A Era dos
Peixes
A evolução dos peixes.
Uma breve história dos peixes...
Durante o
devoniano todas as espécies de peixes que existiram ou existem ainda se
encontram presentes no cenário da vida aquática da Terra.
Os protocordados do cambriano, semelhantes ao atual anfioxo tiveram suas
pregas natatórias laterais fendidas em diversas menores que com o passar das
eras viraram numerosas nadadeiras peitorais e pélvicas. Estas diversas
nadadeiras foram reduzindo de número (a natureza detesta desperdício)
gradualmente, e por fim acabaram virando as nadadeiras dos peixes modernos.
No Ordoviciano os ágnatos (Ostracodermos) dividem os mares com os
cefalópodes e artrópodes. Devido a predação alguns peixes ensaiam as primeiras
mandíbulas. Estes peixes pioneiros na mastigação originariam os Placodermos e
condrictes. Bem no final deste período geológico se tornariam mais comuns e se
desenvolveram durante o Siluriano surgindo representantes dos maiores ramos
entre eles os primeiros peixes ósseos.
No período Devoniano o segundo arco branquial também avança sob o
primeiro arco se fundindo a este, e assim dando mais resistência a estrutura do
maxilar. As escamas se calcificaram e viraram dentes, isso se observa nos
embriões de tubarões modernos, onde as escamas avançam pelo maxilar e viram
seus dentes.
Ocorreu mudanças significativas em sua morfologia, bem como, a carapaça perdendo
espaço para as escamas. Nisto os peixes ósseos surgiram e prosperaram em aguas
salobras ou doces, e seu esqueleto facilitava o impulsionamento em locais de
difícil locomoção como nos acessos dos rios e lagos.
Peixes com mandíbulas Siluriano devonianos.
Em estudo publicado no ano de 2019, o comportamento das marés e
reconstruções paleogeografias do final do Siluriano ao início do Devoniano (Entre
420 e 380 Ma) as alterações cíclicas do nível da água do mar parece ter
influenciado os processos evolutivos. As regiões de interesse englobam o que
hoje é o sul da China (420 Ma), onde provavelmente se deu a origem dos peixes
ósseos, e a Europa (Laurásia 400 Ma), por seu registro fóssil de tetrápodes
encontrados em sedimentos deltaicos ou estuarinos.
As marés como força na
evolução de peixes ósseos e tetrápodes
As grandes variações de maré teriam promovido a evolução dos órgãos
respiradores de ar em osteíctes para facilitar a respiração em poços de maré.
Os peixes ósseos fugiam dos mares estagnados com pouco oxigênio e repleto de
predadores, tentando se sair melhor em áreas pouco concorridas, assim dominando
esse nicho ecológico até os dias de hoje. O desenvolvimento de estruturas
ósseas que sustentam peso para auxiliar a navegação nas zonas entre marés das regiões
costeiras. O ambiente criado nesse cenário possibilitaria a seleção dos órgãos
respiradores mencionados, bem como apêndices adaptados para navegação
terrestre.
Suas nadadeiras em algumas espécies deixaram de ser raiadas como nos
primeiros osteíctes e formaram um tronco central, para assim melhor se arrastarem
pelas enseadas, praias em direção a pântanos e mangues que estavam surgindo
pelo avanço terra adentro das plantas.
Além de proteção e fonte
de alimento era possível respirar melhor pela mistura de oxigênio diluído na
agua e também pelo aumento do oxigênio no ar atmosférico entre o siluriano e o início
do Devoniano.
Os primeiros peixes
pulmonados surgiriam nesta época...eram um amalgama de ensaios biológicos para
contornar as novas condições de vida neste novo período geológico. Esses peixes,
ao nascer, respiravam por brânquias. Após algum tempo, essas estruturas iam
ficando menores e iniciam sua respiração pela bexiga natatória que se
desenvolveria em um pulmão primitivo. Esses animais tinham que constantemente
colocar sua cabeça para fora da água para aspirar o ar atmosférico.
As nadadeiras se
transformaram em patas primitivas, o maxilar nada mais era que o primeiro arco
branquial mais espesso e resistente que avançou para cobrir o orifício bucal.
Placodermos no Devoniano
As mandíbulas permitem a evolução de espécies maiores, pois a mandíbula
permite a captura de presas também maiores o que permite uma maior ingestão
calórica e isto favorece o crescimento corporal dos Placodermos em aos
Ostracodermos.
