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segunda-feira, 21 de outubro de 2024

TOMO LX- PALEOZOICO- PERÍODO DEVONIANO - A VIDA ENCONTRA UM MEIO

 

PERÍODO DEVONIANO

Posição continental no período devoniano

O Período Devoniano é uma divisão geológica que faz parte da Era Paleozoica, que se estendeu aproximadamente de 419 a 359 milhões de anos atrás. Foi um período importante na história da Terra, caracterizado por uma série de eventos geológicos, climáticos e biológicos significativos. Aqui estão alguns aspectos importantes do Período Devoniano:

Durante o Devoniano, o clima global era relativamente quente e úmido. Continentes estavam se agrupando em uma única massa conhecida como Laurásia, enquanto Gondwana estava se formando no sul. O aumento dos níveis de oxigênio na atmosfera permitiu a evolução de formas de vida maiores e mais complexas.

O planeta a exceção dos continentes que ficavam mais dispostos ao sul do equador era um gigantesco mar. Todo o hemisfério norte estava com livre fluxo das correntezas marítimas e com elas os nutrientes que adentravam nos mares rasos e quentes, proporcionando assim para os corais tirem um enorme desenvolvimento.

 

O Devoniano é um período crucial na evolução da vida na Terra. A transição dos peixes para o ambiente terrestre (tetrápodes) marcou o início da colonização da terra por vertebrados, e a diversificação de peixes e invertebrados marinhas também foi notável. As plantas terrestres continuaram a se adaptar ao ambiente terrestre, o que criou as bases para ecossistemas terrestres mais complexos.

A nível orogênico testemunhou eventos geológicos como a formação da cadeia montanhosa de Acádia (Acadiana) no leste da América do Norte, que fazia parte do supercontinente Laurásia, e a elevação do continente Gondwana. Esses eventos tectônicos contribuíram para a configuração dos continentes como os conhecemos hoje.

 

Orogenia Devoniana



A orogenia do período devoniano foi um processo de formação de cadeias montanhosas que ocorreu devido à colisão de diferentes placas tectônicas. Neste período, houve a formação de dois grandes supercontinentes: Euramérica e Gondwana, que se uniram parcialmente pela orogenia chamada de Caledoniana.

 


A orogenia Caledoniana afetou principalmente as regiões do que é atualmente da Escandinávia, Grã-Bretanha, Irlanda e leste da América do Norte. Outras orogenias importantes que ocorreram no período devoniano foram a Hercínica, que afetou a Europa central e ocidental, e a Uraliana, que afetou a região dos montes Urais na atual Rússia. Essas orogenias contribuíram para a diversificação da paisagem e dos ecossistemas terrestres, além de influenciar o clima e a circulação oceânica.

O continente de Gondwana estava tomando forma final e assim se manteria por 350 milhões de anos mesmo com a deriva continental.

O Devoniano testemunhou eventos geológicos como a elevação do continente Gondwana. Ocorreram depósitos sedimentares significativos, que incluíam a formação de recifes de coral em áreas costeiras e o acúmulo de sedimentos em bacias marinhas. Esses depósitos sedimentares são de grande importância para a preservação de fósseis e para o estudo da história geológica da Terra.

A Fauna durante o período Devoniano é frequentemente chamado de "A Era dos Peixes" devido à diversificação e expansão dos destes bem como o surgimento dos primeiros tetrápodes, ancestrais dos vertebrados terrestres, ao final deste período. Na Flora as plantas de menor complexidade terrestres continuaram a evoluir e adentrar os continentes. As novas plantas terrestres continuaram a se adaptar a variedade de ambiente terrestres, o que criou as bases para ecossistemas mais complexos.

 

Reconstituição paleobiológica do Mesodevoniano - Bacia do Rio Parnaíba - Brasil.

Embora não seja tão conhecido por extinções em massa como alguns outros períodos geológicos, o período viu algumas mudanças significativas na biodiversidade. No entanto, essas extinções não foram tão drásticas quanto as que ocorreram entre o Ordoviciano e o Siluriano.

