PERÍODO DEVONIANO
Posição
continental no período devoniano
O Período Devoniano é uma divisão geológica
que faz parte da Era Paleozoica, que se estendeu aproximadamente de 419 a 359
milhões de anos atrás. Foi um período importante na história da Terra, caracterizado
por uma série de eventos geológicos, climáticos e biológicos significativos.
Aqui estão alguns aspectos importantes do Período Devoniano:
Durante o Devoniano, o clima global era
relativamente quente e úmido. Continentes estavam se agrupando em uma única
massa conhecida como Laurásia, enquanto Gondwana estava se formando no sul. O
aumento dos níveis de oxigênio na atmosfera permitiu a evolução de formas de
vida maiores e mais complexas.
O planeta a exceção dos continentes que
ficavam mais dispostos ao sul do equador era um gigantesco mar. Todo o
hemisfério norte estava com livre fluxo das correntezas marítimas e com elas os
nutrientes que adentravam nos mares rasos e quentes, proporcionando assim para
os corais tirem um enorme desenvolvimento.
O Devoniano é um período crucial na evolução da vida na Terra. A transição dos peixes para o ambiente terrestre (tetrápodes) marcou o início da colonização da terra por vertebrados, e a diversificação de peixes e invertebrados marinhas também foi notável. As plantas terrestres continuaram a se adaptar ao ambiente terrestre, o que criou as bases para ecossistemas terrestres mais complexos.
A nível orogênico testemunhou eventos
geológicos como a formação da cadeia montanhosa de Acádia (Acadiana) no leste
da América do Norte, que fazia parte do supercontinente Laurásia, e a elevação
do continente Gondwana. Esses eventos tectônicos contribuíram para a
configuração dos continentes como os conhecemos hoje.
Orogenia Devoniana
A orogenia do período devoniano foi um
processo de formação de cadeias montanhosas que ocorreu devido à colisão de
diferentes placas tectônicas. Neste período, houve a formação de dois grandes
supercontinentes: Euramérica e Gondwana, que se uniram parcialmente pela
orogenia chamada de Caledoniana.
A orogenia Caledoniana afetou principalmente
as regiões do que é atualmente da Escandinávia, Grã-Bretanha, Irlanda e leste
da América do Norte. Outras orogenias importantes que ocorreram no período
devoniano foram a Hercínica, que afetou a Europa central e ocidental, e a
Uraliana, que afetou a região dos montes Urais na atual Rússia. Essas orogenias
contribuíram para a diversificação da paisagem e dos ecossistemas terrestres,
além de influenciar o clima e a circulação oceânica.
O
continente de Gondwana estava tomando forma final e assim se manteria por 350
milhões de anos mesmo com a deriva continental.
O Devoniano testemunhou eventos geológicos
como a elevação do continente Gondwana. Ocorreram depósitos sedimentares
significativos, que incluíam a formação de recifes de coral em áreas costeiras
e o acúmulo de sedimentos em bacias marinhas. Esses depósitos sedimentares são
de grande importância para a preservação de fósseis e para o estudo da história
geológica da Terra.
A Fauna durante o período Devoniano é
frequentemente chamado de "A Era dos Peixes" devido à diversificação
e expansão dos destes bem como o surgimento dos primeiros tetrápodes,
ancestrais dos vertebrados terrestres, ao final deste período. Na Flora as
plantas de menor complexidade terrestres continuaram a evoluir e adentrar os
continentes. As novas plantas terrestres continuaram a se adaptar a variedade
de ambiente terrestres, o que criou as bases para ecossistemas mais complexos.
Reconstituição
paleobiológica do Mesodevoniano - Bacia do Rio Parnaíba - Brasil.
Embora não seja tão conhecido por extinções em
massa como alguns outros períodos geológicos, o período viu algumas mudanças
significativas na biodiversidade. No entanto, essas extinções não foram tão
drásticas quanto as que ocorreram entre o Ordoviciano e o Siluriano.
