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sexta-feira, 27 de maio de 2022

TOMO LVIII - PALEOZOICO- PERÍODO ORDOVICIANO - MOLUSCOS - PARTE 1

 MOLUSCOS DO ORDOVICIANO

 

Grande diversificação ocorre no limite Cambro-Ordoviciano em uma

radiação atrasada em que os organismos aumentam de tamanho.

 

Durante o Ordoviciano, ocorre uma expansão e diversificação dos animais conchíferos como os Braquiópodes, Bivalves  e Cefalópodes com o surgimento dos moluscos nautiloides como predadores. Nos mares do ordoviciano algumas espécies aumentaram muito de tamanho atingindo vários metros de comprimento se tornando o topo da cadeia alimentar. Podemos, pois considerá-los os reis dos mares do ordoviciano.   As conchas destes cefalópodes eram divididas por septos tal como acontece no atual Náutilos.

 Assemelhados aos moluscos, os braquiópodes constituem um filo de animais exclusivamente marinhos, com cerca de 260 espécies viventes. Foram descritas quase trinta mil espécies fósseis das eras paleozoica e mesozoica, que atingiram seu apogeu na última e, depois, diminuíram rapidamente.

  

Os Primeiros Molúsculos

Calvapilosa kroegeri

No Ordoviciano , há 478 milhões de anos, havia uma grande variedade de gastrópodes em mais de um habitat aquático. No Marrocos foram encontrados no Anti-Atlas vários fósseis de lesmas marinhas, que foram chamados de Calvapilosa kroegeri. 

                                

Calvapilosa kroegeri teria sido uma espécie de lesma, com uma única concha na extremidade da cabeça, um ser ancestral da linhagem dos quítons e dos Gastrópodes. Segundo os especialistas, o número das conchas dos quítons aumentou com o tempo, portanto é provável que o antepassado de todos os moluscos fosse de casca simples e coberto de espinhas como esta lesma.


Os Quítons

São os moluscos da classe Polyplacophora, caracterizados por suas conchas compostas por oito valvas sobrepostas e paralelas, e pelo cinturão muscular à volta de sua concha.

 Os quítons são espécies antigas, primitivas que apareceram pela primeira vez na Terra há mais de 500 milhões de anos e atualmente são seres vivos de aproximadamente 7,5 centímetros de comprimento. Os Quítons vivem exclusivamente em ambientes marinhos. São caracterizados por serem revestidos por uma valva com oito partes sobrepostas na parte dorsal, desprovidos de tentáculos e têm cabeça minúscula desprovida de olhos. A maioria vive em águas relativamente rasas. Alimentam-se de algas e plantas do substrato.


 

Quíton fóssilHá suspeitas que os Kimberella e os Wiwaxia sejam ancestrais Cambrianos dos quítons..

 

 Os olhos de um Quíton

                                   

No registro fóssil se comprova que, no entanto a cerca de 25 milhões de anos, os quítons começaram a desenvolver estruturas semelhantes á olhos. Estes animais possuem centenas de estruturas semelhantes a um olho padrão, mas suas lentes são elaboradas com aragonita – um tipo de rocha.

os olhos do quíton ainda são uma anomalia na evolução da visão. As retinas são estruturalmente similares às retinas de caracóis e lesmas. Mas, as retinas de caracóis e lesmas respondem ao aparecimento de luz, enquanto as retinas de quíton só podem responder à remoção de luz, uma diferença que talvez valesse a pena dar um enfoque a sua vida bentônica, preso as rochas no fundo marinhas.

Em experiências fora visto que grande parte das estruturas oculares é formada por células com proteínas e quitina. Apesar de poderem identificar a presença de objetos, os cientistas acreditam que existam limitações quanto à nitidez das imagens.

Olhos dos Moluscos


Os gastrópodes

 

Poleumita do limite ordovice-silúrico.

Os gastrópodes (univalves) eram caracóis marinhos que se difundiram nos mares da Era Paleozoica depois da revolução cambriana até a extinção K-T. Após o início da era Cenozoica ocuparam os ambientes aquáticos de água salgada, doce e úmidos terrestres, ocupando nichos entre os dois círculos polares.

Os gastrópodes (pé na barriga) são conhecidos popularmente como Lapas, lesmas, caracóis e caramujos, sendo o grupo de moluscos mais numeroso e diversificado atualmente. Estes invertebrados inclui a maior parte das espécies do filo dos Moluscos, do qual é a classe mais diversificada com 65 000 a 80 000 espécies vivas.

 No Ordoviciano, há 485 milhões de anos, havia uma grande variedade de gastrópodes em mais de um habitat aquático. No entanto, restos fósseis tão antigos não estão em condições boas o suficiente para que os pesquisadores os identifiquem corretamente. Isso não os impediu de descrever espécies do passado, particularmente do Paleozoico; por exemplo, sabemos de quinze espécies diferentes pertencentes ao gênero Poleumite, datando de 444 milhões de anos, no limite do Ordoviciano-Siluriano.

 


Os gastrópodes modernos como as lesmas de couro e os caracóis de jardim, mantém ainda em sua família, espécies com a concha vestigial em diversas fazes de crescimento e ou redução de tamanho, principalmente nas espécies terrestres. Ao certo podem ser o caso de espécies que saíram do mar no Ordoviciano convergentemente para o ambiente úmido continental.


 

Lingulada



Lingulada é uma classe de braquiópodes, entre os mais antigos de todos os braquiópodes que existem desde o período Cambriano. Eles também estão entre os mais morfologicamente conservadores dos braquiópodes, tendo durado desde a primeira aparição até o presente com muito poucas mudanças de forma.

