VÊNUS
Um homem na superfície de Vênus pesaria 61 kg enquanto na Terra pesaria 68 kg.
Vênus é um dos quatro planetas telúricos do Sistema Solar, significando que, como a Terra, ele é um corpo rochoso. Em tamanho e massa, ele é muito similar à Terra, e é frequentemente descrito como irmão da Terra. O diâmetro de Vénus é apenas 650 km menor que o da Terra e sua massa é 81,5% a da Terra. Entretanto, as condições na superfície venusiana diferem radicalmente daquelas na Terra, devido à sua densa atmosfera de dióxido de carbono. A massa da atmosfera de Vénus é composta em 96,5% de dióxido de carbono, sendo o nitrogênio a maior parte do restante.
O planeta Vênus teve sua rotação invertida, com o impacto (mais adiante falaremos sobre outra hipótese). O Sol nasce no oeste e se põe no leste, e reduzido o giro sobre o próprio eixo durando um dia em Vênus 08 meses na Terra (243 dias) em um ano Solar de 225 dias, ou seja, Vênus como Mercúrio possui um dia mais longo que seu próprio ano.
Isto fez com que o planeta ativasse provavelmente milhares de vulcões e plumas, liberando milhões de toneladas de gases em sua atmosfera. Durante milênios a temperatura planetária subiria gradativamente e acabaria por ferver todos os oceanos ressecando o planeta.
Desde então a superfície escaldante de Vênus lembra regiões do inferno Bíblico. A crosta de Vênus ao que parece ainda não estar totalmente sólida, principalmente sob as temperaturas escaldantes atmosféricas, mas sem possuir movimento tectônico (como os da Terra) continental.
Órbita e rotação de Vênus
Um aspecto curioso da órbita e período de rotação de Vénus é que o intervalo médio de 584 dias entre aproximações sucessivas da Terra é quase exatamente igual a cinco dias solares venusianos. Depois de 584 dias, Vénus aparece numa posição a 72° da inclinação anterior. Depois de cinco períodos de 72° em uma circunferência, Vênus regressa ao mesmo ponto do céu a cada 8 anos (menos dois dias correspondentes aos anos bissextos). Este período era conhecido como o ciclo Sothis no Antigo Egito. Não se sabe se esta relação aconteceu por acaso ou se é resultado de efeito de maré com a Terra.
CLIMA VENUSIANO
Vênus é o mais brilhante dos planetas, devido a sua atmosfera ser bastante reflexiva aos raios solares, numa ordem de 90 por cento da recebida. A atmosfera é composta de 95 por cento de CO2, oriundo possivelmente de origem vulcânica.
Desde então a superfície escaldante de Vênus lembra regiões do inferno Bíblico. A crosta de Vênus ao que parece ainda não estar totalmente sólida, principalmente sob as temperaturas escaldantes atmosféricas, mas sem possuir movimento tectônico (como os da Terra) continental.
Órbita e rotação de Vênus
Vênus gira em torno do seu eixo na direção oposta da maioria dos planetas do Sistema Solar.
Vênus orbita o Sol a uma distância média de cerca de 108 milhões de quilômetros (cerca de 0,7 UA) e completa uma órbita a cada 224,65 dias. Embora todas as órbitas planetárias sejam elípticas, a de Vénus é a mais próxima da circular, com uma excentricidade de menos de 01%. Quando Vénus se coloca entre a Terra e o Sol, numa posição conhecida como conjunção inferior, ele faz a maior aproximação da Terra de todos os planetas, ficando a uma distância média de 41 milhões de quilômetros. O planeta atinge a conjunção inferior a cada 584 dias, em média isso devido à decrescente excentricidade da órbita da Terra, as distâncias mínimas tendem a ficar maiores. Do ano 01 até 5383, há 526 aproximações a menos de 40 milhões de quilômetros; depois, não há mais nenhuma por cerca de 60200 anos. Durante períodos de grande excentricidade, Vénus pode se aproximar a até 38,2 milhões de quilômetros.
Posição orbital e rotação de Vénus, mostradas em intervalos de 10 dias terrestres entre 0 e 250 dias. Como consequência da lenta rotação retrógrada, qualquer ponto de Vénus tem quase 60 dias terrestres de iluminação e um período equivalente de escuridão.