O
Devoniano é um período crucial na evolução da vida na dos vertebrados em terra
firme. A transição dos peixes para o ambiente terrestre (tetrápodes) marcou o
início da colonização da terra estes. Em âmbito global a diversificação de
peixes e invertebrados marinhas também fora notável. Uma das espécies que
ficaram pelo caminho da vida fora os Graptólitos se extinguindo no Devoniano
Inferior.
Graptólitos.
OS MARES DEVONIANOS
Acritarcas
Os acritarcas são os mais antigos organismos marinhos,
com organização celular eucariótica originários no período anterior ao Ediacarano,
sendo mais abundantes no Paleozoico Inferior.
É um grupo artificial considerado como sendo vegetais
eucariontes, unicelulares de dimensões entre 5 a 10 mícrons de parede orgânica
resistente a ataque de ácidos e morfologia variada. Aparecem no registro
histórico no Proterozóico distribuindo-se até o Recente, sendo seu auge no Paleozoico.
No Brasil são excelentes indicadores para determinar o Ordoviciano, Siluriano e Devoniano.
Acritarcas
São vesículas orgânicas em formato cilíndrico ou discoides
de 60 a 2000 mícrons. Constituem um grupo extinto de organismos marinhos,
microscópicos, dotados de testas orgânicas de quitina que ocorreram entre
Ordoviciano e o Devoniano. Por apresentarem distinções morfológicas bastante
definidas são considerados excelentes fósseis guias para inferências
estratigráficas.
Os fósseis do Ordoviciano Inferior possuem parede lisa
e, frequentemente, são grandes. No Ordoviciano Médio e Superior encontra-se uma
variedade de formas e ornamentação (espinhos e cristas) onde prosperam.
Já no Siluriano indo para o Devoniano as testas
diminuem de tamanho tornando-se mais delicadas e intensamente ornamentadas.
Ainda não existe um consenso entre os pesquisadores
sobre se os quitinozoários ocorrem, na grande maioria, sob a forma de testa
isolada que consistem em duas partes, bojo e o tubo oral
Artrópodes Devônicos
Os
artrópodes no período devoniano eram muito diversos e incluíam alguns dos
primeiros animais a colonizar o ambiente terrestre. Entre eles, podemos citar:
- Centopeias: eram animais alongados com muitos pares de pernas e um par de antenas. Eles se alimentavam de matéria orgânica em decomposição ou de pequenos animais³.
- Ácaros:
eram aracnídeos muito pequenos que viviam na serapilheira ou nas plantas. Eles
se alimentavam de seiva, fungos ou outros ácaros⁴.
- Aranhas:
eram aracnídeos com oito pernas e um par de quelíceras. Eles produziam seda
para construir teias ou casulos. Eles se alimentavam de insetos ou outros
artrópodes⁴.
-
Escorpiões: eram aracnídeos com um par de pinças e um ferrão na cauda. Eles
viviam em buracos ou sob pedras. Eles se alimentavam de insetos ou outros
artrópodes³.
- Insetos
sem asas: eram os primeiros representantes do grupo mais diversos de
artrópodes. Eles tinham três pares de pernas e um par de antenas. Eles se
alimentavam de plantas, fungos ou matéria orgânica⁴.
-
Trigonotarbids: eram aracnídeos extintos que se pareciam com ácaros grandes.
Eles tinham oito pernas e um par de quelíceras. Eles eram predadores terrestres
que caçavam outros artrópodes⁴.
Trilobitas Devônicos
Um dos mais comuns trilobitas do devoniano, principalmente em Gondwana,
fora Metacryphaeus possuía 11 espécies conhecidas. Esses viveram no período
Devoniano, entre 416 milhões e 359 milhões de anos atrás, e habitaram no
Hemisfério Sul as águas frias do que hoje é o oeste da América do sul ao sul da
África.
Estrutura
biológica do Metacryphaeus.
Os fósseis de trilobitas eram tão abundantes que acabaram apelidados de
baratas do mar. A comparação não é descabida, dado que anatomicamente os
trilobitas assemelhavam-se de fato às baratas. A diferença é que não eram
insetos e possuíam o corpo articulado, dividido em três partes (ou lobos), daí
seu nome.
