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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

TOMO XXXV - PLANETAS ANÕES DO SISTEMA SOLAR INTERNO

PLANETAS ANÕES INTERNOS


CERES


Ceres é um planeta anão que se encontra no cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter. Ceres tem um diâmetro de cerca de 950 km e é o corpo mais maciço dessa região do sistema solar, contendo cerca de um terço do total da massa do cinturão.

 

Dados de básicos de Ceres
·                     Temperatura: média: entre -106°C e -34°C
·                     Rotação: 9,975 h
·                     Translação: 4,6 anos
·                     Distância média para o Sol: 414 milhões de km
·                     Diâmetro: cerda de 950 Km
·                     Área da superfície: 1.800.000 Km2
·                     Massa: 9,5x10 20 Kg
·                     Gravidade equatorial: 0,028g
Orbita de Ceres ao redor do Sol


Possivelmente possua um núcleo de rocha e metais, recoberto por um manto de água congelada. A crosta de Ceres possivelmente seja composta por uma camada de partículas de poeira.



 


Geologia de Ceres
Planisfério feito a partir de imagens da sonda orbital da NASA ao redor de Ceres

Ceres e quase perfeitamente esferoide, com uma pequena protuberância de 30 km no equador, ao contrário da grande maioria dos objetos do cinturão de asteroides , tornando-o único entre eles nesta região. A diferença deve-se á  Ceres não ser homogêneo, mas estruturado em camadas, com um núcleo denso de rocha coberto por um manto de gelo de água, por sua vez coberto por uma crosta leve.

O manto de Ceres é constituído de gelo de água, comprovado pela característica  da densidade de Ceres é menor que a da crosta da Terra e porque marcas espectrais da superfície evidenciam minerais moldados pela água. Assim, estimou-se que Ceres deverá ser composto por 25 por cento de água, mais que toda a água doce na Terra. Esta água encontra-se enterrada sobre uma fina camada de poeira.


Caso não fossem as perturbações gravitacionais de Júpiter há milhares de milhões de anos, Ceres seria, indiscutivelmente, um verdadeiro planeta. Com sua massa Ceres tem mais do que um terço do total da massa de todos os asteroides do sistema solar mesmo que ainda é apenas cerca de 0 4% da massa da Lua.

Apesar de ser um corpo celeste relativamente próximo da Terra, agora a pouco anos que começou a se saber mais  sobre Ceres. A superfície de Ceres era enigmática: em imagens de 1995, pareceu-se ver um grande ponto negro que seria uma enorme cratera; em 2003, novas imagens apontaram para a existência de um ponto branco com origem desconhecida até pouco tempo.

Possivelmente zonas de impacto de asteroides de grande expressão sob a superfície de Ceres. Ao que tudo indica, fora os impactos menores mais recentes, em épocas remotas da história do sistema solar;

Hidrografia de Ceres

Ceres se mostrou membro do grupo de objetos do sistema solar que dispõe de atividade geológica tipica doa região do sistema solar frio. Sua posição é o marco inicial da região do criovulcanismo no sistema solar.


Entre as características mais marcantes da superfície de Ceres, estão as manchas brilhantes no centro da Cratera Occator, que já se destacavam quando a sonda Dawn da NASA ainda se aproximava do planeta anão. A idade deste material brilhante que consiste principalmente de depósitos de sais minerais fora datado com apenas quatro milhões de anos.
Esses depósitos são cerca de 30 milhões de anos mais jovens do que a cratera propriamente dita. Isto, bem como a distribuição e natureza do material brilhante dentro da cratera, sugere que a Cratera Occator tem sido o cenário de surtos eruptivos de salmoura subterrânea durante um longo período e até quase recentemente. Ceres é, portanto, o corpo mais próximo do Sol que mostra atividade criovulcânica.