Observados de um ponto sobre o polo norte do Sol, todos os planetas orbitam no sentido anti-horário; mas, enquanto a maioria dos planetas também gira sobre seu eixo no sentido anti-horário, Vénus gira em sentido horário, em uma rotação retrógrada. O atual período de rotação de Vénus representa um estado de equilíbrio entre a maré gravitacional do Sol, que tende a reduzir a velocidade de rotação, e uma maré atmosférica criada pelo aquecimento solar da espessa atmosfera venusiana. Quando se formou a partir da nebulosa solar, Vénus pode ter tido período de rotação e obliquidade diferentes, e depois migrou para o estado atual por causa de mudanças caóticas provocadas por perturbações planetárias e efeitos de maré sobre sua densa atmosfera. Esta mudança no período de rotação provavelmente ocorreu ao longo de bilhões de anos.
Vênus gira sobre seu eixo a cada 243 dias terrestres – de longe, a mais lenta rotação entre todos os planetas. No equador, a superfície venusiana gira a 6,5 km/h, enquanto, na Terra, a velocidade de rotação é de cerca de 1.670 km/h. Um dia sideral venusiano é, portanto, mais longo do que um ano venusiano (243 contra 224,7 dias terrestres). Entretanto, por causa da rotação retrógrada, a duração do dia solar em Vénus é significativamente mais curta que o dia sideral. Para um observador na superfície de Vénus, o tempo entre um nascer do Sol e outro seria de 116,75 dias terrestres. Além disso, o Sol iria nascer no oeste e se pôr no leste. Como resultado do dia solar relativamente longo, um ano em Vénus dura aproximadamente 1,92 dia venusiano.
Um aspecto curioso da órbita e período de rotação de Vénus é que o intervalo médio de 584 dias entre aproximações sucessivas da Terra é quase exatamente igual a cinco dias solares venusianos. Depois de 584 dias, Vénus aparece numa posição a 72° da inclinação anterior. Depois de cinco períodos de 72° em uma circunferência, Vênus regressa ao mesmo ponto do céu a cada 8 anos (menos dois dias correspondentes aos anos bissextos). Este período era conhecido como o ciclo Sothis no Antigo Egito. Não se sabe se esta relação aconteceu por acaso ou se é resultado de efeito de maré com a Terra.
CLIMA VENUSIANO
Mundo inóspito com gases tóxicos e temperaturas acima dos 400ºC
Vênus é o mais brilhante dos planetas, devido a sua atmosfera ser bastante reflexiva aos raios solares, numa ordem de 90 por cento da recebida. A atmosfera é composta de 95 por cento de CO2, oriundo possivelmente de origem vulcânica.
O primeiro contato com o clima venusiano foi durante o programa soviético Venera, onde as sondas Venera 11 e Venera 12 detectaram um fluxo constante de raios, e a Venera 12 registrou um ruído poderoso de trovão assim que pousou.
A sonda Vênus Express da Agência Espacial Europeia registrou raios abundantes na alta atmosfera. Enquanto a chuva causa tempestades na Terra, não há chuva de nenhuma espécie na superfície de Vênus (embora haja efetivamente chuva de ácido sulfúrico na atmosfera superior, que evapora cerca de 25 km acima da superfície). Uma possibilidade é que as cinzas de uma erupção vulcânica estivessem gerando os raios. Outra evidência vem de medições da concentração de dióxido de enxofre na atmosfera, que indicaram queda por um fator de 10 entre 1978 e 1986. Isto pode indicar que os níveis medidos inicialmente estavam elevados devido a uma grande erupção vulcânica.
Vênus tem uma atmosfera extremamente densa, que consiste principalmente de dióxido de carbono e uma pequena quantidade de nitrogênio. A massa atmosférica é 93 vezes a da atmosfera da Terra, enquanto a pressão na superfície do planeta é 92 vezes aquela na superfície da Terra – uma pressão equivalente àquela a uma profundidade de quase 01 km no oceano da Terra. A densidade na superfície é de 65 kg/m³ (6,5% da densidade da água). A atmosfera rica em CO2, juntamente com as espessas nuvens de dióxido de enxofre, gera o mais forte efeito estufa do Sistema Solar, criando temperaturas na superfície acima de 460 °C. Isto torna a superfície venusiana mais quente do que a de Mercúrio, que tem temperatura superficial mínima de -220 °C e a máxima de 420 °C, apesar de Vénus estar a uma distância do Sol quase duas vezes maior que a de Mercúrio e receber apenas 25% da irradiação solar que Mercúrio.
A inércia térmica e a transferência de calor por ventos na atmosfera inferior fazem com que a temperatura na superfície venusiana não varie significativamente entre dia e noite, apesar da rotação extremamente lenta do planeta.