Um placodermo devoniano era caracterizado por:
• Maxila
• Notocorda persistente
• Olhos laterais, corpo hidrodinâmico
• Escudos cefálicos e torácicos geralmente separados e
articulados entre si.
O devoniano fora o ápice do desenvolvimento dos Placodermos, e também
seu declínio e extinção. No final do período tivemos grandes
Coccosteus
O Coccosteus viveu no período Devoniano entre 419 e 350 milhões de anos atrás. O animal poderia chegar a medir 40 cm de comprimento, porém a maioria possuía entre 20 e 30 cm. Isso ajudou a espécimes de Coccosteus a serem mais preservados, pois devido ao seu tamanho, poderia ter se protegido melhor de carniceiros.
Coccosteus foi muitas vezes
usado como modelo para reconstruir placodermos arthrodiros maiores, onde
geralmente apenas as placas ósseas da cabeça são encontradas preservadas. A
maioria deles foi encontrada em sedimentos de água doce, embora uma extensão
tão grande sugira que eles podem ter conseguido entrar em água salgada.
O
Grant Museum of Zoology da UCL
Como todos os outros
artrodires, o Coccosteus tinha uma articulação entre a armadura do corpo e o crânio.
Ele também tinha uma articulação interna entre as vértebras do pescoço e a
parte posterior do crânio, permitindo que a boca se abrisse ainda mais. Junto
com as mandíbulas mais longas, isso permitiu que Coccosteus se alimentasse de
presas bastante grandes. O movimento para cima e para baixo do crânio também
permitiu que mais água fosse bombeada pelas guelras. Possivelmente, a criatura
complementou sua dieta com matéria orgânica filtrada da lama pelas guelras. Tal
como acontece com todos os outros artrodires, Coccosteus tinha placas dentárias
ósseas embutidas nas mandíbulas, formando um bico. O bico foi mantido afiado
fazendo com que as bordas das placas dentárias se encostassem umas nas outras.
No geral, a criatura parecia semelhante ao seu gigantesco primo Dunkleosteus , exceto
que seus olhos estavam mais próximos do final do focinho do que em seu parente
maior.
Dinichthys
O Dinichthys fora um peixe placodermo que media até 09 metros de comprimento e pesava algo em torno de 800kg. Este placodermo viveu há aproximadamente 400 milhões de anos atrás durante o período Devoniano, devendo ser um dos predadores mais vorazes dos oceanos, pois os tubarões ainda estavam em processo de evolução.
O peixe possuía placas ósseas nos ombros e na cabeça, e seus
"dentes" eram em forma de placas ósseas muito afiadas, serrilhadas
como um serrote, com os quais possivelmente dilacerava suas presas.
O Dunkleosteus era um peixe placodermo gigantesco que viveu entre 370 e 358 milhões de anos atrás durante o período Devoniano.
O animal media até 10 metros de
comprimento e deveria pesar algo em torno de 3 toneladas. Enquanto viveu fora o
dos maiores predadores dos oceanos, pois os tubarões ainda eram muito
primitivos, e não deveriam oferecer perigo aos indivíduos adultos. Todos os
Placodermos possuíam placas ósseas nos ombros e na cabeça, e seus
"dentes" eram em forma de placas ósseas muito afiadas, como um
serrote, com os quais dilacerava suas presas, quando não era possível
engolir elas inteiras. Restos fósseis de pigmentos sugerem que suas costas
possuíam cores escuras e que suas barrigas eram prateadas. Se alimentavam de
quase qualquer animal, incluindo peixes, tubarões e outros animais marinhos
incluindo Dunkleosteus menores.
Homosteus milleri
Homosteus é
um gênero de placodermo artrodires achatado do Devoniano Médio. Os fósseis são
encontrados principalmente na Europa, Canadá, Groenlândia e Estônia.
Todas as
espécies tinham cabeças comparativamente grandes e achatadas com, como sugerido
pelas órbitas abertas para cima, olhos apontando para cima. Essas adaptações
sugerem que as diversas espécies eram predadores bentônicos. Um estudo sobre
Titanichthys, por outro lado, sugere que espécies de Homosteus podem ter se
alimentado por filtros.
Os peixes Cartilaginosos (Condrictes)
Phoebotus tinha
um corpo parecido com uma enguia e um focinho longo, o que faz com que se
assemelhe muito com o tubarão-cobra que ainda pode ser encontrado no fundo do
mar.
