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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

TOMO XXXVII-2-3 - SISTEMA SOLAR EXTERNO - SATÉLITES DE SATURNO - DIONE


DIONE
Dione é mais densa que Reia, e é a segunda lua de Saturno mais densa depois de Titã.

Dione tem 1118 quilômetros e apesar de ligeiramente menor, Dione é bastante semelhante à Reia. Ambas têm composições, albedo e terreno semelhantes, e até os hemisférios destes diferentes mundos são parecidos. No entanto, Dione é mais densa que Reia, e é a segunda lua de Saturno mais densa depois de Titã. O que leva a se pensar que tem uma grande quantidade de material rochoso no seu interior; e devido a isso, Dione tem mais calor radioativo interno que as outras luas geladas vizinhas. Enquanto Encelado mostra ser um satélite ativo, Dione por sinais atividade no passado, mostrando-se assim com uma superfície mais antiga do que a que foi vista em Encelado.

Atmosfera de Dione
Atmosfera rarefeita.

O satélite possui uma atmosfera rarefeita que se renova pela ação tectônica gravitacional de Saturno, através de fraturas que parecem ter origem devido à liberação de vapor água e, ao que parece metano. Formada por uma névoa rarefeita, não chega a gerar fenômenos atmosféricos significantes fora a pulverização dos elementos expelidos pelo próprio satélite.

Geologia de Dione
Superfície de Dione Iluminada por Saturno.

As Voyager confirmaram que existia uma crosta gelada, ou seja, a solidez do astro é composta aproximadamente por 60 % de gelo e 40 % rocha. Parece também mostrar que uma parte substancial do gelo derrete constantemente.

Composição a partir de imagens da Cassini, mostrando o terreno escuro e partido do hemisfério rebocado.

A superfície é brilhante devido à sua composição, mas mostra grandes contrastes de brilho, com o hemisfério que lidera a translação mais brilhante que o rebocado. Este último é, geralmente, mais escuro e com uma superfície dominada por penhascos de gelo brilhantes que lhe dá um carácter bastante exótico e que evidencia movimento de placas tectônicas. Uma possibilidade é que as fraturas parecem ter origem devido à liberação de água e, possivelmente, metano.


Região polar sul no hemisfério frontal a Saturno é mais brilhante que o terreno perto do equador, no topo da imagem. No centro, uma rede radial brilhante é conhecida como Cassandra, que poderá ser uma cratera raiada ou uma característica devido a movimentos tectônicos.

Dione apresenta diferentes tipos de terreno:
Planícies com baixas densidades de crateras a vales sinuosos que pode ser devido ao calor gerado a partir do seu interior. Existe um grande número de crateras, mas nenhuma tão grande que sugira que Dione alguma vez esteve perto da destruição total. Geralmente, Dione mostra uma pequena população de crateras quando comparada com outras luas de Saturno.
Zonas altas são suaves e os respectivos vales são harmoniosos com o resto da superfície e deverão ter a mesma idade que as a maioria das crateras das regiões onde estas se encontram. Os penhascos de gelo brilhantes poderão ter sido formados num período mais recente.
Os cientistas continuam intrigados com o terreno nas latitudes a sul onde a uma rede de linhas que parece cruzar toda a área e é ao que parece às características, a mais jovem nessa região de Dione.


As Crateras de Dione

Em Dione, a superfície varia da densamente crivada por crateras, até às planícies praticamente sem crateras, passando por planícies com um número moderado de crateras.

As maiores crateras têm 200 km de diâmetro, onde uma das maiores dessas tem um pico central e as com 100 km são comuns nas zonas mais densamente saturadas de crateras. Já as planícies tendem a ter crateras com menos de 30 km de diâmetro.
A maioria das crateras encontra-se no hemisfério que lidera o movimento à volta de Saturno, dado que Dione mantém sempre a mesma face virada para o planeta mãe.
As principais características visíveis na superfície de Dione são as Chasmata (depressões íngremes, estreitas e longas), Lineae (marcas lineares formadas pelos penhascos) e crateras. As características da superfície de Dione tomam nomes da Eneida de Virgílio, daí que, por vezes, Dione é referida como Lua de Virgílio.