Os ventos na superfície são lentos, movendo-se a poucos quilômetros por hora, mas, por causa da alta densidade da atmosfera na superfície do planeta, exercem uma força significativa contra obstáculos e transportam poeira e pequenas pedras pela superfície. Só isso já tornaria difícil um homem caminhar, mesmo que o calor e a falta de oxigênio não fossem um problema.
Acima da densa camada de CO2 estão espessas nuvens consistindo principalmente de gotículas de dióxido de enxofre e ácido sulfúrico. Essas nuvens refletem de volta para o espaço cerca de 60% da luz do Sol que incide sobre elas e impedem a observação direta da superfície venusiana na luz visível. A capa permanente de nuvens implica que embora Vénus esteja mais próximo do Sol do que a Terra, sua superfície não é tão bem iluminada. Fortes ventos a 300 km/h no topo das nuvens circulam o planeta a cada 4 a 5 dias terrestres. Os ventos venusianos se movem a até 60 vezes a velocidade de rotação do planeta, enquanto na Terra os ventos mais fortes chegam a apenas 10% a 20% da velocidade de rotação.
Acima da densa camada de CO2 estão espessas nuvens consistindo principalmente de gotículas de dióxido de enxofre e ácido sulfúrico. Essas nuvens refletem de volta para o espaço cerca de 60% da luz do Sol que incide sobre elas e impedem a observação direta da superfície venusiana na luz visível. A capa permanente de nuvens implica que embora Vénus esteja mais próximo do Sol do que a Terra, sua superfície não é tão bem iluminada. Fortes ventos a 300 km/h no topo das nuvens circulam o planeta a cada 4 a 5 dias terrestres. Os ventos venusianos se movem a até 60 vezes a velocidade de rotação do planeta, enquanto na Terra os ventos mais fortes chegam a apenas 10% a 20% da velocidade de rotação.
Abaixo das nuvens ciclônicas de tempestades a pressão atmosférica alcança 90 vezes a da terra, e apesar da grossa camada de nuvens a superfície é mais iluminada do que se supunha com um céu laranja brilhante, devido a difusão da luz assim não produzindo sombras.
As nuvens de Vénus são capazes de produzir raios de forma muito similar às nuvens da Terra. A existência de raios foi controversa desde que as primeiras explosões foram detectadas pelas sondas soviéticas Venera. Entretanto, em 2006-07 a Vênus Express claramente identificou ondas eletromagnéticas típicas de raios. Sua aparição intermitente indica um padrão associado à atividade do clima. A frequência de raios é pelo menos a metade daquela da Terra.
Alta Atmosfera de Vênus
Acima da superfície, a 48 km na densa camada de nuvens carregadas de ácido sulfúrico (o mesmo de baterias automotivas) o calor gerado pelas frequentes tempestades de raios faz a superfície parecer uma severa frente fria; estas nuvens de ácido sulfúrico se formam como o CO2, oriundos das chaminés vulcânicas venusianas. O calor, fruto das descargas elétricas, chega a 28 000 ºC sendo os raios são ativados a seco sem a presença de água pelas partículas cósmicas vindas do espaço, estes nunca alcançam a superfície, pois ficam confinados na espessa camada de nuvens.
Outra característica de Vênus recentemente observadas são seus sistemas de ventos e tempestades, que percorrem todo o planeta em questão horas ou poucos dias.
Em 2007, a sonda Vênus Express descobriu que existe um enorme vórtex atmosférico duplo no polo sul do planeta. Foram observados 02 furacões simultâneos próximos as regiões polares. Tanta energia possivelmente se deve também da sua proximidade do Sol, mas as atividades geológicas intensas e temperaturas altíssimas aceleram e muito o clima planetário.
Baixa atmosfera de Vênus
A superfície de Vénus é efetivamente isotérmica; ela mantém uma temperatura constante não somente entre dia e noite, mas também entre o equador e os polos.
A pequena inclinação axial do planeta (menos de três graus, comparados com os 23 graus da Terra) também minimiza variações sazonais de temperatura. A única variação apreciável de temperatura ocorre com a altitude. Em 1995, a sonda Magellan localizou uma substância altamente reflexiva nos topos das montanhas mais altas, que tinham grande semelhança com a neve terrestre. Esta substância presumivelmente se formou num processo similar à neve, embora a uma temperatura muito maior. Volátil demais para condensar na superfície, ela subiu em forma de gás para as elevações maiores e mais frias, onde então precipitou. A identidade desta substância não foi determinada com certeza, mas as especulações variam entre telúrio elementar e sulfeto de chumbo (galena).
