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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

TOMO XXXVII-2-3 - SISTEMA SOLAR EXTERNO - SATÉLITES DE SATURNO - DIONE


DIONE
Dione é mais densa que Reia, e é a segunda lua de Saturno mais densa depois de Titã.

Dione tem 1118 quilômetros e apesar de ligeiramente menor, Dione é bastante semelhante à Reia. Ambas têm composições, albedo e terreno semelhantes, e até os hemisférios destes diferentes mundos são parecidos. No entanto, Dione é mais densa que Reia, e é a segunda lua de Saturno mais densa depois de Titã. O que leva a se pensar que tem uma grande quantidade de material rochoso no seu interior; e devido a isso, Dione tem mais calor radioativo interno que as outras luas geladas vizinhas. Enquanto Encelado mostra ser um satélite ativo, Dione por sinais atividade no passado, mostrando-se assim com uma superfície mais antiga do que a que foi vista em Encelado.

Atmosfera de Dione
Atmosfera rarefeita.

O satélite possui uma atmosfera rarefeita que se renova pela ação tectônica gravitacional de Saturno, através de fraturas que parecem ter origem devido à liberação de vapor água e, ao que parece metano. Formada por uma névoa rarefeita, não chega a gerar fenômenos atmosféricos significantes fora a pulverização dos elementos expelidos pelo próprio satélite.

Geologia de Dione
Superfície de Dione Iluminada por Saturno.

As Voyager confirmaram que existia uma crosta gelada, ou seja, a solidez do astro é composta aproximadamente por 60 % de gelo e 40 % rocha. Parece também mostrar que uma parte substancial do gelo derrete constantemente.

Composição a partir de imagens da Cassini, mostrando o terreno escuro e partido do hemisfério rebocado.

A superfície é brilhante devido à sua composição, mas mostra grandes contrastes de brilho, com o hemisfério que lidera a translação mais brilhante que o rebocado. Este último é, geralmente, mais escuro e com uma superfície dominada por penhascos de gelo brilhantes que lhe dá um carácter bastante exótico e que evidencia movimento de placas tectônicas. Uma possibilidade é que as fraturas parecem ter origem devido à liberação de água e, possivelmente, metano.


Região polar sul no hemisfério frontal a Saturno é mais brilhante que o terreno perto do equador, no topo da imagem. No centro, uma rede radial brilhante é conhecida como Cassandra, que poderá ser uma cratera raiada ou uma característica devido a movimentos tectônicos.

Dione apresenta diferentes tipos de terreno:
Planícies com baixas densidades de crateras a vales sinuosos que pode ser devido ao calor gerado a partir do seu interior. Existe um grande número de crateras, mas nenhuma tão grande que sugira que Dione alguma vez esteve perto da destruição total. Geralmente, Dione mostra uma pequena população de crateras quando comparada com outras luas de Saturno.
Zonas altas são suaves e os respectivos vales são harmoniosos com o resto da superfície e deverão ter a mesma idade que as a maioria das crateras das regiões onde estas se encontram. Os penhascos de gelo brilhantes poderão ter sido formados num período mais recente.
Os cientistas continuam intrigados com o terreno nas latitudes a sul onde a uma rede de linhas que parece cruzar toda a área e é ao que parece às características, a mais jovem nessa região de Dione.


As Crateras de Dione

Em Dione, a superfície varia da densamente crivada por crateras, até às planícies praticamente sem crateras, passando por planícies com um número moderado de crateras.

As maiores crateras têm 200 km de diâmetro, onde uma das maiores dessas tem um pico central e as com 100 km são comuns nas zonas mais densamente saturadas de crateras. Já as planícies tendem a ter crateras com menos de 30 km de diâmetro.
A maioria das crateras encontra-se no hemisfério que lidera o movimento à volta de Saturno, dado que Dione mantém sempre a mesma face virada para o planeta mãe.
As principais características visíveis na superfície de Dione são as Chasmata (depressões íngremes, estreitas e longas), Lineae (marcas lineares formadas pelos penhascos) e crateras. As características da superfície de Dione tomam nomes da Eneida de Virgílio, daí que, por vezes, Dione é referida como Lua de Virgílio.

A cratera proeminente é Dido. Por cima localiza-se Antenor (82 km de diâmetro), logo acima Turnus (97 km) que se localiza em Cartago Linea, uma região de terreno brilhante e fraturado.

A maioria do terreno com bastantes crateras localiza-se no hemisfério oposto a Saturno, com as planícies menos crivadas no hemisfério frontal ao planeta. Isto vai contra o que era esperado por alguns cientistas, o que sugere que durante o período de forte bombardeamento, tinha outra face virada para Saturno.
 Dado que Dione é relativamente pequena, um impacto que cause uma cratera de 35 km pode ter virado a lua. Dado que existem bastantes crateras maiores que 35 km, Dione pode ter sido repetidamente virada durante o bombardeamento no sistema solar primitivo. O padrão das crateras e o albedo brilhante do hemisfério líder sugerem que Dione permaneceu com a mesma face voltada para Saturno durante vários milhares de milhões de anos.
A maioria das crateras vistas pela sonda Cassini durante a aproximação mostra muros brilhantes e material escuro no chão dessas crateras. Isto deverá ser causado pelo deslizamento e acumulação de depósitos rochosos no interior das crateras, deixando os muros com gelo mais limpo, muito semelhante ao que deverá acontecer com outros satélites gelados de Saturno.
Tal como Calisto, as crateras de Dione não têm muito relevo, sendo isto provavelmente devido à crosta frágil formada por gelos. Dido é uma cratera proeminente na superfície, tem com 118 km de diâmetro e possui um pico central e tomou o nome da fundadora mítica de Cartago.


Os penhascos de gelo

Vista do interior de uma cratera com 60 km de diâmetro em Pádua Linea. O pico central da cratera pode ser observado na parte inferior direita. São visíveis várias fraturas na superfície.

Sulcos lineares e quase paralelos percorrem o terreno de Cartago Linea, visíveis no canto superior esquerdo da imagem.

Até à chegada da sonda Cassini em 2004, a origem da rede de linhas de material brilhante era obscura. Hoje se sabe que estas formações não são depósitos de gelo, tal como se pensava antes da chegada da sonda, mas são penhascos de gelo brilhantes criados por movimentos tectônicos na superfície.
Os penhascos localizam-se em terreno escuro, que dá ao terreno um aspecto contrastante e alienígena. Um dos propósitos da sonda Cassini era desvendar mais informação sobre esta parte da superfície, dados que puderam ser obtidos com a aproximação de 11 de Outubro de 2005.

 Pádua Linea

Durante a aproximação, a Cassini sobrevoou Pádua Linea e as imagens revelaram um terreno com sulcos finos, levemente paralelos e lineares que percorrem todo o terreno. Por sua vez, estes sulcos são interrompidos por fraturas irregulares e brilhantes. Em vários locais, as fraturas são mais recentes que alguns depósitos no fundo das crateras.
As crateras da região de Cartago Línea também têm paredes brilhantes e fundas cobertas por depósitos escuros, o que sugere que o material caia das paredes para o interior, revelando gelo limpo, enquanto que o material escuro vai se acumulando no interior das crateras e na base dos penhascos.
Mapa físico de Dione.

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