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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

TOMO LXI - PALEOZÓICO - PERÍODO DEVONIANO - A ERA DOS PEIXES

 

A Era dos Peixes



A evolução dos peixes.

 

Uma breve história dos peixes...

Durante o devoniano todas as espécies de peixes que existiram ou existem ainda se encontram presentes no cenário da vida aquática da Terra.

 

Os protocordados do cambriano, semelhantes ao atual anfioxo tiveram suas pregas natatórias laterais fendidas em diversas menores que com o passar das eras viraram numerosas nadadeiras peitorais e pélvicas. Estas diversas nadadeiras foram reduzindo de número (a natureza detesta desperdício) gradualmente, e por fim acabaram virando as nadadeiras dos peixes modernos.

No Ordoviciano os ágnatos (Ostracodermos) dividem os mares com os cefalópodes e artrópodes. Devido a predação alguns peixes ensaiam as primeiras mandíbulas. Estes peixes pioneiros na mastigação originariam os Placodermos e condrictes. Bem no final deste período geológico se tornariam mais comuns e se desenvolveram durante o Siluriano surgindo representantes dos maiores ramos entre eles os primeiros peixes ósseos.


No período Devoniano o segundo arco branquial também avança sob o primeiro arco se fundindo a este, e assim dando mais resistência a estrutura do maxilar. As escamas se calcificaram e viraram dentes, isso se observa nos embriões de tubarões modernos, onde as escamas avançam pelo maxilar e viram seus dentes.


Ocorreu mudanças significativas em sua morfologia, bem como, a carapaça perdendo espaço para as escamas. Nisto os peixes ósseos surgiram e prosperaram em aguas salobras ou doces, e seu esqueleto facilitava o impulsionamento em locais de difícil locomoção como nos acessos dos rios e lagos.  

 

Peixes com mandíbulas Siluriano devonianos.


Em estudo publicado no ano de 2019, o comportamento das marés e reconstruções paleogeografias do final do Siluriano ao início do Devoniano (Entre 420 e 380 Ma) as alterações cíclicas do nível da água do mar parece ter influenciado os processos evolutivos. As regiões de interesse englobam o que hoje é o sul da China (420 Ma), onde provavelmente se deu a origem dos peixes ósseos, e a Europa (Laurásia 400 Ma), por seu registro fóssil de tetrápodes encontrados em sedimentos deltaicos ou estuarinos.



As marés como força na evolução de peixes ósseos e tetrápodes

As grandes variações de maré teriam promovido a evolução dos órgãos respiradores de ar em osteíctes para facilitar a respiração em poços de maré. Os peixes ósseos fugiam dos mares estagnados com pouco oxigênio e repleto de predadores, tentando se sair melhor em áreas pouco concorridas, assim dominando esse nicho ecológico até os dias de hoje. O desenvolvimento de estruturas ósseas que sustentam peso para auxiliar a navegação nas zonas entre marés das regiões costeiras. O ambiente criado nesse cenário possibilitaria a seleção dos órgãos respiradores mencionados, bem como apêndices adaptados para navegação terrestre.

Suas nadadeiras em algumas espécies deixaram de ser raiadas como nos primeiros osteíctes e formaram um tronco central, para assim melhor se arrastarem pelas enseadas, praias em direção a pântanos e mangues que estavam surgindo pelo avanço terra adentro das plantas.

Além de proteção e fonte de alimento era possível respirar melhor pela mistura de oxigênio diluído na agua e também pelo aumento do oxigênio no ar atmosférico entre o siluriano e o início do Devoniano.

 

Os primeiros peixes pulmonados surgiriam nesta época...eram um amalgama de ensaios biológicos para contornar as novas condições de vida neste novo período geológico. Esses peixes, ao nascer, respiravam por brânquias. Após algum tempo, essas estruturas iam ficando menores e iniciam sua respiração pela bexiga natatória que se desenvolveria em um pulmão primitivo. Esses animais tinham que constantemente colocar sua cabeça para fora da água para aspirar o ar atmosférico.