GEOLOGIA VÊNUS
O planeta se mostra geologicamente ativo com vários vulcões e rios de lava incandescente percorrendo as regiões montanhosas. Isto modela a superfície como na terra faz a água, mas em Vênus é magma que faz esta função.
O planeta se mostra geologicamente ativo com vários vulcões e rios de lava incandescente percorrendo as regiões montanhosas. Isto modela a superfície como na terra faz a água, mas em Vênus é magma que faz esta função.
Este mapa acima elaborado a partir das medições da sonda Pioneer mostra-nos dois grandes continentes Aphrodite e Isthar.
Sua composição difere da encontrada na terra pela cobertura de lava que sublima sobre a superfície Venusiana. Á grande cadeia de montanhas em Vênus, e montanhas de grande tamanho como o monte Maxwell, ponto culminante do planeta em seus 10670 metros de altura.
Cerca de 80% da superfície venusiana é coberta por suaves planícies vulcânicas, sendo que 70% são planícies com cadeias enrugadas e 10% são planícies suaves ou lobuladas. Duas mesetas principais em forma de continentes compõem o restante da superfície, uma situando-se no hemisfério norte e a outra logo ao sul do equador. A meseta ao norte é chamada de Ishtar Terra, em homenagem a Ishtar, a deusa babilônica do amor, e tem aproximadamente a superfície da Austrália. Maxwell Montes, a montanha mais alta de Vénus, fica em Ishtar Terra. Seu pico fica 11 km acima da elevação média da superfície venusiana. O continente setentrional é chamado de Afrodite Terra, em homenagem à deusa grega do amor, e é a maior das duas mesetas, com o tamanho aproximado da América do Sul. Uma rede de fraturas e falhas cobre a maior parte desta área.
Vênus sem a densa camada de nuvens.
Além das crateras de impacto, montanhas e vales comumente encontrados nos planetas rochosos, Vénus reúne um conjunto de acidentes geográficos únicos.
Entre esses, há vulcões com topo plano, chamados farras, que se parecem com panquecas e têm diâmetro variando entre 20 e 50 km e altura de 100 a 1 000 m; sistemas de fraturas radiais estrelados, chamados novae; acidentes geográficos com fraturas radiais e concêntricas parecendo teias de aranha, conhecidos como aracnoides; e coronae, anéis circulares de fraturas às vezes cercados por depressões. Esses acidentes têm origem vulcânica.
As longitudes das características físicas em Vénus são expressas em relação à linha do meridiano principal. A linha do meridiano inicialmente passava pela mancha clara ao radar no centro do acidente oval Eva, localizado ao sul de Alpha Regio. Depois das missões Venera, a linha do meridiano foi redefinida para passar pelo pico central da cratera Ariadne.
Estrutura interna de Vênus
Sem dados sísmicos ou conhecimento do seu momento de inércia, existe pouca informação sobre a estrutura interna e a geoquímica de Vênus. Entretanto, a similaridade em tamanho e densidade entre Vênus e a Terra sugere que eles possuem uma estrutura interna similar: núcleo, manto e crosta. O núcleo de Vênus é, como o da Terra, pelo menos parcialmente líquido, porque os dois planetas têm se resfriado mais ou menos na mesma taxa.
A superfície de Vênus é recoberta por camadas basálticas relativamente recentes em termos geológicos..
O tamanho ligeiramente menor de Vênus sugere que as pressões são significativamente menores no seu interior do que na Terra. A principal diferença entre os dois planetas é a inexistência de placas tectônicas em Vênus, provavelmente devido à superfície e manto secos. Isto resulta em uma reduzida perda de calor pelo planeta, impedindo de ser resfriado, e é a provável explicação para a falta de um campo magnético gerado internamente.
Campo magnético e núcleo de Vênus
Devido a ausência de um campo magnético, o vento solar arranca íons de hidrógeno e oxigênio da atmosfera superior de Vênus.
Em 1967, a sonda Venera 04 descobriu que o campo magnético de Vénus é muito mais fraco do que o da Terra. Este campo magnético é induzido por uma interação entre a ionosfera e o vento solar, e não por um dínamo no núcleo, como aquele no interior da Terra. A pequena magnetosfera induzida de Vênus provê uma proteção desprezível contra a radiação cósmica, e esta pode provocar descargas de raios de nuvem para nuvem.
