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sexta-feira, 13 de março de 2015

MUHAMMAD - O ÚLTIMO PROFETA



Superprodução cinematográfica sobre o Profeta do Islã.


Muhammad, nunca o nome de um homem, profeta, fora tão respeitado. Admirado como modelo de integridade e justiça...benevolência e senso de liderança, mais que temido por seus inimigos...era respeitado. Mesmo entre o cristianismo á grande respeito a sua figura e seus atos. Em 1976 fora lançado um filme que ao meu ver fora impecável ao contar a história do profeta, um épico que desmistificou um pouco o mundo islâmico para os ocidentais.

Épico sobre a vida do profeta do ano de 1976, com Anthony Quinn como tio do Profeta.


Após sete anos de trabalho e um longo debate teológico sobre o respeito à figura do profeta do Islã.  Em 2015 uma produção  cinematográfica milionária Iraniana, primeiro filme de uma trilogia, reconta mas com uma visão mais religiosa à história de Muhammad, filme estreou mesmo sobre as criticas de ortodoxos muçulmanos pelo mundo islâmico. Um excelente filme, em atuação, figurino e precisão histórica. Recomendo, com recriações da península arábica de 14 séculos atras impecáveis a produção se candidatou a disputar o Oscar de melhor filme estrangeiro de 2016.
Mas quem foi este ser humano fabuloso!? Iniciaremos agora a contar a saga do Profeta e a posterior marcha do Islâ pelo mundo!

Oriente Médio

Numa cidade no meio do nada, um centro religioso e comercial no meio do deserto chamado o “Grande Vazio”, a margem seca do mundo civilizado um obscuro mercador de meia idade chamado Muhammad Ibn Abdulla, foi tocado pela inspiração divina e começou a pregar. Sua mensagem era simples, submissão a vontade do Deus único e universal, prometia um dia de juízo, com recompensa ou punição e caridade aos menos afortunados.

Sua crença explodiu nos 150 anos seguintes sobre o mundo civilizado com tolerância mas com a força súbita de um furacão do Deserto. Com gritos de “Allahu akbar (Deus é grande) atravessaram areis, florestas, montanhas e dominaram nações da índia a península Ibérica! O legado do profeta de Allah(Alá), líder é exemplo de vida para 1,7 bilhões de pessoas em todo o mundo. Dois grandes impérios regionais seriam abalados, um perderia metade do seu território, no caso Bizâncio, e outro a Pérsia seria absorvida. Em geral a onde os soldados de Alá chegavam, eram tratados mais como libertadores do que conquistadores. Desoneravam impostos, eram tolerantes as crenças e mantinham as famílias nobres e a máquina do estado antigo quase intacta.


MECA (MAKKA)







































Meca nos tempos do Profeta.

Sua cidade natal era Meca, um centro comercial e religioso pedregoso a oeste da península Arábica. O local de culto se chama Caaba (o Cubo) onde havia um panteão de mais de 300 deuses, de cunho animista, ou de outras religiões como o Zoroastrismo Persa e a Cristã Copta, que os árabes ismaelitas cultuavam, além de uma pedra negra de origem provável meteórica. Alguns habitantes de Meca distanciavam-se quer dos cultos pagãos, quer do monoteísmo dos Judeus e dos Cristãos, declarando-se hunafá, isto é, crentes no Deus único de Abraão, que acreditavam ter sido o fundador da Caaba. Apesar de a cidade não possuir recursos naturais, ela funcionava como um centro comercial e religioso, visitado por muitos comerciantes e peregrinos.
Tribo dos Coraixitas, dominante na região, cobrava juros exorbitantes para utilizar do comercio da cidade, principalmente quando havia maior números de peregrinos. Aqueles que adquiriam créditos dos coraixitas geralmente não tinham bens, e empenhavam-se a si e suas filhas e filhos como garantia. Obviamente numa época sem tecnologia, o trabalho braçal escravo era a moeda realmente vigente, e por isso mesmo desejavam que os seus “clientes” não pagassem os juros e assim virassem escravos, e dessem muito mais lucro.

A CAABA



A Caaba teria sido construída na região próxima ao poço de ZemZem(ou Zamzam), que segundo a tradição, seria o local que Deus consolou a Agar de Ismael e lhe dando a certeza que a semente do primogênito de Abraão seria multiplicado sobremaneira, que não seria contada, por numerosa que seria. Sobre estes deuses havia o Deus principal chamado Al-Illah (O Deus), que nada mais era que El (o Deus de Ismael filho de Abraão), Javé ou Jeová.

O NASCIMENTO DO PROFETA


Diz a tradição que Muhammad ou Maomé em português, na noite em que foi concebido, seu pai Abdulla chamou a atenção de pessoas por onde passava e de uma mulher que chegou a se insinuar para ele devido a um estranho brilho no olhar. Símbolo do poder de Deus em sua vida e predestinação para seus fantásticos feitos futuros.
Maomé nasceu em 26 de Abril 571, ou no dia 12 do mês de Rabi al-Awwal (terceiro mês do calendário árabe) no "ano do Elefante". Esse ano recebeu esta denominação porque nele se verificou o ataque de pelas tropas de Abraha (governador do sul da Arábia ao serviço do imperador da Etiópia) que estavam equipadas com elefantes. Seu nome completo era Abul Qasim Muhammad e

era filho de Abdulla, um mercador de classe média baixa do período membro da tribo Hachemitas integrado na tribo dos coraixitas (Quraysh, "tubarão"). detentor de alguns camelos e ovelhas. Já o avô do profeta já era um prospero mercador da tribo Coraixita se chamava Abdul Mutualib de linhagem importante que remonta segundo a tradição a tribo de Adnam, filho de Ismael, profeta de Deus primogênito de Abraão. Sua mãe se chamava Amina (Aminah), filha de Wahb, dona de uma forte personalidade e perseverança.

AMINAH(AMINA), MÃE DO PROFETA

Miniatura Turca de Maomé e sua Mãe

Logo após seu nascimento o profeta ficou órfão de pai, e sua mãe apesar dos poucos bens pode lhe dar uma boa educação, Apesar das limitações econômicas, Amina entregou Maomé aos cuidados de uma ama-de-leite chamada Halíma (Haleemah). Era uma tradição da época, era deixar o filho passar parte do início de sua infância para crescer com os beduínos do deserto, uma vez que se considerava que o clima de Meca era pouco saudável; para além disso, acreditava-se que uma temporada de vida rustica prepararia melhor a criança para a vida adulta. Em troca desta adoção temporária, os beduínos recebiam presentes dos habitantes de Meca. A vida dura, e cheia de estímulos moldaram o caráter do jovem profeta e o puseram em contato com outros povos e culturas. Quando tinha 6 anos em 576 sua mãe faleceu e ai ficou um dilema, comum aos órfão da época, virar escravo.