No hemisfério Norte, o registro de trilobitas é também rico e em regiões
como o Marrocos, por exemplo, onde os trilobitas são preservados com perfeição.
Já no Brasil, no Peru e na Bolívia seus fósseis apresentam um estado de
conservação limitando-se às impressões que seus exoesqueletos deixaram no lodo
do solo marinho.
Distribuição paleobiogeográfica do gênero Metacryphaeus
Euripterídeos devonianos
Euripterídeos
Euripterídeos do período Devoniano, (escorpiões
marinhos) se encontravam em declínio em número de espécies, mas ainda
continuavam como poderosos predadores marinhos. Mas antes tinham pouca
concorrência, no devoniano passaram a ter os Placodermos, elasmobrânquios,
peixes de nadadeiras lobadas e ósseas (entre outros animais) a disputar com
eles, palmo a palmo, os territórios com fontes de alimento.
Os escorpiões marinhos que já se ensaiavam
no período anterior pelas regiões emersas costeiras, se viram agora impelidos á
rios e estuários, evitando a maioria dos predadores. Surgiram no Ordoviciano,
tiveram seu auge no Siluriano, quando chegaram a ter exemplares com mais de
dois metros de comprimento.
Mixopterus
O Mixopterus
é um exemplo clássico de Euripterídeo que
viveu do período Siluriano ao Devoniano. Foram escorpiões marinhos de tamanho
médio a grande porte.
Os Estilonurídeos
Um exemplo comum de
Estilonurídeos fora o Stylonurus,
embora este seja distinguível de outros estilonurídeos por sua superfície lisa.
Os estilonurídeos, foram
um grupo de Euripterídeos que existiram do período Ordoviciano ao Permiano
Inferior, sob formas variando de pequenas a muito grandes e com escamas se
desenvolvendo em tubérculos e protuberâncias.
O prossoma (cabeça)
exibiu forma variável, com olhos compostos arqueados localizados
subcentralmente ou anteriormente. Seus abdomens eram delgados. Suas pernas eram
longas e poderosas, às vezes caracterizadas por espinhos. Os primeiros gêneros
possuíam pernas nadadoras, mas a partir do Devoniano fora uma tendência a
desaparecer destes animais.
Os estilonurídeos,
viveram do período Ordoviciano ao Permiano Inferior,
A maioria dos gêneros que
não tinha pernas nadadoras possivelmente tinham vida anfíbia, se ensaiando por
terra firme. Primeiro passo em busca de alimentação sem grande concorrência com
outros predadores.
Crustáceos Devonianos.
Os crustáceos do devoniano eram um grupo já diverso de
artrópodes que habitavam os mares, os rios e aos poucos as terras emersas úmidas,
desse período. Eles pertenciam a vários grupos, como os Ostracodes, os Euripterídeos,
os Trilobitas e os Cirripédios. Alguns deles eram muito pequenos, como os
ostracodos, que mediam apenas alguns milímetros. Outros eram gigantes, como os
Euripterídeos, que podiam chegar a mais de dois metros de comprimento. Eles se
alimentavam de plantas, detritos, plâncton ou outros animais, dependendo da sua
adaptação e do seu nicho ecológico. Os crustáceos do devoniano enfrentaram
vários desafios ambientais, como as mudanças climáticas, a competição com
outros grupos de animais e as extinções em massa que ocorreram no final do
período. Muitos deles não sobreviveram a esses eventos e desapareceram para
sempre. Outros conseguiram se adaptar e evoluir, dando origem a novas linhagens
que persistiram até os períodos posteriores. Abaixo vemos alguns grupos e
espécies de crustáceos Devonianos.
Ostracodes
Ostracodes
Os primeiros fósseis dos Ostracoda datam do Período
Ordoviciano e se tornaram abundantes no Devoniano. Com sua carapaça de calcita,
estes animais apresentam um alto potencial de conservação, e combinado com a
sua grande diversidade e ampla distribuição nos habitats aquáticos, se tornaram
os artrópodes mais preservados no registro fóssil.