Esta imagem da Cratera Occator mostra o poço brilhante no seu centro e a cúpula criovulcânica. As montanhas rugosas na orla da cratera empurram sombras sob zonas do poço. Esta imagem foi obtida a uma distância de 1478 km da superfície e tem uma resolução de 158 metros por pixel.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA


Foram observadas pela sonda do VIR,  Dawn em sua orbita ao redor do planeta anão complexas estruturas geológicas nas imagens da Cratera Occator. Estas estruturas incluem fraturas, avalanches e crateras mais pequenas e jovens. 
A Cratera , localizada no hemisfério norte de Ceres, mede 92 km em diâmetro. No seu centro pode se encontrado um poço com um diâmetro de aproximadamente 11 km. Em várias partes da sua orla, montanhas irregulares e encostas íngremes sobem até 750 metros de altura. Dentro do poço formou-se uma cúpula brilhante. Tem um diâmetro de 3 km, 400 metros de altura e mostra fraturas proeminentes.
A cúpula contém o material mais brilhante de Ceres. Os cientistas chamam a este material brilhante no poço central Cerealia Facula. Os dados obtidos pela sonda mostram que é rico em certos sais chamados carbonatos. Dado que impactos posteriores, nesta área, não expuseram qualquer outro material das profundezas, esta cúpula possivelmente consiste inteiramente de material brilhante. As manchas brilhantes (Vinalia Faculae), localizadas mais para o exterior da cratera, são mais pálidas, formam uma camada mais fina e como  tal, como os dados do VIR e as câmaras mostram, são uma mistura de carbonatos e material escuro circundante.

Criovulcaniasmo

A última dessas erupções, há quatro milhões de anos atrás, deve ter criado a superfície atual da cúpula.

A idade e aspeto do material que rodeia a cúpula brilhante indica que Cerealia Facula foi formada por um processo eruptivo recorrente, que também expeliu material para regiões mais externas do poço central. Sendo assim, originado por um único evento eruptivo é bastante improvável. Um olhar sobre o sistema de Júpiter suporta esta teoria do criovulcanismo, pois os satélites Calisto e Ganimedes mostram cúpulas semelhantes. Os investigadores interpretam-nas como depósitos vulcânicos e, portanto, como sinais de criovulcanismo.

Mosaico a cores falsas que mostram partes da Cratera Occator. As imagens foram obtidas a uma distância de 375 km. O lado esquerdo do mosaico mostram a região central da cratera, que contém o material mais brilhante de Ceres. Mede 11 km em diâmetro e é parcialmente rodeada por montanhas íngremes. No meio está uma cúpula com 400 metros de altura coberta por fraturas. Tem um diâmetro de 3 km. O lado direito do mosaico mostra outras manchas menos brilhantes da Cratera Occator.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA


O grande impacto que rasgou a gigante Cratera Occator, à superfície do planeta anão, deve ter originalmente desencadeado a ação criovulcânica posterior. Após a perturbação do impacto, os investigadores da salmoura suspeitam que ou uma camada completa ou remendos espalhados sob o manto rochoso, foi capaz de se aproximar da superfície.
 A pressão mais baixa permitiu com que a água e os gases dissolvidos, como o metano e dióxido de carbono, escapassem, formando um sistema de aberturas. À superfície apareceram fraturas através das quais a solução saturada surgiu das profundezas. Os sais depositados formaram gradualmente a presente cúpula. 

 Não se sabe se a atividade crio vulcânica cessou completamente ou se ainda está em curso num nível mais baixo. As imagens da cratera, que mostram neblina quando fotografada em certos ângulos, parecem suportar a última hipótese. No final de 2015, os investigadores do MPS explicaram este fenômeno com a sublimação da água.


CANDIDATOS A PLANETAS ANÕES OU PROTOPLANETAS

O termo planeta anão poderá vir a ser aplicado 03 corpos do cinturão de asteroides que são :Vesta, Palas e Hígia; mas ainda estão aguardando definição do conselho internacional de Astronomia obter mais dados para poderem ou não nominar estes objetos como planeta anão.

VESTA


Vesta possui um diâmetro médio de 530 km, seu nome provém da deusa romana Vesta, a deusa virgem da casa, correspondente à deusa da mitologia grega Héstia. Está localizado no cinturão de asteroides, região entre as órbitas de Marte e Júpiter, a 2,36 UA do Sol.