Al MUTUALIB, AVÔ DO PROFETA

 Comércio de Meca.

Seu avô Abdul Al-Mutualib ficou sabendo da morte de sua nora e procurou o menino para criar o neto, e com os filhos destes, entre os quais se encontravam Abbas e Hamza e que eram praticamente da mesma idade que Maomé, fruto de um casamento tardio do avô. Abd al-Mutalib ocupava em Meca o importante cargo de siqáya (serviço de distribuição pelos peregrinos da água sagrada do poço de Zemzem.
Mas novamente o destino conspirou para derrotar o profeta, e seu avô faleceu dois anos depois em 578, e segundo os costumes árabes da época, os menores não herdavam nada de seus familiares, razão pela qual Maomé nada tinha recebido da herança do pai e teria de receber do avô. Para a sorte do menino, parecia ter um estoque inesgotável de parentes, seu tio Abu Talib que se tornou o novo chefe do clã Hachemita. Ele era mercador, explorador e dono de caravanas, terminaria por assumir a função de tutor do futuro profeta.

ABU TALIB, TIO DO PROFETA
Cena de caravanas no tempo de Isaac e Ismael.

Maomé foi pastor e teria também acompanhado o seu tio Abu Talib, em expedições comerciais à Síria. Segundo a tradição, quando Maomé, o seu tio e outros acompanhantes regressavam de uma destas viagens em 583, cruzaram-se perto de Bosra com um eremita cristão chamado Bahira que após ter examinado Maomé verificou seu caráter messiânico, concluindo que este era o enviado que todos aguardavam. Bahira recomendou a Abu Talib que levasse o seu sobrinho para Meca e que velasse pelo bem-estar deste.

AS QUALIDADES DO PROFETA
O profeta desde cedo demonstrou qualidades fantásticas que cresceram junto com o jovem Maomé. Era conhecido como Al-Ameem, ou o confiável. As pessoas quando iam em caravanas deixavam sob sua tutela seus bens devido ao alto grau de confiança. Fora o confiável também era conhecido como As-sadiq, ou o sincero, pois nunca foi pego em mentira. Se destacava, apesar de não ser letrado, também pelos bons modos, falante e sempre disposto a ajudar as pessoas. Suas palavras sempre havia significado, colocava um manto de luz no assunto comentado, taciturno ao falar e calado quando não havia nada a dizer.

VIAGENS DE CARAVANAS

 Caravanas de Beduínos,

Outro de seus dons era a pertinência, sabedoria adquirida ao ouvir e depois por própria experiência em viagens de caravana, as quais representava seu tio, lhe dando ótimos proventos. Habitualmente afirma-se que Maomé teria sido analfabeto; contudo, é provável que alguém que desempenhou funções na área do comércio das caravanas, tenha possuído, autonomamente, conhecimentos essenciais de letra. Nestas viagens teve contato com comunidades cristãs coptas e Ortodoxias, Judaicas que lhe elevaram em muito o conhecimento religioso. Gostava de se enclausurar em uma caverna do Monte Hira, para orar noites a fio para Deus, praticando o jejum e a meditação. Sentia-se desiludido com a atmosfera materialista que dominava a sua cidade de Meca. Bem como insatisfeito com a forma como órfãos, pobres e viúvas eram excluídos da sociedade, isso antes de se tornar profeta.

 O AMIGO

 Maomé e Abu Bakr.

Maomé nesta época criou uma forte amizade com um prospero dono de caravanas chamado Abu Bakr, também da tribo Coraixita, e este amigo fiel seria um elo para a crenças de Maomé para a posteridade. Ele futuramente seria seu sogro e o primeiro Califa, detentor dos assuntos religiosos e de estado após a morte do profeta.

kHADIJA(CADIJA), ESPOSA DO PROFETA
Apesar da boa aparência com cabelos encaracolados, barba imponente e tratada, boa estatura e tez bronzeada aos 25 anos ainda era solteiro. Seus serviços à frente das caravanas do tio lhe deram excelente reputação, e por isso seus préstimos foram contratados em 595 por uma viúva rica de Meca chamada Khadija. Por duas vezes lhe utilizara o tino comercial em suas caravanas para Damasco, o que lhe rendeu enormes proventos.
Apesar de ser 15 anos mais velha que o profeta, era uma de uma beleza exótica e muito assediada por vários pretendente de Meca, era inteligente, sensível e seria o alicerce do profeta quando recebeu suas primeiras revelações. Pouco comum na época mulher tão influente acabaria de propor casamento ao profeta, que ele aceitou, Maomé só desposaria outra após a sua morte 25 anos depois. Com Khadija o profeta teve seis filhos, quatro mulheres chamadas Zainab, Ruqayyah, Umm Kulthum e Fátima bem como dois homens chamados Al-Qasim e Abdullah, que faleceram durante a infância. Devido as riquezas de Khadija, Maomé cresceu socialmente, e assim se tornando um dos mais influentes comerciantes da cidade de Meca, mas não era feliz com as injustiças cometidas pelas elites de Meca.

ZUBAIR
Um tio do profeta chamado Zubair ibn Al Awwam fundou a ordem de cavalaria conhecida como a Hilf al-fudul, que assistia os oprimidos, habitantes locais e visitantes estrangeiros. Maomé foi um membro entusiasta assim ajudando na resolução de disputas, e reforçando a intitulação já conhecida como Al-Ameen ("o confiável") aqui devida à sua reputação sem mácula nestas intermediações. Como exemplo, Maomé um prospero mercador, quando a Kaaba sofreu danos após uma inundação, e todos líderes de Meca queriam receber a honra de resolver o problema, o profeta que teria sido nomeado para solucionar a situação. Propôs que estendessem um lençol branco no chão, que colocassem a Pedra Negra (também conhecida como Hajar el Aswad) no meio e pediu aos líderes tribais que a transportassem ao seu devido local, segurando os cantos do lençol. Chegados ao devido local, o próprio Maomé tratou de a colocar na posição devida.

RECITA



 Gruta do Monte Hira.

