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sábado, 29 de agosto de 2020

TOMO LVI - NEOPROTEROZOICO - VIDA NOVA PARTE 3

Protostômios e Deuterostômios



Na província chinesa Hubei, pesquisadores encontraram trilhas e fósseis de 550 milhões de anos, provenientes de um dos primeiros animais que foram capazes de se movimentar no planeta, os vermes Yilingia spiciformis.

A maioria dos animais que são mais complexos do que os cnidários são divididos em dois grupos, protostômios e deuterostômios. Equinodermos, protocordados e Cordados (clado que inclui todos os vertebrados) são deuterostômios. A origem deste grupo é datada em mais de 550 milhões de anos. Kimberella é cogitado como o membro mais antigo dos protostômios e datada em 555 milhões de anos. Isto significa que as duas linhagens devem ter se separado entre 590 e 558 milhões de anos (ainda compondo a fauna Ediacarana), bem antes do início do Cambriano. 

O processo de desenvolvimento embrionário é caracterizado por diversas fases, que variam entre os grupos. Entre os animais celomados, em uma dessas etapas, podemos destacar diferenças embriológicas fundamentais que nos permitem dividi-los em dois grupos: deuterostomados e protostomados. 


Durante o processo de gastrulação, ocorre um rearranjo de células, formando um tubo denominado arquêntero, que originará futuramente o tubo digestório. O arquêntero comunica-se com o exterior por um orifício denominado blastóporo. Este, em alguns animais, dá origem à boca – nesse caso, os animais são chamados de protostomados. No caso dos animais deuterostomados, o blastóporo origina o ânus, e a boca surge depois a partir de um segundo orifício. Além dessas características, existem outras que caracterizam esses dois grupos, como poderá ser observado a seguir. 

Protostomados



Entre os protostomados (protos: primeiro; stoma: boca), podemos destacar os filos Arthropoda, Annelida e Mollusca. Estes apresentam uma clivagem espiral – a clivagem ou segmentação do ovo fecundado tende a ser oblíqua ou diagonal ao eixo polar do ovo – e determinada. O celoma dos protostomados é esquizocélico, pois forma-se a partir de fendas da mesoderme. 

Deuterostomados




Entre os deuterostomados (dêuteron: secundário; stoma: boca), estão os filos que apresentam uma clivagem radial – a clivagem ou segmentação do ovo fecundado ocorre paralela ou perpendicularmente ao eixo polar do ovo – e indeterminada. Além disso, apresentam um celoma enterocélico, ou seja, que se forma a partir de dobras do intestino. Os filos são Echinodermata e Chordata.



Vermes



Platelminto marinho.


Os primeiros vermes que surgiram na Terra há provavelmente cerca de 600 milhões de anos seriam achatados e com um tubo digestório incompleto, ou seja, têm apenas uma abertura - a boca-, por onde ingerem alimentos e eliminam as fezes; portanto, não possuem ânus. Os platelmintos seriam os herdeiros conteporâneos deste pioneiros bilaterais.


Platelmintos


Os platelmintos são vermes que surgiram na Terra há provavelmente cerca de 600 milhões de anos. Esses animais têm o corpo geralmente achatado, daí o nome do grupo: platelmintos (do grego platy: 'achatado'; e helmin: 'verme').





Há diversas espécies atuais de vida livre, que se desenvolvem na água, com poucos centímetros de comprimento, e outras maiores, de meio terrestre úmido. Muitos deles são parasitas. Os platelmintos possuem tubo digestório incompleto, ou seja, têm apenas uma abertura - a boca-, por onde ingerem alimentos e eliminam as fezes; portanto, não possuem ânus.






Nematelmintos



Durante a evolução os nematelmintos devem ter se originado a partir de um ancestral de simetria bilateral, talvez, a partir de formas planuloides dos celenterados ou de ancestrais destes. O ancestral bilateral deve ter originado, de um lado, os ancestrais acelomados dos platelmintos e, do outro, os ancestrais pseudocelomados dos nematódeos.

Os nematelmintos atuais possuem corpo cilíndrico, recoberto por uma cutícula resistente, com simetria bilateral. Numerosas espécies apresentam vida livre, porém muitas são parasitas de plantas e animais.

Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos apresentam sistema digestório completo, ou seja, com boca e ânus. Esta é a principal novidade evolutiva dos nematelmintos. Geralmente são dióicos e se reproduzem sexuadamente e a fecundação é interna.

Os nematóideos possuem dois nervos (dorsal e ventral) longitudinais que correm o corpo do animal. Não há sistema circulatório ou respiratório. A respiração é anaeróbica. 








Anelídeos 




Estes animais são bastante antigos na Terra, existindo fósseis deste o período Pré-Câmbrico, embora os primeiros vermes segmentados indubitáveis sejam do Câmbrico médio. Considera-se que terão evoluído a partir de um ancestral do tipo platelminte.



O corpo segmentado é visível externamente na forma de anéis, com sulcos bem marcados separados um dos outros. Algumas estruturas, como os órgãos excretores e os gânglios do sistema nervoso, se repetem internamente em cada segmento, também chamado de metâmero e estes são separados uns dos outros por paredes divisórias conhecidas como septos.

A metamerização apresenta a vantagem adicional de permitir a especialização de segmentos ou grupos de segmentos para diferentes funções, embora este aspecto não tenha sido muito desenvolvido nos anelídeos ao contrário dos artrópodes seus possiveis descendentes.



A compartimentalização do celoma aumenta a precisão dos movimentos pois pode-se aplicar pressão sobre diferentes zonas do líquido. Ondas de contração muscular, controladas pelo sistema nervoso, passam pelo corpo, alongando e contraindo alternadamente grupos de segmentos, forçando o corpo do animal a deslocar-se.






O sistema digestivo é completo e o  sistema circulatório é fechado e complexo, apresentando vasos longitudinais dorsal, onde o sangue circula em direcção á parte anterior, e ventral, onde o sangue circula para a região posterior, ligados por vasos transversais em cada segmento.

Os anelídeos apresentam sistema excretor segmentado, com pares de metanefrídeos em cada segmento e o  deslocamento dos anelídeos é, ainda, ajudado pela presença de cerdas, na parte ventral dos animais (exceto em sanguessugas). 


Ikaria wariootia


Ikaria wariootia é um exemplo muito precoce de um organismo bilateral semelhante a um verme. Foi encontrado em rochas em Nilpena no sul da Austrália, estimadas em cerca de 571 a 539 milhões de anos.





O primeiro ancestral descoberto dos animais que conhecemos atualmente foi denominado de Ikaria wariootia, o organismo microscópico é o primeiro bilateriano ou seja, com frente e costas, dois lados simétricos, e aberturas em ambas as extremidades ligadas por um intestino que já existiu.




Os vermes segmentados, teriam surgido a 550 milhoes de anos atrás, foram um passo importante na evolução dos animais, eles são protosomes, o que significa que eles têm um celoma feita a partir de massas celulares. Este celoma é dividido numa série de peças utilizadas. Esta repetição é chamado de metamerismo, e cada segmento é chamado de metâmeros. 


O ediacariano também chamada de ‘Biota Vendiana’, a Fauna de Ediacara inclui criaturas tipicas como Dicksonia e Sprigginia. 


                
O Dickinsonia foi um dos primeiros animais registrados este 
Fóssil tem aproximadamente 600 milhões senso possivelmente um anelídeo. 

Nos vermes superiores há um grupo de células nervosas e órgãos excretores em cada metamere, mas as cordas ventrais, um dorsal e ventral do vaso sanguíneo, e a passagem do trato digestivo através das paredes de segmentação e são, por conseguinte, não segmentado. Estas paredes, ou septo, são folhas finas de tecido mesodérmico, isolando o celoma. Excepto para a região da cabeça e da cauda, cada um com uma abertura do tubo digestivo, tornando-se um aparelho completo, cada segmento em forma de anel é um anelídeo e muito semelhante.



A segmentação permite flexibilidade e mobilidade, porque o animal pode dobrar em partes segmentadas. Um corpo segmentado é vantajoso, que evoluiu duas vezes, com os protostômios, como mostrado por filos Annelida e Arthropoda, e novamente nos deuterostômios, como mostrado por filo Chordata. Outras marcas evolutivas são corpos macios que estão ao redor em corte transversal, a repetição de órgãos nas partes segmentadas, e um corpo que é muito mais longo do que largo. 