 Vesta é um possui forma V, e seu tamanho e o brilho pouco comum na superfície fazem de Vesta o mais brilhante no cinturão de asteroides. É o único nesta região que é ocasionalmente visível a olho nu.

Teoriza-se que nos primeiros tempos do sistema solar, Vesta era tão quente que o seu interior derreteu. Isto resultou numa diferenciação para o tipo planetária do objeto. Por isto está em análise de sua inserção ou não na categoria de planetas anões.



Geologia de Vesta


Provavelmente tem uma estrutura em camadas: um núcleo metálico de níquel-ferro coberto por uma camada (manto) de olivina. A superfície é de rocha basáltica, originária a partir de antigas erupções vulcânicas. A atividade vulcânica não existe aparentemente mais atualmente.


Palas


Pallas é um planetoide de 530 km de diâmetro (em média), ainda não classificado entre os membros da família de planeta anões.

O asteroide Pallas é o segundo maior elemento do Cinturão de Asteroides, logo a seguir ao planeta anão Ceres.
As dimensões de Pallas são de aproximadamente 582 x 556 x 500 km. Apesar do asteroide Pallas ser ligeiramente maior que o asteroide, Vesta é menos massivo, fazendo com que seja o terceiro elemento mais massivo dessa região do Sistema Solar.

 
 O asteroide Pallas (de nome oficial 2 Pallas)
Pallas possui uma órbita com uma excentricidade elevada, sendo que o seu afélio (ponto da órbita mais afastado do Sol) é aproximadamente 510 milhões de km, enquanto que o seu periélio (ponto da órbita mais próximo do Sol) é aproximadamente 319 milhões de km. 
Este asteroide possui ainda uma órbita com uma elevada inclinação relativamente ao plano da eclíptica. Devido a sua geologia superficial e de sua composição Palas não e um objeto muito brilhante, ou seja pouco reflexivo.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

TOMO XXXIII - 4 PLANETAS INTERNOS - MARTE part3

Um passado fantástico




Como vimos, grande parte da história de Marte, este possuiu água em sua superfície.

A NASA na década de 1990 avançou com uma hipotética história da água em Marte, onde demonstrou que a água teria sido abundante em Marte da sua orogênese até 3,8 bilhões e 800 milhões de anos, antes de ter começado a evaporar para o espaço. Há 02 bilhões de anos restava um pequeno mar perto do polo Norte até desaparecer, quase por completo, 1 bilhão de anos depois.

O planeta teria cursos hídricos abundantes, e uma atmosfera muito mais densa que proporcionava temperaturas mais elevadas, permitindo a existência de água líquida. Presume-se que Marte tenha perdido muita da sua atmosfera devido ao vento solar que penetra pela ionosfera e de forma muito profunda na atmosfera marciana até uma altitude de 270 km.

Ao perder a maior parte dessa atmosfera para o espaço, a pressão diminuiu e as temperaturas baixaram, a água desapareceu de forma visível da superfície. Alguma agua subsiste na atmosfera, como vapor de água, mas em pequenas proporções (0,01%), mas o solo a cada ano com as novas descobertas descobrimos mais e mais depósitos hídricos marcianos, como nas calotas polares, vales e crateras, sob o solo á centímetros de profundidade, formando grandes massas de gelos perpétuos.

Muitas foram as hipóteses para que marte deixa-se de ser um atrativo para a vida como a conhecemos e se tornar um planeta inóspito.

Algumas teses falam que devido a sua pequena massa, de perder seu campo magnético, sua proximidade com o cinturão de asteroides e frequentes bombardeios ao planeta. Enfim, basicamente, todas as hipóteses teriam contribuído para a atual esterilidade do planeta. Mas sem sombra de dúvidas uma marca, lado oposto ao Monte Olimpos, de impacto, com um grande objeto celeste, mesmo na Terra poderia ter causado uma destruição em massa modificando o planeta para a atual conotação. Este impacto aplainou uma área no planeta possivelmente do tamanho do Estado Norte Americano do Texas, e que seguramente fora o grande desencadeador de destruição em escala planetária que culminaria na sentença de morte para a vida como a conhecemos no planeta vermelho...