O Devoniano é um período crucial na evolução da vida na dos vertebrados em terra firme. A transição dos peixes para o ambiente terrestre (tetrápodes) marcou o início da colonização da terra estes. Em âmbito global a diversificação de peixes e invertebrados marinhas também fora notável. Uma das espécies que ficaram pelo caminho da vida fora os Graptólitos se extinguindo no Devoniano Inferior.

Graptólitos.

 

OS MARES DEVONIANOS

 

Acritarcas



Os acritarcas são os mais antigos organismos marinhos, com organização celular eucariótica originários no período anterior ao Ediacarano, sendo mais abundantes no Paleozoico Inferior.

É um grupo artificial considerado como sendo vegetais eucariontes, unicelulares de dimensões entre 5 a 10 mícrons de parede orgânica resistente a ataque de ácidos e morfologia variada. Aparecem no registro histórico no Proterozóico distribuindo-se até o Recente, sendo seu auge no Paleozoico.

No Brasil são excelentes indicadores para determinar o Ordoviciano, Siluriano e Devoniano.


Acritarcas

 Quitinozoários

 

 


São vesículas orgânicas em formato cilíndrico ou discoides de 60 a 2000 mícrons. Constituem um grupo extinto de organismos marinhos, microscópicos, dotados de testas orgânicas de quitina que ocorreram entre Ordoviciano e o Devoniano. Por apresentarem distinções morfológicas bastante definidas são considerados excelentes fósseis guias para inferências estratigráficas.

 

Os fósseis do Ordoviciano Inferior possuem parede lisa e, frequentemente, são grandes. No Ordoviciano Médio e Superior encontra-se uma variedade de formas e ornamentação (espinhos e cristas) onde prosperam.

Já no Siluriano indo para o Devoniano as testas diminuem de tamanho tornando-se mais delicadas e intensamente ornamentadas.

Ainda não existe um consenso entre os pesquisadores sobre se os quitinozoários ocorrem, na grande maioria, sob a forma de testa isolada que consistem em duas partes, bojo e o tubo oral

 




 

 


 

Artrópodes Devônicos


Os artrópodes no período devoniano eram muito diversos e incluíam alguns dos primeiros animais a colonizar o ambiente terrestre. Entre eles, podemos citar:

- Centopeias: eram animais alongados com muitos pares de pernas e um par de antenas. Eles se alimentavam de matéria orgânica em decomposição ou de pequenos animais³.

- Ácaros: eram aracnídeos muito pequenos que viviam na serapilheira ou nas plantas. Eles se alimentavam de seiva, fungos ou outros ácaros.

- Aranhas: eram aracnídeos com oito pernas e um par de quelíceras. Eles produziam seda para construir teias ou casulos. Eles se alimentavam de insetos ou outros artrópodes.

- Escorpiões: eram aracnídeos com um par de pinças e um ferrão na cauda. Eles viviam em buracos ou sob pedras. Eles se alimentavam de insetos ou outros artrópodes³.

- Insetos sem asas: eram os primeiros representantes do grupo mais diversos de artrópodes. Eles tinham três pares de pernas e um par de antenas. Eles se alimentavam de plantas, fungos ou matéria orgânica.

- Trigonotarbids: eram aracnídeos extintos que se pareciam com ácaros grandes. Eles tinham oito pernas e um par de quelíceras. Eles eram predadores terrestres que caçavam outros artrópodes.

 

Trilobitas Devônicos

 


Um dos mais comuns trilobitas do devoniano, principalmente em Gondwana, fora Metacryphaeus possuía 11 espécies conhecidas. Esses viveram no período Devoniano, entre 416 milhões e 359 milhões de anos atrás, e habitaram no Hemisfério Sul as águas frias do que hoje é o oeste da América do sul ao sul da África.


Estrutura biológica do Metacryphaeus.

 

Os fósseis de trilobitas eram tão abundantes que acabaram apelidados de baratas do mar. A comparação não é descabida, dado que anatomicamente os trilobitas assemelhavam-se de fato às baratas. A diferença é que não eram insetos e possuíam o corpo articulado, dividido em três partes (ou lobos), daí seu nome.

No hemisfério Norte, o registro de trilobitas é também rico e em regiões como o Marrocos, por exemplo, onde os trilobitas são preservados com perfeição. Já no Brasil, no Peru e na Bolívia seus fósseis apresentam um estado de conservação limitando-se às impressões que seus exoesqueletos deixaram no lodo do solo marinho. 