Cirrípedes
Diversidade morfológica de cirrípedes.
-Todos os cirrípedes têm
uma larva cypris como estágio larval terminal.
-O cypris tem uma
estrutura muito estereotipada em todos os cirrípedes, mas após o apego ele se
metamorfoseia em uma impressionante diversidade de formas.
-As cracas sésseis de
Balanomorphan se metamorfoseiam em alimentadores de suspensão, onde as placas
de parede repousam diretamente sobre o substrato. -----Cracas acrotorácicas têm
sexos separados e a metamorfose resulta em uma fêmea grande e alimentada ou um
macho minúsculo ligado externamente no corpo feminino.
-As cracas pediculadas do
bisturi liforme também têm sexos separados com anões.
Os cirrípedes são uma intraespécie dos crustáceos que
abrangem vários nichos ecológicos marinhos, pois possuem uma ampla diversidade
morfológica de desenvolvimento. Na primeira fase larval fazem parte do plâncton
e vivem à deriva nas correntes oceânicas. No segundo estádio larvar, os
cirrípedes procuram um substrato adequado à fixação e em condições de vida. Uma
vez encontrado o local ideal, estas larvas desenvolvem-se para o adulto, que se
fixa ao substrato diretamente por cimentação ou através de um pedúnculo
carnoso. Normalmente, o substrato escolhido é rochoso, mas também pode ser o
fundo de um barco, outros animais, como peixes grandes, diversos animais
marinhos durante a sua história geológica como os repteis marinhos, cetáceos,
cefalópodes ou mesmo outros crustáceos, no caso dos rizocéfalos. O organismo
adulto vive protegido por placas calcárias e alimenta-se por filtração.
Nahecaris
O Nahecaris fora um um
crustáceo filocarídeo do Devoniano.
Os
filocarídeos são um tipo de artrópode que se desenvolveu durante o Cambriano.
Eles tinham uma concha dura e protetora e uma carapaça articulada e
acreditava-se que tinham um estilo de vida semelhante ao do camarão. Exatamente
como eles se encaixar no artrópode, a taxonomia ainda está em debate, com a
proposta de representar um euartrópode de linhagem de tronco ou um crustáceo
branquiópode primitivo.
O animal possuía
a parte frontal do corpo coberta por duas conchas, e a cauda era caracterizada
por dois longos espinhos na ponta. Alguns exemplares alcançavam até 15cm de
comprimento.
Equinocaris
Equinocaris (Echinocaris) fora um crustáceo devoniano que deva ser parente dos
atuais camarões. Era um crustáceo comum nos mares do devoniano médio.
Echinocaris
fora um gênero de crustáceos filocarídeos extintos da classe Malacostraca (ou
crustáceos superiores). Mediam em média 5.5 centímetros de comprimento.
Acanthotelson
Acanthotelson
Os
crustáceos também conseguiram se adaptar longe dos mares.
Os
primeiros a adotar um estilo de vida completamente terrestre foram os isótopos,
que incluem o atual tatuzinho-de-jardim. Eles conseguiram deixar o ambiente
aquático graças a uma bolsa incubadora, semelhante a um marsúpio, além de
outras especializações e desenvolvimento de uma cutícula grossa, estrutura de
trocas gasosas e outras adaptações fisiológicas.
Xifosuros
Xifosuros
Os caranguejos reis ou caranguejos ferraduras, que ainda existem nos nossos mares ainda não eram comuns no devoniano. Os xifosuros (Xiphosura) constituem uma ordem de artrópodes merostomados das águas rasas asiáticas. Apresentam cefalotórax com carapaça arqueada em forma de ferradura, abdome largo não segmentado e pernas com seis artículos.
Os artrópodes do período devoniano foram
fundamentais para a evolução da vida na terra, pois participaram da formação do
solo, da polinização das plantas, da cadeia alimentar e da dispersão de
sementes. Eles também foram os primeiros a desenvolver mecanismos de
comunicação, como sons, cores, odores e feromônios.