A cratera proeminente é Dido. Por cima localiza-se Antenor (82 km de diâmetro), logo acima Turnus (97 km) que se localiza em Cartago Linea, uma região de terreno brilhante e fraturado.

A maioria do terreno com bastantes crateras localiza-se no hemisfério oposto a Saturno, com as planícies menos crivadas no hemisfério frontal ao planeta. Isto vai contra o que era esperado por alguns cientistas, o que sugere que durante o período de forte bombardeamento, tinha outra face virada para Saturno.
 Dado que Dione é relativamente pequena, um impacto que cause uma cratera de 35 km pode ter virado a lua. Dado que existem bastantes crateras maiores que 35 km, Dione pode ter sido repetidamente virada durante o bombardeamento no sistema solar primitivo. O padrão das crateras e o albedo brilhante do hemisfério líder sugerem que Dione permaneceu com a mesma face voltada para Saturno durante vários milhares de milhões de anos.
A maioria das crateras vistas pela sonda Cassini durante a aproximação mostra muros brilhantes e material escuro no chão dessas crateras. Isto deverá ser causado pelo deslizamento e acumulação de depósitos rochosos no interior das crateras, deixando os muros com gelo mais limpo, muito semelhante ao que deverá acontecer com outros satélites gelados de Saturno.
Tal como Calisto, as crateras de Dione não têm muito relevo, sendo isto provavelmente devido à crosta frágil formada por gelos. Dido é uma cratera proeminente na superfície, tem com 118 km de diâmetro e possui um pico central e tomou o nome da fundadora mítica de Cartago.


Os penhascos de gelo

Vista do interior de uma cratera com 60 km de diâmetro em Pádua Linea. O pico central da cratera pode ser observado na parte inferior direita. São visíveis várias fraturas na superfície.

Sulcos lineares e quase paralelos percorrem o terreno de Cartago Linea, visíveis no canto superior esquerdo da imagem.

Até à chegada da sonda Cassini em 2004, a origem da rede de linhas de material brilhante era obscura. Hoje se sabe que estas formações não são depósitos de gelo, tal como se pensava antes da chegada da sonda, mas são penhascos de gelo brilhantes criados por movimentos tectônicos na superfície.
Os penhascos localizam-se em terreno escuro, que dá ao terreno um aspecto contrastante e alienígena. Um dos propósitos da sonda Cassini era desvendar mais informação sobre esta parte da superfície, dados que puderam ser obtidos com a aproximação de 11 de Outubro de 2005.

 Pádua Linea

Durante a aproximação, a Cassini sobrevoou Pádua Linea e as imagens revelaram um terreno com sulcos finos, levemente paralelos e lineares que percorrem todo o terreno. Por sua vez, estes sulcos são interrompidos por fraturas irregulares e brilhantes. Em vários locais, as fraturas são mais recentes que alguns depósitos no fundo das crateras.
As crateras da região de Cartago Línea também têm paredes brilhantes e fundas cobertas por depósitos escuros, o que sugere que o material caia das paredes para o interior, revelando gelo limpo, enquanto que o material escuro vai se acumulando no interior das crateras e na base dos penhascos.
Mapa físico de Dione.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

A Turma da Mônica em...

Mauricio de Souza seguidamente aparece nos quadrinhos interagindo com sua criação.

Hoje vamos falar de um tema diverso do que atualmente falamos no Blog. Meu filho se encontra dentro do aspecto autista, e tem um carinho especial pelos desenhos e histórias da turma da Mônica. Pois bem, cresci lendo Disney, depois Marvel/DC e acabei nos livros. Poucas revistas haviam lido da turminha e só os conhecia superficialmente. Por isso fui a fundo no mundo infantil da turma Mônica. Veremos mais agora.


