Os Craniados
A Crista Neural
A maior parte dos
elementos constituintes da cabeça origina-se de uma estrutura embrionária muito
importante, exclusiva dos Craniatas, que é a crista neural.
Ocorre por
proliferação de células ectodérmicas ao longo da placa neural, que origina o
tubo nervoso dorsal. Essas células migram para diferentes regiões da cabeça,
onde produzem um crânio cartilaginoso, que irá revestir o encéfalo e órgãos
sensoriais.
A crista neural
dá ainda origem a várias outras estruturas dos Craniata, tais como os elementos
esqueléticos de sustentação da faringe (arcos faríngeos ou viscerais), gânglios
dos nervos sensoriais, parte dos nervos, cromatóforos, botões gustativos e
receptores da linha lateral (presente nos peixes e larvas de anfíbios), ossos
dérmicos da cabeça e esqueleto dérmico no corpo.
Abaixo estão as principais sinapomorfias
dos Craniados em geral relacionadas com seu elevado grau de atividade, que
requer especializações sensoriais, nervosas, locomotoras e metabólicas:
1. Crista neural
e seus derivados nos adultos.
2. Órgãos
sensoriais especiais (com contribuições da crista neural, do sistema nervoso e outros
elementos de origem ectodérmica).
3. Encéfalo,
inicialmente tripartido (conforme se observa nos primórdios embrionários),
subdividindo-se a
seguir, resultando em cinco partes dispostas longitudinalmente,
como observado em
todos os Craniata viventes.
4. Epiderme
pluriestratificada, em oposição à epiderme com uma única camada de células
(uniestratificada) dos invertebrados;
5. Miômeros em
forma de W (em oposição aos miômeros em forma de V dos anfioxos).
6. Filamentos
branquiais.
7. Coração
muscular com câmaras, permitindo uma circulação mais eficiente e rápida de oxigênio
e nutrientes.
8. Rins
glomerulares, eficientes na filtração e excreção dos resíduos produzidos pelo
metabolismo relativamente alto.
Metasspriggina
O Metasspriggina
possuía em média 10 centímetros de comprimento, e depois de diversos estudos, considerado
um cordado primitivo e o elo entre os Cefalocordados e os primeiros vertebrados.
Ele possuía
uma notocorda, sete pares de fendas faríngeas, que possivelmente eram
constituídas de cartilagem, dois olhos virados para cima narinas atrás deles e
um crânio fracamente desenvolvido. No curso adaptativo as fendas faríngeas posteriormente
formariam as mandíbulas superior e
inferior dos vertebrados em geral.
Hyperotretis
Os Hyperotretis (Hagfish ou enguias limosas)
são um grupo de animais marinhos, de águas frias, com forma de enguia e sem
maxilas. É o único grupo pisciforme que não pertence ao subfilo dos vertebrados,
uma vez que não tem um verdadeiro esqueleto interno: o corpo é sustentado pela corda
dorsal e o crânio é incompleto, uma vez que o cérebro está protegido apenas por
uma bainha fibrosa.
Haikouichthys ercaicunensis
Haikouichthys é um extinto gênero de craniados que viveu
a cerca de. 530 milhões anos atrás. O Haikouichthys
tinha um crânio já definido e outras características que levaram os paleontólogos
a rotulá-la um craniado verdadeiro, e até mesmo a ser popularmente
caracterizado como um dos primeiros peixes, que estudos posteriores e novos
fósseis poderão corroborar ou não na classificação.
Zhongjianichthys
rostratus
Existiu a cerca de 530 -525 milhões de anos atrás e
também fora considerado um verdadeiro cordado. Os olhos estão localizados atrás
do lobo Antero-dorsal e a boca aparentemente não tinha mandíbula. Faltavam
escamas e tinha uma pele grossa.
Sabemos que tinha uma pele mais espessa do que os
outros cordados da época pelos fosseis e embora pareça mais avançado do que
seus parentes devido aos olhos posicionados para trás e à pele mais espessa,
isso pode ser uma evolução convergente e, portanto, não deve estar
particularmente relacionado aos ancestrais dos cordados modernos.
Ágnatas
Todos
peixes que são classificados como Ágnata, não possuem mandíbulas. As suas bocas
apresentam pequenas placas em forma de círculo e como tal presumivelmente a sua
alimentação era efetuada sugando pequenas partículas de comida dos fundos
oceânicos.
Uns
grupos de ágnatas, as lampreias, ainda hoje se adaptaram a um tipo de vida
parasita. Significativamente, contudo, nos primeiros estágios de
desenvolvimento as lampreias imaturas ainda se alimentam de partículas
orgânicas que encontram na superfície dos fundos. As ágnatas são classificadas com base na
presença de uma ou duas narinas.
Os que
aparecem primeiro no rol evolutivo são
os animais que possuem duas narinas, por serem os mais primitivos, deram origem
aos vertebrados superiores. Os que só possuem uma narina, deram origem aos
atuais ciclóstomos que incluem então as lampreias. Todos os peixes ágnatos do
Paleozoico são classificados como Ostracodermos, e que no período posterior
possuiriam uma armadura óssea, particularmente, na região da cabeça, embora o
esqueleto interno fosse cartilagíneo. Muitos Ostracodermos possuiam o corpo
espalmado e viviam junto ao fundo, motivo pelo qual não eram nadadores rápidos.
Myllokunmingia
Seria um peixe ágnato primitivo que viveu no que hoje é a China durante o Cambriano inferior, de 530 milhões de anos atrás. Possuía as características de um vertebrado e possivelmente está entre os mais antigos que se conhece. Têm sido encontrados importantes restos fósseis nos estratos cambrianos dos Folhelhos de Maotianshan. Assemelhava-se aos atuais Myxini, e media 28 mm de comprimento e uns 06 mm de altura.
Tanto seu crânio como suas estruturas esqueléticas eram cartilaginosas,
como as atuais lampreias. Não existe nenhum indício de que houvesse
mineralização dos elementos de seu esqueleto, processo esse denominado
biomineralização.