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terça-feira, 20 de maio de 2025

TOMO LXII - PALEOZÓICO - PERÍODO DEVONIANO - TETRÁPODES - ANFÍBIOS parte 01

 

OS TETRÁPODES

Primeiros Anfíbios


Os tetrápodes são um grupo de animais que se caracteriza pela presença de quatro membros. Este grupo inclui atualmente todos os vertebrados não piscianos. Sua origem remonta ao final do período Devoniano, entre 400 a 360 milhões de anos atrás.


A conquista da terra pelos tetrápodes foi um processo evolutivo longo e importante, que permitiu a colonização de novos habitats e a exploração de novas fontes de alimento. Isso levou à radiação adaptativa, onde os animais que adquiriram certas características (como membros primitivos para caminhar ou a capacidade de respirar ar) foram capazes de colonizar novos habitats mais propícios à sua sobrevivência.

  


Os peixes anfíbios, entre o devoniano médio e superior se proliferariam e se diversificariam. Apesar de ainda dependerem de ambientes úmidos e sua prole viver na água até a idade adulta, os peixes anfíbios tirariam vantagem de poder andar em terra. Os alimentos eram mais abundantes e variados, mas ainda não tinham inimigos a altura no solo costeiro e do leito dos rios, percorriam longas distancias quando o nicho se tornava inóspito, e alguns com o tempo se imersos totalmente na agua se afogavam. Estava lançada a pedra para a conquista da terra com os Anfíbios.

 O ELO PERDIDO



 
                                          Elpistostege watsoni

O Elpistostege watsoni possuía uma cabeça curta, um tronco alongado e delgado, uma região caudal relativamente curta e uma pequena nadadeira anal. O crânio representava apenas 14,4% do comprimento total, menor do que a média de outros tetrapodomorfos (peixes em transição para tetrápodes) do Devoniano (21,38%). Com 1,57 metro, era o maio predador vivendo em áreas marítimas rasas de onde é a península de Quebec atualmente, mas há cerca de 380 milhões de anos.

 Possuía caninos afiados na sua boca e provavelmente se alimentava de peixes de grandes dimensões, encontrados fossilizados próximos aos fósseis da espécie. No geral, a anatomia do Elpistostege é mais similar ao Tiktaalik entre os tetrapodomorfos avançados

 O Elpistostege watsoni seria o elo faltante ligando o desenvolvimento de membros durante a evolução dos tetrápodes e a eventual emergência das mãos observadas dos vertebrados terrestres modernos.

A nadadeira peitoral do E. Watsoni era amplamente digitalizada, e requeria somente a perda de uma estrutura externa cobrindo o endoesqueleto da nadadeira (Lepidotrichia) para permitir movimento livre dos elementos radiais, de muito similar aos dedos vistos em um típico tetrápode terrestre.

Por fim, a análise filogenética colocou o gênero Elpistostege isolado como o táxon irmão dos tetrápodes, mais próximo destes do que qualquer outro clado sarcopterigiano e imediatamente abaixo dos tetrápodes com dedos.

Em conclusão, os pesquisadores afirmaram que o E. Watsoni marca uma tênue linha separando peixes e tetrápodes terrestres, revelando um maior número de novidades exclusivas de tetrápodes do que em outros peixes tetrapodomorfos. 


Assumindo certos pontos de referência sobre a interpretação do clado Tetrápoda, os tetrápodes podem ser definidos como organismos derivados do primeiro sarcopterigiano a possuir dedos homólogos com aqueles da nossa espécie (Homo sapiens). Nesse sentido, o gênero Elpistostege pode representar o nosso mais antigo e mais primitivo tetrápode conhecido. O típico padrão de mãos - formado por uma fileira de dedos nos tetrápodes - encontrado nesses peixes provavelmente evoluiu por fornecer vantagens adaptativas na busca por alimentos e exploração de novos habitats livres de competidor

Concentrando as análises nas nadadeiras peitorais, o escaneamento CT de alta-energia revelou a presença de um úmero (braço), rádio e ulna (antebraço), linha do carpo (pulso) e falanges organizadas em dedos. Em especial, esses dedos articulados na nadadeira do E. Watsoni se mostraram homólogos aos dedos ósseos encontrados nas mãos da maioria dos animais, incluindo humanos, e, nesse sentido, a descoberta coloca a origem dos dedos e do padrão estrutural das mãos em vertebrados ainda nos peixes, antes destes saírem de vez das águas. O sistema articulado mais complexo e especializado do que aquele encontrado no Tiktaalik suposto era capaz de sustentar sua massa corporal, apoiando-se e locomovendo-se de forma eficiente no chão associado ao mar raso ou mesmo em ambientes terrestres próximos ao mar.