Muitos cientistas especulam que a vida teria iniciado em Marte primeiramente. Pois este estava longe das oscilações de uma estrela jovem e com temperaturas não tão amenas como seria a Terra no seu primeiro bilhão de anos. Uma teoria especula que do planeta vermelho, teria migrado para a Terra a vida, na forma de meteoritos.

Parte da superfície marciana fora espargida em direção ao centro do sistema solar.

Aerólitos de origem Marciana foram encontrados na Antártida, eles possuíam uma tez esverdeada (1984) mas o que realmente chamaria a atenção seria este conter estruturas não terrestres mas muito parecidas com bactérias primitivas fossilizadas.

Muito foram os teste realizados e acabaram sendo inconclusivos. O Rover Curiosity em sua missão exploratória furou pontos específicos na superfície da cratera de impacto que se encontrava durante sua exploração e encontrou sedimentos similares ao dos meteoritos da antártica. Mas nada ainda da estruturas observadas nestes. Contudo detectou nas análises moléculas orgânicas nas amostras coletadas.


A rocha marciana e a microestrutura interna semelhante a uma bactéria fossilizada.


OBS: Moléculas orgânicas foram descobertas em-marte em 2014 pela sonda Curiosity da NASA. Ela fez uma perfuração na rocha chamada de Cumberland pela missão.

A perda do escudo

Antigo campo magnético marciano.

Milhões de anos se passariam após o impacto sobre Marte do objeto que se espargeria parte superficial de sua crosta rochosa e lhe daria segundo uma teoria orogênica, seus atuais satélites.

Milhares de anos demorariam para a crosta se reconstituir e a atmosfera se refazer, mas o principal, seu núcleo não seria mais líquido, se tornaria um colide semissólido e não geraria mais um campo eletromagnético protetor.

Sem o escudo magnético que protegia o planeta vermelho, agora era permitido que o vento solar varresse a superfície planetária, e com isto, fragmentou seu vasto oceano e expelisse sua espessa atmosfera. Marte não chegaria a recuperar a aparência de outrora, pois já era um mundo morto, ou “quase” como até meados dos anos 1990 se supunha.

Auroras Marcianas


Concepção artística das auroras de Marte. Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS e CSW/DB

Em Marte, as auroras são diferentes das observadas no resto do sistema solar. Ao contrário do que sucede na Terra, não ocorrem nos polos como na Terra, devido à inexistência em Marte de um campo magnético global.
Assim, as auroras acontecem onde existem anomalias magnéticas, em áreas esparsas devido a concentração de metais na crosta marciana, que são restos dos dias nos quais Marte tinha um campo magnético propriamente dito. O núcleo de Marte diminuiu sua rotação até parar, retirando a proteção do escudo magnético do planeta e consequentemente perdendo grande parte de sua atmosfera


Campo Magnético Marciano

Marte é formado por rocha sólida, com um núcleo constituído por rocha e ferro semifundido. Marte tem atualmente um campo magnético, que é a soma das anomalias magnéticas com força menor que o da lua Ganimedes de Júpiter e é, apenas, 02% do campo magnético da Terra.


Num passado não tão distante




Marte teria essa aparência possivelmente até cerca de 02 bilhões de anos atrás.

Possivelmente no passado numa região próxima do Monte Olimpos, a uma área com vários vulcões que devem ter entrado em erupção simultaneamente ou por atividade geológica ou possivelmente devido a um grande impacto cósmico.

Temos em algumas teorias sobre os primeiros 03 bilhões de anos do sistema solar, uma concepção de impactos de grandes proporções, sobre os planetas telúricos do sistema solar, já comentamos sobre Mercúrio telo sofrido, Vênus e e agora Marte...