As nadadeiras se transformaram em patas primitivas, o maxilar nada mais era que o primeiro arco branquial mais espesso e resistente que avançou para cobrir o orifício bucal.

Placodermos no Devoniano


As mandíbulas permitem a evolução de espécies maiores, pois a mandíbula permite a captura de presas também maiores o que permite uma maior ingestão calórica e isto favorece o crescimento corporal dos Placodermos em aos Ostracodermos.

Um placodermo devoniano era caracterizado por:

 Maxila

Notocorda persistente

Olhos laterais, corpo hidrodinâmico

Escudos cefálicos e torácicos geralmente separados e articulados entre si.

O devoniano fora o ápice do desenvolvimento dos Placodermos, e também seu declínio e extinção. No final do período tivemos grandes 


  

Coccosteus

 


 

O Coccosteus viveu no período Devoniano entre 419 e 350 milhões de anos atrás. O animal poderia chegar a medir 40 cm de comprimento, porém a maioria possuía entre 20 e 30 cm. Isso ajudou a espécimes de Coccosteus a serem mais preservados, pois devido ao seu tamanho, poderia ter se protegido melhor de carniceiros. 


Coccosteus foi muitas vezes usado como modelo para reconstruir placodermos arthrodiros maiores, onde geralmente apenas as placas ósseas da cabeça são encontradas preservadas. A maioria deles foi encontrada em sedimentos de água doce, embora uma extensão tão grande sugira que eles podem ter conseguido entrar em água salgada.

 

O Grant Museum of Zoology da UCL

 

Como todos os outros artrodires, o Coccosteus tinha uma articulação entre a armadura do corpo e o crânio. Ele também tinha uma articulação interna entre as vértebras do pescoço e a parte posterior do crânio, permitindo que a boca se abrisse ainda mais. Junto com as mandíbulas mais longas, isso permitiu que Coccosteus se alimentasse de presas bastante grandes. O movimento para cima e para baixo do crânio também permitiu que mais água fosse bombeada pelas guelras. Possivelmente, a criatura complementou sua dieta com matéria orgânica filtrada da lama pelas guelras. Tal como acontece com todos os outros artrodires, Coccosteus tinha placas dentárias ósseas embutidas nas mandíbulas, formando um bico. O bico foi mantido afiado fazendo com que as bordas das placas dentárias se encostassem umas nas outras. No geral, a criatura parecia semelhante ao seu gigantesco primo Dunkleosteus , exceto que seus olhos estavam mais próximos do final do focinho do que em seu parente maior.

  

Dinichthys

 


 O Dinichthys fora um peixe placodermo que media até 09 metros de comprimento e pesava algo em torno de 800kg. Este placodermo viveu há aproximadamente 400 milhões de anos atrás durante o período Devoniano, devendo ser um dos predadores mais vorazes dos oceanos, pois os tubarões ainda estavam em processo de evolução. 


O peixe possuía placas ósseas nos ombros e na cabeça, e seus "dentes" eram em forma de placas ósseas muito afiadas, serrilhadas como um serrote, com os quais possivelmente dilacerava suas presas.

 

 Dunkleosteus


 

 O Dunkleosteus era um peixe placodermo gigantesco que viveu entre 370 e 358 milhões de anos atrás durante o período Devoniano. 




O animal media até 10 metros de comprimento e deveria pesar algo em torno de 3 toneladas. Enquanto viveu fora o dos maiores predadores dos oceanos, pois os tubarões ainda eram muito primitivos, e não deveriam oferecer perigo aos indivíduos adultos. Todos os Placodermos possuíam placas ósseas nos ombros e na cabeça, e seus "dentes" eram em forma de placas ósseas muito afiadas, como um serrote, com os quais dilacerava suas presas, quando não era possível engolir elas inteiras. Restos fósseis de pigmentos sugerem que suas costas possuíam cores escuras e que suas barrigas eram prateadas. Se alimentavam de quase qualquer animal, incluindo peixes, tubarões e outros animais marinhos incluindo Dunkleosteus menores.

Homosteus milleri




Homosteus é um gênero de placodermo artrodires achatado do Devoniano Médio. Os fósseis são encontrados principalmente na Europa, Canadá, Groenlândia e Estônia.

