos avançavam em direção a Istambul, judeus perseguidos pela Inquisição e posteriormente pela onda da reforma e contra-reforma cristã nos reinos da Hungria, da França e da Sicília se refugiaram em seus novos domínios. A eles se juntaram também judeus que fugiram de Thessaloniki (Salônica), então sob domínio veneziano.
Em 1470, judeus expulsos da Bavária foram para a anatólia turca. Em 1492, Cristóvão Colombo zarpava do porto de Palos, um porto não tão importante quanto os de Cadiz e Sevilha, mas estes dois últimos, estavam cheios de judeus expulsos da Espanha pelos reis católicos.
A expulsão dos judeus da Espanha, em 1492, e a Conversão Forçada de 1497, em Portugal, produziram a "Diáspora Sefardita", levando judeus a buscar refúgio em terras como as do Norte da África e as do extenso Império Otomano. Muitos, ansiosamente, aceitaram o oferecimento feito pelo Sultão Bayezid II para se integrarem à vida do Império Otomano. Bayezid II fez questão de favorecer a entrada de judeus e ordenou aos seus governantes para acolhê-los cordialmente. Os que não cumprissem poderiam sofres sérias represálias.
Os judeus eram protegidos pelo estatuto da Dhmmis (aplicado a não-muçulmanos que pertencessem aos povos do livro – judeus e cristãos), que os relegava a cidadãos de segunda classe, mas garantia sua vida, direito de propriedade e direito de culto.
Os judeus encontraram seu espaço mesmo sendo limitados a certas profissões que os muçulmanos não tinham interesse em fazer – eles preferiam se dedicar às atividades militares, políticas e religiosas - e nas quais os cristãos dos territórios recém conquistados não eram tidos como confiáveis. Trazendo sua experiência mercante e algumas inovações, como a prensa tipográfica, constituíram a classe média do país.
Em cima navio “Mavna” de Veneza, abaixo o navio-almirante “Göke” de Kemal Reis, gravura da Biblioteca do Palácio-Museu Topkapi em Istambul.
No Mediterrâneo, os judeus ibéricos posicionaram-se em núcleos urbanos, compondo formidável rede familiar de relações sócio-econômicas, que tornou válida a idéia do Mediterrâneo como o "Mar Sefardita" ou o "Mare Nostrum Sephardicum", expresso por alguns historiadores.
Expressando sua opinião sobre a expulsão da Espanha, Bayezid II havia declarado na ocasião: "O rei espanhol Ferdinando é erroneamente considerado um sábio, pois com a expulsão dos judeus, empobreceu o seu país e enriqueceu o nosso".
Era evidente que os otomanos sabiam dos benefícios potenciais da emigração em massa. Aceitavam os judeus parcialmente por interesses econômicos pois os judeus da Espanha eram altamente qualificados, educados e grandes homens de negócios. Mas temos também o grande senso de união e respeito aos poderes legalistas, ordeiros e um fator que o estadistas contavam, o Império Otomano detinha as terras palestinas, berço do estado primavesco de Israel, por tanto, indiretamente, estavam vinculados a sua origem histórica. Muitos consideravam que o Império Otomano lhes proporcionava o portão de entrada para a Terra de Israel. Ainda assim os judeus rapidamente se adaptaram ao renovado sentimento de liberdade e continuaram a se desenvolver culturalmente, financeiramente e espiritualmente.
Bayezid II e seus sucessores, a partir do século XV, acolheram os sefarditas no domínio otomano e valeram-se de seus préstimos e conhecimentos não só para a expansão e desenvolvimento do comércio regional e internacional, mas também para o incremento das finanças, diplomacia, negócios bancários, corretagem e ourivesaria. A usura, terminantemente proibida aos muçulmanos poderia ser aplicada pelos judeus a povos não Islâmicos, dede que sob supervisão dos funcionários de finanças do Sultão.