Distribuição paleobiogeográfica do gênero Metacryphaeus

 

Euripterídeos devonianos

Euripterídeos

Euripterídeos do período Devoniano, (escorpiões marinhos) se encontravam em declínio em número de espécies, mas ainda continuavam como poderosos predadores marinhos. Mas antes tinham pouca concorrência, no devoniano passaram a ter os Placodermos, elasmobrânquios, peixes de nadadeiras lobadas e ósseas (entre outros animais) a disputar com eles, palmo a palmo, os territórios com fontes de alimento.  

Os escorpiões marinhos que já se ensaiavam no período anterior pelas regiões emersas costeiras, se viram agora impelidos á rios e estuários, evitando a maioria dos predadores. Surgiram no Ordoviciano, tiveram seu auge no Siluriano, quando chegaram a ter exemplares com mais de dois metros de comprimento.

 Mixopterus

Mixopterus

 

O Mixopterus é um exemplo clássico de Euripterídeo que viveu do período Siluriano ao Devoniano. Foram escorpiões marinhos de tamanho médio a grande porte.

 

Os Estilonurídeos

Um exemplo comum de Estilonurídeos fora o Stylonurus, embora este seja distinguível de outros estilonurídeos por sua superfície lisa.

 

Os estilonurídeos, foram um grupo de Euripterídeos que existiram do período Ordoviciano ao Permiano Inferior, sob formas variando de pequenas a muito grandes e com escamas se desenvolvendo em tubérculos e protuberâncias.

O prossoma (cabeça) exibiu forma variável, com olhos compostos arqueados localizados subcentralmente ou anteriormente. Seus abdomens eram delgados. Suas pernas eram longas e poderosas, às vezes caracterizadas por espinhos. Os primeiros gêneros possuíam pernas nadadoras, mas a partir do Devoniano fora uma tendência a desaparecer destes animais.

 


Os estilonurídeos, viveram do período Ordoviciano ao Permiano Inferior,

A maioria dos gêneros que não tinha pernas nadadoras possivelmente tinham vida anfíbia, se ensaiando por terra firme. Primeiro passo em busca de alimentação sem grande concorrência com outros predadores.



 Os Crustáceos

Crustáceos Devonianos.

 

Os crustáceos do devoniano eram um grupo já diverso de artrópodes que habitavam os mares, os rios e aos poucos as terras emersas úmidas, desse período. Eles pertenciam a vários grupos, como os Ostracodes, os Euripterídeos, os Trilobitas e os Cirripédios. Alguns deles eram muito pequenos, como os ostracodos, que mediam apenas alguns milímetros. Outros eram gigantes, como os Euripterídeos, que podiam chegar a mais de dois metros de comprimento. Eles se alimentavam de plantas, detritos, plâncton ou outros animais, dependendo da sua adaptação e do seu nicho ecológico. Os crustáceos do devoniano enfrentaram vários desafios ambientais, como as mudanças climáticas, a competição com outros grupos de animais e as extinções em massa que ocorreram no final do período. Muitos deles não sobreviveram a esses eventos e desapareceram para sempre. Outros conseguiram se adaptar e evoluir, dando origem a novas linhagens que persistiram até os períodos posteriores. Abaixo vemos alguns grupos e espécies de crustáceos Devonianos.

 

Ostracodes


Ostracodes

 

Os primeiros fósseis dos Ostracoda datam do Período Ordoviciano e se tornaram abundantes no Devoniano. Com sua carapaça de calcita, estes animais apresentam um alto potencial de conservação, e combinado com a sua grande diversidade e ampla distribuição nos habitats aquáticos, se tornaram os artrópodes mais preservados no registro fóssil.

 A descoberta de um fóssil da espécie Colymbosathon ecplecticos, em uma rocha de 425 milhões de anos na Grã-Bretanha, anunciou o órgão reprodutor masculino mais antigo já descrito. A morte do crustáceo bivalve foi provocada por cinzas provenientes de uma erupção vulcânica, que preservou o animal e suas partes moles.

  

Cirrípedes



Diversidade morfológica de cirrípedes.