Quando o profeta atingiu a idade de 40 anos, se encontrava em sua caverna de oração como de costume e algo especial aconteceu, em uma das noites do ano de 610 gregoriano, durante o mês de Ramadã, ele ouviria o tilintar de sinos.
Uma voz incorpórea falou-lhe em tom imponente e majestoso- a tradição diria que a voz era do arcanjo Gabriel(Jibrīl), o mesmo que falara a Maria sobre Jesus 06 séculos antes- “Recita!”, ordenou-lhe a voz. Maomé sentiu-se como se fosse agarrado por grandes mãos invisíveis e depois solto. Estava aterrorizado. “O que devo recitar” - perguntou Maomé. A voz repetiu a ordem “Em nome de Deus teu senhor e criador, que criou a humanidade de um coágulo de sangue, recita!”. Enquanto ele continuava a falar 
Maomé memorizava e recitava tudo o que lhe era dito. Por fim retirou-se o anjo.

Saiu da caverna arrasado, chegou em casa, pediu apoio a Khadija em prantos e disse que achava que ficara louco! Que fora Tomado por um Djim maligno! Contou-lhe o ocorrido e ela mais que depressa tratou de levar o profeta a um primo seu mais velho. O primo de Khadija um sábio Waraqa que era cristão copta e erudito em religiões e mais do que na hora definiu que Maomé era um profeta de Deus como fora Abraão e Moises. E que estava recebendo revelações como seus precedentes receberam, e que deveria se submeter a elas.Maomé receberia outras visitas do Anjo Gabriel durante o reto de sua vida sempre com novas instruções. Mais tarde diria o profeta “nunca recebi uma revelação sem pensar que minha alma me fora arrancada”.

A REVELAÇÃO


A palavra transmitida para Maomé na no dialeto árabe da região de Meca, e que viria a ser copilado no Corão, como veremos posteriormente, por si só tem um caracteres de divino! A pessoa escuta a recitação, se enche de emoção, as palavras são harmônicas de concordância poética são música suave para os ouvintes. Muitos dos conversos a nova crença somente ao escuta-la aceitaram-na.

Mas não é somente isto, Maomé altera toda a crença de seus novos conversos, primeiramente seus parentes mais próximos como Khadija, seu sobrinho Ali de 13 anos e seu amigo fiel Abu Bakr amigos que se reuniam na casa de um homem chamado Al-Arqam. Em 613, encorajado pelo seu círculo de amigos e seguidores, iniciou a pregar em colinas remotas ao redor de Meca, para famílias em particular longe dos poderosos. Entre os novos conversos estavam escravos, pobres, classes menos importantes e depois jovens ambiciosos de famílias influentes dispostos a uma mudança social, entre eles estava Omar ibn Al-Kratab. Depois vários mercadores ricos aderiram também as crenças de Maomé.

MENSAGEM
         Dizia que só havia um Deus, único, onisciente, onipotente, infinitamente bom e justo, sempre disposto a perdoar. E que ele, Maomé era o último de uma linhagem de profetas importantes.
         Jesus fora o messias, um dos mais importantes profetas e preparou o caminho para Maomé, não era filho de Deus, mas um homem como o profeta, que não foi crucificado, mas sim Judas que teve o rosto transformado no de Cristo e assim pagou pela traição.
         Que a Torá, e os evangélicos teriam sido alterados no decorres dos anos e que os originais se perderam com o tempo, a nova crença seria o concerto e a palavra definitiva para os povos do mundo.
Pregava ele contra a escravidão, e por exemplo alforriou seu escravo e seguidor Zaid. Junto a outros conversos começaram a angariar fundos para comprar a liberdade dos cativos de Meca.
Instituiu o Zakat, (Purificar), era uma regra simples para ajudar na purificação, destinava 2,5% dos ganhos anuais para dalos aos pobres, uma taxação por demais branda em comparação aos juros Coraixitas.
Começou a pregar intensamente contra a adoração dos ídolos da Caaba, dizendo que eram apenas imagens, inúteis sem poder, o que chamou a atenção dos líderes Coraixitas da cidade, pois reduziria drasticamente as peregrinações a Meca.

O PRIMEIRO DESAFIO
Os próceres de Meca, liderados pelo poderoso ramo Omíada da tribo dos Coraixitas lançaram campanhas de ridicularizarão ao profeta, como viram surtir pouco efeito partiram para a intimidação e depois a violência.
Nas campanhas de ridicularizarão pediam ao profeta que fizesse um milagre, capaz de comprovar as suas alegações, que ele se negava a fazer para não testar Deus assim como não o fizera antes Dele Jesus, ainda então acusavam-no de estar possuído por um djiin(um espírito maligno).

OS PRIMEIROS MÁRTIRES DA FÉ

Nas ações contra o profeta tomadas pelos governantes de Meca também seus seguidores foram alvos de ataques físicos repetidos, bem como de ataques às suas propriedades. De acordo com a tradição, alguns dos habitantes de Meca lançaram ataques vigorosos e brutais contra os adeptos da nova crença. Forçaram crentes a deitar-se sobre areia ardente, colocaram enormes pedras sobre seus peitos, derramaram ferro derretido sobre eles, assim causando muitas mortes. 

Esta perseguição não atingiu inicialmente o próprio Maomé, pelo simples motivo de que a sua família detinha muita influência, em especial seu Tio. No entanto, estas circunstâncias tornaram-se intoleráveis e Maomé aconselhou alguns dos seus seguidores a irem para a Abissínia, por volta do ano 615.

Os líderes de Meca tentavam em vão oferecer para Maomé a deixar a sua missão religiosa oferecendo-lhe poder político. Conforme seus seguidores aumentaram, os seus oponentes tentaram demovê-lo a deixar ou alterar a sua religião para favorecer o sistema de Meca. Ofereceram-lhe uma boa parte do comércio e o casamento com mulheres de algumas das famílias mais ricas, mas ele rejeitou todas estas ofertas. 

Os habitantes de Meca acabaram por exigir que Abu Talib entregasse o seu sobrinho Maomé para execução. Uma vez que ele recusou, a oposição exerceu pressão comercial contra a tribo de Maomé e seus apoiantes.

Quando o profeta completou 50 anos, sua esposa Khadija faleceu e logo em seguida seu tio Abu Talib, seus encorajadores na grandiosa tarefa. Mortos seu tio e Khadija em 619(ano a que a tradição muçulmana se refere como o "Ano da Tristeza"), o próprio clã de Maomé retirou-lhe a proteção! Maomé mudou-se então para a cidade de At-Ta'if, onde não encontrou o apoio esperado por parte dos seus habitantes, assim ele fora obrigado a regressar a Meca, donde sofreu abusos, apedrejado e atirado contra espinhos e lixo.