Todas as espécies tinham cabeças comparativamente grandes e achatadas com, como sugerido pelas órbitas abertas para cima, olhos apontando para cima. Essas adaptações sugerem que as diversas espécies eram predadores bentônicos. Um estudo sobre Titanichthys, por outro lado, sugere que espécies de Homosteus podem ter se alimentado por filtros.

  

Os peixes Cartilaginosos (Condrictes)




Phoebotus  tinha um corpo parecido com uma enguia e um focinho longo, o que faz com que se assemelhe muito com o tubarão-cobra que ainda pode ser encontrado no fundo do mar.


Os peixes cartilaginosos aparecem, pela primeira vez no registro fóssil, cerca de 30 milhões de anos antes dos peixes ósseos, há 370 milhões de anos atrás, não sendo ancestrais de nenhuma outra classe. Todavia, os peixes cartilaginosos retêm alguns traços não especializados de seus ancestrais, mais primitivos do que os equivalentes nos peixes ósseos. Mas uma vez nos registros históricos dos mares do paleozoico acabaram por prevalecer.

Os peixes cartilaginosos não seriam primitivos como se supunha antigamente, mas apenas mais leves devido a uma simplificação de sua estrutura corporal, como disse, a natureza odeia desperdício. Os ancestrais dos tubarões começaram a se diversificar neste período geológico despois de terem aparecido no palco da vida no período anterior. Sua principal característica é o esqueleto ósseo substituído por esqueleto cartilaginoso. A natureza se tem a oportunidade ela gosta de simplificar, no caso do esqueleto, e simplificando com os peixes cartilaginosos os fez dominarem boa parte dos mares da Terra.

  


Entelognathus

Já os peixes ósseos se desenvolveram na agua doce para somente depois de dominarem este ambiente, saírem dos continentes e deltas e dominarem os mares. Os cartilaginosos ao contrário, nunca foram tão bem na agua doce como os ósseos foram na agua salgada.

Considera-se que os peixes cartilaginosos evoluíram a partir de um ancestral comum com peixes acantoides. Originalmente proposto que o grupo tinha uma origem polifilética, mas a descoberta de Entelognathus e várias outras pesquisas sobre as características dos acantoides. Algumas características anteriormente consideradas exclusivas de acantídeos também estão presentes em peixes cartilaginosos basais. Os estudos filogenéticos mais recentes descobriram que os peixes cartilaginosos estão bem relacionados com acantídeos como o Doliodus e Tamiobatis, que são filogeneticamente próximos de condrictes. De fato, Doliodus apresenta um mosaico de caraterísticas comuns com Condrictes e Acantoides.

 

Doliodus



 

Os fósseis inequívocos de peixes cartilaginosos apareceram pela primeira vez no registro fóssil há cerca de 395 milhões de anos, no Devoniano. O Doliodus fora um destes fora considerado um dos condrictianos articulado mais antigo e um táxon de transição entre acantodianos e os cartilaginosos .

Neste esquema dom fóssil do Doliodus ele se identifica com Gladbachus, um tubarão basal. O crânio é mais largo, a maxila é plana e os dentes duplos são orientados medialmente. Este era provavelmente um alimentador noturno no fundo dos mares. Como os tubarões espinhosos e os bagres, a ponta da barbatana peitoral era uma espinha. As espinhas branquiais ventrais permanecem entre as mandíbulas.

 

Cladoselache

Cladoselache, forma primitiva de tubarão de 02 a 12 m de comprimento, um peixe elasmobrânquio, sendo dos principais predadores do Devoniano. Foram encontrados seus fósseis onde atualmente é a América do Norte e na Europa do Devoniano Médio ao Permiano Inferior.

Era semelhante em forma de corpo aos de alguns tipos de elasmobrânquios modernos como a do grande tubarão branco, mas não estava intimamente relacionado com estes ou qualquer outro tubarão moderno (seláquios).