A turma da mônica evoluiu junto com seu criador e com a sociedade sem preder sua característica primordial...os planos infalíveis do Cebolinha aliados uma dose de moral e ética, semeiam noções de bondade e cidadania em seus leitores e agora espectadores mirins...bem como seus pais por vezes.

Turma da Mônica, ao contrario das tradicionais da Disney em quadrinhos, que em boa parte foram criados por uma finalidade recreativa por razoes politicas e ou econômica, (recomendo lerem “Para lerem o Pato Donald- Comunicação de Massa e Colonialismo”). É uma série de histórias em quadrinhos criada pelo cartunista e empresário brasileiro Mauricio de Sousa.



A forma de inserir os desatinos do cebolinha em torcer as orelhas do Coelho de Pelúcia da Mônica bem como a turma do Limoeiro nas estórias da Marvel e DC fora fantástica.

A série foi originada em 1959 em uma série de tirinhas de jornal, na qual os personagens principais eram Bidu e Franjinha. A partir dos anos 1960, a série começou a ganhar a identidade atual com a criação de Mônica e Cebolinha, entre 1960 e 1963, que passaram a serem os protagonistas.
Embora a maior parte das histórias girem em torno das aventuras de Mônica, Cebolinha e seus amigos do bairro do Limoeiro, o termo do título se refere também às demais famílias de personagens criados por Mauricio de Sousa, derivadas de outras séries, como Turma do Chico Bento, Turma da Tina, Turma da Mata, Turma do Penadinho, entre outros.





Nada escapa a criatividade dos estúdios de Maurício de Souza.

Trazem temas do folclore nacional brasileiro, do interior, de contos diversos infantis e do relacionamento entre crianças do final do século XX. Muitos temas são controversos na atualidade como o buling que os meninos fazem com a menina Mônica em especial. Para isso foi criado a Mônica Teen, com os personagens já adolescentes expõem inter-relacionamentos afetivos entre os principais coadjuvantes nas tirinhas infantis, mostrando que por vezes as crianças fazem o que fazem pela sua inocência e imaturidade, se tornando adultos melhores.



 
Trilogias Inteiras de sucessos do cinema estão representados nas paginas de seus Gibis.

Desde 1970, na forma de revista em quadrinhos, os personagens já foram publicada por editoras como o Abril (1970-1986), a Globo (1987-2006) e Panini Comics (2007 até a atualidade), somando quase 2.000 revistas já publicadas para cada personagem. Além disso, também segue com publicação especial de tiras no formato de bolso pela própria Panini e pela L&PM.




A correlação da turma da Mônica nos grandes filmes do cinema ajuda a divulgar a marca,pois acaba agradando os pais também.


A criatividade de Mauricio de Souza e sua equipe superam em muito os segmentos tradicionais. Expõem em suas tiras, contextos religiosos cristãos, de entretenimento televisivo e cinemático, esportivos (como personagens baseados em jogadores famosos), e avança para as relações interpessoais.





Os personagens estrelaram nos quadrinhos os principais clássicos e modernas produções cinematográficas.

Nas edições adolescentes temos também personagens de temas inclusivos, com deficiências, opção sexual (em desenvolvimento ainda), raça e crenças. Numa forma de mostrar os relacionamentos  plurais que temos a nossa volta em um mundo diversificado e globalizado.


Mônica Teen
                             
Simmmm, eles cresceram, e muita coisa mudou, mas não as aventuras.

Em 2008 foi criado um spin-off baseado no estilo dos quadrinhos japoneses intitulado Turma da Mônica Jovem, com os personagens adolescentes. Em 2015, a linha passou por uma reformulação, a Panini reiniciou a numeração das revistas e passou a creditar autores em algumas histórias (algo que acontecia apenas em publicações especiais), além disso, cada edição passou a trazer um QR Code que permite a acesso a conteúdos exclusivos em plataformas virtuais.