O COMPLÔ

Sem a proteção familiar da tribo de Maomé, os líderes de Meca, se reuniram e cada um cedeu um membro forte para assassinar o profeta, agindo assim, devido ao grande prestigio que alcançara, seria diluída a culpa e possivelmente o profeta viraria mais um mártir a tentar criar um mundo melhor. Neste período estando em Meca alguns peregrinos oriundos da cidade de Yathrib, um oásis entre 350 ao norte, que viram no profeta a liderança capaz de sanar os conflitos que em 618 havia levado o povoado a um conflito civil, devido a uma disputa entre as tribos árabes pagãs os Aws e khazaraj. Maomé aproveitando o convite tratou de planejar sua saída de Meca de forma pensada e silenciosa.
A migração de Meca para Yathrib se iniciou na calada no verão de 621, quando doze homens desta cidade visitaram Meca durante a peregrinação anual e declararam-se muçulmanos ao profeta. Em Junho do ano seguinte uma delegação de setenta e cinco oriundo da mesma cidade, também se declara muçulmana em Meca e jura proteger Maomé de qualquer ataque. Os primeiros muçulmanos começaram a abandonar Meca em Julho de 622 em uma viagem que duraria nove dias, assim partiram em pequenos grupos e como tal não se gerou desconfiança entre os líderes de Meca.

A HÉJIRA
Medina

Em 16 de julho de 622 do calendário gregoriano com a Héjira(fuga ou emigração) se inicia o calendário islâmico, o seu ano I d.h(depois da Hérija), Maomé partiu em Setembro, tendo conseguido escapar a o plano que visava matá-lo, como já exposto anteriormente, pois o profeta fugiria durante a noite, tendo deixado a dormir na sua cama seu sobrinho de 13 anos Ali Ibm Abu Talib, vestido com o seu manto verde. Quando o grupo pretendia executar o complô de assassinato se deparou-se com Ali, que nada sofreu. Maomé chegaria a Yathrib com cerca de 75 seguidores e suas famílias, cidade que mudaria de nome para Medina, ou cidade do profeta.

Maomé após mediar o conflito interno e unir a cidade de Medina, construíu uma mesquita que seria seu centro de controle. Criou uma nova tribo, a Ummah(comunidade), não mais unidas por laços de sangue mas de ideologias, que no futuro iria se chamar Islã, ou submissos a vontade de Deus.

O centro de operações em Medina, onde legislava e residia era um conjunto de tijolos de barro situado no meio do oásis. De frente a um pátio murado havia uma fileira de cabanas que abrigavam sua crescente família, após a morte de Khadija.

COMO VIVIA MAOMÉ
Se vestia modestamente, com pudor, usava suas roupas até se deteriorarem, dormia com quase nenhum conforto e tratava das próprias vestes além de repreender excessos, principalmente alimentares, ao qual tinha maior escrúpulos com os tratos aos animais destinados a alimentação. Conta a tradição que por várias vezes interrompeu seus assuntos para tratar sua gata de estimação Muezza, que descansava nas mangas longas de seus trajes. Não tratava de acumular riquezas para si, sempre as distribuindo entre seus seguidores. Abominava a adoração ao lucro e ao dinheiro, e condenava empréstimos exploratórios.

QUESTÕES DE ESTADO

Maomé em contato com a população de Medina, verificou que 03 tribos judaicas, possivelmente fixadas após a destruição do templo no ano 70, viviam na cidade e que uma   detinha o monopólio comercial e tarifário deste da cidade. Com a

Ummah criou uma via alternativa que vendia e comercializava a preços bem mais módicos e os empréstimos eram oferecidos a juros zero, aos membros da sua comunidade, o que só tendeu a aumentar os números de fiéis.

CONSTITUIÇÃO DE MEDINA
 Um documento que revela como se estabeleceu uma confederação entre os seguidores de Maomé de Meca e os habitantes de Medina a já falada Umma. Neste documento, Maomé já e tido como "profeta" e estabelece que as disputas devem ser submetidas à mediação deste, mas não lhe outorgou qualquer tipo de autoridade especial. Contudo, nos últimos anos da sua vida Maomé tornou-se soberano da cidade em resultado do prestígio concedido pelas campanhas militares.

Com o passar dos anos recebeu e transmitiu regras gerais aos seus seguidores, como a forma de orar, como se portar e interagir com os fiéis, povos do livro (cristãos e Judeus) e aos infiéis. Mas fora os assuntos religiosos estava tratando de assunto mundanos como higiene pessoal, alimentação e direitos dos animais além de outras leis de caráter revolucionário principalmente para a época, beneficiando as mulheres. Havia regras civis como direito ao conhecimento, assim estendendo a todos o direito de ler e escrever (ao contrário do que dizem alguns estados que se dizem Islâmicos que os vetam as mulheres) por esse sempre vir de Ala. 

As leis semitas de olho por olho e dente por dente se mantiveram, mas com um GRANDE porém, o perdão, como diz o Corão” A retribuição por uma injuria é uma injuria igual,” mas depois acrescenta “Aqueles que esquecerem a injuria e buscarem a reconciliação serão recompensado por Deus” (42:40).

DIREITOS FEMININOS
Direitos femininos que a poucos anos foram equilibrados pelo ocidente. O uso do véu fora somente uma proteção a elas dada por Alá, devido a Ele saber da fraqueza dos homens aos encantos das mulheres, e assim quando alguém se casar seja pelas suas virtudes, e não somente pela beleza transitória, por isso o baixo índice de divórcios entre os muçulmanos. 

As mulheres teriam direito ao divórcio e a restituição de seu dote de casamento no caso da separação, manutenção do nome de sua família caso assim querer não sendo obrigatório a adesão do da família de seu esposo. Também a regras contra a violência doméstica, e insatisfação quanto ao desempenho do marido.

POLIGAMIA




Numa época em que a maioria dos homens morria em conflitos e eram poucos num mar de mulheres e crianças, regras específicas fixadas para a poligamia auxiliava a manter honradas nos costumes da época e mantidos os direitos para as mulheres viúvas e solteiras, evitando estas de se tornarem amantes, e ficarem a margem da sociedade da sociedade. Numa época em que a maioria dos homens morria em conflitos e eram poucos num mar de mulheres e crianças, regras específicas fixadas para a poligamia auxiliava a manter honradas nos costumes da época e mantidos os direitos para as mulheres viúvas e solteiras, evitando estas de se tornarem amantes, e ficarem a margem da sociedade da sociedade.

No ocidente ainda é amplamente difundido e as vezes estimulado o caso extraconjugal masculino. Além de estender o direitos a todos os homens de poucas posses que não podiam ter por vezes nem ao menos uma esposa, devido aos mais abastados as possuírem. Hoje em dia, poucos se utilizam deste direito islâmico, devido a maior equidade do número dos sexos! 