O impacto com um objeto maior do que o asteroide Vesta teria fragmentado parte da superfície gerando um mega Martemoto que diminuiria a homogeneidade interna do planeta e desencadearia milhões de anos de intenso vulcanismo. A orogenia destes planetas indica ao menos teoricamente que durante seus primeiros bilhões de anos eram planetas muito similares a Terra e que no decorrer dos Eons acabaram via Armagedons cósmicos, e assim se tornando Totalmente diferentes do que foram até metade de suas vidas.



Um Mega Tsunami percorreu as regiões de planícies marcianas literalmente lavando grande parte da superfície planetária. Evidencias deste fenômeno foram observadas nas camadas Sedimentares do planeta vermelho.

Marte teria sofrido um impacto de grandes proporções possivelmente oriundo do cinturão de asteroides, um objeto do tamanho de Vesta teria impactado com o lado oposto a região de Tharsis , expelido fragmentos que vieram parar até aqui na Terra. O núcleo liquido se misturaria com as camadas superiores do planeta se solidificando. Parte do calor interno seria convertido em um mega vulcanismo via uma super-pluma de lava que eclodiria no Monte Olimpos e região. Milhões de anos após, Marte perderia seu campo magnético, grande parte de sua atmosfera e seus oceanos. Se tornando um mundo frigido mesmo no limite da zona habitável externo de nossa estrela.

Geologia Hídrica Marciana

Leitos de rios secos

São características da morfologia da superfície marciana a presença de pequenas colinas semelhantes a dunas e de uma espécie de canais cavados que têm todo o aspecto de leitos de rios já secos.


Colinas de dunas.

O Vale Ma'adim

Um grande desfiladeiro marciano que pensa-se ter sido esculpido por água líquida no passado devido á presença de pequenos canais ao longo das paredes do desfiladeiro.


Nestes canais, a água subterrânea se dissolvia parcialmente e fazia com que a rocha caísse em depósitos e fosse levada por outros processos de erosão. O vale Ma'adim localiza-se numa região baixa no hemisfério sul marciano, e se pensa que, no passado, contivesse um grande número de lagos ao norte da cratera Gusev, já mais perto do perto do equador.

A cratera Gusev


Cratera de Gusev, é uma gigantesca cratera de Marte. Esta cratera é de interesse, pois é nela em que um dos veículos exploradores geológico de Marte, o Spirit, pousou. O pouso foi em 3 de janeiro de 2004. Em amarelo está sinalizado a área de pouso do Rover. Esta depressão tem cerca de 170 km de diâmetro, e foi formada entre 3 e 4 bilhões de anos, e parece ter sido um antigo lago. A teoria do lago é devido a erosão observada no seito, já que se encontra coberto por sedimentos até quase um quilômetro de profundidade.

Cratera de Gusev como se imagina já nos momentos finais da vida hídrica marciana.

Certas formações do terreno na boca do Vale Ma'adim, na entrada da cratera Gusev, assemelham-se aos deltas de rios terrestres. Estas formações na Terra levam centenas de milhares de anos a serem formadas, sugerindo que a água corria em Marte por longos períodos de tempo. Imagens tiradas da órbita indicam que terá existido um lago de dimensões bastante significativas perto da fonte de Ma'adim que seria a origem dessa água.
Não se sabe se a água corria lenta e continuamente, com grandes enchentes esporádicas, ou se seria uma combinação destes padrões.

O Ares Vallis,



Um dos maiores canais de escoamento de Marte, o Ares Vallis, atravessa a região em direção a Terra Xanthe, a noroeste; onde se localizam os grandes canais Tiu, Simud e Shalbatana, sendo regiões das quais as fotos a partir do espaço revelaram "ilhas" em forma de lemniscata (é o famoso "oito deitado", tido como um símbolo do infinito).

A sonda orbital Mars Express localizou clusters de constituição recente nas Crateras de Ares Vallis

A muitas planícies aluviais, estas que nos sugerem terem sofrido grandes inundações, algo pelo visto, corriqueiras, que tiveram lugar em Marte. Estes aspectos observado nas planícies aluviais têm origem na parte oeste de Margaritifer Sinus, numa região acidentada e desordenada conhecida como Terreno Caótico.