O pai sempre orgulhoso de sua criação literalmente entra em cena com sua obra de arte.

Desde os anos 80 Mauricio de Souza usou seus estudios para se inserir no campo da animação e abrandar os meios televisivos e Cinematográficos. O no cinema a turminha iniciou lentamente, mas de passos firmes, na televisão porem demorou mais, em geral pela falta de apoio e investimento em uma produção de uma série televisiva nacional.
Sempre presente e inovando para todos os públicos, Apreciação universal

Maurício no entanto nunca desistiu, e hoje em dia está em todas as plataformas de mídia disponiveis digitais ou tradicionais de forma expressiva. Sua Marca se observa desde produtos de Higiene, alimentícia, brinquedos, vestuário.


Em meio ao humor, sempre uma mensagem ética e progressiva para o leitor.

A Turma da Mônica tem gibis e diversos outros produtos licenciados em 40 países e com 14 idiomas, sendo que a marca foi expandida para outras mídias ao longo dos anos, em produtos como livros, brinquedos, discos, CD-ROMs, jogos eletrônicos, etc.


A princesa e o Robô, um dos primeiros ensaios da Turma da Mônica nos Cinemas.

 Em 2019 estreará nos cinemas não com animação, mas com uma produção com atores mirins, meu filho conta os dias para á estréia deste filme infantil. Veremos em quantos segmentos mais a turminha irá brilhar. 

Em 2019 a turminha estára na telona literalmente em carne e osso.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Turma_da_M%C3%B4nica
No Google+ https://plus.google.com/u/0/collection/MclnAB  o amigo deste blog consegue baixar e/ou ler histórias inteiras, curtas ou como a dos clássicos do Cinema na integra.

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

TOMO XXXVII-2-2 - SISTEMA SOLAR EXTERNO - SATÉLITES DE SATURNO - ENCELADO


Encélado
Imagem da sonda Cassini de Encélado.

Encélado tirou um pouco da atenção dirigido a Titã, pelo fato de apresentar-se geologicamente ativo e com um oceano comprovadamente liquido e possuidor de regiões térmicas sem dúvida nenhumas muito atrativas a vida como a conhecemos.

Encélado


Geologia de Encélado

Encélado é um satélite relativamente pequeno, com um diâmetro médio de 505 quilômetros apenas um sétimo do diâmetro da Lua da Terra.  Em diâmetro, Encélado é pequena o suficiente para caber confortavelmente dentro do estado brasileiro do Rio Grande do Sul ou do estado norte-americano do Arizona.
Por coincidência ou não no livro de Artur Clark, 2001 uma odisseia no espaço tem um monólito, sim o mesmo dos hominídeos visto no filme de Stanley Kubrick e como sabemos onde ocorria o objeto evoluía a vida.

O paragrafo acima tem como base que Encelado é parte seleta de poucos corpos do Sistema Solar exterior, como Io (satélite de Júpiter) com seus vulcões de enxofre e Tritão (satélite de Netuno) com “gêiseres” de nitrogênio, onde é possível observar erupções ativas. As análises da liberação de gás se originam a partir de uma massa de água líquida no subsolo, o que, juntamente com a composição química original encontrada na pluma, alimentou especulações de que Encélado pode ser um local importante para estudos em astrobiologia. A descoberta da pluma ainda acrescentou peso ao argumento de que o material liberado por Encélado é a fonte do anel E de saturno.




Em 2015, cientistas da NASA anunciaram que após dez anos de estudos das imagens e da telemetria enviada à Terra pela sonda Cassini, foi constatada a existência de um oceano global entre o núcleo rochoso e a superfície de gelo do satélite e em abril de 2017, a NASA anunciou que Encélado tem os elementos necessários para abrigar vida. Os dados que servem como bases para o estudo foram coletadas novamente pela sonda Cassini, que explorava Saturno e seus 62 satélites até emergir em sua ultima missão na alta atmosfera de Saturno.