O profeta comentou que a poligamia auxiliaria no trato aos órfãos da época, estes que eram muito numerosos, como ele mesmo fora um na infância ele disse também

Se temerdes ser injustos no trato com os órfãos, podereis desposar duas, três ou quatro das que vos aprouver, entre as mulheres. Mas, se temerdes não poder ser equitativos para com elas, casai, então, com uma só, ou conformai-vos com o que tender à mão. Isso é o mais adequado, para evitar que cometais injustiças”. (Sura 4:3) 

 O Portanto somente quando as circunstâncias sociais o tornam necessário o Islam permite à poliginia, limitando-a a um homem com quatro esposas, e também impôs restrições morais, incentivando os homens a se casarem com outra esposa apenas se forem capazes de cumprir seus deveres. Um homem muçulmano portanto que toma outra esposa, o deve fazê-lo para cumprir suas responsabilidades sociais, como cuidar de uma mulher viúva, doente, sem parentes, com filhos para cuidar destes, e não como um meio de aumentar seu prazer, contando também com o aceite da mulher, lembrando que os casamentos arranjados não são praticas islâmicas mas de cunho cultural e ou tribal. 

O ideal de uma esposa pode ser visto no exemplo do Profeta. Ele foi casado com sua esposa Khadija por 25 anos e só se casou depois que ela faleceu. Seus casamentos plurais mais tarde em sua vida foram devidos à sua missão única de ser um exemplo para a comunidade muçulmana, cuidando de viúvas, reconciliando famílias através do casamento, libertando escravos e educando suas esposas nos ensinamentos do Islam.

Em pelo menos duas ocasiões Maomé forçou homens que tinha mais de quatro esposas a se divorciar de algumas delas, alguns caso por pedido da própria esposa pelos maus tratos sofridos.




AS ESPOSAS DO PROFETA

Maomé e sua segunda esposa Aisha, 

Muitos condenam o número elevado de esposas do profeta e a imaturidade de outras sem saber sob que condições o fato ocorreu, julgar alguns de seus atos sob os olhos do século XXI sem entender o contexto da época chega a ser uma visão infame e apenas com o intuito de manipular informações para fins específicos.

Durante a sua vida e depois da morte de khadija Maomé viria a casar com outras onze mulheres. Em geral as mulheres eram divorciadas ou viúvas de companheiros de Maomé, detinham uma idade avançada e o casamento com o profeta surgia como uma forma de garantir a união dos grupos envolvidos, proteção e estabilidade econômica. Em outros casos os casamentos serviram para reforçar as alianças políticas.

Nome das esposas:

         Khadija, (519-619) primeira esposa e seu alicerce na nova crença se casou com o profeta em 595 e faleceu em 619.

         Aisha, (619-632) Com exceção desta esposa, nenhuma das mulheres que casou eram virgens, fora uma das esposas mais importantes de Maomé e sua segunda esposa. Tinha apenas seis anos de idade na altura do seu noivado e segundo registos, quatorze anos na altura de seu casamento com o profeta sendo o casamento consumado apenas por volta dos 16 anos desta. 
    
         Zaynab b. Yahsh, (627-632) Ela que segundo a tradição era divorciada de seu filho adotivo, Zaid b. Harizah, que perante as leis pré-islâmicas pagãs árabes, era igual em valor e direitos que um natural, no intuito de abolir uma tradição árabe que impedia este tipo de união (33:37).


Sawda b. Zam’a(619-632),

Hajsa B. Umar(624-632),

Zaynab b. kusayma(625-627),

Ramla b. Abi Sufyan(628-632),

Juwayriyya b. Harith(628-632),

Safiyya b. Huyayy(629-632),

Hind b. Abi Umayya(629-632),

Maymunah b. al-Harith(630-632).


OS PRIMEIROS CONFLITOS
Medina tinha poucos recursos, era um oásis e a população se detinha mais na plantação de tamareiras. Por tradição a lei dos povos do deserto era a seguinte, em caso de dificuldades em recurso, simplesmente as tomam de outros que os detinham. 

Tinham um inimigo que vivia em Meca e por tanto passariam a atacar caravanas oriundas ou destinadas a esta cidade. Os primeiros ataques foram um fracasso com poucos ou quase nenhum butim de guerra mesmo tendo ele próprio participado de três ataques. Em 624 ocorreria o primeiro sucesso mas com sangue derramado de um inimigo.

A BATALHA DE BADR

 Batalha de Badr

Em 15 de Março de 624 Maomé preparou um ataque a uma caravana de Meca que regressava da Síria. A caravana, liderada por Abu Sufyan, líder do clã omíada, num carregamento posterior e tido como um dos principais da cidade que regressavam de Gaza. Os mercadores de Meca haviam investido pesado na empreitada, e consequentemente na segurança também. A caravana seria escoltada por Abu Jahal, líder do clã Makhzum, um dos que se tinha previamente oposto a Maomé em Meca e organizado um boicote contra o clã do profeta, o Hachemita, sua intenção agora era acabar com o problema definitivamente.

A escolta, bem armada e suprida, tinha cerca de 950 guardas, e os muçulmanos atacaram com 300 membros mal equipados, depois de uma tocais no poço de Badr, situado próximo a Medina. Maomé discursou dizendo “ninguém que lute este dia e se comporte com coragem inabalável(...) encontrara a morte sem que Alá o leve para o paraíso”, as palavras surtiram efeito, pois atacaram com tanto impendo que desbarataram a resistência da caravana, matando pelo menos 45 naturais de Meca, incluindo Abu Jahl, e tomando 70 prisioneiros, com apenas 14 baixas muçulmanas.

Mas Abu Sufyan enganara os muçulmanos, pois o butim não era a principal, era uma isca para que a realmente importante escapasse por uma via alternativa. Mas a vitória por si mesmo deu um bom lucros, fora a moral exaltada, ainda conseguiram 70 cativos que seriam usados para receber resgate, 150 camelos, 10 cavalos e o enorme armamento. Para os muçulmanos a vitória foi encarada como uma confirmação da missão profética de Maomé, assim muitos dos habitantes de Medina converteram-se ao Islã e Maomé tornou-se o governador de fato da cidade, o que descontentou os clãs Judaicos da cidade, por não aceitarem a comparação de Maomé e Jesus aos profetas da Torá.