Canais marcianos


Existem dois tipos de canais em Marte, os que foram produzidos correntes superficiais e os que são originados por água que emergia debaixo da superfície. Estes canais antigos ainda são visíveis nas imagens obtidas pelas sondas que exploraram o planeta.


Os canais produzidos por correntes são pequenos com menos de 20 km de comprimento, e encontram-se nas terras altas e nas beiras das crateras. Pensa-se que teriam sido formadas quando água subterrânea ocasionalmente chegava à superfície.

Rios e lagos marcianos fossilizados


Os canais de correntes estão associados a cheias catastróficas, mas numa escala muito maior as já registradas na história geológica da Terra. Estas cheias podem ter sido originadas a partir do derretimento do gelo outrora muito mais abundante ao passar das estações.

CRATERA DE GALE


O interior da Cratera Gale, local por onde o robô Curiosity investigou o terreno como teria sido no passado


Gale é uma cratera de impacto em Marte. Possui aproximadamente 150 km de diâmetro e se situa próxima à borda das terras baixas de Elysium Planitia. Sua idade data de aproximadamente 3.5 a 3.8 bilhões de anos. Um estudo publicado na revista Science informou que o jipe-robô Curiosity encontrou provas de que a Cratera Gale, em Marte, era uma bacia que, frequentemente, ficava cheia d'água.


Uma característica incomum de Gale é um enorme montículo de detritos ao redor do seu pico central, o monte Sharp, elevando-se 5.5 km acima do solo a norte da cratera e 4.5 km pouco acima da borda sul da mesma.
Ilustração mostra concepção de possível extensão de um lago nos primórdios da cratera Gale com base em dados da sonda.

Antigos canais de rios desaguavam no Vales Marineris, indicando que este imenso desfiladeiro esteve outrora inundado, causando a sedimentação em camadas que se encontra no interior do desfiladeiro.
Nesta região e em outras regiões como na cratera Schiaparelli de 450 km de diâmetro. A presença de canais que desaguavam dentro das crateras leva a se supor que se formavam pequenos lagos de água dentro destas.


Fotos de zona sedimentar fluvial efetuadas pela sonda-curiosity.

A sinais da presença de fluxos de água na cratera Newton em Marte que foi formada há cerca de 3 bilhões de anos.

Sedimentos argilosos marcianos

Este par de ilustrações mostra o mesmo local da Cratera Gale em dois pontos temporais diferentes: agora e há milhares de milhões de anos atrás

As lamas e argilas são ideais para a preservação de registros fósseis. As camadas argilosas são mais raras nas regiões onde existia lagos em marte, do que nos mesmos locais aqui na Terra. Um novo estudo de 226 antigos leitos no planeta vermelho revela que atualmente apenas um terço mostra evidências de tais depósitos na superfície marciana.


Um estudo de 226 antigos leitos no Planeta Vermelho revela que apenas um terço mostram evidências de tais depósitos à superfície hoje em dia.

Uma equipe de cientistas da Universidade de Brown, no estado americano de Rhode Island, estudou imagens da superfície de Marte obtidas pelas sondas MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), Mars Odyssey e Mars Express em busca de lagos que no passado já tiveram fluxos interiores e exteriores de água. Os pesquisadores analisaram a luz refletida por cada lago para determinar a sua composição química, na tentativa de identificar as lamas e argilas que se encontram em tais sistemas aqui na Terra.

Os mares

Deposito de hematitas em Marte

Entre as descobertas pelo Rover Opportunity está a presença de hematita em Marte na forma de pequenas esferas em Meridiani Planum. As esferas têm apenas alguns milímetros de diâmetro e acredita-se terem sido formadas como depósitos rochosos sob água há milhares de milhões de anos, como vemos no deserto de Mojave na terra, que fora outrora, o fundo de um Mar secundário.


Outros minerais encontrados continham formas de enxofre, ferro e bromo tais como jarosita. Esta e outras evidências levaram a que cientistas concluíssem que a água líquida era presente de forma intermitente na superfície marciana ao menos em Meridiani, e por vezes saturava camadas inferiores a superfície da região.