Superfície cheia de crateras de impacto, mas ao contrario da nossa Lua, estas são  recentes em termos astronômicos.

As primeiras imagens a partir de sondas em visita a Encélado foram tiradas pelas duas sondas Voyager. A Voyager 1 apenas observou o satélite de longe em Dezembro de 1980, a Voyager 2, em Agosto de 1981, conseguiu tirar imagens de muito melhor resolução, revelando uma superfície jovem e uma complexidade geológica inesperada.


A massa e o diâmetro fazem de Encélado a sexta mais massiva e largo satélite de Saturno, Encelado é também um dos menores satélites esféricos de Saturno.


Para que se desvendassem os segredos de Encélado foi necessário esperar mais de vinte anos. Em 2008, Cassini visitou novamente este pequeno mundo a apenas 350 km de distância. Os cientistas da missão colocam Encelado ao lado de Titã como uma das prioridades futuras, afirmando um deles que Saturno deu-nos dois mundos excitantes para explorar.


Encélado (superior, à esquerda) em trânsito com Titã, visto pela Cassini em 5 de fevereiro de 2006. A câmera se encontrava a 4,1 milhões de quilômetros de Encelado e 5,3 milhões de quilômetros de distância.


Encélado é um dos maiores satélites interiores de Saturno, orbita dentro da parte mais densa do anel E, o mais externo dos anéis de Saturno, um disco extremamente amplo, mas muito difuso de material gelado ou poeira microscópica, iniciando na órbita de Mimas e terminando em algum lugar ao redor da órbita de Reia.



Perspectiva de Cairo Sulci, estrutura geológica de Encelado, gerada usando imagens de alta resolução do satélite, adquiridas em agosto de 2008, com 12 a 30 metros de resolução.



Encélado orbita Saturno a uma distância de 238.000 km do centro do planeta e 180.000 km do topo das nuvens, entre as órbitas de Mimas e Tétis, fazendo a translação em 32,9 horas (rápido o suficiente para o seu movimento ser observado ao longo de uma única noite de observação). Como na maioria dos maiores satélites de Saturno, Encélado gira em sincronia com seu período orbital, mantendo uma face apontada para Saturno.

Encelado é uma pequena espera de 505km de diâmetro, praticamente o estado do Rio Grande do Sul no Brasil, mas como é um objeto esférico, á área de sua superfície é muito maior, cerca de mais de 800.000 km² quase o mesmo que Moçambique.

Encélado possui um diâmetro, praticamente do tamanho do estado do Rio Grande do Sul no Brasil.


O satélite em si e bem peculiar. Se observa a presença de escape de calor interno. Plumas de ventilação rica em água na região do polo sul, juntamente com a presença de escape de calor interno e a pouca quantidade de crateras de impacto na região do polo sul, mostra que Encélado é geologicamente ativa nos dias de hoje.


Ilustração mostra como é o possível interior de Encélado, com uma grossa camada de gelo em sua superfície circundando um oceano de água líquida em contato com um núcleo rochoso sólido -Nasa/JPL/VCaltech


Interação com os demais Satélites
Encélado, Mimas e Tétis no plano orbital de um dos anéis de Saturno.

Os satélites nos extensivos sistemas de satélites de planetas gigantes gasosos, frequentemente, ficam presos em ressonâncias orbitais que conduzem forças para libração ou excentricidade orbital; a proximidade com Saturno pode levar ao aquecimento de maré no interior de Encélado.
A presença de água líquida sob a crosta implica que há uma fonte de calor interno e acreditava-se que poderia ser uma combinação de decaimento radioativo e aquecimento de maré, já que apenas a hipótese do aquecimento de maré não é suficiente para explicar o calor, e nos dando uma possível explicação para a atividade geológica do satélite.




Encélado é um dos únicos três corpos do Sistema Solar exterior, junto com Io de Júpiter, e seus vulcões de enxofre, e Tritão de Netuno, com criovulcões de nitrogênio, onde é possível observar erupções ativas regularmente.