Os vermes Yilingia spiciformis. As pequenas criaturas fossilizadas tinham no máximo 2,5 centímetros de largura e 27 centímetros de comprimento, segundo os poucos registros que existem desses animais. O corpo dos parasitas se dividia em 50 segmentos e eles viviam embaixo do solo oceânico.

O achado confirmou a teoria da simetria bilateral, que divide os corpos de animais segmentados em duas partes iguais, assim como a hipótese de que a capacidade de movimentação surgiu durante o Ediacarano, entre 630 há 542 milhões de anos.

A Cloudina carinata








Cloudina carinata 

Animaistubulares está entre os primeiros vermes a desenvolver um exoesqueleto há aproximadamente 550 milhões de anos. Foram os primeiros seres pluricelulares capazes de realizar biomineralização, ou seja, de produzir conchas e esqueletos. Os fósseis exibem evidências de reprodução assexuada, o que significa que estão entre os fósseis mais antigos a apresentar um exemplo de reprodução animal.








Artrópodos


Os artrópodes (Filo Arthrophoda) são animais invertebrados que surgiram há cerca de 600 milhões de anos. É um grupo claramente relacionado com os Anelídeos que, ou evoluiu dele, ou pelo menos de um antepassado comum. Esta semelhança reflecte-se sobretudo na segmentação, no plano geral do sistema nervoso e no tipo de desenvolvimento embrionário. Assim, esperar-se-ía que Artrópodes primitivos apresentassem um grau de segmentação acentuado, ou seja, serem compostos por numerosos segmentos cada um possuindo um par de apêndices semelhantes. De facto, alguns dos Artrópodes mais antigos possuem este plano corporal tendo existido no entanto, no decurso da evolução, uma tendência para reduzir a segmentação através do desaparecimento, da fusão ou da diferenciação de segmentos. 




Possuem simetria bilateral (apresentam correspondência entre as partes de seu corpo, situadas em lados opostos), corpo segmentado, são protostômios (blastóporo dá origem à boca durante o processo de gastrulação), triblásticos (apresentam três folhetos embrionários: ectoderme, endoderme e mesoderme) e celomados (possuem uma cavidade entre a parede do corpo e os órgãos internos denominada de celoma).

As semelhanças morfológicas entre trilobitas e criaturas antigas semelhantes a artrópodes como Spriggina, Parvancorina e outros “trilobitomorfos” do período Ediacariano são ambíguas e não permitem fazer uma análise detalhada de sua ascendência. As semelhanças morfológicas entre trilobitas primitivos e outros artrópodes cambrianos (por exemplo, as encontradas na fauna do xisto de Burgess e no xisto de Maotianshan) tornam difícil a análise de relações ancestrais. No entanto, esses trilobitas compartilham um ancestral comum com outros artrópodes antes do limite Ediacarano-Cambriano. As evidências sugerem que a diversificação significativa ocorreu antes dos trilobitas serem preservados no registro fóssil, permitindo alcançar a aparência “repentina” de diversos grupos de trilobitas com características derivadas complexas (por exemplo, olhos).


Análises da morfologia e/ou baseadas em dados moleculares têm indicado fortemente a origem única para os artrópodes (origem monofilética para o grupo). 

O Processo de Artropodização


Sugere-se atualmente que o ancestral dos artrópodes no início de sua anagênese, deveria ser um animal anelidiforme, ou seja, como um anelídeo (p.ex., nereida. anelídio marinho atual): corpo mole alongado circular, vermiforme, formado por uma série de segmentos anelares homonomorfos (com formato igual), sem apêndices ou no máximo com apêndices rudimentares não articulados, talvez um esqueleto interno (endoesqueleto) líquido e com cabeça pouco distinta do resto do corpo. Então, ao longo de sua anagênese este ancestral passaria pelo processo de Artropodização ou seja, acumularia uma série de transformações em sua morfologia que o levaria a um plano-básico artropodiforme. 





Este animal passaria a apresentar um esqueleto externo (exoesqueleto) rígido, pelo endurecimento de sua cutícula, o qual lhe conferiria uma grande vantagem contra eventuais predadores e contra choques mecânicos. Também se desenvolveriam apêndices articulados, ou seja, apêndices formados por várias partes móveis, os artículos. 