No Ordoviciano grupo atinge maior diversidade e se torna um componente secundário dos ecossistemas deste então, se mantendo inalterado e sobrevivido as 05 grandes extinções.

Tem sido um fóssil-vivo por quase todo o Fanerozoico, muito devido a habitar áreas restritas à outros organismos.

 

Lingulada fóssil.

 

Braquiópodes

    




Braquiópodes são animais que apresentam um órgão especial para captura de alimento, o lofóforo, em torno da boca e com numerosos tentáculos ciliados. Como os moluscos, possuem um manto que segrega uma concha calcária com duas valvas. Nos braquiópodes, entretanto, as valvas ficam nas partes dorsal e ventral do corpo, enquanto nos bivalves elas se colocam lateralmente. Na maioria das espécies, a valva ventral é maior do que a dorsal e apresenta um pedículo que a fixa ao substrato. Certos gêneros, como Discinisca, têm a valva dorsal plana, de modo que o animal é achatado.


Reconstrução paleosinecológica da Formação Inajá considerando o hábito de vida dos braquiópodes  e  bivalves  que  compõem  a  comunidade.  1.  Sanguinolites  pernambucensis e  S. rochacamposi  (respectivamente  da  esquerda  para  direita).  Semi-infaunal  ou  infaunal  rasa, susupensívoro;  2. Leptodesma  (Leptodesma) langei.  Semi- infaunal,  suspensívoro;  3. Cypricardella petrolandensis.  Infaunal  escavador;  4.  Lingula  aff.  scalprum.  Infaunal,  suspensívoro; 5.  Edmondia philipi. Infaunal, suspensívoro; 6. Nuculites aff. oblongatus. Infaunal, sedimentívoro; 7. Hamburguia ? sp. Epifaunal séssil  pedunculado, suspensívoro; 8. Orbiculoidea sp. Epifaunal fixo, suspensívoro; 9. Spathella brevis. Epifaunal, suspensívoro; 10.  Camarotoechia jatobensis. Epifauna séssil penduculado, suspensívoro; 11. Streblopteria antiqua. Epifaunal bissado, suspensívoro.

 

Os braquiópodes são animais marinhos, bentônicos e sésseis. Sua fixação ao substrato pode ser feita através do pedúnculo ou por cimentação direta. Algumas espécies, entre elas a Lingula, vivem em substratos enterrados, arenosos ou moles. São animais filtradores que recolhem as partículas nutritivas da água através do lofóforo.

 Os braquiópodes atuais estão limitados a águas frias, no fundo dos oceanos ou perto dos polos, embora no passado geológico tenham ocupado outros nichos ecológicos. Os braquiópodes articulados surgiram no Cambriano e tornaram-se bastante diversos e abundantes no ordoviciano. Ó Lingula já existia no período ordoviciano, e manteve-se quase inalterado desde a era paleozoica.

 


Também por analogia com as formas vivas, estes animais poderiam controlar a profundidade a que se encontravam bem como nadar ativamente. Noutras formas, as conchas parecem indicar que algumas formas foram predadores bentônicos ativos não podendo nadar livremente na coluna de água.

Os Braquiópodes surgiram no período Cambriano Inferior e depois disso teriam sempre os mais abundante registro  dos macro fósseis do período Paleozoico.

 


Strophomenida

          




Grupo de braquiópodes que surgira no Ordoviciano e se extinguiu no Jurássico, Frequentemente as formas fósseis são cimentadas ao substrato. Sua extinção não fora totalmente gradual, e no limite do Permo-Triássico já apresentava uma grande redução da diversidade de sua espécie.

Com a grande extinção do permiano por fim á maioria dos grupos e espécies de moluscos acabaram sendo extintos por completo.

Outros Braquiópodes.

Spiriferida(Ordoviciano–Jurássico): Braquídio em forma de espiral (derivação do nome)

 



Rhynchonellida(Ordoviciano–Recente):Dobra dorsal e sulco ventral bem marcados

Comissura denteada

 

  


O Terebratulida representa  bem a maior parte dos braquiópodes viventes com o Deltírio (abertura triangular da valva peduncular pela qual o pedúnculo protrui) geralmente fechado pelas placas deltidiais e um pedículo funcional que emerge pelo forâmen umbonal.


 

 Bivalves

Pojetaia runnegari-South Austrália

Formas primordiais dos bivalves do Cambriano são minúsculas cerca de 5 mm, mas no Ordoviciano já atingem tamanhos variados em  centímetros, e tendem a aumentar de tamanho durante o Paleozoico inferior. Sua concha é formada pelo mineral de aragonita ou calcítica. O Plano simétrico passa entre as valvas (que entretanto podem ser distintas).

Morfologia dos Bivalves.

 


Concha aragonítica ou calcítica.

Plano de simetria passa entre as valvas (que entretanto podem ser distintas)


Todos grandes grupos dos Bivalves surgem no Ordoviciano onde tem uma Explosão adaptativa, onde invadem as águas continentais no Devoniano. Possuem pouca diferenciação desde então e sobrevivem até a atualidade.

No Paleozóico os braquiópodes se destacam mas com preferência por mares epicontinentais rasos, mas não avançaram nos continentes. Essa exclusão talvez fora  devido à competição com bivalves.

 

 

Rostroconquia

Os Rostroconchia provavelmente tinham uma vida sedentária. Havia provavelmente mais de 1000 espécies desta classe.

 

Rostroconquia é uma classe extinta de moluscos que datam do começo do período cambriano até o fim do permiano. Foram inicialmente incluídos na classe Bivalvar, mas acabaram ganhando sua própria classe. Eles normalmente têm uma concha pseudo-bivalva guardando o manto e o pé. A parte anterior da concha provavelmente tinha um vão por onde o pé emergia.