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quinta-feira, 18 de novembro de 2021

TOMO LVII - PALEOZOICO- PERÍODO CAMBRIANO - EXPLOSÃO DE VIDA PARTE XI - CRANIADOS

 Os Craniados

 


Durante o decorrer do início do paleozoico, os deuteróstomos ganharam maior destaque no cenário da época. Um grupo mais desenvolvido as novas realidades e das disputas por alimento e proteção. Ganharam um centro nervoso que podia se lembrar. Recordar área de alimentos e locais onde era melhor o acasalamento para a perpetuação da suas espécies. Aprenderam que andar em grupo lhes servia de proteção e eliminava os menos aptos fortalecendo ainda mais o grupo. Os craniatas foram um marco na já fantástica história da explosão da vida multicelular do cambriano.

Os craniados(craniata) são todos os animais com narinas com crânio parcial ou completo, quer seja formado de tecido cartilaginoso ou ósseo. É um clado que inclui os Hyperotretis e os vertebrados em geral; a ele pertencem todos os peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

Como pertencem ao filo Cordata, todos os craniados possuem, pelo menos no estado embrionário, uma notocorda ou corda dorsal, que é uma forma embrionária do esqueleto axial. A notocorda mantém-se durante a vida adulta nas mixinas e lampreias, assim como no anfioxo um Cefalocordado, mas transforma-se em todos os restantes no eixo central das vértebras.

 

A Crista Neural

 


A maior parte dos elementos constituintes da cabeça origina-se de uma estrutura embrionária muito importante, exclusiva dos Craniatas, que é a crista neural.

Ocorre por proliferação de células ectodérmicas ao longo da placa neural, que origina o tubo nervoso dorsal. Essas células migram para diferentes regiões da cabeça, onde produzem um crânio cartilaginoso, que irá revestir o encéfalo e órgãos sensoriais.

A crista neural dá ainda origem a várias outras estruturas dos Craniata, tais como os elementos esqueléticos de sustentação da faringe (arcos faríngeos ou viscerais), gânglios dos nervos sensoriais, parte dos nervos, cromatóforos, botões gustativos e receptores da linha lateral (presente nos peixes e larvas de anfíbios), ossos dérmicos da cabeça e esqueleto dérmico no corpo.

Abaixo estão as principais sinapomorfias dos Craniados em geral relacionadas com seu elevado grau de atividade, que requer especializações sensoriais, nervosas, locomotoras e metabólicas:

1. Crista neural e seus derivados nos adultos.

2. Órgãos sensoriais especiais (com contribuições da crista neural, do sistema nervoso e outros elementos de origem ectodérmica).

3. Encéfalo, inicialmente tripartido (conforme se observa nos primórdios embrionários),

subdividindo-se a seguir, resultando em cinco partes dispostas longitudinalmente,

como observado em todos os Craniata viventes.

4. Epiderme pluriestratificada, em oposição à epiderme com uma única camada de células (uniestratificada) dos invertebrados;

5. Miômeros em forma de W (em oposição aos miômeros em forma de V dos anfioxos).

6. Filamentos branquiais.

7. Coração muscular com câmaras, permitindo uma circulação mais eficiente e rápida de oxigênio e nutrientes.

8. Rins glomerulares, eficientes na filtração e excreção dos resíduos produzidos pelo metabolismo relativamente alto.

 

Metasspriggina



O Metasspriggina possuía em média 10 centímetros de comprimento, e depois de diversos estudos, considerado um cordado primitivo e o elo entre os Cefalocordados e os primeiros vertebrados.



 Ele possuía uma notocorda, sete pares de fendas faríngeas, que possivelmente eram constituídas de cartilagem, dois olhos virados para cima narinas atrás deles e um crânio fracamente desenvolvido. No curso adaptativo as fendas faríngeas posteriormente formariam  as mandíbulas superior e inferior dos vertebrados em geral.

 


 

Hyperotretis

Myxini

Os Hyperotretis (Hagfish ou enguias limosas) são um grupo de animais marinhos, de águas frias, com forma de enguia e sem maxilas. É o único grupo pisciforme que não pertence ao subfilo dos vertebrados, uma vez que não tem um verdadeiro esqueleto interno: o corpo é sustentado pela corda dorsal e o crânio é incompleto, uma vez que o cérebro está protegido apenas por uma bainha fibrosa.

  


 Haikouichthys ercaicunensis



Haikouichthys é um extinto gênero de craniados que viveu a cerca de. 530 milhões anos atrás. O Haikouichthys tinha um crânio já definido e outras características que levaram os paleontólogos a rotulá-la um craniado verdadeiro, e até mesmo a ser popularmente caracterizado como um dos primeiros peixes, que estudos posteriores e novos fósseis poderão corroborar ou não na classificação.

 


 

Zhongjianichthys rostratus





Existiu a cerca de 530 -525 milhões de anos atrás e também fora considerado um verdadeiro cordado. Os olhos estão localizados atrás do lobo Antero-dorsal e a boca aparentemente não tinha mandíbula. Faltavam escamas e tinha uma pele grossa.

Sabemos que tinha uma pele mais espessa do que os outros cordados da época pelos fosseis e embora pareça mais avançado do que seus parentes devido aos olhos posicionados para trás e à pele mais espessa, isso pode ser uma evolução convergente e, portanto, não deve estar particularmente relacionado aos ancestrais dos cordados modernos.

 

Ágnatas



Todos peixes que são classificados como Ágnata, não possuem mandíbulas. As suas bocas apresentam pequenas placas em forma de círculo e como tal presumivelmente a sua alimentação era efetuada sugando pequenas partículas de comida dos fundos oceânicos.

Uns grupos de ágnatas, as lampreias, ainda hoje se adaptaram a um tipo de vida parasita. Significativamente, contudo, nos primeiros estágios de desenvolvimento as lampreias imaturas ainda se alimentam de partículas orgânicas que encontram na superfície dos fundos.  As ágnatas são classificadas com base na presença de uma ou duas narinas.



Os que aparecem primeiro no rol evolutivo  são os animais que possuem duas narinas, por serem os mais primitivos, deram origem aos vertebrados superiores. Os que só possuem uma narina, deram origem aos atuais ciclóstomos que incluem então as lampreias. Todos os peixes ágnatos do Paleozoico são classificados como Ostracodermos, e que no período posterior possuiriam uma armadura óssea, particularmente, na região da cabeça, embora o esqueleto interno fosse cartilagíneo. Muitos Ostracodermos possuiam o corpo espalmado e viviam junto ao fundo, motivo pelo qual não eram  nadadores rápidos.

 

Lampreia, ágnato moderno.

 

Myllokunmingia



Seria um peixe ágnato primitivo que viveu no que hoje é a China durante o Cambriano inferior, de 530 milhões de anos atrás. Possuía as características de um vertebrado e possivelmente está entre os mais antigos que se conhece. Têm sido encontrados importantes restos fósseis nos estratos cambrianos dos Folhelhos de Maotianshan. Assemelhava-se aos atuais Myxini, e media 28 mm de comprimento e uns 06 mm de altura.



Tanto seu crânio como suas estruturas esqueléticas eram cartilaginosas, como as atuais lampreias. Não existe nenhum indício de que houvesse mineralização dos elementos de seu esqueleto, processo esse denominado biomineralização.