A falta de um campo magnético intrínseco em Vênus foi surpreendente porque o planeta é similar à Terra em tamanho, e era esperado que também contivesse um dínamo em seu núcleo. Um dínamo requer três condições: um líquido condutor, rotação e convecção. Estima-se que o núcleo seja eletricamente condutor e, apesar de se imaginar que a rotação seja lenta, simulações mostram que ela é suficiente para produzir um dínamo. Isto leva ao entendimento de que a inexistência do dínamo se deve à falta de convecção no núcleo de Vênus. Na Terra, a convecção ocorre na camada externa de líquido do núcleo porque o fundo da camada de líquido é muito mais quente do que o topo. Em Vênus, um evento global de recobrimento da superfície pode ter fechado as placas tectônicas, levando a um fluxo reduzido de calor através da crosta. Isto levou à elevação da temperatura do manto, reduzindo assim o fluxo de calor para fora do núcleo. Como resultado, não há um dínamo que possa gerar um campo magnético e a energia calorífica do núcleo é usada para reaquecer a crosta.
Vênus não tem um núcleo interno sólido, ou seu núcleo não está se resfriando atualmente, de modo que toda a parte líquida do núcleo está aproximadamente à mesma temperatura. Outra possibilidade é que o núcleo já tenha se solidificado completamente. O estado do núcleo é altamente dependente da concentração de enxofre, que ainda é desconhecida.
VULCANISMO VENUSIANO
A maior parte da superfície venusiana parece ter sido formada por atividade vulcânica.
Sempre se suspeitou do vulcanismo em vênus apos as primeiras medições de sua temperatura e atmosfera. A sonda orbital Venus Express localizou quatro pontos luminosos transitórios em uma grande fenda relativamente jovem, conhecida como Ganiki Chasma, que foi observada 36 vezes pelas câmeras de monitoramento da sonda.
Com a construção de mosaicos de imagens captadas durante os vôos orbitais os quatro pontos luminosos, cujas regiões foram estimadas com temperaturas de 980°C (bem acima que é a temperatura média da superfície do planeta).
Quatro lugares, na verdade, todos perto de Maat Mons, um super vulcão de Vênus que os cientistas acreditam que a última erupção tenha ocorrido de 10 a 20 milhões de anos atrás.
Vênus tem um número de vulcões superior ao da Terra e destes 167 têm mais de 100 km de diâmetro. O único complexo vulcânico deste tamanho na Terra é a Grande Ilha do Havaí. Entretanto, isto não acontece por Vênus ser aparentemente vulcanicamente mais ativo que a Terra, e sim porque sua crosta é mais velha. A crosta oceânica da Terra é continuamente reciclada por subdução nas bordas das placas tectônicas e tem uma idade média de cerca de 100 milhões de anos, enquanto a idade da superfície venusiana é estimada entre 300 e 600 milhões de anos. Várias evidências apontam para a existência de atividade vulcânica corrente em Vênus.
Perspectiva da superfície de Vênus e seus vulcões
Em Vênus estimasse que possam ter entre mais de 100 mil vulcões, alguns do tamanho do monte Everest na Terra como o monte Maat nos seus 8000 metros de altura. Sendo a maioria ativos, mesmo que ainda em teoria.
Esta quantidade imensa de atividade vulcânica criou um mundo de magma e enxofre, pois se tomarmos por referência novamente a atividade vulcânica nas ilhas Havaianas, que libera aproximadamente 05 milhões de toneladas de CO2 por ano, fora o enxofre poderemos entender por que ainda é tão densa a atmosfera Venusiana.
Mapeamento do Vulcanismo Venusiano
Uma equipe de cientistas planetários da Universidade de Washington elaborou um mapa da morfologia de Vênus, mostrando em detalhe os 85 mil vulcões descobertos na superfície do planeta se utilizando imagens coletadas pela sonda Magalhães da NASA no início da década de 1990.
Com as informações obtidas, os especialistas identificaram e classificaram, em um banco de dados, as características e estruturas vulcânicas em Vênus, que apresentam uma grande variedade de tamanhos.
Além disso, foi identificada uma série de tipos de acidentes geográficos vulcânicos aparentemente próprios da superfície de Vênus, como formações circulares de grande envergadura, estruturas com fraturas radiais ao longo de sua periferia e conjuntos de fraturas radiais focadas.
Os especialistas também descobriram que, embora existam vulcões em quase toda a superfície do planeta, estes são relativamente menos na faixa de 20 a 100 km de diâmetro, supostamente devido à disponibilidade de magma e taxa de erupção.
