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segunda-feira, 30 de maio de 2022

Aspecto Autista - Sindrome de Aspergers e Mitomania




Autistas também crescem, ficam adultos, envelhecem e morrem anônimos na nossa sociedade. São muitos e estão quem sabe ao teu lado. Eles crescem aprendendo a se camuflar entre os neurotípicos. São aqueles que em geral todo mundo gosta pois escutam bem o que as pessoas falam. Não se intrometem em suas vidas, não costumam visitar sem serem convidados e mesmo quando o são relutam em incomodar. preferem o seu mundinho seguro que não os sobrecarrega cognitivamente.

Além disso, há vários graus diferentes de autismo, e por isso os especialistas preferem o termo “doenças do espectro autista”. A síndrome de Asperger é uma dessas formas mais leves e das mais funcionais, uma das condições menos graves do espectro. Quando crianças, os aspergers aprendem a falar na idade normal, mas têm problemas para se integrar à sociedade. Porém, mesmo dentro do grupo dos que têm essa mesma doença, há diferentes níveis de isolamento.


Asperger e a mitomania



Quem vivencia o Asperger tende a administrar muitos conflitos internos e por vezes constrangedores. Pela dificuldade em socializar e se comunicar (muitas vezes) as pessoas com essa síndrome acabam se isolando e não desenvolvendo tão bem seu repertório de habilidades sociais. Portanto, quando usam a "mentira" para evitar estar em situações que os expõe, em alguns casos, isso se torna um comportamento habitual e repetir sempre que sentir necessidade se tornando uma mitomania. Gerando futuramente uma distorção da realidade, podendo ampliar ainda mais as suas dificuldades na interação social.

Uma das grandes diferenças do mentiroso esporádico ou tradicional para o mitômano, é que no primeiro caso, a pessoa mente para ter proveito ou vantagem em alguma situação, enquanto o mitômano mente com o objetivo de disfarçar a sua própria realidade. Nessa situação, o ato de mentir é para se sentir confortável com a própria vida, parecer mais interessante ou ter assuntos que se encaixe em um grupo social que o mitômano não se sente capaz de entrar. Com o intuito de evitar conflitos e sempre estarem "por dentro" das realidades que não são as próprias  muitos aspergers desenvolvem esta condição para serem aceitos socialmente, sempre se adaptando ao assunto e a situação que se encontram.

O autista mitômano são sente culpa ou medo do risco de ser descoberto; e histórias tendem a ser muito felizes ou muito tristes. Desenvolvem grandes estórias por vezes sem motivo aparente ou ganho e respondem de forma elaborada a perguntas rápidas e fazem descrições extremamente detalhadas dos fatos. Os Asperger em geral por terem geralmente uma boa memória conseguem se manter fieis aos relatos com grande pormenores sem comprometer suas estórias mesmo depois e longos períodos sem tocar naquele assunto. extremo de caso de super dotação de autismo mitômano é o de Frank Abagnale, que dos 17 aos 21 anos incorporou 08 pessoas diferente criando suas vidas e vivendo elas. Fingiu ser Um piloto de Avião da Pan Am, Médico, advogado, professor etc. Exercendo por vezes a profissão apenas com o que observava de forma introspectiva.


Existem alguns Autistas Mitômanos que conseguem romper essa dificuldade de se adaptar, e tem outros em que não têm o que se fazer, não se adaptam nunca. Tudo depende da auto aceitação de suas limitações e de sua condição.

Autismo clássico, aquele de Rain Man, no entanto, não vêm acompanhados dessa outra condição do espectro, pois tem dificuldades em formular mentiras. Nesses casos, o autismo é o problema em si a ser tratado. Já os demais do espectro entram no bolo das doenças do espectro autista que podem desenvolver a mitomania.


Outros problemas relatados aos portadores da condição autista:

 

Sabe-se que os distúrbios gastrointestinais estão entre as condições médicas mais comuns associadas ao autismo. É comum que apareçam constipações (prisões de ventre), diarreias e refluxos gastrointestinais, entre outras condições. Esses problemas intestinais podem afetar pessoas com autismo de qualquer idade. 

O Adulto autista, mesmo com habilidades cognitivas adequadas, tende a isolar-se socialmente devido também a estes distúrbios.

Os autistas que adquirem habilidades verbais podem demonstrar déficits persistentes em estabelecer conversação, tais como falta de reciprocidade, dificuldades em compreender sutilezas de linguagem, piadas ou sarcasmo, bem como problemas para interpretar linguagem corporal e expressões faciais.