AS ALIANÇAS


Várias importantes alianças pelo casamento ocorreram nesta altura. Das filhas de Maomé, Fátima casou com Ali, seu primo (seria mais tarde o quarto califa) e Umm Kulthum casou com Otman (o terceiro califa entre 644 e 656). O próprio Maomé, já casado com Aisha, filha de Abu Bakr (o primeiro califa) casou então com Hafsah, a filha de Omar (o segundo califa), cujo marido tinha falecido na Batalha de Badr. Após a vitória de Badr, os beduínos começaram a simpatizar com a causa do profeta, isto valia muito pelo seu código moral do deserto.

BATALHA DE UHUDEN





Monte Uhud

Mas a batalha seguinte ocorrida em 625, nos arredores do monte Uhuden o apoio beduíno se enfraqueceriam a causa dos profeta. A 21 de março de 625, Abu Sufyan, em busca de vingança, entrou em Medina com 3 000 homens. Na manhã de 23 de março começou a luta, o grupo do profeta não conseguiu vencer o inimigo, mas este teve que se retirar portanto a batalha não produziu um vencedor ou perdedor óbvios, apesar dos habitantes de Meca terem clamado a vitória. Nos dois anos seguintes, ambos os lados preparam-se para o encontro decisivo, mas Meca preparava muito bem para o contra-ataque definitivo, e assim acabar com o movimento da Ummah.

A BATALHA DE MECA

 Meca no início do século XX.

No início de 627 Maomé fora informado, que os lideres Coraixitas preparavam um grande ataque contra Medina. O profeta fora informado também que tinham simpatizantes de Meca, conspirando com eles se opondo ao profeta. Deste período e para este período em específico, o profeta proferiu as palavras Corânicas “Matem os idólatras, onde quer que estejam, capturem, acossem, embosquem”, destinada aos inimigos de Meca e seus colaboradores. 


Infelizmente ainda hoje em dia são usados por fanáticos e extremistas para justificar atrocidades e ataques aos não fieis, mesmo que Maomé, lhes passasse as instrução do arcanjo Gabriel para o tratamento de tolerância Religiosa com cristãos e Judeus.
O anjo também instruiria o profeta depois destes incidentes a alterar um habito comum a judeus e muçulmanos de orar para Jerusalém! Dali em diante deveriam se voltar para Meca onde estava a Caaba santuário de Abraão.

CONSOLIDAÇÃO DO PODER


Em Abril de 627, Abu Sufyan liderou uma grande confederação de 10 000 homens. Maomé mostrou que escolhera bem quem estava ao seu lado e um lado tático militar excepcional. Organizou a escavação de um fosso em pontos estratégicos da cidade de Medina, base de táticas por sugestão de um converso escriba persa chamado Salman e-Farsi, membro de seu grupo tático. Os defensores de Medina reduziram os acesos d’agua, e se prepararam com os armamentos de butins de guerra, oraram e se defenderam de cerca de 02 semanas. 

Além disso agentes de Maomé foram enviados do junto do exército inimigo, e assim, conseguiram provocar algumas deserções. Depois de uma noite marcada pelo vento e chuva, o exército de Sufyan acabou por se desagregar, assim, exaustos e sedentos os agressores se retiraram.
Os beduínos convencido da força e liderança do profeta por fim abraçam sua causa. Sua nova força de adeptos forçaram Meca a uma trégua lucrativa para a cidade, que viu retornar os peregrinos a Caaba, entre eles até o próprio profeta, mas com um novo intuito, a adoração ao Deus único!

OS TRAIDORES


Após a retirada de Abu Sufyan e suas forças, os muçulmanos dirigiram a sua atenção para os grupos que tinham cometido traição ao acordo de Medina. Os Munafiqun desmoronaram-se rapidamente, e seu líder Abdullah ibn Ubayy prometeu aliança com Maomé. Os muçulmanos cercaram então os Banu Qurayza, tribo Judaica de Medina, que segundo a tradição tinham conspirado contra o profeta.

 Eles tinham tido a oportunidade de escolher Maomé como árbitro, mas em vez disso, os Banu Qurayza escolheram Saad ibn Muadh, o líder dos seus antigos aliados da tribo Aws. Saad tinha sofrido uma ferida letal na batalha contra as forças de Abu Sufyan e ordenou a execução das forças ativas da tribo, consistindo de todos os seus homens adultos. Ele permitiu às mulheres não-combatentes e às crianças viverem como escravos para o resto da vida, como era tradição do tempo.


TRIUNFO EM MECA

 Maomé orando na Caaba, Gravura Otomana do Sec. XVI

Em 627 Maomé havia consolidado o poder em Medina, assim se torna o soberano e líder religioso da cidade, poder consumado com o desaparecimento dos seus inimigos internos. Os beduínos, após um período de batalhas e negociações, tornaram-se aliados de Maomé ao seu carisma (os quais após a sua morte, geraram conflitos de separação, pois os beduínos afirmavam que deviam lealdade a ele e não a sua causa) e a maioria dos povos do deserto aceita a sua religião. Depois do contato mais frequente entre Meca e os muçulmanos, vários citadinos se converteram-se gradualmente. 

Por esta altura, as revelações do arcanjo Gabriel a Maomé chegariam ao fim.Maomé colocou os cidadãos de Meca sobre pressão econômica, após a derrota do cerco, com o intuito de os levar a adesão ao Islã. Em Março de 628, ele partiu para a "peregrinação" a Meca, com 1600 seguidores o que fez com quem os líderes de Meca detivessem ao avanço destas forças nos limites do território da cidade, na altura da região de Al-Hudaybiyah.

Alguns dias depois, os coraixitas fizeram um tratado com Maomé, mas depois da negociação e do consentimento dos mais velhos membros da tribo, assim lhe permitiram peregrinar à Kaaba, mas somente desarmado. As hostilidades iriam ter um fim e os muçulmanos iriam conseguir a permissão para fazer a peregrinação a Meca a partir do próximo ano. Como voto de garantia, acertaram o casamento de Maomé com Habiba, filha de seu antigo Omíada Abu Sufyan, assim se legitimou o tratado.

A paz durou pouco, já em Novembro de 629, aliados de Meca atacaram um aliado de Maomé, o que levou este a romper o tratado de Al-Hudaybiyah. Após planeamento sigiloso o profeta almejava resolver de vez todos os conflitos.



 Caaba Atualmente.

No ano de 630, Maomé já estava com um número bem considerável de adeptos ao Islã bem como de aliados, e assim se sentiu seguro para tomar conta da cidade de Meca! A frente de 10 mil homens entrou na cidade e a tribo Coraixita acabou por se render, num conflito sem nenhuma gota de sangue derramado! O seu sogro e outros membros Coraixitas aceitaram o Islã, alguns cidadãos foram expulsos e a maioria mais por admiração do que imposição abraçaria a fé também.O profeta entrou na Caaba (bem como outros santuários menores) mandou purificar o prédio e destruir os ídolos do santuário, deixando apenas dois, o que se referia a Jesus e sua Mãe Maria, além do lítico negro.

