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terça-feira, 11 de agosto de 2020

TOMO LVI - NEOPROTEROZOICO - VIDA NOVA PARTE 1



VIDA NOVA 

Fauna Metazoária Ediacariana.

Logo após o final do periodo Criogênico e a desfragmentação do continente de Rodínia o nicho ecológico da Terra foi seriamente alterado. As formas de vida outrora dominantes, os unicelulares, coloniais ou não que como um tapete cobriam os oceanos começou a se alterar. Os ensaios de coanoflagelados de formar um organismo colonial mais evoluido começaria a surtir seus frutos. A simbiose com outros organismos criaram as primeiros poríferos metazoarios com sua coesão estrutural mais ou menos resistente. Varios foram os ensaios efetuados por outros organismos e diversos seres se originariam disto mas poucos pela seleção natural chegariam as fases posteriores.

O aumento no nivel de oxigênio, de oferta de fósforo para a ATP e distruição de nichos ecolóligos inteiros diminuindo a competição consequencia do periodo anterior estimulou o surgimento dos metazoários propriamente ditos e o caminho para a explosão cambriana.

PANÓTIA
Panótia é um supercontinente que Teria existido entre 650-600 milhões e 560-540 milhões de anos, no final do Proterozoico.


 Panótia teria se formado em um desses ciclos de supercontinentes, situando-o entre a fragmentação de Rodínia formado há 1,1 bilhão de Anos. Seus principais cratons associados: os principais seriam Congo, São Francisco e Rio de la Plata. 

Pannotia (ou Vendiano) seria rodeado por dois proto-oceanos, o Panthalassa e o Pan-africano. Ao se fragmentar, teria se dividido nos quatro principais continentes paleozóicos: Laurentia, Báltica, Sibéria e Proto-Gondwana. 

O ciclo do Pannotia pode ter desencadeado o evento conhecido como "Explosão Cambriana", um estouro evolucionário que encheu os mares com uma surpreendente diversidade de animais. Provavelmente tal explosão emergiu da interação complexa entre mudanças ambientais que desencadearam grandes desenvolvimentos evolutivos. São de fontes neoproterozoicas as primeiras acumulações economicamente importantes de hidrocarbonetos. 

Durante o supercontinente Pannótia seguiu se o período Ediacariano, o último período da era Neoproterozóica, com duração de 653 milhões anos a 542 milhões anos. Ele é definido estratigraficamente com a base nos carbonatos presentes na glaciação Marinoan a cerca de 653 milhões anos na Formação Nuccaleena. Rodínia, o supercontinente começou a se fragmentar a cerca de 750 milhões de anos e os continentes se juntaram para formar Pannotia, um super-continente que existiu brevemente entre 600 e 540 milhões de anos. 




Origem dos Metazoários 



As diversas hipóteses sobre a origem dos metazoários se diferenciam pelos animais envolvidos e pela defi nição das estruturas para o estabelecimento de homologia, isto é, quais estruturas dos possíveis 
ancestrais protistas (unicelulares) seriam homólogas a quais estruturas dos metazoários (multicelulares). 

Essas hipóteses fundamentam-se na homologia entre o corpo dos protistas e as diversas células dos 
metazoários. Através da relação de homologia entre estas células se procura inferir quem seria, entre os protistas, o ancestral provável dos metazoários. No entanto, como não se conhece o(s) primeiro(s) 
metazoário(s), é necessário não apenas reconhecer o seu ancestral, mas também com qual grupo atual de metazoários o primeiro deles apresentaria maior semelhança. 


Critérios de homologia utilizados



Na determinação de possíveis ancestrais protistas dos metazoários é necessário apresentar de forma sintética os principais seres que compõem os cenários evolutivos. Entre os protistas, os prováveis ancestrais dos metazoários são os ciliados,os fl agelados ou as amebas. 

Entre os grupos atuais, aqueles que apresentam maior semelhança com os primeiros metazoários seriam os poríferos, como as esponjas do mar; os celenterados, como as anêmonas e medusas (águas-vivas) e os platelmintos turbelários, como as planárias.

O organismo unicelular protista Capsaspora owczarzaki, parente próximo dos animais. 

A origem dos animais é um dos episódios mais misteriosos na história da vida. A transformação de um organismo unicelular em um coletivo de um trilhão de células exige uma enorme reestruturação genética 

Há uma criatura unicelular chamada Capsaspora owczarzaki. Esta espécie ameboide com tentáculos é tão obscura que ninguém a havia notado até 2002. Mesmo assim, em poucos anos ela passou do anonimato a foco do mundo científico. Acontece que ela é um dos parentes mais próximos dos animais. Por incrível que pareça, nossos ancestrais há um bilhão de anos eram bem semelhantes à Capsaspora. 

Há cerca de 800 milhões de anos atrás, ocorreu uma revolução ecológica. Os animais devoraram os tapetes microbianos que haviam dominado os oceanos por mais de 2 bilhões de anos e criaram seus próprios habitats, como os arrecifes de corais e a espécie intermediária que poderia mostrar como a transição aconteceu está extinta. 

Há um grupo de pesquisadores examinando os genomas de animais e de seus parentes como a Capsaspora para reconstruir a árvore evolutiva dos animais e de seus parentes mais próximos. Surpreendentemente, eles descobriram que muito do equipamento genético para a formação de um animal já existia bem antes do próprio reino animal. 


Mixomicetos são microrganismos protistas eucariotos pertencentes ao Filo Amoebozoa e que se caracterizam por ter uma fase trófica multinucleada móvel parecida com um plasmodium e uma fase reprodutiva que lembra um fungo. 

Os primos dos animais são um grupo diversificado e com um organismo unicelular como a Capsasporaou um coanoflagelado se tornou um animal pluricelular. 