Em princípio, deveria ocorrer um par de apêndices em todos os segmentos formadores do corpo do animal. Estes apêndices apresentariam inicialmente uma função locomotora, mas, rapidamente, alguns anteriores devem ter se transformado para uma função alimentar. Estes apêndices associados à musculatura estriada, em feixes geralmente antagônicos, passaram a apresentar uma movimentação mais rápida e forte, permitindo uma maior eficiência nos deslocamentos deste animal, bem como na manipulação do alimento. 





Ou seja, este animal agora se locomove mais eficientemente, fugindo de predadores, encontrando mais rapidamente parceiros para a reprodução e capturando presas, ou outros tipos de alimento, de forma mais contundente, neste caso também auxiliado pelos apêndices alimentares. Finalmente, este ancestral deve ter apresentado uma maior cefalização, ou seja, sua cabeça aparece como uma região mais distinta do resto do corpo, com concentração de estruturas sensoriais (por exemplo, olhos, antenas, cerdas, etc.). Isto permitiu uma melhor percepção do ambiente ao redor, novamente auxiliando na fuga de predadores, na captura de alimentos, etc. 


Animais Artropodizados





O gênero Praecambridium , do Pré-cambriano Superior da Austrália do Sul, representa um organismo segmentado que parece estar relacionado aos primeiros trilobitas ou queliceratos ou ambos. Um fóssil do Pré-cambriano tardio do norte da Rússia, recentemente denominado Vendia sokolovi Keller, lembra o Praecambridium. 

Dentre os demais organismos, que não se assemelham a nenhuma forma atual particular, destaca-se o Precambridium , de forma ovóide e com estranhas saliências, consideradas brânquias ou partes do intestino, que se assemelha apenas à Vendia , outro organismo Pré-cambriano oriundo da Fauna Vendiano; a Parvancorina , de tamanho extremamente pequeno (alguns mm) com corpo em forma de escudo com pequenas pregas dorsais interpretadas como brânquias, também não se assemelhando a nenhum organismo atual.






Vendiidae é uma família extinta de animais ediacarianos do leste da Europa. É a única família da classe Vendiamorpha. Originalmente a família era referida como Vendomiidae, pelo gênero-tipo Vendomia, mais tarde a V. menneri foi redescrita como sendo do gênero Dickinsoniia. 

Entre os artrópodes são encontrados os Quelicerados, cujo grupo principal são os Aracnídeos, como as aranhas os escorpiões e os carrapatos, os Crustáceos, como o camarão, o siri e a lagosta, os Miriápodos, como as lacraias e os piolhos-de-cobra, e os Insetos, como as baratas, os piolhos, as abelhas, as borboletas e as moscas. Além destes quatros grandes grupos, também são artrópodes os Trilobitos, grupo de animais fósseis que apresentaram grande diversidade (algo em torno de 4.000 espécies) a cerca de 400 milhões de anos atrás. 





Fósseis de Spriggina são conhecidos a partir de 550 milhões de anos atrás . 

Outro organismo vermiforme desta fauna foi a Spriggina., que tinha pequenas dimensões (4-5 cm), e uma estrutura corporal muito particular. O elemento mais notável era um escudo cefálico em forma de ferradura, enquanto o corpo era dividido em cerca de 80 segmentos, cada um dos quais terminava com uma extremidade afiada. Foi encontrado em diferentes posições, mas sempre na norma dorsal. Isso nos levou a supor que este animal tinha uma mobilidade considerável no fundo, e por isso também estava associado a diferentes formas de Artrópodes, em particular os Trilobitas, principalmente quanto à estrutura corporal. 

A hipótese de que se tratava de um ancestral desses organismos foi, no entanto, posta de lado com a descoberta de formas particularmente antigas dos mesmos trilobitas, com características morfológicas completamente diferentes. Neste caso, era presumivelmente uma convergência adaptativa. o poliqueta Tomopteris parece se assemelhar notavelmente à Spriggina, embora presumivelmente seja apenas uma convergência morfológica. 





Parvancorina é um gênero de animal fóssil bilateralmente simétrico em forma de escudo que viveu no fundo do mar ediacarano a de 600 á 550 milhões de anos atrás. Tem algumas semelhanças superficiais com os artrópodes crustáceo do tipo trilobita do cambriano. 