O Mar de Lindrebrock

Ao contrário do célebre mar subterrâneo do Livro clássico de Júlio Verne, Viagem ao centro da Terra, este mar até poderia ter um céu, como o da ilustração, bem mais próximo do nível da água, e não seria composto de rochas... mas gelo. Seria como estar em uma panela de pressão onde o vapor da evaporação seria tremenda, ao ponto de fraturar a crosta acima e se lançar ao espaço.


Hidrografia de Encélado

Canais e estrias do polo sul de Encélado.


Este oceano é bem mais próximo a superfície, e um ativo e forte elemento modelador da mesma. Encélado é um dos únicos três corpos do Sistema Solar exterior, junto com o satélite  de Júpiter, Io (vulcões de enxofre), e a lua de Netuno, Tritão (“gêiseres” de nitrogênio), onde é possível observar erupções ativas.

A composição salgada da pluma sugere fortemente que sua fonte é um oceano salgado subterrâneo ou menos provável, de cavernas preenchidas com água salgada. Alternativas, tais como a hipótese da sublimação de clatrato*, não consegue explicar a formação de partículas sais de sódio. Adicionalmente, a sonda Cassini encontrou traços de compostos orgânicos em alguns grãos de poeira. Tornando assim Encélado, um forte candidato que pode abrigar vida extraterrestre.

Núcleo de Encélado.

Inicialmente controvertida na comunidade científica, a ideia de um oceano se consolidou após inúmeros estudos com dados da sonda espacial Cassini, confirmando de modo irrefutável o grande oceano profundo e global em Encélado. Um estudo da Universidade Karlova, Praga, sugeriu os seguintes limites e dimensões da crosta e do oceano: crosta com 35 quilômetros na região equatorial e menos de cinco quilômetros no polo Sul. O assoalho oceânico estaria a 70 quilômetros abaixo da superfície e conteria 1/10 da água do Oceano Índico.

Circulação hidrotermal de Encélado.

*Clatratos - são misturas, onde uma molécula pequena ou átomo grande, como metano, xenônio, óxido nitroso ficam presos em cavidades de cristais quando a solução é resfriada e um dos componentes se cristaliza.






Atmosfera de Encélado


Composição da atmosfera ao nível da Superfície
Vapor de água                      65
Hidrogénio molecular        20%
Outros (N2,CO2, CO, N2, NH3 E CH4)       15%

Encélado possui uma atmosfera significante comparada com as outras luas de Saturno, claro, além de Titã. Encélado não possui gravidade suficiente para manter uma atmosfera, portanto o satélite fica reabastecendo a camada de gás ao seu redor por vulcanismo, gêiseres, gases que escapam da superfície ou do interior do satélite.
 A alta atmosfera de Encélado é composta de 91% de vapor de água, 4% de nitrogênio, 3,2% de dióxido de carbono e 1,7% de metano. Em julho de 2009 foi confirmada a descoberta de amônia em Encélado e através do espectrômetro; também alguns compostos orgânicos. A amônia impede o congelamento da água, mantendo-a em estado líquido até em baixas temperaturas de quase -100 °C, e na região de onde os jatos de vapor de água são expelidos, foram detectadas temperaturas maiores de -93 °C, o que fortaleceu a teoria da água líquida interior.


A atmosfera é formada por uma fina cobertura de gases, composta por vapor de água, e sua maior concentração no polo sul se deve à atividade geológica na região, que é á mais quente do satélite, com -163 °C em média ao nível da superfície.

Temperatura media observada pela Sonda Orbital Cassini de Encélado.

As peculiares nevoas chamadas de listas de tigre, também estão associadas à condução dos gases atmosféricos por toda a superfície do satélite. Dado que Encélado reflete praticamente toda a luz que recebe do Sol, a temperatura média à superfície como um todo é de -198 °C, um pouco mais frio que as outras luas de Saturno.

