Éon Proterozoico
O Proterozoico é dividido em três eras:
- Paleoproterozóico (de 2,5 a 1,6 bilhões de anos), quando surgiram os primeiros seres eucariontes.
- Mesoproterozoico (de 1,6 a 1,0 bilhão de anos). Era em que se formou o supercontinente Rodínia bem como a reprodução animal sexuada.
- Neoproterozoico (1,0 bilhão de anos a 542 milhões de anos). No final dessa era, termina o éon Proterozoico e a longa fase da história da Terra que se chamava até recentemente de Pré-Cambriano. Este nome compreende o conjunto dos três eóns mais antigos da história do nosso planeta, intervalo que abrange nada menos de 7/8 da história da Terra.
O Proterozóico começou há 2,5 bilhões de anos e estendeu-se até 542 milhões de anos atrás. São dessa época rochas como as que formam o Grand Canyon, no Colorado (EUA). Fora uma fase de transição, em que o oxigênio se acumulou na litosfera, formando óxidos, principalmente de silício e ferro. Os mares estavam se oxidando, e seu excedente partiria para a atmosfera, começando um lento deposito que alteraria a cor dos mares do esverdeado para o nosso atual azul. As camadas de óxido de ferro formaram-se, sobretudo em torno de 2,5 a 2 milhões de anos.
Exemplos da terra primordial, temos hoje em dia extremófilos (do Lago Mono) onde fora descoberta espécie de bactéria que consegue crescer usando arsênio no lugar do fósforo.
A vida evolui com o incremento respiratório á base de oxigênio. A fermentação não fornece nem de perto a mesma energia que a queima de oxigênio proporciona aos novos seres unicelulares que evoluíram dos primitivos. Surgem os eucariontes e, a dois bilhões de anos atrás, vários outros tipos de algas começaram a aparecer, incluindo algas verdes e vermelhas. A produção do gás outrora venenoso se intensifica. O reino autotrófico se consolida como base da cadeia alimentar do planeta.
Cerca de 900 milhões de anos atrás os continentes estavam reunidos novamente em uma única massa, chamada Rodínia. Este período ficou conhecido como Terra Bola de Neve, e com este quase se findou a vida da Terra. Rodínia acabou se fragmentando no final desse éon, originando os paleocontinentes Laurentia (América do Norte, Escócia, Irlanda do Norte, Groenlândia), Báltica (parte centro-norte da Europa), Sibéria unida ao Cazaquistão e Gowduana (América do Sul, África, Austrália, Antártida, Índia, Península Ibérica - sul da França).
Dos períodos desse éon, merece destaque o mais recente, o Ediacarano, pela importância dos fósseis encontrados em rochas de Ediacara, no sul da Austrália, a chamada Biota Ediacarana. Ali, animais multicelulares marinhos, depois descobertos também em outras regiões, viveram cerca de 700 milhões de anos atrás. Aparentemente, esses animais sofreram extinção em massa ainda nesta era. O Neoproterozóico era chamado, até recentemente, de Vendiano.
PRIMEIROS SUICÍDIOS
Células produtoras de oxigênio
Havia um problema, as células durante milhões de anos se alimentaram da sopa primitiva, dos elementos que os mares primitivos tinham dissolvidos em sua composição, mas estes nutrientes estavam acabando e os que viviam da fermentação ou de alimento para os primeiros predadores também. Os dejetos, gases (como o próprio oxigênio) e excrementos digestivos intoxicavam os primeiros seres vivos.
Como sempre a natureza acha uma forma de contornar um ecocídio, surgem então os seres autotróficos, tirando do meio seus elementos não utilizáveis por outros unicelulares e com a luz solar criando o próprio alimento. Estes novos unicelulares começaram a interagir com o meio, e o resultado do processo era expelido na forma de um gás oxidante que que por incontáveis gerações não importunaria a vida no planeta.
Os microrganismos se diversificaram muito desde os primeiros que se alimentavam somente do caldo primitivo, aos que depois começavam a se alimentar de outros seres unicelulares e agora os que se auto alimentam. Mas para uma célula gerar energia foi preciso uma inovação evolutiva, em vez de gerar alimento em alguns casos, a absorção de outro individuo não se concretizava por diversos fatores como resistência da presa, incapacidade de absorção do predador, enfim, surgia uma espécie de simbiose entre os organismos unicelulares que beneficiava a ambos.
Com o tempo a divisão de ambos passaria a ser conjunta, e que em alguns casos terminou por originar um único individuo com ambas ou parte das características dos antigos organismos.
Verificamos atualmente nas células vegetais com cloroplasto, como exemplo, este possui RNA próprio e estrutura interna característica de outro individuo mesmo que residual; também verificamos isto nas células animais com as mitocôndrias, sem as quais a célula moderna não poderia dispor de toda a energia que necessita para criar no futuro colônias e dar inicio aos seres pluricelulares!
Estruturas formadas por estromatólitos fosseis
Através da fotossíntese a vida resolve em parte seus problemas de alimentação, altera também a cadeia alimentar tornando os seres autotróficos sua base. Graças a clorofila pode-se produzir glicose(a molécula que da a energia) por meio da água e bióxido de carbono utilizando a então abundante radiação solar ( CO² + H²O + ENERGIA = GLICOSE ).