O Parvancorinomorpha é interpretado como o grupo irmão do Arachnomorpha. Cefalização incipiente do gênero Skaniae relacionados representam uma etapa na progressão em direção à divisão de um grande tronco posterior como mostrado em aracnomorfos cambrianos, como naraoiids e a adição de um pigídio e tergitos torácicos conforme mostrado no clado aracnomorfo basal aos trilobitas. Essa evidência pode servir como um novo ponto de referencia para estimar o tempo de divergência para o último ancestral comum de artrópodes e priapulídeos(Priapulida é um filo do reino animal que inclui os vermes marinhos que possuem uma probóscide espinhosa) com base em métodos de relógio molecular. 















O larvaformis primicaris da Biota de Chengjiang, na China tem uma semelhança superficial com o organismo ediacarano Parvancorina e intimamente relacionado com um artrópode fóssil do Cambriano Médio Skania. 



O status taxonômico exato deste artrópode está em disputa. Foi denominado “trilobitomorfo larval” por alguns pesquisadores, mostrando suas crenças em sua estreita afinidade com os trilobitas. Embora o Trilobitoorpha tenha sido listado no Tratado, a maioria agora considera que este subfilo é inválido, um termo geral muito parecido com alguns dos termos descontinuados usados ​​por Walcott para a fauna de Burgess Shale. Já foi considerada uma forma larval de Naraoia. Os Naraoiidae são aracnomorfos e incluem Misszhouia e Naraoia. Estudos de espécimes adicionais em 1997 levaram ao estabelecimento de um novo gênero Primicaris, com o nome de gênero como larvaformis para chamar a atenção para sua aparência larval. 

O espécime está muito bem preservado, certamente tão bom quanto os 70 espécimes que foram recuperados há mais de uma década. Com uma faixa de tamanho conhecida de 2 a 6 mm, este está bem no centro dessa faixa. Os aspectos primitivos do plano corporal sugerem que pode ser um aracnomorfo basal com afinidades com o animal parvancorina, um artrópode da fauna do vendiano. A característica mais distintiva deste espécime é que ele é preservado de forma dorsal com os membros claramente evidentes através da cutícula e ao redor da borda do corpo. 

Concluindo, durante o processo de artropodização, o ancestral dos artrópodes deve ter se transformado de um animal mole, lento, com estruturas locomotoras e alimentares pouco eficientes, com uma percepção restrita do ambiente, em um animal com exoesqueleto rígido protetor, rápido e mais eficiente na captura e manipulação dos alimentos devido aos apêndices articulados locomotores e/ou alimentares, e com uma evidente melhor percepção do ambiente. Tudo isso combinado formou um plano-básico corpóreo extremamente eficiente, que permitiu a partir dele uma grande irradiação adaptativa, proporcionando um enorme sucesso evolutivo ao grupo, evidenciado hoje em dia pela riqueza de espécies observada e pelos incontáveis ambientes naturais ocupados. 



Acritarcas

Outra formação que tem considerável importância evolutiva é a de Doushantuo na qual apresenta animais unicamente aquáticos, microscópicos e conservados com grandes detalhes. Isso permite que a estrutura dos organismos possa ser estudada ao nível celular, inclusive a caracterização de estágios embrionário e larvais de muitas biotas pré-cambrianas que já apresentam certo grau de complexidade biológica. 

Uma proposição discutida é a de que muitos dos fósseis mostram sinais de simetria bilateral, uma característica comum em muitos animais modernos e que geralmente se acredita ter evoluído posteriormente, na explosão cambriana. Um fóssil microscópico o Vernanimalcula, o mais antigo animal triploblásticos bilateral até então conhecido. A sua conclusão de que se trata de um animal que compõem mais de 10 espécies com o mesmo tamanho e configuração.

Vernanimalcula 

O Vernanimalcula apareceu no final da glaciação Marinoan antes do Período de Ediacara, implicando em uma origem ainda mais antiga para eumetazoários. Sendo assim, o que aparece no Cambriano é apenas resultado de processos evolutivos que já vinham se desenrolando a milhões de anos em períodos geológicos anteriores. 

Depois do período criogênico veremos um continuo aumento de complexidade de alguns organismos, enquanto outros se mantiveram evolutivamente estável. Isso deixa claro que grande parte da diversidade Cambriana é resultado de processos evolutivos anteriores, que ocorreram especialmente no período Toniano e Criogênico na qual a vida se diversificou, os metazoários se estabeleceram e os ecdysozoa também. 