Os padrões repetitivos e estereotipados de comportamento característicos do autismo incluem resistência a mudanças, insistência em determinadas rotinas, apego excessivo a objetos e fascínio com o movimento de peças (tais como rodas ou hélices). No adulto autista, há uma melhora na adaptação a mudanças, mas os interesses restritos persistem, e aqueles com habilidades cognitivas adequadas tendem a concentrar seus interesses em tópicos limitados, tais como horários de trens/aviões, mapas ou fatos históricos, etc., os quais dominam.

 Deve-se enfatizar que a principal intenção dos critérios propostos para diagnosticar autismo e distúrbios relacionados deve ser a de reduzir as divergências entre pesquisadores e clínicos a respeito da delimitação desses distúrbios em um nível comportamental (tipologia) ou biológico (etiologia).


Cérebro de um Autista Típico





Estudos de neuroimagem sugerem um padrão anormal de desenvolvimento cerebral em autistas, com um crescimento acelerado durante os primeiros anos de vida seguido por uma desaceleração em algumas regiões do cérebro, enquanto em outras áreas há uma parada do crescimento.

Em um grupo de autistas entre 8 e 46 anos de idade comparado a um grupo controle, foi encontrado aumento no volume cerebral dos autistas entre 8 e 12 anos de idade, mas não naqueles com mais de 12 anos 47. cerca de 90% de meninos autistas entre 2 e 4 anos de idade tinham um maior volume de substância branca cerebral e cerebelar e de massa cinzenta cerebral em relação a controles, o que não foi observado em autistas de mais idade. O aumento do volume cerebral em crianças autistas muito jovens parece seguir um gradiente ântero-posterior: os lobos frontais são os que mostram crescimento maior, e o oposto ocorre nas regiões ocipitais.

Principais Sintomas

 




No comportamento os Aspergers podem ser  agressivos, fazer automutilação, possuir um comportamento antissocial, gritos, hiperatividade, impulsividade, inquietação, isolamento social, movimentos repetitivos ou repetição persistente de palavras ou ações.

Fisicamente o asperger tende a ter incapacidade de coordenar movimentos musculares mais precisos, desenvolver  tique ou falta de jeito para diversas atividades como amarrar um cadarço.

A nivel cognitivo desenvolvem  ansiedade, apreensão, raiva ou solidão que por fim leva a  depressão. Possuem certa dificuldade de aprendizagem auditiva sendo esta mais efetiva visualmente, gagueira, interesse acentuado em um número limitado de coisas. Nos asperger adultos os pesadelos ou sensibilidade ao som, bem como irritabilidade tendem a aumentar com a idade.

Um número significativo portadores da condição relatam tem problemas relacionados com o sono, mas há poucos estudos sobre distúrbios do sono em autismo principalmente em crianças. Um trabalho recente com crianças não-autistas, mas com outros distúrbios de desenvolvimento sugere que há uma relação estreita e quantificável entre alterações na arquitetura do sono e resultados de testes neuropsicológicos que avaliam atenção, concentração, velocidade psicomotora e funções cognitivas altas. O relacionamento entre distúrbios do sono e as manifestações comportamentais e cognitivas do espectro autista é uma área que requer mais pesquisa.

Em adolescentes e adultos, a possibilidade de que movimentos anormais, tiques entre outros  podem ser relacionados ao uso de neurolépticos deve ser considerada. Um estudo mostrou que as estereotipias típicas observadas em autistas não podem ser diferenciadas, com certeza, de discinesias. Este achado salienta a importância de caracterizar e quantificar movimentos anormais antes de se iniciar o uso de medicações.


Mortalidade de Autistas Adultos:



A partir de estudos científicos, começou a se perceber que a população com TEA se mostrava muito afetada pela depressão. Isso se comparada aos demais grupos da população é a maior comorbidade que fataliza pessoas dentro do espectro autista.

Esse percentual varia de estudo para o estudo. No entanto, a média geral é que os autistas são 3 a 9 vezes mais propícios e vulneráveis à depressão do que o resto da população. 

Esse se torna um problema maior para os autistas com maior desenvolvimento intelectual e social como Aspergers e Savants. Afinal, eles possuem consciência de si próprio e também de suas dificuldades de socialização.

Inclusive, a exposição social que o autista recebe pode gerar conflitos de emoções, assim como discriminação e rejeição de seu diagnóstico.

Segundo estudos, os autistas que possuem maiores atrasos sociais e intelectuais tendem a sofrer muito menos com essa doença. Isso indica que quanto maior o intelecto, maior é potencializada a fraqueza emocional que pode levar à depressão.

No autista adulto  o Índice Padrão de Mortalidade (IPM) ocorre quando com ansiedade, um maior risco de arritmias cardíacas. Mas á morte por suicídio entre autistas é quase o dobro que entre os neurotípicos.  Há incidência cumulativa de suicídio na população com autismo foi de 0,17%.na década passada segundo o IBGE.  O número é significativamente maior do que na população geral, que fora estimado em  0,11%.