Como um condricte inicial, ele ainda não tinha evoluído características dos tubarões modernos, como substituição acelerada de dentes, uma suspensão de mandíbula solta, dentes e, possivelmente, claspers (Projeção de pele localizada na parte interna das nadadeiras pélvicas dos tubarões machos, sendo inserido dentro da fêmea para transferir o sêmen durante a cópula).

Stethacanthus

 


 

    O Stethacanthus foi pequeno tubarão primitivo que atingia cerca de 2 metros de comprimento, que viveu há aproximadamente 350 milhões de anos atrás, durante o período Devoniano no antigo Oceano X. Era um dos mais estranhos tubarões que já apareceram, pois possuía uma nadadeira dorsal incomum.

 Devido a concorrência com o gigantesco Dunkleosteus  o Stethacanthus preferia nadar em águas mais rasas, próximas as costas em busca de alimento, como pequenos peixes, crustáceos e cefalópodes. Possivelmente não se aventurava em água profundas.

 



 
   Acredita-se que os Stethacanthus possuíam rotas migratórias, retornando a lugares em particulares todos os anos para se reproduzir. Devido ao formato hidrodinâmico de seu corpo, o mesmo poderia desenvolver grandes velocidades.

 

 

 

HOLOCÉFALOS

Surgiram a 400 milhões de anos e são parentes remotos dos tubarões atuais.

Quimera

Quimeras são peixes cartilaginosos. São relacionados com os tubarões e as raias. Existem cerca de 30 espécies viventes, todas marinhas, sendo que a maioria vive nas profundezas, onde são raramente observadas.Medem menos de um metro de comprimento e são encontradas nos mares do hemisfério norte a grandes profundidades, chegando a 900 metros. Possuem enormes olhos que as auxiliam na busca pelo alimento, uma vez que a tal profundidade a luz é praticamente inexistente.

 

Os Peixes Acantoides

 


Os Acantoides são provavelmente um grupo parafilético aos dos peixes ósseos, ou seja, um grupo irmão dos peixes ósseos modernos.

 

 

PEIXES OSSEOS DEVONIANOS

Os peixes osteítes mais modernos dotados de esqueleto ósseo e bexiga natatória, se espalhando além dos mares por rios caudalosos e de grande vazão dando início a penetração continental como os ascendentes dos Celacantos, rumariam para os rios onde poderiam obter melhor oxigenação…

Cheiracanthus murchisone

   


Cheiracanthus murchisoni é um peixe Acantoide com tamanho, que variava de 60 mm a cerca de 250 mm. Sua espinha se situa próximo ao seu centro corporal. O animal é do período Devoniano Médio vivendo há aproximadamente 385 milhões de anos em uma região lacustre onde atualmente é a Escócia.

 

 

 


Os peixes ósseos são um sucesso evolutivo. Estes animais se adaptaram a diversos ambientes aquáticos da Terra, habitando desde os mares tropicais até os oceanos polares. Suas origens através de grupos basais ao longo das eras criaram dois grupos distintos dependendo do aumento no grau de ossificação ao longo da evolução dos peixes ósseos. Os Osteíctes deram origem aos Condrostei (“peixes ósseos cartilaginosos”) e Holostei (“peixes inteiramente ósseos”).

Possivelmente tiveram sua origem nos rios e deltas, lagos e mangues primitivos. Com o aumento das populações de peixes nos mares e litorais outros grupos começaram a avançar costa adentro em busca de alimento e fugir dos predadores e assim os peixes ósseos também ocupariam os pântanos e zonas de clima sazonal. Os peixes ósseos aprenderiam a se manter mais tempo fora da agua e por fim alguns até morreriam se totalmente submersos. Estava preparado a invasão terrestre pelos tetrápodes. Os peixes ósseos, representam o maior grupo de vertebrados, tanto em número de espécies como em número de indivíduos.

 

Osteolepis macrolepidotus

   


Osteolepis macrolepidotus foram osteolépidos de tamanho médio que ocorriam na Bacia Orcadiana  podendo atingir comprimentos superiores a 250 mm. A barbatana dorsal está localizada no meio do dorso.