Os peixes cartilaginosos aparecem, pela primeira vez no registro fóssil,
cerca de 30 milhões de anos antes dos peixes ósseos, há 370 milhões de anos
atrás, não sendo ancestrais de nenhuma outra classe. Todavia, os peixes
cartilaginosos retêm alguns traços não especializados de seus ancestrais, mais
primitivos do que os equivalentes nos peixes ósseos. Mas uma vez nos registros
históricos dos mares do paleozoico acabaram por prevalecer.
Os peixes cartilaginosos não seriam primitivos como se supunha
antigamente, mas apenas mais leves devido a uma simplificação de sua estrutura
corporal, como disse, a natureza odeia desperdício. Os ancestrais dos tubarões
começaram a se diversificar neste período geológico despois de terem aparecido
no palco da vida no período anterior. Sua principal característica é o
esqueleto ósseo substituído por esqueleto cartilaginoso. A natureza se tem a
oportunidade ela gosta de simplificar, no caso do esqueleto, e simplificando
com os peixes cartilaginosos os fez dominarem boa parte dos mares da Terra.
Entelognathus
Já os peixes ósseos se desenvolveram na agua doce para somente depois de
dominarem este ambiente, saírem dos continentes e deltas e dominarem os mares.
Os cartilaginosos ao contrário, nunca foram tão bem na agua doce como os ósseos
foram na agua salgada.
Considera-se que os peixes cartilaginosos evoluíram a partir de um
ancestral comum com peixes acantoides. Originalmente proposto que o grupo tinha
uma origem polifilética, mas a descoberta de Entelognathus e várias outras
pesquisas sobre as características dos acantoides. Algumas características
anteriormente consideradas exclusivas de acantídeos também estão presentes em peixes
cartilaginosos basais. Os estudos filogenéticos mais recentes descobriram que
os peixes cartilaginosos estão bem relacionados com acantídeos como o Doliodus
e Tamiobatis, que são filogeneticamente próximos de condrictes. De fato,
Doliodus apresenta um mosaico de caraterísticas comuns com Condrictes e
Acantoides.
Doliodus
Os fósseis inequívocos de peixes cartilaginosos apareceram pela primeira
vez no registro fóssil há cerca de 395 milhões de anos, no Devoniano. O
Doliodus fora um destes fora considerado um dos condrictianos articulado mais
antigo e um táxon de transição entre acantodianos e os cartilaginosos .
Neste esquema dom fóssil do Doliodus ele se identifica com Gladbachus,
um tubarão basal. O crânio é mais largo, a maxila é plana e os dentes duplos
são orientados medialmente. Este era provavelmente um alimentador noturno no
fundo dos mares. Como os tubarões espinhosos e os bagres, a ponta da barbatana
peitoral era uma espinha. As espinhas branquiais ventrais permanecem entre as
mandíbulas.
Cladoselache
O Cladoselache, forma primitiva de tubarão de 02 a 12 m de comprimento, um peixe elasmobrânquio, sendo dos principais predadores do Devoniano. Foram encontrados seus fósseis onde atualmente é a América do Norte e na Europa do Devoniano Médio ao Permiano Inferior.
Era
semelhante em forma de corpo aos de alguns tipos de elasmobrânquios modernos como
a do grande tubarão branco, mas não estava intimamente relacionado com estes ou
qualquer outro tubarão moderno (seláquios).
Como
um condricte inicial, ele ainda não tinha evoluído características dos tubarões
modernos, como substituição acelerada de dentes, uma suspensão de mandíbula
solta, dentes e, possivelmente, claspers (Projeção de pele localizada na parte
interna das nadadeiras pélvicas dos tubarões machos, sendo inserido dentro da
fêmea para transferir o sêmen durante a cópula).
Stethacanthus
O Stethacanthus foi pequeno tubarão primitivo que atingia cerca de
Devido a concorrência com o gigantesco
Dunkleosteus o Stethacanthus preferia
nadar em águas mais rasas, próximas as costas em busca de alimento, como
pequenos peixes, crustáceos e cefalópodes. Possivelmente não se aventurava em
água profundas.
Acredita-se que os Stethacanthus possuíam rotas migratórias,
retornando a lugares em particulares todos os anos para se reproduzir. Devido
ao formato hidrodinâmico de seu corpo, o mesmo poderia desenvolver grandes
velocidades.
HOLOCÉFALOS
Surgiram a 400 milhões de anos e são
parentes remotos dos tubarões atuais.
Quimera
Quimeras são peixes cartilaginosos.