-Todos os cirrípedes têm uma larva cypris como estágio larval terminal.

-O cypris tem uma estrutura muito estereotipada em todos os cirrípedes, mas após o apego ele se metamorfoseia em uma impressionante diversidade de formas.

-As cracas sésseis de Balanomorphan se metamorfoseiam em alimentadores de suspensão, onde as placas de parede repousam diretamente sobre o substrato. -----Cracas acrotorácicas têm sexos separados e a metamorfose resulta em uma fêmea grande e alimentada ou um macho minúsculo ligado externamente no corpo feminino.

-As cracas pediculadas do bisturi liforme também têm sexos separados com anões.

 

Os cirrípedes são uma intraespécie dos crustáceos que abrangem vários nichos ecológicos marinhos, pois possuem uma ampla diversidade morfológica de desenvolvimento. Na primeira fase larval fazem parte do plâncton e vivem à deriva nas correntes oceânicas. No segundo estádio larvar, os cirrípedes procuram um substrato adequado à fixação e em condições de vida. Uma vez encontrado o local ideal, estas larvas desenvolvem-se para o adulto, que se fixa ao substrato diretamente por cimentação ou através de um pedúnculo carnoso. Normalmente, o substrato escolhido é rochoso, mas também pode ser o fundo de um barco, outros animais, como peixes grandes, diversos animais marinhos durante a sua história geológica como os repteis marinhos, cetáceos, cefalópodes ou mesmo outros crustáceos, no caso dos rizocéfalos. O organismo adulto vive protegido por placas calcárias e alimenta-se por filtração.


Nahecaris

O Nahecaris fora um um crustáceo filocarídeo do Devoniano.

 

Os filocarídeos são um tipo de artrópode que se desenvolveu durante o Cambriano. Eles tinham uma concha dura e protetora e uma carapaça articulada e acreditava-se que tinham um estilo de vida semelhante ao do camarão. Exatamente como eles se encaixar no artrópode, a taxonomia ainda está em debate, com a proposta de representar um euartrópode de linhagem de tronco ou um crustáceo branquiópode primitivo.

 O Nahecaris viveu há aproximadamente 400 milhões de anos, no Devoniano inferior, com fósseis encontrados onde atualmente está a Alemanha.

O animal possuía a parte frontal do corpo coberta por duas conchas, e a cauda era caracterizada por dois longos espinhos na ponta. Alguns exemplares alcançavam até 15cm de comprimento.

 

Equinocaris

Equinocaris (Echinocaris) fora um crustáceo devoniano que deva ser parente dos atuais camarões. Era um crustáceo comum nos mares do devoniano médio.

 

Echinocaris fora um gênero de crustáceos filocarídeos extintos da classe Malacostraca (ou crustáceos superiores). Mediam em média 5.5 centímetros de comprimento.

 Os Equinocarideos eram caracterizados por valvas de carapaça ovais com linha de dobradiça curta, tubérculos em forma de cone no lobo anterior da carapaça, dois sulcos laterais pronunciados (ventral e mediano) e dois pares de espinhos curtos em cada segmento abdominal.

 

Acanthotelson

Acanthotelson

 

Os crustáceos também conseguiram se adaptar longe dos mares.

Os primeiros a adotar um estilo de vida completamente terrestre foram os isótopos, que incluem o atual tatuzinho-de-jardim. Eles conseguiram deixar o ambiente aquático graças a uma bolsa incubadora, semelhante a um marsúpio, além de outras especializações e desenvolvimento de uma cutícula grossa, estrutura de trocas gasosas e outras adaptações fisiológicas.

 Um possível exemplar dos Isótopos teria sido o Acanthotelson stimpsoni, desponta como um dos animais na vanguarda na exploração do meio terrestre. Vivendo possivelmente em ambientes húmidos ou sob galhos e rochas, mas com o ímpeto de se aventurar pelos litorais e leitos de rios em busca de alimento e plantas costeiras.

 Filogeneticamente o Acanthotelson Stimpsoni aparece como provável ancestral dos caranguejos-ferradura.