Este peixe viveu no período Devoniano Médio. Este peixe viveu há aproximadamente 385 milhões de anos. Há Escócia atual fazia parte da Bacia Orcadiana no devoniano, lar do O. macrolepidotus, sendo a região um enorme complexo de lagos que se estendia por centenas de quilômetros.

 

Cheirolepis trailli

O Cheirolepis é um gênero extinto de peixe com nadadeiras raiadas que viveu no período Devoniano há aproximadamente 400 milhões de anos atrás na Europa e América do Norte.

 

Este peixe se alimentava de pequenos crustáceos, moluscos e peixes, é o mais provável ancestral do esturjão, era recoberto por escamas, as quais o faziam deslizar mas rapidamente pela água, atingia no máximo meio metro de comprimento, o que o tornava um presa, nos terríveis mares devonianos, onde enormes placodontes estavam sempre a espreita de pequenos peixes como o Cheirolepis

É o único gênero ainda conhecido dentro da família Cheirolepidae e da ordem Cheirolepiformes. Ele estava entre os mais basais dos actinopterígios do Devoniano e é considerado o primeiro a possuir os ossos cranianos dérmico “padrão” vistos nos actinopterígios posteriores. O peixe fora um animal predatório de água doce e estuarino com cerca de 55 centímetros de comprimento e pesava entre 08 e 10kg.

O Cheirolepis possuía um corpo aerodinâmico com pequenas escamas ganóides triangulares semelhantes às dos Acantoides. Essas escamas tinham uma estrutura básica típica de muitos osteíctes primitivos, com uma superfície de ganoína cobrindo a dentina e uma placa basal de osso.  Cheirolepis tinha nadadeiras bem desenvolvidas que lhe davam velocidade e estabilidade, e provavelmente era um predador ativo. Com base no tamanho de seus olhos, caçava pela visão. As mandíbulas de Cheirolepis, alinhadas com dentes afiados, podia ser muito aberto, permitindo-lhe engolir a presa dois terços do seu tamanho.

 


Peixes ósseos anatomicamente modernos!

 

 

A Marcha para a Terra Firme



Os Sarcopterígeos

 

Os primeiros tetrápodes evoluíram a partir das nadadeiras carnosas dos peixes que os precederam, conhecidos como Sarcopterígios. Este processo evolutivo envolveu modificações morfológicas e fisiológicas significativas que permitiram a transição da vida aquática para a terrestre¹.

 

Sarcopterígeos Atuais.

Os sarcopterígeos (Sarcopterygii) também conhecidos como peixes com nadadeiras lobadas, pertencem ao grupo dos peixes ósseos. Detiveram ampla diversidade durante o Devoniano mas atualmente vivem apenas duas espécies do gênero actinistia e seis do gênero Dipnoico.

 Os fósseis mais antigos encontrados de sarcopterígeos ancestrais são datados em cerca de 418 milhões de anos, no começo do Siluriano, quando ainda possuíam diversas semelhanças com os acantídeos, uma ordem extinta no fim do Paleozoico, durante o período onde os Placodermos dominavam os mares.

Os sarcopterígeos possuíam nadadeiras pares ósseas e musculosas. Eles se distinguem do seu grupo-irmão Actinistia por suas nadadeiras musculares possuírem ossos articulados. As suas escamas são compostas por ossos lamelares cobertos por camadas de osso vascularizado e uma camada externa de queratina. Suas nadadeiras pares e pélvicas possuem articulações semelhantes aos membros de tetrápodes, sendo evidências de que essas nadadeiras evoluíram de forma a possibilitar a vida na terra em grupos de peixes anfíbios e na origem dos tetrápodes verdadeiramente anfíbios

 

 


 Os Actinistios (Actinopterygii) ou Celacantimorfos.

 

DIPNÓICOS

Peixes pulmonados africanos, o protopterus enterrados na lama.

Os Dipnóicos foram os primeiros sarcopterígeos a respirarem o ar atmosférico diretamente da superfície mesmo com todas obstáculos para a transição do meio aquático para o terrestre.