Os refugiados de origem ibérica foram designados pelos dirigentes otomanos a importantes cargos político-administrativos, participando, inclusive, da estratégia de colonização de diversas áreas do vasto Império. A imprensa escrita, trazida para Istambul em 1493, por dois irmãos refugiados da Espanha é um exemplo da sofisticação que os judeus introduziram no Império Otomano. Os positivos contatos mantidos entre sefarditas e otomanos permitiram que laços de identidade se solidificassem com o tempo, em convivência de mútuo e duradouro respeito. O sistema político-administrativo otomano permitiu às minorias a preservação da religião, do idioma, das tradições e costumes.
Solimão, o Magnífico, oficina de Ticiano
No século XVI, os judeus expulsos da Boêmia chegaram ao Império Turco-Otomano. Outros foram expulsos de Apulia, na Itália, e que caíram sob domínio do Papa foram resgatados pelo Sultão Suleiman( ou Solimão), o Magnífico, que escreveu uma carta ao Papa, exigindo sua liberação. O Papa cedeu, visto que o Império Turco Otomano era uma grande potência da época.
No reinado de Solimão se estenderia de 1520 a 1566, o Império Turco Otomano atingiria o seu apogeu. A sua frota podia controlar toda a costa mediterrânica e os seus territórios incluíam a Anatólia, a Armênia, uma parte da Geórgia e do Azerbaidjão, o Curdistão, a Mesopotâmia, a Síria, o Hedjaz (com a cidade de Meca), o Egito, os Estados de Argel, Tunes e Trípoli, a Península Balcânica, a Grécia, a Transilvânia, a Hungria Oriental e a Crimeia.
Avanços para o povo Judeu Otomano.
Em 1517 o Império Otomano conquista a Terra de Israel. Começa assim a aliyá(retorno a sião) dos sefarditas para a Terra Prometida; estabeleceram-se nas cidades de Jerusalém, Safed, Tiberíades e Hebron
Citamos como exemplo um dos documentos mais sagrados que apareceu no império, (com a ajuda da imprensa escrita) o Shulchan Aruch de Rabbi Joseph Caro. Publicado em 1564, continha o código de leis sefarditas. A literatura judaica revigorou-se. Um importante centro cabalista se firmou em Tzfat. Foram escritas obras como o Shulchan Aruch e a canção Lechá Dodí.
Os judeus foram proeminentes na medicina da corte, como em Córdoba, esta profissão elevou muitas famílias em status e fortuna servindo á "Sublime Porta", (nome poético da corte otomana), mas se destacaram também na diplomacia e como conselheiros e ministros da corte.
Com o tempo, a população judaica no Império Otomano chegou a 200.000 habitantes, contra apenas 65.000 na Europa. Eles se assentaram principalmente nas cidades de Istambul, Esmirna, Salônica, pois era perto dos dirigentes otomanos, seus protetores. Mas milhares viviam em outros centros urbanos como Sarajevo, Adrianópolis, Nicópolis, Jerusalém, Safed, Damasco, Cairo, Bursa, Tokat, Amasya. A população judaica em Salônica cresceu tanto que os judeus tornaram-se maioria na cidade. Esta cidade se tornou o centro da vida judaica sefardínico. Suas indústrias e o dinamismo de seu porto (desativado aos sábados), transformaram a cidade de Salônica, numa cidade-líder da rota comercial da indústria têxtil do século XIX.
Istambul, centro administrativo e comercial do Império Otomano, passagem marítima do Mar Negro e do Mediterrâneo, constituía uma verdadeira praça de câmbios, onde produtos do velho e do novo mundo eram comercializados. Foi nesta cidade que a maior comunidade judaica se organizou. Em 1900 a comunidade de Istambul contava aproximadamente 300.000 judeus.
1 – Noiva armênia; 2 – Mulher judia de Constantinopla; 3 – Jovem grega.
A decadência otomana e a ingerência do imperialismo europeu em terras do Oriente Médio levaram famílias de negociantes sefarditas, procedentes de Istambul, Esmirna, Ilha de Rodes, Egito e de outras comunidades a buscar estabelecer-se em terras da Europa Ocidental, em diáspora à que chamamos de "Retorno ao Ocidente" o que se verificaria um dos maiores erros das lideranças judaicas. Pois 45 anos depois apenas 5 porcento de todas as famílias migrantes e seus descendentes estariam vivas.