BATALHA DE HUNAIN
Após a Hégira, como vimos, Maomé começou a estabelecer alianças com tribos nómadas. À medida que a sua força e influência cresceu, insistiu que as tribos potencialmente aliadas se tornassem muçulmanas. Quando ainda estava em Meca, o profeta foi informado de que havia uma grande concentração de tribos hostis e ele partiu para as defrontar. A batalha ocorreu na localidade de Hunain, e os inimigos foram derrotados. Alguns viram agora Maomé como o homem mais poderoso da Arábia e a maioria das tribos enviou delegações para Medina, em busca de uma aliança. 

Antes da sua morte, rebeliões ocorreram em uma ou duas partes da Arábia mas o estado islâmico tinha força suficiente para lidar com elas. As caravanas retornariam a Meca, apenas pagando a taxa do Zakat bem como os beduínos o fariam posteriormente, assim unindo toda a península arábica pela primeira vez pelo seu próprio povo. O profeta retornaria para sua cidade do coração, Medina, em triunfo, onde legislaria até a sua morte.

A MORTE DO PROFETA

  Ascensão de Maomé ao céus.

Um ano antes da sua morte, Maomé dirigiu-se pela última vez aos seus seguidores naquilo que ficou conhecido como o sermão final do profeta. No ano de 632, poucos meses depois de retornar para Medina a partir da Peregrinação nomeada de “A Despedida”, Muhammad ficou doente.



 Gravura Otomana, retratando o momento da morte de Maomé

Atingido por uma febre rápida, sentindo que sua hora se aproximava, mandou chamar seu sogro, Abu Bark, pai de sua favorita Aisha, e o designou para dirigir os serviços religiosos, e então em 8 de junho de 632 entregou sua alma a Alá, e assim chegaria enfim a saga do profeta! Na época de sua morte, na maioria das Península Arábica tinha convertido ao islamismo, e ele uniu as tribos da Arábia em um único sistema político religioso muçulmano.

 Tumulo de Maomé

A SUCESSÃO
Maomé deixaria um legado, um plano moral e religioso, mas não indicou sucessor específico nem herdeiro homem. A maioria da tradição (Sunita), atribuiu este título a Abu Bakr e uma minoria(Xiita) do partido de Ali ibn Abu Talib, sobrinho do profeta e casado com sua filha Fátima, reconheciam nele o direito de sucessão, pois o profeta perdera todos os seus filhos menos Fatima que ainda vivia, portanto, não deixou herdeiro homem. Os xiitas acreditam que o profeta designou Ali como seu sucessor, num sermão público na sua última Hajj, num lugar chamado Ghadir Khom, enquanto que os sunitas discordam.

 Isto gerou um período de perturbação que por força de Deus se organizou novamente no seu objetivo, espalhar a palavra de Alá para os não crentes. Seu túmulo fora edificado em Medina, sendo marcado por uma cúpula verde em madeira, sendo esta edificação construída pelo turcos otomanos em épocas mais recentes. O Túmulo inicial de Maomé em si, não pode ser visto por estar isolado por uma malha de ouro e cortinas pretas. Segundo a tradição islâmica, o túmulo em si não é embelezado ou decorado

O ALCORÃO

 Páginas do Alcorão

Logo após a morte do profeta, muitos de seus adeptos começaram a juntar seus ditos inspirados, para uni-los no Alcorão (ou A Palavra). Muitos iletrados como o próprio profeta memorizaram suas palavras, outros escreveram em papiro, couro e folhas de palmeiras. Sua poesia e expressão por si só angariaram muitos crentes e ainda o fazem até hoje em dia. Foi organizado por temas fora de cronologia, cujo título se deu a palavra mais comentada pela Sura, que ao todo são 114 com 6326 versículos, sendo aproximadamente do mesmo tamanho que o novo testamento. É considerado a palavra exata de Deus, pois não tem versão e seria uma cópia do Livro escrito por Deus no céu, portanto, sua própria palavra.

Maomé transmitiu duras penas aos pagão e idólatras, como já vimos. Mas já para cristão e Judeus era mais complacente, e poderiam manter seus credos desde que não representassem cargos de domínio e pagassem uma taxa branda, não impostas aos fiéis. Segundo o profeta Alá os considerava por terem recebido também revelações, mas que deveriam se converter, no Corão diz” Não disputeis com os adeptos do livro senão da mais pacifica maneira” “Nosso Deus e o vosso são um e a Ele nos submeteremos”.
“Pela força da palavra de Deus transmitida pelo Corão, a única guerra justa é a autodefesa”. Disse o profeta. Infelizmente muitos que já sofreram e sofrem pelo vandalismo e exploração das potencias do ocidente, e pelos seus líderes corruptos, veem esta palavra uma legitimação de ataques covardes a inocentes! Este tipo de atitudes, em vez de trazer mais adeptos para a causa dos países de maioria muçulmana os acaba afastando.

Muitos são os significados alternativos de muitos termos árabes, são ambíguos ou cujo significado os estudiosos tiveram que adivinhar por causa da antiguidade da língua. O seu trabalho procura criar um entendimento entre não-muçulmanos e muçulmanos que desejam saber como era o significado daquela palavra ou frase específica no contexto da época.

Como exemplo temos a autora, tradutora e psicóloga iraniana-americana Laleh Bakhtiar tenta inserir no contexto atual á Sura An-Nisa "As Mulheres" (em árabe: سورة النساء) que é a quarta  do Alcorão.

 Na sua tradução do Alcorão, ela traduz kāfirūn (kafir) como "aqueles que são ingratos" em vez das traduções comuns "incrédulos" ou "infiéis". Ela também traduz a palavra árabe araba no capítulo 4, versículo 34, referente ao tratamento de um marido em relação a uma esposa rebelde, como "afastar-se", em vez da comum "bater" ou "golpear".

As palavras inglesas "God" (Deus) e "Mary" são usadas em vez das árabes Alá e Maryam. O tradutor, ou o estudioso não pode transcrever literalmente sem incorrer severamente em erros se não entender as praticas, costumes e até a gíria da época.