Possivelmente grandes secas de áreas lacustres, mangues e deltas fizeram com que os peixes de agua doce e os de vida dupla, marinha e pluvial, procurassem um meio de sobreviver aos períodos de estiagem. Respirar o ar atmosférico e se arrastar no lodo em busca de poças de agua foi um bom começo para os sarcopterígeos dipnóicos vencendo os obstáculos que o meio aquático impõe aos que vivem nele como:

Água se torna fator limitante em sua ausência para os que nela vivem como

(Dessecação, respiração, reprodução) e a gravidade faz a necessidade de novo design morfológico pois a água suporta o corpo (empuxo), embora seja mais difícil locomover-se nela, além disso, a água possui grande capacidade térmica e animais aquáticos não possuem problemas com mudanças drásticas de temperatura. 


 A piramboia (Lepidosiren paradoxa) é um peixe pulmonado ósseo encontrado na Bacia Amazônica, em regiões pantanosas que secam nos períodos de baixa dos rios. É nessa época que abandona sua respiração branquial, se enterra na lama e passa a respirar por meio de sua bexiga natatória, utilizada então como pulmão. Tem um corpo serpentiforme e a cabeça achatada.



 Os peixes dipnoicos evoluiriam para uma até então desconhecida forma de vertebrados, os de respiração hibrida com a classe dipnoica como o atual Necator e o Poraquê, que usam sua bexiga natatória como pulmão para poder respirar na atmosfera quando estão enrolados na lama de algum lago seco esperando a época das chuvas. Os peixes pulmonados acabariam por se adaptar e antes o que eram nadadeiras ósseas se tornariam patas com dedos membranosos para andar no lodo e com uma serie de adaptações como os olhos agora próprios para enxergar fora d’água, uma pele que absorve umidade do ambiente, surgia os primeiros tetrápodes.

Um pequeno passo...


A natureza pode gostar do simples, mas também quando o local fica saturado de presas e predadores, ou a catástrofes de condições climáticas, estas que assolaram o silúrico/devônico ela encontra um meio de se adaptar. Condições que abatem sobre seu ambiente fazendo os mares recuar, já não produzir tanto oxigênio para sustentar animais maiores, em desespero a solução é procurar novos locais para a sobrevivência. Um nicho ecológico novo, praticamente livre de predadores e com oxigênio abundante. A vida sempre encontra um meio, e os peixes ancestrais dos Celacantos a encontraram. e aos poucos os vertebrados foram se ensaiando por charques, banhados, enseadas e lagunas. Isso os fez dominarem as zonas litorâneas. Atrás deles vieram outros animais...a Terra iria mudar no Devoniano e os peixes crescendo estavam dominando os mares e agora as zonas costeiras... o ápice da Era dos Peixes.

 

da agua para a terra



A natureza como vemos não gosta de desperdiçar, nem criar nada sem necessidade. A simplificação é a base da vida na Terra. Mas muitos se perguntam o porquê surgir animais vertebrados terrestres?

A evolução dispensou muita criatividade e energia para colocar um animal pesado como um tetrápode em terra firme, abandonando muitas vantagens como:

-proteção dada pelo meio aquático fornece uma boa perspectiva de sobrevivência, tinham proteção contra os efeitos dos raios cósmicos e mudanças drásticas climáticas.

-Amplo e diversificado nicho alimentar,

- Um meio ambiente que cobre dois terços do planeta,

- Não lhes faltava água, nem os minerais para o metabolismo...

Então por que sair da sua zona de conforto e ir para um mundo praticamente despovoado e inóspito? Resposta, oportunidade!

os tetrápodomorfos

 


Há cerca de 400 milhões de anos, peixes evoluíram membros e começaram a sair do meio aquático para dominar o ambiente terrestre, dando origem aos primeiros tetrápodes (animais terrestres com quatro membros, incluindo mamíferos, répteis, aves e anfíbios). A transição nadadeira-para-membro - uma das mais marcantes na história evolutiva dos vertebrados - é caracterizada pela perda dos raios da nadadeira (filamentos dérmicos esqueléticos que suportam a membrana da nadadeira) e a origem evolucionária dos dedos.