Moluscos






O Kimberella pode ter sido um dos primeiros moluscos fosséis conhecidos embora alguns pesquisadores os incluam aos equinodermos com fósseis datados á 555 milões de anos atráz. 

Os moluscos possuem uma grande quantidade de registro fóssil principalmente há de cerca de 500 milhões de anos atrás e sugere que a origem do filo Mollusca ocorreu no período ediacariano. Na verdade, alguns autores sugeriram que o fóssil de Kimberella quadrata do final do pré cambriano antes considerado equinodermo, tenha elementos dos moluscos, inclusive talvez uma concha e um pé muscular. 

Os passos principais da evolução do que geralmente entendemos como um molusco “típico”, que seria um molusco com concha, são controversos. As hipóteses mais antigas frequentemente argumentavam que esse passo ocorreu depois da origem dos aplacóforos (uma classe de moluscos), talvez enquanto os moluscos se adaptavam aos estilos de vida epibentônicos ativos. Esses passos tinham base principalmente na elaboração do manto e de sua cavidade, no refinamento da superfície ventral na forma de um pé muscular bem-desenvolvido e na evolução de uma glândula dorsal da concha consolidada e concha sólida em vez dos escleritos calcários independentes. 



A diversidade do filo Mollusca é muito grande e muitos táxons nomeados abaixo do nível de classes são reconhecidamente polifiléticos ou parafiléticos. A existência da grande quantidade de registros fósseis tem se mostrado um fator bom e ao mesmo tempo ruim, na medida em que as tentativas de traçar a história evolutiva dos moluscos estão frequentemente sendo frustradas pelos bancos de dados limitados e algumas vezes confusos fornecidos pelas conchas. 

Baseado nos estudos filogenéticos recentes, o provável ancestral comum dos moluscos era pequeno (cerca de 5 mm de comprimento), tinha uma concha ou cutícula dorsal e superfície ventral achatada, sobre a qual o animal movia-se por deslizamento ciliar. 

Os Aplacóforos têm uma cabeça muito pouco desenvolvida e concha ausente, possuindo, no entanto, o corpo revestido por uma cutícula, em algumas espécies com espículas ou escamas calcárias.


O filo dos Moluscos é considerado monofilético, isto é, todos os indivíduos do grupo possuem um ancestral em comum. Entre algumas das características que são distintivas do grupo e sustentam seu monofiletismo estão: o manto, estrutura formada pela epiderme dorsal; rádula, dentículos quitinosos presentes no interior da cavidade oral; pé, músculos da região ventral especializados. Após isso os moluscos são divididos em duas linhagens, o clado Aculifera (Polyplacophora, Neomeniomorpha e Chaetodermomorpha) e o clado Conchifera (Monoplacophora, Scaphopoda, Cephalopoda, Bivalvia e Gastropoda). 

Os molusculos como o polvo parecem tirados de filmes de ficção científica com multiplos corações...glanglios cerebrais, tentáculos, mimetismo e em alguns casos até na pgimentação sanguinea de cor azulada. São animais providos de grande inteligencia e se não fosse a curta vida destes animais talvez se encontrassem no rol dos seres sapientes do planeta. 




Classes de moluscos

 


Existem dez classes de moluscos, oito que ainda vivem e duas que só são conhecidas através de fósseis.

Polyplacophora (cabeça pequena, sem tentáculos nem olhos; 1 200 espécies);

Monoplacophora (habitantes de fundos oceânicos; 15 espécies);

Bivalvia (ostras, amêijoas, mexilhões, conquilhas, etc.; 800 espécies);

Scaphopoda (concha carbonatada aberta dos dois lados; 512 espécies, todas marinhas);

Gastropoda (corpo protegido por concha e cabeça bem definida; entre 40 000 e 50 000 espécies);

Cephalopoda (lula, polvo, nautilus; 786 espécies, todas marinhas);

Neomeniomorpha (não possui concha);

Chaetodermomorpha (1– 30 mm; maioria habitante das regiões abissais; não possui concha);




Equinodermos
Arkarua adami 

Os equinodermos do grego echinos, espinho + derma, pele + ata, caracterizado por pertencente à clado Deuterostomia do reino Animalia. São animais marinhos, de vida livre, exceto por alguns crinóides que vivem fixos ao substrato rochoso (sésseis) e de simetria radial que também apresentam sua exceção: as estrelas-pena ou comatulídeos, que se locomovem utilizando os braços. 