Marrellidos
devonianos
Mimetaster é um marrelomorfo
do Devoniano Inferior, sendo o mais comum de artrópodes, excluindo os
trilobitas, deste período, se conhecendo mais de 100 espécimes.
Os Marrellomorfos, surgiram no Cambriano
Inferior, o grupo não possuía partes duras mineralizadas, por isso só são
conhecidos em áreas de preservação excepcional, limitando sua distribuição
fóssil.
O membro mais conhecido dos Marrellomorfos é o Marrella (cambriano), com milhares de espécimes encontrados em sítios especiais como o de Burgess Shale, no Canadá.
O grupo está dividido em duas grandes encomendas,
Marrelida e Acercostraca. Marrelida é reconhecida pela posse de escudos na
cabeça com dois ou três pares de projeções alongadas em forma de espinho, e
três pares de apêndices unidas no cefálio, enquanto Acercostraca geralmente
possuem grandes carapaças ovoides que cobrem toda a metade superior do corpo, e
cinco pares de apêndices cefálicos unímeros. Ambos os grupos possuem antênulas
não ramificadas e tronco segmentado com apêndices biramosos.
O Mimetaster teve sua posição filogenética
incerta, pois vários estudos os colocaram alternativamente no Aracnomorfo como
parentes de Artiópoda (trilobitas e parentes), como parentes de Mandibulatas,
ou como do grupo-tronco euartrópodes.
A espécie-tipo, que deu origem ao grupo, Mimetaster hexagonalis, é conhecida no Devoniano Inferior no sitio de Hunsrück Slate, e está entre os artrópodes mais comuns da do período. O Mimetaster fora dos últimos animais do grupo dos Marrellomorfos.
Quelicerados
devonianos
Aranha do mar.
Os Quelicerados são um subfilo do filo Artrópodes
que inclui aranhas, escorpiões e carrapatos. Eles apareceram pela primeira vez
no registro fóssil durante o período Cambriano e se tornaram muito comuns
durante o período Devoniano.
No entanto, a maioria das espécies conhecidas de quelicerados
do Devoniano são aranhas marinhas extintas. As aranhas-do-mar são animais
marinhos com distribuição cosmopolita, embora a maioria das cerca de 1000
espécies do e variam entre alguns milímetros a cerca de 90 cm de diâmetro. São
animais com geralmente de 4 a 6 pares de patas. O abdômen é bem pequeno em
relação as patas. Por otimização do espaço, o estômago entra por dentro das
patas, pois elas são ocas e o corpo bem curto. As gônadas sofrem o mesmo
processo nas fêmeas. Cada gônada possui um orifício de saída dos ovos. Na
região anterior da cabeça encontramos uma proboscídea pois é um predador.
Possui um tubérculo também na região anterior onde encontramos os olhos, sendo
no total quatro olhos.
TERRA FIRME: A Dominação
Artrópodes
Terrestres do Devoniano
Os artrópodes são um grupo de animais
invertebrados que possuem um exoesqueleto quitinoso, um corpo segmentado e
apêndices articulados. Eles são os animais mais diversos e abundantes do
planeta, tanto em número de espécies quanto em biomassa. Os artrópodes do
período devoniano incluem alguns dos primeiros representantes de animais terrestres
como miriápodes, insetos, aracnídeos e crustáceos.
Como os artrópodes foram os primeiros
animais a conquistar o ambiente terrestre, sendo os primeiros passos no período
siluriano, se adaptando rapidamente às condições terrestres. Tudo isso graças
ao seu exoesqueleto impermeável, que evitava a dessecação, e ao seu sistema
respiratório traqueal, que permitia a troca de gases diretamente com o ar. Os
artrópodes também se beneficiaram da diversificação das plantas vasculares, que
formaram as primeiras florestas assim fornecendo muito alimento e abrigo para estes
invertebrados.
Os fósseis de artrópodes terrestres do
período devoniano são relativamente raros, pois o exoesqueleto quitinoso não se
preserva bem. No entanto, alguns sítios fossilíferos excepcionais, como o
Rhynie Chert na Escócia e o Gilboa Forest nos Estados Unidos, revelaram uma
grande variedade de formas.