  ANFÍBIOS

 

Cobras Cega, Salamandras, Axolotes, Rãs, Sapos e Pererecas nos mostra o nível de especialização que os anfíbios atingiram, mesmo que sendo uma pálida amostra do que já foram esse grupo de mais de 300 milhões de anos de história da vida na Terra.

 Os tetrápodes do Devoniano são considerados o grupo tronco dos tetrápodes, ou seja, eles evoluíram antes da divisão entre lissamfíbios (anfibios) e amniotas (répteis, aves e mamíferos).



Principais adaptações para o ambiente terrestre:

   Tímpano, uma membrana que vibra com o som e remete estímulos para as estruturas nervosas do ouvido;

       Pálpebras que protegem os olhos e realizam sua limpeza;

       Patas bem definidas, sem unhas.

Alguns grupos quando adultos, possuem patas  e não cauda e outros não tem patas mas apresentam cauda.

 

 

Anfíbios Respiração diversa


-Possuem brânquias na fase larval;

-Perda de brânquias internas e externas parcial ou total(ao menos na vida adulta).

-Redução e perda do opérculo;

Respiração Cutânea

       Ocorre em todos os anfíbios,desde a fase larval, mas alguns grupos é vital(salamandras) e em outros, bem menos restritiva(anuros).


A pele é a principal barreira protetora do corpo contra as agressões externas. A dos anfíbios, apesar de muito fina, possui características cruciais para garantir a sua sobrevivência.

Os anfíbios podem inspirar e expirar através da pele, em terra ou debaixo de água, e através  dela absorvem água, não através da boca como nos demais vertebrados terrestres, mas pela pele permeável, na parte de baixo do corpo. A maioria dos anfíbios adultos atuais possuem pulmões, mas há ainda algumas salamandras que não dispões do orgão e respiram exclusivamente pela pele, Outros ainda absorvem oxigénio através da pele para complementar o fornecimento de O², mesmo possuindo pulmões.


O aspecto viscoso dos anfíbios deve-se ao facto de a sua pele estar repleta de glândulas que produzem muco, que se espalha pela superfície da pele, humedecendo-a e tornando-a mais suave e, logo, mais absorvente.

A Perca das escamas, caracteristicas dos peixes, favoreceu arespiração cutânea também destes animais.


Respiração pulmonar


Os Urodelos respiram basicamente pela pele(Salamandras); os girinos(forma larval) e algumas nereidas e tritões ainda  possuem brânquias na fase adulta.

A respiração pulmonar é uma forma de respiração mais comum para as os anuros, especialmente os que vivem em ambientes mais secos, onde a pele não é tão úmida para facilitar as trocas gasosas.


Pulmões, mais eficientes, pele não tão úmida em alguns casos não inviabiliza as trocas gasosas cutâneas, mas são menos eficientes que nos demais anfíbios.


Sistema vascular

-Coração com três câmaras, com circulações sistêmica e

pulmonar próprias, mas sem separação do sangue no ventrículo.

Sistema Excretor e reprodutor

Excreção 

-Os rins localizam-se dorsalmente, sendo filtros seletivos que retiram resíduos solúveis(ureia) e água recolhidos das células e líquidos do corpo e sangue.

-Ureia é a principal excreta nitrogenada diferente dos peixes que expelem amônia(NH³);

-Quando no meio aquático o anfíbio libera o excesso de líquidos pela pele permeável;

Desidratação ainda é um problema para muitos anfíbios!

