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sexta-feira, 12 de julho de 2019


Os Minutos seguintes após a extinsão K-T

Momento do Impacto no Mar Cretáceo pelo Cometa/Meteoro que originou a extinção K-T.

A extinção K-T (onde K, é a abreviatura tradicional do período Cretáceo e T terminator de extermínio ou extinção) mundialmente conhecida como a extinção dos dinossauros sempre é muito comentada nos meios científicos e da mídia em geral...agora temos evidencias do "dia seguinte" ou minutos seguintes do cataclismo.

Vídeo que mostra como teria sido o Impacto do Asteroide e suas consequências imediatas ao choque deste com a Terra.


Num estudo divulgado dia 01/04/2019 pela publicação científica Proceedings of the Academy of Natural Sciences, uma equipe de paleontologistas reunida pela Universidade do Kansas diz ter encontrado um "filão principal de fósseis de animais e peixes primorosamente preservados" no estado da Dakota do Norte, nos EUA.


Cratera de Chicxulub


Os pesquisadores afirmam que encontraram provas de que o asteroide, que atingiu o território atual do México e gerou a cratera de Chicxulub, na Península do Yucatán, provocou chuvas de fragmentos flamejantes que fossilizaram animais, e deixaram resquícios de árvores queimadas, evidências de um tsunami em terra e amostras de âmbar derretido. Alguns fósseis de peixes tinham resíduos de vidro quente em suas guelras.




Este impacto teria gerado terremotos de magnitude acima de 10 da escala Richter, onde 75% de toda a vida na Terra foi extinta. Os pesquisadores acreditam que o evento criou abalos sísmicos que resultaram no rápido surgimento de uma torrente maciça de água e destroços vindos um braço do chamado Mar Interior Ocidental, que cortava o continente.




Robert DePalma

Escavações na formação chamada de Hell Creek, na Dakota do Norte,EUA , revelam uma "massa emaranhada de peixes de água doce, vertebrados terrestres, árvores, galhos, troncos, amonóides marinhos e outras criaturas, pulverizadas com fragmentos rochosos e de vidro que caíram do céu. Alguns peixes teriam ingerido dejetos associados ao evento de Chicxulub, o que sugere que os abalos sísmicos atingiram a área onde hoje se localiza a Dakota do Norte em poucos minutos.



Formação chamada de Hell Creek.


Os depósitos também mostram evidências de terem sido inundados com água, uma consequência do enorme tsunami gerado pelo impacto. No local fora encontrado também Vestígios de irídio, este teriam coberto os depósitos de Tanis. Como o irídio se encontra em asteroides ou cometas em maiores proporções isso corrobora com a teoria da extinção K-T ter vindo do espaço.



Camada estratigráfica de detritos e irídio de Tanis.


"A sedimentação ocorreu de maneira tão rápida que tudo está preservado em três dimensões, sem ter sido esmagado", disse o coautor do estudo David Burnham. "É como uma avalanche que desaba quase como um líquido e aí se transforma em concreto. Eles foram mortos imediatamente em razão da violência da água", afirmou o paleontólogo Robert DePalma, da Universidade do Kansas.


DePalma, e seus colegas em Tanis.

DePalma, e seus colegas dizem que o local da escavação, em Tanis, oferece uma incrível visão de eventos que provavelmente ocorreram poucos minutos ou horas após o asteroide gigante atingir a Terra. Quando esse objeto de 12 quilômetros de largura atingiu o que é hoje o Golfo do México, teria lançado bilhões de toneladas de rocha derretida e vaporizada no céu em todas as direções e avançado por milhares de quilômetros.

Formação de Tanis.

 Na formação de Tanis, os fósseis registram o momento em que esse material caiu de volta, como gotas, metralhando tudo o que tinha no caminho. Os peixes foram encontrados com detritos gerados pelo impacto incrustados em suas brânquias. Eles teriam respirado os fragmentos que enchiam a água ao redor deles.

Fosseis de Hell Creek.


Há também partículas capturadas em âmbar, que são os restos preservados da resina de árvores. E é até possível identificar o rastro deixado por esses minúsculos tectitos (como são chamadas tecnicamente essas pequenas rochas de vidro) quando elas entraram na resina.


Peixe fóssil de Tanis mostra presença de microtectitos.

Peixe fóssil de Tanis . O fóssil mostra microtectitos (gotas de vidro fundido respingado) que são uma combinação química para ejeta da cratera de meteoro de Chicxulub . Os microtectitos concentram-se em grande número nas ravinas de cerca de 50% dos fósseis de esturjão e de paddel e mostram que os peixes estavam vivos quando o impacto ocorreu.

Restos de Peixes Fossilizados que não foram achatados, mas envolvidos pela onda de choque e tsunami de detritos.

Geoquímicos conseguiram relacionar diretamente os detritos das escavações ao chamado local de impacto de Chicxulub, no Golfo do México, onde  caiu o asteroide/cometa . Eles também dataram os fragmentos de entre 65 e 76 milhões de anos, o que está bastante de acordo com a cronologia do evento desenvolvida a partir de evidências colhidas em outros locais ao redor do mundo.


Os peixes fossilizados ficaram uns sobre os outros quando foram jogados em terra pelo seicha — Foto: Robert DePalma/BBC Os peixes fossilizados ficaram uns sobre os outros quando foram jogados em terra pelo seicha — Foto: Robert DePalma/BBC

Pelo modo como os depósitos de Tanis são organizados, os cientistas foram capazes de identificar que a área foi atingida por uma enorme parede de água. Embora o impacto tenha gerado um imenso tsunami, seriam necessárias muitas horas, em condições normais, para que essa onda percorresse os 3.000 km do Golfo até Dakota do Norte, apesar da provável presença de um mar atravessando diretamente o território norte-americano.

No final do período Cretáceo havia á presença de um mar atravessando diretamente o território norte-americano.


Os pesquisadores no entanto acreditam que, em vez disso, a água local pode ter sido deslocada muito mais rapidamente, algo em torno de Mach 1 (cerca de 1225km/h) e pela onda de choque sísmica equivalente a um terremoto de magnitude 11 como já comentado, e que teria ondulado ao redor da Terra varias vezes até se anular. É um tipo de onda descrita como seicha, que teria apanhado tudo pelo caminho e atirado no emaranhado de espécimes que estão agora sendo registradas pela equipe mediante as evidências fósseis.

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 Microkrystites condensados a partir do material vaporizado ejetado pelo impacto” (Foto cortesia de Robert DePalma / University of Kansas)