Idunn Mons
Pesquisas anteriores sugeriram a possibilidade de atividade vulcânica generalizada em Vênus, mas, até o momento, a unica evidência direta que foi encontrada de atividade vulcânica, fora a envolvendo especificamente Idunn Mons, vulcão situado na área de Imdr Regio, com aproximadamente 2,4 km de altura e mais de 200 km de extensão.
Hidrografia de Vênus
O planeta Vênus sendo tão ativo geologicamente, criou uma particularidade só compartilhada no mesmo nivel por outros objetos do sistema solar, como a Terra, Io e Titã, até o momento. São planetas com erosão superficial, causada por "líquidos" que penetram a crosta, mas em vez de água ou metano é como em Io, magma fluído.
Várias erupções simultâneas criaram canais, rios e lagos de lava. São chamados de Canalis, alguns são gigantescos e se espalham por toda a superfície, se mantendo em estado líquido devido a ausência de vento ou chuva que lhes arrefeçam somadas as temperaturas extremamente altas. Assim temos em Vênus vales, desfiladeiros, cachoeiras e quênions escavados pela lava.
Vulcão Adans
Cratera Alcott
Canais venusianos
Como na terra em Vênus se verifica Cânions escavados enquanto a formação geológica se eleva, criando vales profundos como o Grand Canyon do rio colorado nos EUA, sendo alguns até maiores.
A superfície de Vênus esconde várias de suas marcas de atividades geologias mais antigas devido aos constantes derrames de lava, que cobriram cerca de 70 por cento da superfície do planeta com rochas ígneas, como o nosso basalto. Primeiramente ao sair e escorrer pelos canais se mantém incandescente, após seu lento resfriamento adquire uma cor prateada e por fim escurece. É uma rocha resistente e densa com componentes vítreos agregados como a obsidiana.
Solo de Vênus parcialmente fragmentado de rocha semelhante a basalto visto da Venera.
No solo venusiano há quase mil crateras de impacto, distribuídas igualmente na superfície. Em outros corpos celestes com crateras, como a Terra e a Lua, as crateras apresentam uma variedade de estados de degradação. Na Lua, a degradação é causada por impactos subsequentes, enquanto na Terra ela é causada pela erosão do vento e chuva. Entretanto, em Vênus, cerca de 85% das crateras estão em sua condição original.
o planeta passou por um evento de recobrimento basaltico que durou 300 milhões de anos
solo venusiano e o número de crateras, junto com a sua bem preservada condição, indica que o planeta passou por um evento de recobrimento superficial entre 300 e 600 milhões de anos atrás, seguido por uma queda do vulcanismo. A crosta da Terra está em movimento contínuo, mas acredita-se que Vênus não possa sustentar um processo assim. Sem placas tectônicas para dissipar o calor do manto, Vênus passa por um processo cíclico no qual as temperaturas do manto se elevam até atingir um nível crítico que enfraquece a crosta. Então, durante um período de 100 milhões de anos, a subdução ocorre em enorme escala, reciclando completamente a crosta.
Crateras de impacto na superfície de Vênus em imagem reconstruída a partir de dados de radar.
Os diâmetros das crateras venusianas variam entre 03 km e 280 km. Devido aos efeitos da densa atmosfera nos objetos que caem, não há crateras menores que 3 km. Objetos com energia cinética inferior a um determinado valor são tão desacelerados pela atmosfera que não criam uma cratera de impacto. Projéteis com menos de 50 m de diâmetro fragmentam-se e incendeiam-se na atmosfera antes de atingir o solo
Solo de Vênus em fotos tiradas pela nave russa venera.
Os Oceanos de Vênus de Issac Assimov.
Planeta com Oceanos Pretéritos
Vênus quando ainda dispunha de mares.
Nos primórdios do sistema solar Vênus era o clone Terrestre, com oceanos, continentes flutuantes, e atividade geológica similares. Se voltássemos no tempo a um período ainda não estipulado, poderíamos nos confundir a qual planeta deveria ir.
Um mapa do pólo sul de Vênus, feito por uma sonda com instrumentos de leitura de infravermelhos, revela que este planeta foi em tempos muito mais parecido com a Terra. Se acredita que Vênus possa ter tido um oceano, placas tectônicas e vulcões.
A conclusão parte da análise de milhares de imagens individuais tiradas pela Vênus Express com o VIRTIS (Um instrumento que capta a radiação infravermelha emitida pela superfície do planeta durante a noite), até o ano de 2016. As diferentes temperaturas registadas permitem identificar a composição das diferentes rochas.