 


 Reprodução

-Geralmente fertilização externa, com ovos deixados na água


 

Estrutura Corporal


Características estruturais do esqueleto

-Esqueleto axial com zigapófises:

-coluna rígida

-cinturas e membros mais fortes e firmemente conectados

-Ílio unido a costelas sacrais

-Costelas formando a caixa torácica.

-Evolução de membros pares

-Úmero e fêmur alongados e dirigidos lateralmente

-Dedos radiados e articulados.

 


Crânio



Perda de ossos cranianos, separando o ombro do crânio:

-pescoço flexível.

-Balanço hídrico


Audição mais adaptado a ambiente terrestre, bem como um ouv
ido médio, que é derivado do espiráculo das larvas(girinos).





- O Hiomandibular é um osso que, com o simpléctico, articula a mandíbula com o crânio nos peixes teleósteos a partir de agora está livre e modificado formando a columela.             A columela forma estruturas ósseas finas no interior do crânio e serve para transmitir sons do tímpano.


Visão



-Mudança no formato do cristalino, associada com os

-diferentes índices de refração da água e do ar.

Os primeiros tetrápodes (clado mais inclusivo do que Tetrapoda)

mais bem conhecidos o Acanthostega e Ichthyostega que eram carnívoros, e mediam 50 a 120 cm comprimento.


 Sistema Nervoso


O sistema nervoso dos Anfíbios é bem mais desenvolvido que o dos peixes ósseos, sendo complexo, possuindo um encéfalo (cérebro) dentro do crânio e um cordão nervoso dorsal (medula espinal) protegido pelas vértebras.

O encéfalo é dividido em três partes principais (prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo), cada uma com funções específicas:

Prosencéfalo:

Inclui o cérebro e o diencéfalo, responsáveis por funções como o olfato e a integração sensorial.

Mesencéfalo:

É o centro da visão nos anfíbios, processando informações visuais e coordenando comportamentos relacionados à visão.

Rombencéfalo:

Inclui a medula oblonga e o cerebelo, envolvidos em funções como o controle do equilíbrio e a respiração. 


Medula espinhal:

Transmite impulsos nervosos entre o encéfalo e o corpo, controlando movimentos e reações.

Os anfíbios possuem órgãos sensoriais bem desenvolvidos, como os olhos, que são importantes para a visão, e órgãos auditivos que permitem a detecção de sons e vibrações. O sistema nervoso dos anfíbios é essencial para a sua sobrevivência, permitindo a interação com o meio ambiente, a busca por alimento e a fuga de predadores.


Digestão


A digestão nos anfíbios é um processo extracelular que ocorre principalmente no estômago e intestino. A língua, geralmente bem desenvolvida, ajuda na captura de presas, envolvendo-as em muco para facilitar a passagem pelo tubo digestivo. Os anfíbios não mastigam os alimentos, mas sim engolem-nos inteiros, o que requer a produção de ácidos para auxiliar na digestão.

Detalhes do processo digestivo:

1. Ingestão:

Os anfíbios capturam suas presas (insetos, aranhas, etc.) com a língua, que é fixada na parte anterior da cavidade oral e pode ser projetada para fora.

2. Esôfago:

O alimento é então engolido e passa pelo esôfago, que liga a boca ao estômago.

3. Estômago:

No estômago, os alimentos são digeridos por meio da ação de ácidos e enzimas.

4. Intestino:

A digestão continua no intestino, onde os nutrientes são absorvidos.

5. Cloaca:

Os resíduos não digeridos são eliminados pela cloaca, um orifício único que também serve para a excreção de urina e reprodução.

Outras características da digestão em anfíbios:

Fígado e pâncreas:

O fígado e o pâncreas produzem substâncias que auxiliam na digestão.

Dentes:

Algumas espécies de anfíbios possuem pequenos dentes, mas, em geral, eles não os utilizam para mastigar.

  

Adaptabilidade

A dieta dos anfíbios varia de acordo com a espécie e a fase de vida, com girinos sendo herbívoros e anfíbios adultos sendo carnívoros.

Digestão extracelular:

A digestão nos anfíbios ocorre fora das células, sendo um processo comum em animais pluricelulares.