Atualmente, estima-se em 23 000 o número de indivíduos da Comunidade Judaica na Turquia. A grande maioria, aproximadamente 95%, vive em Istambul. Os judeus sefarditas representam cerca de 96% de toda a população judaica na Turquia.
A contra reforma
Concílio de Trento foram ouvidas como ação defensiva à Reforma luterana.
Se já estava ruim antes da fragmentação da unidade católica, após a reforma a vida judaica iria piorar... e muito. Nos países católicos, a transformação de vilarejos em guetos judaicos chegou a ser a norma. A cultura hebraica era sufocada, e o novo estereótipo de judeu de gueto foi adicionado aos muitos já existentes.
A imprensa
Com o advento da imprensa, do renascimento
do mundo antigo e do egocentrismo bem como da intelectualidade mais laica, os
ataques aos judeus iniciaram um novo fronte de batalha, o das letras. Livros,
bulas, panfletos, atacavam agora o povo judeu mais do que os boatos, estes
perenes e diversos, agora não somente se atacava o credo judaico, como o judeu
como raça. Mas um fator abrandou os intelectos o racionalismo, e estes
pensadores em geral eram muito mais tolerantes ao convívio com o judaísmo do
que os clérigos.
Teodoro de Beza, o último dos grandes Reformadores.
No ano de 1554 em
Genebra, Teodoro Beza publicou um livro sobre Porquê heréticos devem ser
punidos pelos magistrados. Essa era uma réplica ao eloquente apelo de Sebastian Castellion por liberdade religiosa. Castellion fora removido de Genebra pelo
reformador João Calvin, porque duvidava que o Cântico dos Cânticos formasse
parte das Escrituras.
Entre 1580–1622 a
República dos Sete Países Baixos (Holanda) chegou a ser muito tolerante aos
judeus. Chegou a ser um porto para judeus que fugiram da Inquisição. Aí, os
argumentos de Castellion por liberdade religiosa prevaleciam sobre a influência
de Beza. Quando os Países Baixos estavam sob o reinado de Carlos da Espanha, os
judeus foram expulsos.
Knox
Na Scots Confession
(Confissão Escocesa), cap. 18, o reformador João Knox manteve a doutrina
calvinista original de intolerância, distinguindo “a prostituta” (Roma) e as
sujas sinagogas de a verdadeira Igreja.
Cristiano IV
O rei Cristiano da Dinamarca e outros reis nórdicos foram contra o senso comum da era moderna ao convidaram judeus a residirem nos seus países, enquanto a Guerra dos Trinta Anos arrasava a Europa Central.
Entre os anos de
1646–1654, a Confissão de Westminster, por ato do parlamento escocês,
substituiu a Confissão Escocesa, definindo a Igreja em termos universais sem
difamações contra o papado ou antissemíticas nos seus capítulos sobre a Igreja.
Em 22 de setembro, de
1654 Pedro Stuyvesant enviou para casa uma carta antissemita das colônias no
Novo Mundo à Companhia da Índia Ocidental, indicando que os judeus aqui também
estavam em dificuldade. Os puritanos da Inglaterra viam os judeus como desafio
ao evangelismo cristão
No ano de 1718 o rei Carlos
XIII da Suécia abriu o país à imigração judaica. Todavia, restrições econômicas
e de viajar foram impostos.
Grandes Pensadores Antissemitas da Era Moderna
William Shakespeare
Shylock, o Mercador de Veneza,no registo, como banqueiro, pela pena no clássico William Shakespeare (1564-1616).
Shakespeare não demonstrava gostar de judeus. O poeta expressava abertamente nas suas peças o preconceito
comum sobre judeus, mesmo nunca tendo cruzado com um único durante a vida pois
os judeus foram expulsos da Inglaterra no século XV e só retornariam no século
XVII.