No mapa se verifica as areas claras dos planaltos de Phoebe e Alpha Regio
Os planaltos de Phoebe e Alpha Regio, que no mapa surgem com uma cor mais clara, são feitos de rochas graníticas. Na Terra, o granito forma-se a partir de rochas mais antigas, de basalto, que são empurradas para o interior do planeta graças ao movimento da tectônia de placas. A água é outro ingrediente essencial. Os granitos surgem à superfície graças às erupções vulcânicas. Não é uma prova, mas é consistente com as teorias já avançadas. O que podemos dizer atualmente é que as rochas do planalto parecem diferentes de outros locais do planeta.
Até o pouso das sondas Russas Veneras na segunda metade do século XX, em solo venusiano, ainda se tinha esperança de que o planeta fosse um clone da terra mas com temperaturas tropicais globais. Issac Assimov assim descreve como um mundo tropical com uma população humanoide nativa que habitava os fundos oceânicos.
.
Vênus fora atingido diretamente por um objeto semelhante a Marte.
Mas algo mudou, Vênus como a terra sofreria um impacto típico de filmes como Armaggedon, só que na vida real ninguém ira te salvar. Vênus fora atingido por um objeto tal qual o planeta Théia, que nos forneceu a Lua, mas em um período geologicamente mais maduro, e ao invés de ser de raspão fora certeiro, como falaremos na parte de satélites de Vênus mais adiante
Estudos sugeriram que há alguns bilhões de anos a atmosfera venusiana era muito mais parecida com a da Terra do que é agora, e que havia provavelmente substanciais quantidades de água líquida na superfície, mas um efeito estufa foi causado pela evaporação da água original, o que gerou um nível crítico de gases de efeito estufa na atmosfera.
Satélites de Vênus
Vênus não possui satélites naturais, embora o atualmente o asteroide 2002 VE 68 mantenha uma relação de quase-satélite com ele.
De acordo com estudo de 2006 de Alex Alemi e David Stevenson, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, sobre modelos do início do Sistema Solar, é muito provável que, bilhões de anos atrás, Vénus tivesse pelo menos um satélite tamanho considerável , criado por um grande evento de impacto e cerca de 10 milhões de anos depois, de acordo com o estudo, outro impacto inverteu o sentido de rotação do planeta, o que fez o satélite venusiano se aproximar a Vênus até colidir e se juntar com o planeta.
Se impactos subsequentes criaram luas, elas também foram absorvidas da mesma forma. Uma explicação alternativa para a falta de satélites é o efeito de fortes marés solares, que podem desestabilizar grandes satélites orbitando os planetas terrestres.
Observação de Vênus
Vênus refletida no Oceano Pacífico à noite; o planeta é mais brilhante que qualquer outra estrela.
À medida que se move em sua órbita, Vênus apresenta, na visão telescópica, fases como as da Lua. Nas fases de Vênus, o planeta apresenta uma pequena imagem "cheia" quando está no lado oposto do Sol. Ele mostra uma maior fase "quarto" quando está em sua máxima elongação em relação ao Sol.
Vênus está mais brilhante no céu noturno e apresenta uma muito maior fase "crescente" na visão telescópica quando se aproxima da região entre a Terra e o Sol. Vênus está maior e apresenta sua fase "nova" quando está entre o Sol e a Terra. Como tem uma atmosfera, ele pode ser visto no telescópio pelo halo de luz refratada em torno do planeta.
Fases de Vênus observadas na Terra.
A órbita venusiana é ligeiramente inclinada em relação à órbita da Terra; assim, quando o planeta passa entre a Terra e o Sol, ele normalmente não cruza a face do Sol. Entretanto, trânsitos de Vênus ocorrem quando a conjunção inferior do planeta coincide com a sua presença no plano da órbita da Terra.
Um persistente mistério das observações de Vênus é a chamada luz de Ashen – uma aparentemente fraca iluminação do lado escuro do planeta, vista quando ele está na fase crescente. A primeira observação registrada da luz de Ashen ocorreu em 1643, mas a sua existência nunca foi confirmada de forma confiável. Observadores especulam que ela pode ser causada por atividade elétrica na atmosfera venusiana, mas isto pode ser ilusório, efeito fisiológico de se observar um objeto muito brilhante em forma de crescente.