Xifosuros  

Xifosuros

Os caranguejos reis ou caranguejos ferraduras, que ainda existem nos nossos mares ainda não eram comuns no devoniano. Os xifosuros (Xiphosura) constituem uma ordem de artrópodes merostomados das águas rasas asiáticas. Apresentam cefalotórax com carapaça arqueada em forma de ferradura, abdome largo não segmentado e pernas com seis artículos.

Os artrópodes do período devoniano foram fundamentais para a evolução da vida na terra, pois participaram da formação do solo, da polinização das plantas, da cadeia alimentar e da dispersão de sementes. Eles também foram os primeiros a desenvolver mecanismos de comunicação, como sons, cores, odores e feromônios.

 

Marrellidos devonianos

Mimetaster é um marrelomorfo do Devoniano Inferior, sendo o mais comum de artrópodes, excluindo os trilobitas, deste período, se conhecendo mais de 100 espécimes.


Os Marrellomorfos, surgiram no Cambriano Inferior, o grupo não possuía partes duras mineralizadas, por isso só são conhecidos em áreas de preservação excepcional, limitando sua distribuição fóssil.

O membro mais conhecido dos Marrellomorfos é o Marrella (cambriano), com milhares de espécimes encontrados em sítios especiais como o de Burgess Shale, no Canadá.

O grupo está dividido em duas grandes encomendas, Marrelida e Acercostraca. Marrelida é reconhecida pela posse de escudos na cabeça com dois ou três pares de projeções alongadas em forma de espinho, e três pares de apêndices unidas no cefálio, enquanto Acercostraca geralmente possuem grandes carapaças ovoides que cobrem toda a metade superior do corpo, e cinco pares de apêndices cefálicos unímeros. Ambos os grupos possuem antênulas não ramificadas e tronco segmentado com apêndices biramosos.

O Mimetaster teve sua posição filogenética incerta, pois vários estudos os colocaram alternativamente no Aracnomorfo como parentes de Artiópoda (trilobitas e parentes), como parentes de Mandibulatas, ou como do grupo-tronco euartrópodes.

 A espécie-tipo, que deu origem ao grupo, Mimetaster hexagonalis, é conhecida no Devoniano Inferior no sitio de Hunsrück Slate, e está entre os artrópodes mais comuns da do período. O Mimetaster fora dos últimos animais do grupo dos Marrellomorfos.

  

Quelicerados devonianos

Aranha do mar.

Os Quelicerados são um subfilo do filo Artrópodes que inclui aranhas, escorpiões e carrapatos. Eles apareceram pela primeira vez no registro fóssil durante o período Cambriano e se tornaram muito comuns durante o período Devoniano.

No entanto, a maioria das espécies conhecidas de quelicerados do Devoniano são aranhas marinhas extintas. As aranhas-do-mar são animais marinhos com distribuição cosmopolita, embora a maioria das cerca de 1000 espécies do e variam entre alguns milímetros a cerca de 90 cm de diâmetro. São animais com geralmente de 4 a 6 pares de patas. O abdômen é bem pequeno em relação as patas. Por otimização do espaço, o estômago entra por dentro das patas, pois elas são ocas e o corpo bem curto. As gônadas sofrem o mesmo processo nas fêmeas. Cada gônada possui um orifício de saída dos ovos. Na região anterior da cabeça encontramos uma proboscídea pois é um predador. Possui um tubérculo também na região anterior onde encontramos os olhos, sendo no total quatro olhos.


TERRA FIRME: A Dominação

Artrópodes Terrestres do Devoniano

Os artrópodes são um grupo de animais invertebrados que possuem um exoesqueleto quitinoso, um corpo segmentado e apêndices articulados. Eles são os animais mais diversos e abundantes do planeta, tanto em número de espécies quanto em biomassa. Os artrópodes do período devoniano incluem alguns dos primeiros representantes de animais terrestres como miriápodes, insetos, aracnídeos e crustáceos.

Como os artrópodes foram os primeiros animais a conquistar o ambiente terrestre, sendo os primeiros passos no período siluriano, se adaptando rapidamente às condições terrestres. Tudo isso graças ao seu exoesqueleto impermeável, que evitava a dessecação, e ao seu sistema respiratório traqueal, que permitia a troca de gases diretamente com o ar. Os artrópodes também se beneficiaram da diversificação das plantas vasculares, que formaram as primeiras florestas assim fornecendo muito alimento e abrigo para estes invertebrados.