Os
Aracnídeos
Palaeocharinus
Os aracnídeos são artrópodes com quatro
pares de pernas e sem antenas que atualmente incluem as aranhas, os escorpiões,
os ácaros entre outros.
Estes
animais foram os primeiros artrópodes predadores terrestres, os leões de seu
tempo, mas também desenvolveram espécies parasitárias.
Palaeocharinus é um aracnídeo muito
conhecido devido a abundância de seus fósseis.
Possivelmente a preservação ocorreu devido
a um espécime que vivia em uma região de águas vulcânicas ricas em Si02, que
acabava inundando o ecossistema em que o animal vivia.
Este
espécime é semitransparente, ou seja, mostrava os sistemas internos como
músculos e órgãos digestivos.
Palaeocharinus é um aracnídeo
Trigonotarbídeo, um grupo intimamente afiliado às aranhas verdadeiras. A
principal diferença entre eles é que Palaeocharinus não tinha a capacidade de
fiar seda. Por isso, pode ser parafilético com aranhas.
Gondwanascorpio.
Os verdadeiros escorpiões apareceram em
terra firme no devoniano, e começaram a evoluir chegando no seu auge com
animais enormes para os padrões da época. Sua morfologia basicamente não se
alterou pelo passar das eras sendo praticamente iguais aos escorpiões atuais.
Um dos mais antigos escorpiões terrestres
fora denominado de Gondwanascorpio emzantsiensis. Sendo a mais antiga forma de
vida encontrada em terra firme no hemisfério sul, (segundo a universidade Wits)
Ele viveu no período Devoniano superior há 400 milhões de anos.
Quelíceras fóssil de um Gondwanascorpio
emzantsiensis.
Os
Miriápodes
Os Miriápodes, grupo conhecido através das
centopeias, lacraias e piolhos de cobra, possuem muitos segmentos corporais com
muitos membros saindo de ambos os lados.
Kampecaris
Kampecaris Forfarensis
Campecaris (kampecaris) é um gênero extinto
que consiste em Campecarida, um misterioso grupo de artrópodes semelhantes a
milípedes que viveram durante o período Siluriano e início do Devoniano onde
atualmente se encontra as ilhas britânicas, sendo um dos mais antigos animais
terrestres conhecidos.
Estes animais terrestres possuíam um
tamanho entre 20-30 milímetros de comprimento, de corpo curto dividido em três
seções reconhecíveis. Uma cabeça oval dividida ao longo da linha média, uma
seção contendo 10 membros formando um corpo cilíndrico que afunila ligeiramente
na frente e afunila na parte traseira em uma 'seção anal'. Uma cauda inchada
característica formada por uma parte deformada.
A epiderme que forma o exoesqueleto era
espessa, fortemente calcificada e consistia em duas camadas. A primeira espécie
conhecida fora o K. forfarensis. Outra espécie Devoniana, que fora nomeada de
Kampecaris tuberculata, foi posteriormente reconhecida como parente próxima dos
paleodos dos Miriápode e renomeada como Palaeodesmus.
Palaeodesmus
Palaeodesmus tuberculata é uma espécie extinta de milípede conhecida no período Devoniano inferior onde atualmente está a Escócia.
O Palaeodesmus tem três fileiras de
tubérculos ou saliências em forma de quadrados ou retângulos com bordas
arredondadas. Na porção dorsal de cada segmento corporal. Palaeodesmus tem sua anatomia
muito pouco conhecida para colocá-lo com confiança dentro de qualquer família
ou ordem taxonômica conhecida, e por isso permanece incertae sedis (colocação
incerta).
O Palaeodesmus eram animais pequenos (20 a
30 milímetros de comprimento), de corpo curto, meio achatado, com três seções
reconhecíveis: uma cabeça oval dividida ao longo da linha média, com segmentos
com membros formando um tronco cilíndrico que afunilava levemente em direção à
frente e uma cauda característica e inchada por um segmento modificado que
afunila na parte traseira em um "segmento anal". A cutícula que
formava seu exoesqueleto era espessa, fortemente calcificada e composta de duas
camadas.