Características de Vênus
Vida em Vênus
A grande possibilidade de Vida em ganhou um importante dia 14 se setembro de 2020 quando um time de cientistas do Reino Unido, EUA e Japão anunciou a descoberta na atmosfera de Vênus de um gás que não é encontrado naturalmente na Terra: a fosfina, ou hidreto de fósforo (PH3) a 60 km de altitude, onde as condições são similares às da Terra sendo um forte indício de atividade biológica.
Apesar de ser o planeta mais próximo da Terra, com tamanho similar e nível de radiação recebida do Sol semelhante, Vênus tem condições extremas. A atmosfera é altamente tóxica e densa, composta principalmente por dióxido de carbono e nuvens de ácido sulfúrico. Em um efeito estufa radical, a temperatura na superfície chega a 470°C, a mais quente do Sistema Solar, suficiente para derreter chumbo, com uma pressão atmosférica 92 vezes maior do que a terrestre.
Ainda que a descoberta publicada na revista Nature Astronomy seja espetacular, a evidência do composto em ambiente venusiano exige cautela. Não se trata de uma prova definitiva de vida. Na Terra, a fosfina é produzida por bactérias que vivem em ambientes com escassez de oxigênio. Em Vênus, seria gerada de uma forma parecida, apontam até o momento as evidências.
Mas o porque de ser bem provável ter vida em Vênus!? Porque foram avaliadas exaustivamente possíveis fontes não biológicas, como atividade vulcânica, meteoritos e reações químicas diversas. Mas nenhuma pareceu viável. A existência da fosfina, em si, não é inédita. Já foi detectada na atmosfera de Júpiter e Saturno, gigantes gasosos que permitiram sua formação a partir de condições extremas de calor e pressão.
Porém, nos planetas rochosos (os quatro mais próximos do Sol), os processos naturais químicos ou geológicos para isso são desconhecidos. Não há, portanto, alternativa para a produção do composto que não seja por vida microscópica, ao menos pelo que se conhece até o momento
Na altitude de 60km o clima venusiano é menos infernal. A pressão atmosférica é metade da registrada na superfície do mar na Terra, e a temperatura também se aproxima das condições terrestres, cerca de 27 graus Celsius. Ainda assim, o excesso de acidez e a pequena presença de água sempre foram obstáculos para a hipótese de vida. Mas o que parece não ser mais.
Em Vênus, se a nova forma de vida for confirmada, será exatamente seguindo essa pista. Onde há energia e água a vida é possível. Ou melhor: energia e um elemento líquido, que permita a troca de substâncias a nível celular. Essa linha de pesquisa levou os especialistas a descobrirem vida em lugares inóspitos e improváveis na própria Terra, como nos vulcões no fundo do oceano, na alta atmosfera, em lagos congelados há milhares de anos na Antártida e até nos reatores de Chernobyl. Ainda assim, a procura de extraterrestres nunca trouxe resultados concretos.
Assim como ocorreu com Vênus, as pesquisas de busca de vida extraterrestre se concentram na existência de fosfina. Que a molécula tenha sido descoberta num planeta vizinho surpreendeu os especialistas. Por ser o astro mais brilhante do céu, depois do Sol e da Lua, Vênus sempre ocupou um lugar especial na imaginação humana.
Suas condições extremas, que lhe deram a fama de “planeta morto”. Ainda assim, Carl Sagan já havia especulado sobre essa hipótese em 1967. Com o achado atual, foi “reabilitado”. Os cientistas fizeram a descoberta seguindo uma pista aberta pela NASA em 2016. Nesse ano, a agência espacial americana publicou um estudo levantando a hipótese de que o planeta tenha tido um clima habitável e água líquida em sua superfície no início da sua existência, há cerca de 4,5 bilhões de anos, como a Terra.
Há descoberta de vida em Vênus não surpreendeu quem acompanhava de perto o trabalho de Carl Sagan. O astrônomo que ficou famoso pela série de TV "Cosmos" (1980) já havia alertado, em 1967, sobre a possibilidade de que as nuvens do planeta seriam o lar de algum de tipo de ser vivo . Sagan escreveu que, enquanto as condições da superfície de Vênus tornam a hipótese de vida no planeta implausível, "as nuvens de Vênus são uma história completamente diferente... "
"Mesmo se a superfície for quente, as regiões polares podem ser frias o suficiente para sustentar a vida, ou podem existir montanhas suficientemente altas, e assim por diante", diz Sagan no resumo do artigo. "Parece apropriado relacionar algumas dessas especulações para continuar trabalhando no ambiente de Vênus."...