Mesmo com registros fósseis abundantes a origem e a evolução dos equinodermos é altamente controversa, pois existem inúmeras ideias bem aceitas e outras muito discutidas no que diz respeito à classificação dos equinodermos. 

Arkarua adami






Ao contrário do que se pensa, atualmente a origem dos equinodermos não ocorre mais no Cambriano, mas sim no Pré cambriano. A espécie Arkarua adami, um pequeno animal semelhante a um disco com um arranjo pentameral e sulcos na superfície oral preservado em um molde Ediacarano é semelhante com edrioasteroides do Cambriano, permitindo o reconhecimento de Arkarua como o equinodermo mais antigo conhecido. Desta forma, este grupo apenas floresce no Cambriano, sendo sua origem Ediacarana.


Todos os espécimes conhecidos de Arkarua são moldes que não dão nenhuma pista da estrutura interna, tornando a classificação problemática. Devido à simetria pentâmera de Arkarua , ela é provisoriamente colocada no filo dos Equinodermos.



Essa identificação permanece suspeita, já que os fósseis não parecem ter madreporites ou placas de estereótipo , uma forma cristalina única de carbonato de cálcio a partir da qual os esqueletos de equinoderme são construídos. Esses dois recursos são diagnósticos de todos os outros equinodermos, pois todos os equinodermos extintos e existentes têm um, outro ou ambos os recursos presentes. 




A filogenia é baseada ao nível de classe assumindo que cada uma delas é um grupo monofilético e atualmente a classificação baseia-se na morfologia dos adultos. São eles: Crinoidea, Asteroidea, Ophiuroidea, Echinoidea e Holothuroidea. 

É aceito que os Crinoidea sejam o grupo mais primitivo e de que os Echinoidea e Holothuroidea sejam grupos irmãos devido à redução da superfície aboral a uma pequena região ao longo do ânus e a presença dos sulcos ambulacrais ao longo das laterais do corpo da superfície oral para a aboral, que está presente nos dois grupos. 

Então, a discussão é em relação às posições dos Ophiuroidea e Asteroidea. Isso fez levar a duas hipóteses filogenéticas de grande suporte para os estudiosos. A hipótese mais antiga mostra que os Asteroidea são um grupo mais basal que os Ophiuroidea, devido a estes últimos, assim como os Echinoidea e Holothuroidea apresentarem fechamento dos sulcos ambulacrários. A hipótese mais recente une os Asteroidea e Ophiuroidea num único clado, com base no plano corpóreo com cinco braços. 

Como exemplo podem ser citados os equinodermos: estrela-do-mar, holotúria e ouriço-do-mar Os equinodermos tipicamente possuem um sistema hidrovascular ou sistema aquífero (também denominado sistema ambulacral), que funciona na locomoção destes animais. O sistema hidrovascular funciona através de um sistema de canais hidráulicos, nos quais a diferença de pressão produz movimentos físicos. Também existem ventosas nas extremidades dos canais que permitem ao animal fixar-se ao substrato, exceto os representantes da classe Ophiuroidea.


Sistema ambulacrário. 


Os animais de Ediacara deixaram apenas impressões nas rochas, pois estes animais em geral não tinham partes duras tais como conchas ou placas mineralizadas, o estudo da sua morfologia é bastante difícil e, mesmo nos tempos atuais, os paleontólogos não conseguem determinar as afinidades biológicas de alguns destes fósseis. Para ilustrar esta dificuldade, há o caso de um pesquisador estudioso desta fauna que acredita que alguns destes fósseis foram produzidos por restos de liquens! Estes fósseis são encontrados em rochas formadas em ambiente marinho, preservados sob arenitos relacionadas a eventos catastróficos como tempestades e precipitação de cinzas vulcânicas. 

A biota como existiu no Ediacariano não sobreviveu no Cambriano. Algumas pessoas interpretaram isso como um evento de extinção, onde a fauna de Ediacara foi extinta e completamente substituídas por fauna cambriana. Uma evidência para este evento de extinção é a presença de uma excursão de carbono no registro geológico, datada entre cerca de 542 milhões de anos. Esta data é muitas vezes usada para marcar o início do Cambriano, o primeiro período do éon do Fanerozóico.