São relacionados com os tubarões e as raias. Existem cerca de 30 espécies
viventes, todas marinhas, sendo que a maioria vive nas profundezas, onde são
raramente observadas.Medem menos de um metro de comprimento e são encontradas
nos mares do hemisfério norte a grandes profundidades, chegando a 900 metros.
Possuem enormes olhos que as auxiliam na busca pelo alimento, uma vez que a tal
profundidade a luz é praticamente inexistente.
Os Peixes Acantoides
Os Acantoides são provavelmente um grupo parafilético aos dos peixes
ósseos, ou seja, um grupo irmão dos peixes ósseos modernos.
PEIXES OSSEOS DEVONIANOS
Os peixes
osteítes mais modernos dotados de esqueleto ósseo e bexiga natatória, se
espalhando além dos mares por rios caudalosos e de grande vazão dando início a
penetração continental como os ascendentes dos Celacantos, rumariam para os
rios onde poderiam obter melhor oxigenação…
Cheiracanthus
murchisone
Os peixes ósseos são um sucesso evolutivo. Estes animais se adaptaram a
diversos ambientes aquáticos da Terra, habitando desde os mares tropicais até
os oceanos polares. Suas origens através de grupos basais ao longo das eras
criaram dois grupos distintos dependendo do aumento no grau de ossificação ao
longo da evolução dos peixes ósseos. Os Osteíctes deram origem aos Condrostei
(“peixes ósseos cartilaginosos”) e Holostei (“peixes inteiramente ósseos”).
Possivelmente tiveram sua origem nos rios e deltas, lagos e mangues
primitivos. Com o aumento das populações de peixes nos mares e litorais outros
grupos começaram a avançar costa adentro em busca de alimento e fugir dos
predadores e assim os peixes ósseos também ocupariam os pântanos e zonas de
clima sazonal. Os peixes ósseos aprenderiam a se manter mais tempo fora da agua
e por fim alguns até morreriam se totalmente submersos. Estava preparado a
invasão terrestre pelos tetrápodes. Os peixes ósseos, representam o maior grupo
de vertebrados, tanto em número de espécies como em número de indivíduos.
Osteolepis macrolepidotus
Osteolepis macrolepidotus foram osteolépidos de tamanho médio que
ocorriam na Bacia Orcadiana podendo
atingir comprimentos superiores a 250 mm. A barbatana dorsal está localizada no
meio do dorso.
Este peixe viveu no período Devoniano Médio. Este peixe viveu há
aproximadamente 385 milhões de anos. Há Escócia atual fazia parte da Bacia
Orcadiana no devoniano, lar do O. macrolepidotus, sendo a região um enorme
complexo de lagos que se estendia por centenas de quilômetros.
Cheirolepis trailli
O Cheirolepis é um gênero extinto de peixe com
nadadeiras raiadas que viveu no período Devoniano há aproximadamente 400 milhões de anos atrás na Europa e América do Norte.
Este peixe se alimentava de pequenos crustáceos, moluscos e
peixes, é o mais provável ancestral do esturjão, era recoberto por escamas, as
quais o faziam deslizar mas rapidamente pela água, atingia no máximo meio metro
de comprimento, o que o tornava um presa, nos terríveis mares devonianos, onde
enormes placodontes estavam sempre a espreita de pequenos peixes como o
Cheirolepis
É o único gênero ainda conhecido dentro da família Cheirolepidae e da
ordem Cheirolepiformes. Ele estava entre os mais basais dos actinopterígios do
Devoniano e é considerado o primeiro a possuir os ossos cranianos dérmico
“padrão” vistos nos actinopterígios posteriores. O peixe fora um animal
predatório de água doce e estuarino com cerca de 55 centímetros de comprimento
e pesava entre 08 e 10kg.
O Cheirolepis possuía um corpo aerodinâmico com pequenas escamas
ganóides triangulares semelhantes às dos Acantoides. Essas escamas tinham uma
estrutura básica típica de muitos osteíctes primitivos, com uma superfície de
ganoína cobrindo a dentina e uma placa basal de osso. Cheirolepis tinha nadadeiras bem
desenvolvidas que lhe davam velocidade e estabilidade, e provavelmente era um
predador ativo. Com base no tamanho de seus olhos, caçava pela visão. As
mandíbulas de Cheirolepis, alinhadas com dentes afiados, podia ser muito
aberto, permitindo-lhe engolir a presa dois terços do seu tamanho.
Peixes ósseos anatomicamente modernos!