A SUNA(SUNAN)


Suna

São os preceitos ditos pelo profeta, suas decisões, citações sobre o que ele aprovou estas originaram as Hadith ou Hadice(tradição), com ensinamentos sobre questões terrenas e espirituais, dela temos as proibições como não representar de forma exata a criação de Deus, como os animais e a forma humana totalmente vetada. Fora agrupada durante aproximadamente 100 anos após a morte do profeta, e organizada em 06 grandes tradições que prefazem um corpo de lei islâmica e diretivas divinas com milhares de hadiths um guia moral para muçulmanos de todo o mundo!
Para validar as leis recitadas pelo profeta Maomé, tem de se entrar em consenso a Suna e o Alcorão!  A aplicação do Ijma consenso) é legitimado pelo próprio profeta que esse certa vez “Na minha comunidade não tem erro”, portanto se entram em consenso entre si e o texto sagrado, então será verdade.

Hadice

Numa Hadice temos o seguinte comentário:
“Nos apresentamos a nós mesmos a Ibn ‘Abbas no procissão do funeral de Maimuna, em um lugar chamado Sarif. ‘Abbas disse, “Esta é a esposa do profeta, então quando você levantar a esquife dela, não a sacuda ou saco-lhe muito, mas caminhe com calma porque o Profeta teve nove esposas e se habitua a observar os turnos da noite com nove delas, e para uma delas não houve turno da noite.” (Sahih Bukhari, Volume 7, Livro 62, Número 5) um exemplo de Hadices.

E no Alcorão Sagrado Na SURA 33 “OS COLIGADOS” está determinado:
“Ó Profeta, tornamos legais para ti as tuas esposas que dotaste e as escravas que Deus te outorgou e as filhas de teus tios paternos e maternas que emigraram contigo e qualquer outra mulher crente que se oferecer ao profeta e que ele quiser desposar: privilégio teu, com exclusão dos demais crentes - sabemos o que lhe impusemos com relação ás suas esposas e escravas- para que ninguém possa censurar-te. Deus é perdoador e misericordioso.” SURA 33-50
“Podes adiar a companhia de quem quiseres entre elas e chamar a ti quem quiseres. E se procurares essas que havia desprezado, não serás censurado. É mais provável que elas estejam assim satisfeitas e não mais se aflijam e que todas estejam felizes com o que lhes concederes. Deus sabe o que há em vossos corações. Deus é conhecedor e clemente.” SURA 33-51
“Além dessas mulheres não serão licitas para ti nem te será permitido trocar tuas esposas por outras, mesmo que sua beleza te agrade, com exceção das escravas que possuis. Deus observa tudo.” SURA 33-52

As Hadices são comparados ao ensinamento do Corão, e assim nos mostram (e posteriormente legitimam o ato por causa das viúvas e alianças) que Maomé teve mais do que 04 esposas, assunto muito comentado e criticado pela cultura ocidental que, se esquecendo da própria história escrita em seus Livros Sagrados e nos assuntos laicos temos exemplo de vários outros líderes e profetas que por diversos motivos desposaram várias esposas e concubinas. Alguns também como o profeta o fizeram para alianças políticas que muito favoreceram a união de tribos rivais da época.


NOTA

O monoteísmo Atual
Em geral, todas as religiões Abraãnicas(com origem na linhagem de Abraão) tem como pedra fundamental, paz, harmonia. Mas o sincretismo de valores locais, culturas, leis tribais e tradições de povos étnicos e nações terminaram por contaminar o Islã e molda-lo conforme suas crenças. Atos deploráveis como a proibição da instrução feminina e castração, casamentos consumados na tenra infância, agressões e morte de inocentes ferem os princípios que criaram a cultura muçulmana. É muito comum associar extremismo a os crentes professos do islã!

 Quase todas as crenças tem seus fanáticos, como já vimos pelas, cruzadas, inquisição, e as atuais intolerâncias religiosas como na Irlanda entre cristãos protestantes e católicos e fanáticos pentecostais norte Americanos com suicídios coletivos e queima de objetos de outras crenças, isso entre outros. Nos mostrando que isso que extremismo no dicionário e atrocidades não é sinônimo de Islã.

Muito é exaltado nos países islâmicos, a situação da mulher. Rotular a condição da milher no mundo muçulmano de hoje como “Islâmico” está longe da verdade quanto rotular a posição da mulher hoje, no ocidente, como Judaico-Cristã.

Países como Índia e Brasil com credos dominantes diferentes, tem números de estrupo, agressões a mulheres abuso infantil e índice de violência e desrespeitos aos direitos humanos bem maiores que em países pobres de maioria muçulmana. Falam das guerras e violência no oriente médio, onde um povo está sendo exterminado por outro, e cidades do Brasil e México tem mais homicídios que cidades como Bagdá!

Não que um ato legitime outro, pelo contrário, devemos sim parar de ver o problema no outro e a partir daí tentar resolver qualquer situação que degrada e fere a vida humana em conjunto para benefício mutuo.
( o autor)




Links para visualizar o Filme O Mensageiro de 1976 com Anthony Quinn como tio do Profeta muhammad, no Youtub. Fornecido por Arresala e publicado em 2 de dez de 2013.

Maomé (Mohammad) - O Mensageiro de Allah - em 5 partes (Dublado/Português) História épica sobre o nascimento da fé Islâmica e da história do profeta do Islã.

Link 1: https://youtu.be/F_V_QPiec5g

Link 2: https://youtu.be/H2K7qIWuvYI

Link 3: https://youtu.be/BcIXpRM6RXQ

Link 4: https://youtu.be/aL3GErgiWF4

Link 5: https://youtu.be/Hr6hqeD6lkE


Para a criançada entender quem foi Muhammad temos esta excelente animação que também conta a história do profeta, numa versão mais apropriada aos pequeninos...e para mim também...kkkk

Da Página do Blog Islã Atual, Muhammad, o último Profeta (Desenho animado, dublado em português)

Link: https://youtu.be/05hP4NEzmrs



BIBLIOGRAFIA
Times Life Livros, A Marcha do Islã 600-800. Editora Cidade Cultural.1989.

Superinteressante, Maomé a Face oculta do profeta. Editora Abril. 2015.

Superinteressante, O Alcorão, Editora Abril.2001.

Superinteressante, Islã. Editora Abril. 1997.

Aventura da História, O Islã. Editora Abril. 2007.

I.A. Ibrahim, Um Breve Guia Ilustrado Para Compreender o Islã. Darussalam Londres.2005.

Mansour Challita - O Alcorão: tradução do Livro Sagrado para o Português. Distribuidora Record. 1998.

Sheryf Abdel Azim, A mulher no Islam. Mito e Realidade.1995.

Assayed Charif Sayed Al-Amily, Jesus Cristo Segundo o Alcorão Sagrado.2007.

Conveying Islamic Message Society, Muhammad, O Mensageiro de Deus.2007.