Archidesmus
Archidesmus
O Archidesmus é uma ordem extinta de
milípedes conhecida a partir de fósseis do período Devoniano da Europa e da
América do Norte. O animal possuía até 5
cm de comprimento e 30 a 80 segmentos corporais possuindo pelo menos dois pares
de patas em cada segmento. Possuía tubérculos na superfície superior, e a
maioria dos segmentos possuía quilhas em forma de asa estendendo-se
lateralmente.
Os arquidesmidanos têm quilhas largas e
planas (paranota) que se estendem a partir de seus segmentos corporais, e um
par modificado de pernas no 8º segmento que pode ter estado envolvido no
acasalamento, semelhante aos gonópodes dos milípedes vivos que inserem
espermatozoides nas fêmeas. Alternativamente, as pernas modificadas podem ter
sido usadas para agarrar os parceiros durante o acasalamento.
Fóssil
de Archidesmus.
Gaspestria genselorum
Gaspestrias são milípedes xiloiuloides (Diplópodes:
Quilógnata: Juliformia) da família Gaspestriidae como o Gaspestria genselorum
escavadas onde atualmente é o leste do Canadá e o Oeste Europeu.
A presença no Devoniano Inferior da ordem Juliformia, universalmente aceita entre os taxonomistas diplópodes como representando o clado mais derivado dos Diplópodes, indicando que a maior parte da cladogênese dos milípedes, que leva aos clados existentes, deve ter ocorrido neste período.
Fóssil e reconstituição do Gaspestria
genselorum.
Um
estratocladograma elaborado agregando dados do registro fóssil de plantas e
genes codificadores de proteínas nucleares, gerou novas hipóteses sobre o
momento da cladogênese de alto nível dos milípedes no Paleozoico. Estes incluem
diplópodes terrestres já no período Ordoviciano, juntamente com a origem da
linhagem que leva a Penicillata e Arthropleuridea (Carbonífero), período de
relativa estabilização evolutiva até o Siluriano Médio, ponto em que houve uma
rápida radiação de diplópodes, produzindo a maior parte do clados principais,
já no Devoniano Inferior.
Os
Insetos
São
artrópodes com três pares de pernas e um par de antenas. Eles são o grupo mais
diversos e numeroso de animais vivos, mas no período devoniano eles ainda eram
muito primitivos.
Os colêmbolos eram e ainda são, organismos
que variam entre 0,25 e 1 mm de comprimento. Estes animais são quase
extremófilos pois sobrevivem em uma grande variedade de ambientes, sendo
encontrados nos diferentes estratos do solo, locais úmidos, material vegetal em
decomposição, nas superfícies de lacustres e em regiões congeladas e com neve.
Os fósseis mais antigos reconhecidos como
hexápodes são considerados pertencentes a Colêmbolos, A maioria dos colêmbolos
que se possui registro fóssil estão conservados em âmbar sendo a espécie
denominada Rhyniella praecursor, o registro mais antigo dessa classe, datando
aproximadamente 400 a 410 milhões de anos atrás.
Evidências fósseis sugerem que as comunidades colêmbolos ficaram estáveis por aproximadamente 10 a 90 milhões de anos, havendo períodos pontuados de especiação rápida quando ocorre o aparecimento de novos nichos.
As evidências moleculares sugerem uma
possível relação de evolução de Colêmbolos a partir de um ancestral marinho
multissegmentado similar a um crustáceo. Estes, durante o período Cambriano
podem ter colonizado zonas costeiras e estuários onde se alimentavam de fungos
e líquens, tornando-se progressivamente terrestres.
De uma forma geral, os insetos caracterizam-se
por apresentarem um corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômen, o
que é referido como padrão de tagmose (tagma = região corporal com morfologia e
funções específicas). Pesquisadores enumeraram algumas adaptações ao ambiente
terrestre considerando a evolução de animais que originaram a partir de um ancestral hipotético, os Colêmbolos. Atualmente
é bastante consensual que os insetos, assim como os demais artrópodes,
evoluíram de organismos segmentares bastante parecidos, sendo que cada metâmero
apresentava um par de segmentos.