Zona de hematitas em Marte-NASA

A água líquida é um pré-requisito chave para a vida como a conhecemos, e Meridiani Planum pode ter sido habitável por milhões de anos da História marciana. No lado oposto do planeta, o mineral goethita, que forma-se somente em presença de água, ao contrário da hematita, seria outra evidência forte para o passado hídrico marciano. Outras evidências de água, tal qual as mencionadas, foram encontradas pelo Rover Spirit nas Colinas Colúmbia.


O oceano


De acordo com a hipótese de antigos oceanos em Marte, teria existido bilhões de anos atrás, uma massa de agua considerável sobre a superfície de Marte. Próximo de um terço da superfície de Marte fora coberta por um oceano de água liquida nos primeiros Eons do planeta.
Este oceano primordial, chamado Oceanus Borealis, teria preenchido a bacia Vastitas Borealis no hemisfério norte, uma região que fica entre 4 e 5 quilômetros abaixo da elevação planetária média, e teria subsistido da consolidação da crosta marciana a aproximadamente 3,8 bilhões de anos até 2,5 bilhões de anos atrás.


Evidências para este oceano incluem estruturas geológicas antigas como linhas na superfície, e propriedades químicas do solo e atmosfera marciana. Inicialmente Marte teria possuído uma densa atmosfera e um clima bem mais quente para manter água líquida em sua superfície.




Sonda Robóticas


Desde a década dos anos 1970 com a marterrissagem das sondas robóticas Vikings marte não era tão explorado como a partir do final do século XX e início do século XXI. A primeira das missões da NASA rumo a Marte, o veículo espacial Viking 1, foi lançada em um dia como este, no ano de 1975, a bordo do foguete Titan-Centaur. Foram necessários 10 meses de viagem até chegar ao Planeta Vermelho.



Viking 2

 
São sondas orbitais, robóticas/rovers melhoria da tecnologia de imagens e transmissão entre outros atributos tornaram um mundo visualmente apático e morto num mundo que ainda poderemos chamar de lar.

As Viking da NASA foram as primeiras sondas robóticas a descer com sucesso em Marte através de uma delicada operação controlada por motores. A Viking 1 pousou em Marte em julho de 1976 e encerrou as operações em novembro de 1982. A Viking 2 aterrou em Setembro de 1976 e continuou a trabalhar até abril de 1980. Crédito: NASA

A jornada do Rover Opportunity.

Selfie do robô Opportunity.

O MER-B (Opportunity) é o segundo dos dois veículos exploradores geológicos da NASA, que aterraram em Marte em 2004. Lançado em 7 de julho de 2003, o Opportunity aterrissou em Marte em 25 de janeiro de 2004 no Meridiani Planum.


Rover Spirit.

Três semanas depois da sonda Spirit (MER-A), que também fez parte da missão da NASA Veículos Exploradores de Marte, tocasse a superfície do outro lado do planeta. Enquanto o Spirit ficou imóvel em 2009 e encerrou suas comunicações em 2010, o Opportunity permanece ativo até 2018 no momento da escrita deste artigo.

O Opportunity continua em movimento, coletando informações científicas e as enviando à Terra.

Os destaques da missão incluem o estudo de meteoritos, como Heat Shield Rock, encontrado em Meridiani Planum e os dois anos que permaneceu estudando a Cratera Victória. Após passar por algumas tempestades de poeira chegou à Createra Endeavour em 2011.


Hematitas analisadas pela sonda Opportunity.

A sonda robô Opportunity encontrou uma rocha com uma composição completamente diferente de qualquer coisa que ele havia encontrado em seus primeiros 7,5 anos de exploração. A rocha foi aparentemente arrancada do solo por um impacto que cavou uma cratera do tamanho de uma quadra de tênis na borda da cratera. Em uma cratera de 22 km de largura, chamada Endeavour. que foi quase totalmente intemperada, restando apenas cristas descontínuas em sua borda.


A primeira pedra examinada tem o tamanho de um banco de jardim, com uma superfície achatada. Ela foi batizada de Tisdale 2.