As análises da liberação de gás em forma de pluma visto sair da superfície de Encélado, nos sugere que se origina de uma massa de água líquida no subsolo, o que, se verifica, pela análise da   composição química original encontrada na pluma. Os criovulcões no polo sul ejetam grandes jatos de vapor de água e outros voláteis como algumas partículas sólidas (cristais de gelo, NaCl, etc.) para o espaço a uma taxa de aproximadamente 200 kg por segundo.

O Anel E
Brilhante e gelada pluma ejetada a mais de dezenas de milhares de quilômetros de Encelado para o anel E, realimentando-o com novas partículas.

Caracteristicas do Anel E

Anel E e Encélado.

 Fora descoberto que 0,5-2% da massa de 6% das partículas que formam o anel E de Saturno contém sais de sódio, o que é uma quantidade significativa. Nas partes das plumas mais próximas a Encélado, a fração de partículas sais de sódio, sobe para 70% do total e 99% da massa.

Tais partículas, presumidamente, são borrifos congelados do oceano salgado subterrâneo. Por outro lado, as pequenas partículas pobres em sal se formam por nucleação homogênea diretamente a partir do estado gasoso.

As fontes de partículas salgadas estão distribuídas uniformemente ao longo das listras de tigre, enquanto que as fontes de partículas recentes estão estreitamente relacionadas com os jatos de gás de alta velocidade. As partículas sais de sódio se movem lentamente e a maioria cai de volta sobre a superfície, porém, as rápidas partículas recentes escapam para o anel E, explicando, assim, sua composição pobre em sal.

Imagens coloridas artificialmente dos jorros de vapor de gases e partículas pelos criovulcões de Encélado que acabam indo alimentar em parte o anel E de Saturno.

Sazonal
Em 2015, alguns pesquisadores notaram que o brilho geral das plumas diminuíra desde o início da missão Cassini. Primeiramente, olhando o conjunto de dados completo de 13 anos, os cientistas planetários descobriram que as plumas ficam mais brilhantes em um ciclo regular a cada quatro e onze anos, no entanto, a pluma ficou mais brilhante em 2017, então a explicação sazonal não se encaixa.
A proximidade com Saturno e a ressonância orbital com Dione e demais satélites pode levar ao aquecimento sazonal mais ativo de marés no interior de Encélado.


 Em 2018, os pesquisadores acham que as variações poderiam ser explicadas pela aproximação do satélite vizinho, Dione. Toda vez que Dione e Encélado se alinham, o estresse gravitacional um sobre o outro pode forçar um pouco mais os respiradouros de Encelado, fazendo com que as plumas se tornem mais brilhantes.
Estas interações aliadas a ação das marés gravitacionais sofridas pela proximidade com Saturno, influenciam períodos de maior atividade eruptiva. O transito ocorre regularmente e por isso nas primeiras visitas das sondas Voyager 1 e 2 aliada a pouca resolução do equipamento, não foram percebidas tais jatos de vapor para o espaço.


Vida em Encelado


Os reservatórios de água líquida que entra em erupção ao estilo de gêiser, estes que podem atingir mais de cem metros de altitude devida à reduzida força gravitacional. A existência deste tipo de atividade geológica num mundo tão pequeno e frio acrescenta significativamente o número de habitats com capacidade de sustentar organismos vivos no sistema solar.  Europa ou Ganímedes, têm oceanos de água líquida por baixo de quilômetros de uma crosta gelada, mas no caso de Encélado, existem bolsas de água a poucos metros da superfície.

Bactérias e outras formas de seres unicelulares poderiam ter se originado neste mini mundo de gelo e oceanos subterrâneos.

Características de Encelado
Semieixo maior                  237 948 km
Período orbital                   1,370218 d
Diâmetro equatorial           504,2 km
Área da superfície              800.000 km²
Gravidade equatorial          0,012 g
Período de rotação              1 d 8 h 53 min 7 s (rotação síncrona)
Temperatura média:           -198 ºC