Os fósseis de artrópodes terrestres do período devoniano são relativamente raros, pois o exoesqueleto quitinoso não se preserva bem. No entanto, alguns sítios fossilíferos excepcionais, como o Rhynie Chert na Escócia e o Gilboa Forest nos Estados Unidos, revelaram uma grande variedade de formas.


Os Aracnídeos

Palaeocharinus

 

Os aracnídeos são artrópodes com quatro pares de pernas e sem antenas que atualmente incluem as aranhas, os escorpiões, os ácaros entre outros.

 Estes animais foram os primeiros artrópodes predadores terrestres, os leões de seu tempo, mas também desenvolveram espécies parasitárias.

Palaeocharinus é um aracnídeo muito conhecido devido a abundância de seus fósseis.

Possivelmente a preservação ocorreu devido a um espécime que vivia em uma região de águas vulcânicas ricas em Si02, que acabava inundando o ecossistema em que o animal vivia.

 Este espécime é semitransparente, ou seja, mostrava os sistemas internos como músculos e órgãos digestivos.

Palaeocharinus é um aracnídeo Trigonotarbídeo, um grupo intimamente afiliado às aranhas verdadeiras. A principal diferença entre eles é que Palaeocharinus não tinha a capacidade de fiar seda. Por isso, pode ser parafilético com aranhas.

 


Gondwanascorpio.

Os verdadeiros escorpiões apareceram em terra firme no devoniano, e começaram a evoluir chegando no seu auge com animais enormes para os padrões da época. Sua morfologia basicamente não se alterou pelo passar das eras sendo praticamente iguais aos escorpiões atuais.

Um dos mais antigos escorpiões terrestres fora denominado de Gondwanascorpio emzantsiensis. Sendo a mais antiga forma de vida encontrada em terra firme no hemisfério sul, (segundo a universidade Wits) Ele viveu no período Devoniano superior há 400 milhões de anos.

Quelíceras fóssil de um Gondwanascorpio emzantsiensis.

 

Os Miriápodes

 

Os Miriápodes, grupo conhecido através das centopeias, lacraias e piolhos de cobra, possuem muitos segmentos corporais com muitos membros saindo de ambos os lados.

 

Kampecaris

Kampecaris Forfarensis

 

Campecaris (kampecaris) é um gênero extinto que consiste em Campecarida, um misterioso grupo de artrópodes semelhantes a milípedes que viveram durante o período Siluriano e início do Devoniano onde atualmente se encontra as ilhas britânicas, sendo um dos mais antigos animais terrestres conhecidos.

Estes animais terrestres possuíam um tamanho entre 20-30 milímetros de comprimento, de corpo curto dividido em três seções reconhecíveis. Uma cabeça oval dividida ao longo da linha média, uma seção contendo 10 membros formando um corpo cilíndrico que afunila ligeiramente na frente e afunila na parte traseira em uma 'seção anal'. Uma cauda inchada característica formada por uma parte deformada.

A epiderme que forma o exoesqueleto era espessa, fortemente calcificada e consistia em duas camadas. A primeira espécie conhecida fora o K. forfarensis. Outra espécie Devoniana, que fora nomeada de Kampecaris tuberculata, foi posteriormente reconhecida como parente próxima dos paleodos dos Miriápode e renomeada como Palaeodesmus.

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Palaeodesmus

Palaeodesmus tuberculata é uma espécie extinta de milípede conhecida no período Devoniano inferior onde atualmente está a Escócia.

O Palaeodesmus tem três fileiras de tubérculos ou saliências em forma de quadrados ou retângulos com bordas arredondadas. Na porção dorsal de cada segmento corporal. Palaeodesmus tem sua anatomia muito pouco conhecida para colocá-lo com confiança dentro de qualquer família ou ordem taxonômica conhecida, e por isso permanece incertae sedis (colocação incerta).

 

O Palaeodesmus eram animais pequenos (20 a 30 milímetros de comprimento), de corpo curto, meio achatado, com três seções reconhecíveis: uma cabeça oval dividida ao longo da linha média, com segmentos com membros formando um tronco cilíndrico que afunilava levemente em direção à frente e uma cauda característica e inchada por um segmento modificado que afunila na parte traseira em um "segmento anal". A cutícula que formava seu exoesqueleto era espessa, fortemente calcificada e composta de duas camadas.