A Marcha para a Terra
Firme
Os Sarcopterígeos
Os primeiros tetrápodes evoluíram a partir
das nadadeiras carnosas dos peixes que os precederam, conhecidos como
Sarcopterígios. Este processo evolutivo envolveu modificações morfológicas e
fisiológicas significativas que permitiram a transição da vida aquática para a
terrestre¹.
Sarcopterígeos Atuais.
Os sarcopterígeos (Sarcopterygii) também
conhecidos como peixes com nadadeiras lobadas, pertencem ao grupo dos peixes
ósseos. Detiveram ampla diversidade durante o Devoniano mas atualmente vivem apenas
duas espécies do gênero actinistia e seis do gênero Dipnoico.
Os sarcopterígeos possuíam nadadeiras pares
ósseas e musculosas. Eles se distinguem do seu grupo-irmão Actinistia por suas
nadadeiras musculares possuírem ossos articulados. As suas escamas são
compostas por ossos lamelares cobertos por camadas de osso vascularizado e uma
camada externa de queratina. Suas nadadeiras pares e pélvicas possuem
articulações semelhantes aos membros de tetrápodes, sendo evidências de que
essas nadadeiras evoluíram de forma a possibilitar a vida na terra em grupos de
peixes anfíbios e na origem dos tetrápodes verdadeiramente anfíbios
DIPNÓICOS
Peixes pulmonados africanos, o protopterus
enterrados na lama.
Os
Dipnóicos foram os primeiros sarcopterígeos a respirarem o ar atmosférico diretamente
da superfície mesmo com todas obstáculos para a transição do meio aquático para
o terrestre.
Possivelmente
grandes secas de áreas lacustres, mangues e deltas fizeram com que os peixes de
agua doce e os de vida dupla, marinha e pluvial, procurassem um meio de
sobreviver aos períodos de estiagem. Respirar o ar atmosférico e se arrastar no
lodo em busca de poças de agua foi um bom começo para os sarcopterígeos
dipnóicos vencendo os obstáculos que o meio aquático impõe aos que vivem nele
como:
Água
se torna fator limitante em sua ausência para os que nela vivem como
(Dessecação, respiração, reprodução) e a gravidade faz a necessidade de novo design morfológico pois a água suporta o corpo (empuxo), embora seja mais difícil locomover-se nela, além disso, a água possui grande capacidade térmica e animais aquáticos não possuem problemas com mudanças drásticas de temperatura.
Os
peixes dipnoicos evoluiriam para uma até então desconhecida forma de
vertebrados, os de respiração hibrida com a classe dipnoica como o atual Necator
e o Poraquê, que usam sua bexiga natatória como pulmão para poder respirar na
atmosfera quando estão enrolados na lama de algum lago seco esperando a época
das chuvas. Os peixes pulmonados acabariam por se adaptar e antes o que eram
nadadeiras ósseas se tornariam patas com dedos membranosos para andar no lodo e
com uma serie de adaptações como os olhos agora próprios para enxergar fora
d’água, uma pele que absorve umidade do ambiente, surgia os primeiros
tetrápodes.
Um pequeno passo...
A natureza pode gostar do simples, mas
também quando o local fica saturado de presas e predadores, ou a catástrofes de
condições climáticas, estas que assolaram o silúrico/devônico ela encontra um
meio de se adaptar. Condições que abatem sobre seu ambiente fazendo os mares
recuar, já não produzir tanto oxigênio para sustentar animais maiores, em
desespero a solução é procurar novos locais para a sobrevivência. Um nicho
ecológico novo, praticamente livre de predadores e com oxigênio abundante. A
vida sempre encontra um meio, e os peixes ancestrais dos Celacantos a
encontraram. e aos poucos os vertebrados foram se ensaiando por charques,
banhados, enseadas e lagunas. Isso os fez dominarem as zonas litorâneas. Atrás
deles vieram outros animais...a Terra iria mudar no Devoniano e os peixes
crescendo estavam dominando os mares e agora as zonas costeiras... o ápice da Era dos Peixes.
da agua para a terra
A natureza como vemos não gosta de desperdiçar, nem criar nada sem
necessidade. A simplificação é a base da vida na Terra. Mas muitos se perguntam
o porquê surgir animais vertebrados terrestres?
A evolução dispensou muita criatividade e energia para colocar um animal
pesado como um tetrápode em terra firme, abandonando muitas vantagens como:
-proteção dada pelo meio aquático fornece uma
boa perspectiva de sobrevivência, tinham proteção contra os efeitos dos raios
cósmicos e mudanças drásticas climáticas.