 


Hipóteses sobre os detalhes desse processo evolutivo são baseadas primariamente na anatomia de um número limitado de fósseis de peixes com características de tetrápodes do período Devoniano Médio e Superior (393-359 milhões de anos). Esses peixes, conhecidos como elpistostegalianos, incluem os gêneros Panderichthys, Elpistostege e o famoso Tiktaalik.

Apesar de 60 espécimes do gênero Tiktaalik já terem sido escavados nas últimas décadas, somente o Elpistostege têm revelado a anatomia esquelética completa da nadadeira peitoral, preenchendo lacunas importantes nos passos evolutivos que marcaram a transição aquático-terrestre, em específico a formação dos dedos, essenciais para a sustentação e equilíbrio do corpo durante a locomoção terrestre sem arraste.

 


OS CELACANTOS

Os celacantos (Actinista) são um grupo de peixes sarcopterígios aparentados com os dipnóicos e outros peixes extintos do período devoniano. Os Celacantideos eram melhores adaptados a regiões que começariam a se tornar pantanosas do período, devido a sua nadadeira diferenciada, em vez de raiada era dotada de um eixo ósseo, pretérito das patas anfíbias, podendo se arrastar em regiões lacustres ou manguezais lodosos.

 


Celacanto moderno

Celacantio.

Acredita-se que os celacantos teriam sido extintos no Cretáceo Superior, porém foram redescobertos em 1938 no litoral da África do Sul. Acredita-se que o celacanto tenha evoluído ao seu estado atual há aproximadamente 400 milhões de anos. Sua característica mais importante é a presença de barbatanas pares (peitorais e pélvicas) cujas bases são pedúnculos que se assemelham aos membros dos vertebrados terrestres e se movem da mesma maneira. São os únicos representantes vivos da ordem Coelacanthiformes.

 Sarcopterygii



Peixe do Devoniano que provavelmente possuíam pulmões.

Os sarcopterígios (do latim científico: Sarcopterygii) são Tetropodes não amnotas do paleozoico formam uma classe de vertebrados, onde se classificam os peixes considerados como representantes dos antepassados dos anfíbios (do grego sarkos, carne + pteryx, barbatana, asa) e todos os tetrápode, ou seja, os répteis, as aves e os mamíferos.

 

Eusthenopteron



Com o início do devoniano era mais seco, o Eusthenopteron utilizava suas barbatanas como pernas para se deslocar de uma poça de água até outra. é a preservado como fóssil nas rochas de tarde Período Devoniano idade (o período devoniano durado 415 a 360 milhão anos há). Eusthenopteron era um membro do grupo sabido como Crossopteris,  estava provavelmente perto da linha principal da evolução que conduz ao primeiro vertebrado terrestre, os primitivos anfíbios.

 



Panderichthys

Panderichtys foi um gênero de peixes que viveu durante o período Devoniano superior há 380 milhões de anos, onde hoje é a Letônia. Media entre 90 e 130 cm e possuía uma grande cabeça, semelhante às cabeças de tetrápodes.

  

Tiktaalik

 


O Tiktaalik roseae é a única espécie conhecida de Tiktaalik, um gênero de peixes sarcopterígeos percursores dos Anfíbios que viveram no período Devoniano tardio contendo muitas características típicas dos tetrápodes.

A sua descoberta é comparável à importância do Archaeopteryx, (elo entre dinossauros e aves), Tiktaalik é a conexão prevista entre peixes e anfíbios. O fóssil encontrado possui características comuns de peixes, como escamas e barbatanas, e de criaturas terrestres, como cabeça achatada, indício de pescoço, ombros, cotovelos e pulso.

  


 Este animal é um exemplo de várias linhas de sarcopterígeos antigos que desenvolveram adaptações aos habitats pobres em oxigênio das águas pouco profundas presentes típicas do Devoniano e que levaram à evolução dos primeiros anfíbios. Fósseis bem preservados foram encontrados na Ilha Ellesmere em Nunavut em 2004, no ártico do Canadá. Esta espécie foi considerada um fóssil de transição entre o Panderichthys e o Acanthostega, que sugere a transição dos peixes da água para a vida em terra.