No mercador de Veneza temo o personagem Shylock, um agiota judeu, que mostra momentos de vilania de sua ganância, sua ânsia por vingança e sua fragilidade de caráter quando para não perder suas posses opta até mesmo por mudar de religião, entretanto, este não deixa de colocar a falta de caráter de outros personagens, como Antônio e mesmo Pórcia.
Visão dos judeus na Inglaterra moderna.
Essa é uma característica do autor, a sensatez em dar todas as matizes de personalidade aos seus personagens, portanto, não podemos assumir com certeza, mesmo com a dureza com que Shylock é apresentado, que este é um texto unicamente com a intenção de propagar o antissemitismo.
As obras são o que são, mas também o que fazemos delas, por isso, a personagem foi durante anos apresentada em teatro e cinema de modo tendencioso. Shakespeare viveu em um meio e período de perseguição religiosa, e o texto mostra muito de seu momento histórico, no período em que a obra fora escrita, em Veneza por exemplo, os judeus eram obrigados a andar de chapéu vermelho para serem identificados. A conversão de Shylock é nada mais nada menos do que o retrato da perseguição religiosa que ocorria no período Elisabetano, bem como seu caráter vil era a imagem que era feita do povo judeu.
Em 1756 o filósofo francês Voltaire lançou suas "Obras
Completas", contendo uma série de violentas passagens antissemitas.
Voltaire escreveu sobre os Judeus: “Eles são o mais rude de todos os povos, o mais odiado de todos os nossos vizinhos. Todos eles nascem com intenso fanatismo nos corações. Eu não ficaria surpreso se essas pessoas um dia se tornassem um verdadeiro desastre para toda a humanidade”.
O pensador apesar do seu importante papel na defesa da Liberdade, chama o povo judeu , no seu " "Dictionnaire philosophique", de povo'"ignorante", "bárbaro" e cheio de superstições. Ao mesmo tempo, também criticou os que os perseguiam , dizendo: mesmo assim, não devemos queimá-los na fogueira.
O escritor judeu Isaac de Pinto, indignado, escreveu-lhe uma carta aberta, lamentando os "horríveis preconceitos" aprovados pelo maior dos gênios da mais iluminada época"'. Voltaire respondeu desculpando-se por ter estereotipado todos os judeus, mas a sua opinião em geral sobre eles parece não se ter alterado.
Mesmo assim posteriormente confessou seu amor pelo povo judeu: “Eu os amo tanto que gostaria que eles estivessem em Jerusalém, em vez dos Turcos que faliram e destruíram completamente seu país. Trabalhem a terra miserável como vocês nunca trabalharam antes, levantem a terra aos picos expostos de suas montanhas demolidas…”..
Voltaire escreveu sobre os Judeus: “Eles são o mais rude de todos os povos, o mais odiado de todos os nossos vizinhos. Todos eles nascem com intenso fanatismo nos corações. Eu não ficaria surpreso se essas pessoas um dia se tornassem um verdadeiro desastre para toda a humanidade”.
O pensador apesar do seu importante papel na defesa da Liberdade, chama o povo judeu , no seu " "Dictionnaire philosophique", de povo'"ignorante", "bárbaro" e cheio de superstições. Ao mesmo tempo, também criticou os que os perseguiam , dizendo: mesmo assim, não devemos queimá-los na fogueira.
O escritor judeu Isaac de Pinto, indignado, escreveu-lhe uma carta aberta, lamentando os "horríveis preconceitos" aprovados pelo maior dos gênios da mais iluminada época"'. Voltaire respondeu desculpando-se por ter estereotipado todos os judeus, mas a sua opinião em geral sobre eles parece não se ter alterado.
Mesmo assim posteriormente confessou seu amor pelo povo judeu: “Eu os amo tanto que gostaria que eles estivessem em Jerusalém, em vez dos Turcos que faliram e destruíram completamente seu país. Trabalhem a terra miserável como vocês nunca trabalharam antes, levantem a terra aos picos expostos de suas montanhas demolidas…”..