Neste período os unicelulares capazes de realizar tal feito eram representados pelas cianobactérias representadas pelos estromatólitos que deixaram varias marcas na superfície terrestre de sua passagem e predominância durante milhões de anos.
Cianobactérias.
Cyanobacteria (do grego: cyano, azul + bacteria, bactéria) pertence ao Reino Monera, são popularmente denominado cianobactérias ou algas azuis, que inclui organismos aquáticos, unicelulares, coloniais ou filamentosos fotossintéticos. Possuem forma de cocos, bastonetes, filamentos ou pseudofilamentos, apresentando coloração azul em condições ótimas, mas são frequentemente encontradas apresentando coloração de verde oliva a verde-azulado.
Na terra primitiva algo estava acontecendo sob os oceanos, a lava quente anteriormente subia a superfície e ali criava uma crosta basáltica que por vezes apontava para cima da crosta e logo desaparecia devido a erosão e ao seu elevado peso; mas agora esta lava entrava em contato com a água do oceano primordial e se solidificava muito mais rápido e devido a este processo muito mais resistente que o basalto, surgiria o granito.
O granito além de mais resistente era também era mais leve e começou a apontar acima do nível do mar. Pela sua constituição sofria menos com a erosão e aos poucos foram se criando enormes ilhas basálticas acima do leito oceânico.
Ao redor dos pequenos continentes ficavam mares rasos claros e quentes, um ambiente muito propício para as melhores condições de vida dos primeiros seres vivos autotróficos se desenvolverem usando esta energia. Os estromatólitos criaram verdadeiras ilhas, camada por camada com sua composição mineral ao longo de milhões de anos consecutivos se espalhando pelas regiões costeiras e liberando enormes quantidades de oxigênio na água oceânica.
Fosseis unicelulares
(E) Glococapsa colonia de quatro célula, (F) Glocodiniopsis de 1.55 milhões de anos
(G)Entophysales e (H)Eoentophysales Cianobactérias coloniais de 1.5 bilhões de anos.
PROBLEMA RESPIRATÓRIO
Os unicelulares autotróficos iniciaram um processo que mudaria a cara do nosso planeta, pois a atmosfera primitiva estava lentamente sendo consumida por estes seres mediante troca de gases via respiração primitiva, tanto que num prazo aproximado de 01 bilhão de anos a maior parte de dióxido de carbono, ficara preso pelo processo da fotossíntese nas rochas, bem como o metano ficaria congelado no fundo do leito oceânico já a milhões de anos, estes gases haviam dado lugar a um gás novo corrosivo e altamente nocivo o oxigênio que aumentava sua concentração de forma alarmante na atmosfera!
Novamente boa parte dos os seres vivos do Proterozoico tinha de encontrar uma forma de lutar contra a autodestruição, só a inversão respiratória conseguiria eliminar o perigo representado pelo oxigênio e ao mesmo tempo abrir o caminho para seres mais desenvolvidos.
O oxigênio é um gás que proporciona para as células extrair muito mais energia dos alimentos do que o método da fotossíntese e muito mais eficiente que a fermentação. Agora em vez de usar a energia do sol para quebrar proteínas e gerar glicose expelindo o Oxigênio, os novos unicelulares usavam o oxigênio para quebrar a glicose e produzir energia para a célula, estava aberto o caminho para um novo salto na evolução o surgimento do reino animal.
A Oxidação dos mares e a atmosfera de oxigênio
No seu epílogo surgiriam as primeiras formas multicelulares vegetais e dos primeiros animais.
De início com a produção abundante de oxigênio a atmosfera não teve quantidade significativa do gás em questão pois como este elemento é altamente reagente primeiramente interagiu com os demais elementos da superfície terrestre.
A oxidação foi intensa, as principais jazidas de minério de ferro são oriundas deste período. Mas não só com ferro interagiu. A oxidação se deu com as rochas, com o cálcio, cobre entre outros elementos suscetíveis a interação química com o oxigênio puro. Milhões de anos se passariam antes que o gás começasse a se acumular na atmosfera, mas por fim o mundo de mares esverdeados de céu alaranjado deu espaço ao céu e oceanos azuis.
PRIMEIRA EXTINÇÃO EM MASSA
Resquícios do impacto de um asteroide na superfície da Terra.
A aproximadamente 2 bilhões de anos um asteroide caiu no sul do que hoje é o continente africano gerando a maior cratera que registrada na terra. O diâmetro da cratera ultrapassa os 150 quilômetros sendo maior até que a do evento K-T dos dinossauros. No seu centro, como se verifica em crateras semelhantes na Lua, se formou um conjunto de montanhas que hoje estão muito desgastadas pela ação do tempo e quase desmentem a sua origem.
Com o impacto milhões de toneladas de detritos devem ter sido arremessados para a atmosfera e ao caírem incinerando a superfície e deixando acido os oceanos, talvez ai tenhamos uma das primeiras extinções em massa, mas pouco se tem dos registros fósseis para verificarmos se alterou significadamente a forma e as relações dos seres unicelulares que dominavam o ambiente no período.
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