Ela tem uma composição semelhante a algumas rochas vulcânicas, mas há muito mais zinco e bromo do que temos visto normalmente. A diversidade de fragmentos na rocha pode ser um indicador de outros minerais ainda não conhecidos, e que poderão ser encontrados na cratera. E que datam do início da história marciana e incluem minerais de argila que se formam em condições úmidas pouco ácidas, possivelmente mais favoráveis para a vida

Rover Curiosity


Mars Science Laboratory (MSL) é a designação da sonda espacial da NASA, lançada em 26 de novembro de 2011, levou em seu interior um rover batizado como Curiosity (em português, Curiosidade), um jipe robô como vemos na figura acima. A missão contendo o rover Curiosity teve início com o lançamento, efetuado em 26 de novembro de 2011 a partir da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, tendo pousado com sucesso em Marte, mais precisamente em Aeolis Palus na cratera Gale em 6 de agosto de 2012.




Foto divulgada pela NASA mostra autorretrato da Sonda robótica Curiosity.



O veículo parou de funcionar em Marte em 27 de fevereiro de 2015, após um curto-circuito que desencadeou alertas de segurança a bordo. Segundo a análise dos cientistas, a causa mais provável foi um curto intermitente no mecanismo de uma das ferramentas no braço robótico, a broca de perfuração de rochas, que chegou a se desprender do braço. Contudo o problema seria solucionado e a ferramenta reinstalada, voltando a funcionar em março do mesmo ano.


SATÉLITES DE MARTE

Nome Diâmetro(km) Massa(kg) Raio orbital(km) Período orbital


Fobos 22,2(27×21,6×18,8) 1,08×1016 9378 7,66 h

Deimos 12,6(10 ×12×16) 2×1015 23 400 30,35 h

Marte tem dois pequenos satélites naturais: Fobos e Deimos, ambos deformados, possivelmente asteroides capturados pelo planeta do cinturão de asteroides. Uma outra teoria aponta que os satélites marcianos possam ser fragmentos de um asteroide do tamanho do asteroide Vesta, que entre 3 e 2 bilhões de anos teria se chocado contra Marte, como já mencionado anteriormente.

Vistos de Marte, os satélites marcianos são pouco mais brilhantes do que estrelas do firmamento, mas pouco reconhecido como luas.

Fobos tem um diâmetro angular de 12', enquanto que Deimos tem um diâmetro angular de 02' sobre a visão de um observador da superfície do planeta, já o Sol, por contraste, tem cerca de 21'.

Fobos


Nas noites marcianas, Fobos não mostraria nenhuma eficácia na iluminação, apareceria apenas tão brilhante como Vênus se mostra à Terra, em parte devido à superfície formada por materiais carbonáceos bastante do pequeno satélite. Mas num dia normal em Marte, ver-se-ia Fobos a passear pelo céu três vezes por dia, surgindo a Oeste e pondo-se a Leste, como uma batata prateada a cruzar o horizonte.

 Deimos


Ambos os satélites estão ligados pela força da gravidade apontando sempre a mesma face. Fobos é mais veloz objeto a orbitar Marte, mais rápido inclusive que o próprio giro do planeta.

A cratera de Stickney na parte frontal do satélite Fobos.

Devido a isso, a força da gravidade irá diminuir o seu raio orbital, que já é o mais curto conhecido no sistema solar, o que poderá levar à sua fragmentação ou arremesso contra a superfície planetária marciana.
Deimos é coberto com uma espessa camada de partículas ejetadas durante os impactos de meteoritos, o que o aplainou superficialmente acabando por  preencher as suas crateras . Ele é ser completamente liso  devido ao seu pequeno tamanho e da camada de 100 metros de espessura de rocha pulverizada.
Não há essa característica em Phobos  por este estar mais perto de Marte, onde a poeira é atraida pela influencia das forças de maré de Marte.



Já Marte visto aqui a partir de Fobos, constitui uma imagem impressionante, Marte sustentaria um ângulo de 43° e preencheria metade do céu desde o horizonte do satélite durante o zênite.