Archidesmus

Archidesmus

O Archidesmus é uma ordem extinta de milípedes conhecida a partir de fósseis do período Devoniano da Europa e da América do Norte.  O animal possuía até 5 cm de comprimento e 30 a 80 segmentos corporais possuindo pelo menos dois pares de patas em cada segmento. Possuía tubérculos na superfície superior, e a maioria dos segmentos possuía quilhas em forma de asa estendendo-se lateralmente.  

Os arquidesmidanos têm quilhas largas e planas (paranota) que se estendem a partir de seus segmentos corporais, e um par modificado de pernas no 8º segmento que pode ter estado envolvido no acasalamento, semelhante aos gonópodes dos milípedes vivos que inserem espermatozoides nas fêmeas. Alternativamente, as pernas modificadas podem ter sido usadas para agarrar os parceiros durante o acasalamento.

Fóssil de Archidesmus.

 Gaspestria

Gaspestria genselorum

Gaspestrias são milípedes xiloiuloides (Diplópodes: Quilógnata: Juliformia) da família Gaspestriidae como o Gaspestria genselorum escavadas onde atualmente é o leste do Canadá e o Oeste Europeu.

A presença no Devoniano Inferior da ordem Juliformia, universalmente aceita entre os taxonomistas diplópodes como representando o clado mais derivado dos Diplópodes, indicando que a maior parte da cladogênese dos milípedes, que leva aos clados existentes, deve ter ocorrido neste período.

Fóssil e reconstituição do Gaspestria genselorum.

 Um estratocladograma elaborado agregando dados do registro fóssil de plantas e genes codificadores de proteínas nucleares, gerou novas hipóteses sobre o momento da cladogênese de alto nível dos milípedes no Paleozoico. Estes incluem diplópodes terrestres já no período Ordoviciano, juntamente com a origem da linhagem que leva a Penicillata e Arthropleuridea (Carbonífero), período de relativa estabilização evolutiva até o Siluriano Médio, ponto em que houve uma rápida radiação de diplópodes, produzindo a maior parte do clados principais, já no Devoniano Inferior.


Os Insetos

São artrópodes com três pares de pernas e um par de antenas. Eles são o grupo mais diversos e numeroso de animais vivos, mas no período devoniano eles ainda eram muito primitivos.

 

 Os primeiros insetos não tinham asas nem olhos compostos, e se alimentavam da serapilheira ou da seiva dos primeiros vegetais terrestres.

Os colêmbolos eram e ainda são, organismos que variam entre 0,25 e 1 mm de comprimento. Estes animais são quase extremófilos pois sobrevivem em uma grande variedade de ambientes, sendo encontrados nos diferentes estratos do solo, locais úmidos, material vegetal em decomposição, nas superfícies de lacustres e em regiões congeladas e com neve.

Os fósseis mais antigos reconhecidos como hexápodes são considerados pertencentes a Colêmbolos, A maioria dos colêmbolos que se possui registro fóssil estão conservados em âmbar sendo a espécie denominada Rhyniella praecursor, o registro mais antigo dessa classe, datando aproximadamente 400 a 410 milhões de anos atrás.

Evidências fósseis sugerem que as comunidades colêmbolos ficaram estáveis por aproximadamente 10 a 90 milhões de anos, havendo períodos pontuados de especiação rápida quando ocorre o aparecimento de novos nichos.

As evidências moleculares sugerem uma possível relação de evolução de Colêmbolos a partir de um ancestral marinho multissegmentado similar a um crustáceo. Estes, durante o período Cambriano podem ter colonizado zonas costeiras e estuários onde se alimentavam de fungos e líquens, tornando-se progressivamente terrestres.

De uma forma geral, os insetos caracterizam-se por apresentarem um corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômen, o que é referido como padrão de tagmose (tagma = região corporal com morfologia e funções específicas). Pesquisadores enumeraram algumas adaptações ao ambiente terrestre considerando a evolução de animais que originaram a partir de um   ancestral hipotético, os Colêmbolos. Atualmente é bastante consensual que os insetos, assim como os demais artrópodes, evoluíram de organismos segmentares bastante parecidos, sendo que cada metâmero apresentava um par de segmentos.