-Amplo e diversificado nicho alimentar,
- Um meio ambiente que cobre dois terços do
planeta,
- Não lhes faltava água, nem os minerais para
o metabolismo...
Então por que sair da sua zona de conforto e ir para um mundo
praticamente despovoado e inóspito? Resposta, oportunidade!
os tetrápodomorfos
Há cerca de 400 milhões de anos, peixes evoluíram membros e começaram a
sair do meio aquático para dominar o ambiente terrestre, dando origem aos primeiros
tetrápodes (animais terrestres com quatro membros, incluindo mamíferos,
répteis, aves e anfíbios). A transição nadadeira-para-membro - uma das mais
marcantes na história evolutiva dos vertebrados - é caracterizada pela perda
dos raios da nadadeira (filamentos dérmicos esqueléticos que suportam a
membrana da nadadeira) e a origem evolucionária dos dedos.
Hipóteses sobre os detalhes desse processo evolutivo são baseadas
primariamente na anatomia de um número limitado de fósseis de peixes com características
de tetrápodes do período Devoniano Médio e Superior (393-359 milhões de anos).
Esses peixes, conhecidos como elpistostegalianos, incluem os gêneros
Panderichthys, Elpistostege e o famoso Tiktaalik.
Apesar de 60 espécimes do gênero Tiktaalik já terem sido escavados nas
últimas décadas, somente o Elpistostege têm revelado a anatomia esquelética completa
da nadadeira peitoral, preenchendo lacunas importantes nos passos evolutivos que marcaram a transição aquático-terrestre, em
específico a formação dos dedos, essenciais para a sustentação e equilíbrio do
corpo durante a locomoção terrestre sem arraste.
OS CELACANTOS
Os celacantos (Actinista)
são um grupo de peixes sarcopterígios aparentados com os dipnóicos e outros
peixes extintos do período devoniano. Os
Celacantideos eram melhores adaptados a regiões que começariam a se tornar
pantanosas do período, devido a sua nadadeira diferenciada, em vez de raiada
era dotada de um eixo ósseo, pretérito das patas anfíbias, podendo se arrastar
em regiões lacustres ou manguezais lodosos.
Celacanto moderno
Celacantio.
Acredita-se que os celacantos teriam sido
extintos no Cretáceo Superior, porém foram redescobertos em 1938 no litoral da
África do Sul. Acredita-se que o celacanto tenha evoluído ao seu estado atual
há aproximadamente 400 milhões de anos. Sua
característica mais importante é a presença de barbatanas pares (peitorais e
pélvicas) cujas bases são pedúnculos que se assemelham aos membros dos
vertebrados terrestres e se movem da mesma maneira. São os únicos
representantes vivos da ordem Coelacanthiformes.
Peixe
do Devoniano que provavelmente possuíam pulmões.
Os sarcopterígios (do latim
científico: Sarcopterygii) são Tetropodes não
amnotas do paleozoico formam uma classe de vertebrados, onde se classificam os
peixes considerados como representantes dos antepassados dos anfíbios (do grego
sarkos, carne + pteryx, barbatana, asa) e todos os tetrápode, ou seja, os
répteis, as aves e os mamíferos.
Eusthenopteron
Com o início do devoniano era
mais seco, o Eusthenopteron utilizava suas barbatanas como pernas para se
deslocar de uma poça de água até outra. é a preservado como fóssil nas rochas de tarde Período Devoniano idade (o período devoniano
durado 415 a 360 milhão anos há). Eusthenopteron era um membro do grupo
sabido como Crossopteris, estava provavelmente
perto da linha principal da evolução que conduz ao primeiro vertebrado terrestre, os primitivos anfíbios.
Panderichthys
Panderichtys foi um gênero
de peixes que viveu durante o período Devoniano superior há 380 milhões de
anos, onde hoje é a Letônia. Media entre 90 e 130 cm e possuía uma grande
cabeça, semelhante às cabeças de tetrápodes.
Tiktaalik
O Tiktaalik roseae é a única espécie conhecida de
Tiktaalik, um gênero de peixes sarcopterígeos percursores dos Anfíbios que
viveram no período Devoniano tardio contendo muitas características típicas dos
tetrápodes.
A sua descoberta é comparável à importância do
Archaeopteryx, (elo entre dinossauros e aves), Tiktaalik é a conexão prevista
entre peixes e anfíbios. O fóssil encontrado possui características comuns de
peixes, como escamas e barbatanas, e de criaturas terrestres, como cabeça
achatada, indício de pescoço, ombros, cotovelos e pulso.