A segunda antena foi perdida (não havia
mais necessidade de usá-la para natação), o número de segmentos corporais foi
reduzido, os seis primeiros metâmeros do corpo dos insetos formaram a cabeça,
três segmentos o tórax e os demais o abdômen. As pernas no primeiro segmento
abdominal desenvolveram vesículas e tornaram-se o tubo ventral. Os apêndices de
cada parte do corpo também se modificaram de uma forma ancestral em algo mais
similar as pernas, e para as mais variadas estruturas, como peças bucais e
aparelho genital.
Kylinxia zhangi
Kylinxia
zhangi, fora um organismo ancestral que habitou nosso planeta durante o Período
Cambriano, há aproximadamente 518 milhões de anos.
Um exemplar de Kylinxia zhangi auxiliou no
entendimento da evolução dos insetos, devido a presença de três olhos,
indicando um nível de complexidade sensorial surpreendente para sua época, bem
como possuía uma cabeça dividida em seis segmentos distintos. A identificação
de características compartilhadas entre Kylinxia zhangi e entre um ancestral
hipotético dos insetos levou a um avanço importante na compreensão da evolução
desses animais.
Sobretudo a estrutura da cabeça do Kylinxia,
que fora composta por seis segmentos claramente definidos, representa por si só
um achado notável, pois destaca adaptações evolutivas e funcionais peculiares.
Além disso, os fósseis revelaram a existência de um par de apêndices altamente
especializados e alargados, cuja função presumida era a captura de presas. Essa
característica fornece promessas cruciais sobre o comportamento alimentar e o
papel ecológico desempenhado por Kylinxia zhangi na evolução dos insetos e em
seu ecossistema ancestral.
Rhyniella
praecursor
Rhyniella praecursor viveu provavelmente durante o período Devoniano Inferior habitando a Euroamérica antes da formação da Pangeia.
Strudiella devônica
Strudiella
devônica é uma espécie de artrópode extinto do Devoniano.Foi originalmente
descrito como o primeiro inseto terrestre completo do Devoniano Superior, mas
devido ao seu mau estado de preservação, sua afinidade é discutida.
Strudiella
é conhecida a partir de um único espécime. É um pequeno artrópode com
comprimento de cerca de 8 mm. Podem ser vistas estruturas como antenas e
números de pares de pernas.
A
descoberta de Strudiella como inseto Devoniano reduz uma lacuna anterior de 45
milhões de anos na história evolutiva dos insetos, parte da lacuna dos
artrópodes (a 'lacuna' ainda ocorre no início do Carbonífero, coincidindo e
estendendo-se além da lacuna de Romer para os tetrápodes, que pode foram
causadas por baixos níveis de oxigênio na atmosfera).
Taeniopteryx burksi
Taeniopteryx
burksi
Uma espécie de Libélula mais primitiva, a
Taeniopteryx burksi podem fazer parte do grupo que seria o elo perdido dos
insetos voadores. Estes animais usam suas asas – fracas demais para voar, para
pegar impulso e flutuar sobre a superfície da agua com velocidade. é um enorme
esforço que faz com que o inseto se catapulte e plane a curtas distancias.
Esta forma de "voo" primitivo ao
estilo irmãos Wright, fez os pesquisadores supor que, os insetos devonianos,
aprenderam a voar saindo direto da água, e não de formas que já viviam em
ambiente terrestre.
Um ancestral das libélulas deveria ter
usado as membranas das guelras, estas que fazem as trocas gasosas no ambiente
aquático, para nadar.
Com as mutações, mais tarde, estas
membranas bem irrigadas de vasos sanguíneos viraram as asas frágeis de um
ancestral do Taeniopteryx entre outros exemplos atuais ainda vivem assim!
Por fim outras formas desenvolveram asas
completas e saíram do meio aquático para dominar os céus paleozoicos.