A segunda antena foi perdida (não havia mais necessidade de usá-la para natação), o número de segmentos corporais foi reduzido, os seis primeiros metâmeros do corpo dos insetos formaram a cabeça, três segmentos o tórax e os demais o abdômen. As pernas no primeiro segmento abdominal desenvolveram vesículas e tornaram-se o tubo ventral. Os apêndices de cada parte do corpo também se modificaram de uma forma ancestral em algo mais similar as pernas, e para as mais variadas estruturas, como peças bucais e aparelho genital.

 

Kylinxia zhangi

 

Kylinxia zhangi, fora um organismo ancestral que habitou nosso planeta durante o Período Cambriano, há aproximadamente 518 milhões de anos.

 

Um exemplar de Kylinxia zhangi auxiliou no entendimento da evolução dos insetos, devido a presença de três olhos, indicando um nível de complexidade sensorial surpreendente para sua época, bem como possuía uma cabeça dividida em seis segmentos distintos. A identificação de características compartilhadas entre Kylinxia zhangi e entre um ancestral hipotético dos insetos levou a um avanço importante na compreensão da evolução desses animais.

Sobretudo a estrutura da cabeça do Kylinxia, que fora composta por seis segmentos claramente definidos, representa por si só um achado notável, pois destaca adaptações evolutivas e funcionais peculiares. Além disso, os fósseis revelaram a existência de um par de apêndices altamente especializados e alargados, cuja função presumida era a captura de presas. Essa característica fornece promessas cruciais sobre o comportamento alimentar e o papel ecológico desempenhado por Kylinxia zhangi na evolução dos insetos e em seu ecossistema ancestral.

 

 



Rhyniella praecursor


Rhyniella praecursor viveu provavelmente durante o período Devoniano Inferior habitando a Euroamérica antes da formação da Pangeia.

  Rhyniella cresceu até um comprimento de cerca de 1–2 mm e teria sido uma necrófaga, alimentando-se de matéria podre que se formou durante um estágio do Devoniano Inferior. O Rhyniella praecursor por algum tempo, acreditou-se que era o único exemplo de hexápode do Devoniano Inferior.


Strudiella devônica



Strudiella devônica é uma espécie de artrópode extinto do Devoniano.Foi originalmente descrito como o primeiro inseto terrestre completo do Devoniano Superior, mas devido ao seu mau estado de preservação, sua afinidade é discutida.

Strudiella é conhecida a partir de um único espécime. É um pequeno artrópode com comprimento de cerca de 8 mm. Podem ser vistas estruturas como antenas e números de pares de pernas.

A descoberta de Strudiella como inseto Devoniano reduz uma lacuna anterior de 45 milhões de anos na história evolutiva dos insetos, parte da lacuna dos artrópodes (a 'lacuna' ainda ocorre no início do Carbonífero, coincidindo e estendendo-se além da lacuna de Romer para os tetrápodes, que pode foram causadas por baixos níveis de oxigênio na atmosfera).


Taeniopteryx burksi

Taeniopteryx burksi

 

Uma espécie de Libélula mais primitiva, a Taeniopteryx burksi podem fazer parte do grupo que seria o elo perdido dos insetos voadores. Estes animais usam suas asas – fracas demais para voar, para pegar impulso e flutuar sobre a superfície da agua com velocidade. é um enorme esforço que faz com que o inseto se catapulte e plane a curtas distancias.

Esta forma de "voo" primitivo ao estilo irmãos Wright, fez os pesquisadores supor que, os insetos devonianos, aprenderam a voar saindo direto da água, e não de formas que já viviam em ambiente terrestre.

Um ancestral das libélulas deveria ter usado as membranas das guelras, estas que fazem as trocas gasosas no ambiente aquático, para nadar.

Com as mutações, mais tarde, estas membranas bem irrigadas de vasos sanguíneos viraram as asas frágeis de um ancestral do Taeniopteryx entre outros exemplos atuais ainda vivem assim!

Por fim outras formas desenvolveram asas completas e saíram do meio aquático para dominar os céus paleozoicos.