Plantas e fungos evoluíram de ancestrais unicelulares, bem como dúzias de outras linhagens menos familiares, de algas pardas a fungos e mixomicetos. 

A pluricelularidade primitiva pode ter evoluído com certa facilidade pois tudo que precisa acontecer é que os produtos da divisão celular se mantenham unidos, uma vez que organismos unicelulares passaram permanentemente para colônias, começaram a se especializar em funções diferentes. Esta divisão de trabalho tornou as colônias mais eficientes. Elas conseguiam crescer mais rápido do que colônias menos especializadas. 

Em determinado ponto a divisão de trabalho pode ter levado muitas células dos protoanimais a perder sua habilidade de reprodução. Apenas um pequeno número de células ainda fabricava as proteínas necessárias para produzir descendentes. Assim, as células no resto do corpo poderiam se concentrar em funções como juntar alimento e lutar contra doenças.

Volvox é um género de algas verdes coloniais que pertencem à divisão Chlorophyta. É uma colónia esférica em que existem mais de 500 a 50 mil células biflageladas que, unindo-se por filamentos citoplasmáticos e bainhas gelatinosas, constituem uma esfera oca. 

Mas a multicelularidade também lançou novos desafios aos ancestrais dos animais. Quando há morte de células num grupo, elas podem intoxicar umas às outras, mas nos animais as células morrem de forma ordenada, assim elas liberam relativamente poucas toxinas. Ao morrerem as células que estão perecendo podem ser recicladas por suas companheiras vivas. 

Outro perigo apresentado pela pluricelularidade é a capacidade de uma única célula de crescer às custas de outras como o câncer, que nada mais são que parasitas criados pelo proprio organismo, células se recusando a jogar pelas mesmas regras que as demais no nosso corpo. 

Mesmo simples organismos multicelulares têm defesas evoluídas contra as células que não seguem as regras do grupo. Um grupo de algas verdes conhecido como “volvox” desenvolveu um limite para o número de vezes que qualquer célula pode se dividir, pois isso ajuda a reduzir o potencial de células renegadas lesarem o grupo. 

Muitos dos genes que se pensava serem exclusivos do reino animal estavam presentes nos ancestrais unicelulares dos animais. Portanto á origem dos animais dependeu de genes que já estavam em seus lugares.

Porífero Thectaris do Ediacariano. 

Restos fósseis na Austrália, que datam de 650 milhões de anos atrás contêm internamente redes de poros, similares aos canais existentes em esponjas vivas. As esponjas também podem ter abandonado traços antigos. Em um depósito de petróleo datada de 635 milhões de anos atrás foram retirados uma mistura de hidrocarbonos e nela encontraram moléculas do tipo do colesterol que hoje são produzidas apenas por um grupo de esponjas. 

O fato de as esponjas aparecerem tão cedo nos registros fósseis provavelmente não é coincidência. Estudos recentes sobre genomas de animais indicam que elas estão entre as linhagens mais antigas de animais. As esponjas também são relativamente simples se comparadas à maioria dos outros animais não possuindo cérebro, estômagos ou vasos sanguíneos. 

Assim como outros animais, esponjas produzem óvulos e esperma, que geram embriões. Larvas de esponja nadam pelas águas para encontrar um bom lugar onde possam se estabelecer para a vida sedentária e crescer, tornando-se adultas. Seu desenvolvimento é um processo peculiarmente sofisticado, com células-tronco dando origem a diversos tipos de células. 

Os pesquisadores encontraram 1.268 famílias de genes compartilhados por todos os animais entre elas as esponjas, mas que não estavam presentes em outras espécies. Esses genes foram presumidamente transmitidos para os animais viventes de um ancestral comum que viveu há 800 milhões de anos. 


Domínio protéico. 

Os animais parecem ter desenvolvido novas formas de gerar diferentes tipos de corpos. Os animais estão mais propensos a mutações que recombinam partes de suas proteínas em novos arranjos, processo conhecido como “domain shuffling”, que consiste numa recombinação de domínios proteicos. 

outra inovação em animais consiste em uma molécula chamada microRNA. Quando as células produzem as proteínas dos genes, elas fazem uma cópia do gene numa molécula chamada RNA. Mas as células de animais também fazem microRNAs que podem atacar moléculas de RNA e destruí-las antes que elas tenham chance de fazer proteínas. Dessa forma elas podem agir como outro tipo de chave para controlar a atividade dos genes. 

Os microRNAs parecem não existir em parentes unicelulares de animais. Esponjas têm oito microRNAs. Os animais com mais tipos de células que evoluíram mais tarde também desenvolveram mais microRNAs. Os humanos têm 677, por exemplo. 

Os microRNAs e o “domain shuffling” deram aos animais uma nova fonte poderosa de versatilidade. Eles ganharam os meios para desenvolver novas maneiras de produzir uma ampla variedade de formas de comedores de lodo a grandes predadores.

O ATP, ou adenosina trifosfato, é uma pequena molécula considerada como a “moeda energética” das células. 

Esta fama se deve ao fato de que o ATP consegue armazenar em suas ligações químicas pequenas quantidades de energia provenientes da quebra dos alimentos. Portanto, a molécula de Adenosina Trifosfato serve como um “recipiente” de armazenamento temporário de energia. 

Essa versatilidade pode ter permitido a animais primitivos se aproveitarem das mudanças que estavam ocorrendo ao seu redor. Cerca de 700 milhões de anos atrás a Terra saiu das garras de uma era do gelo mundial para um afluxo repentino de fósforo para os oceanos no mesmo período. 

O fósforo foi lavado da terra exposta para o mar e agido como uma dose concentrada de fertilizante, estimulando o crescimento de algas que por sua vez poderiam ter elevado rápidamente a taxa de oxigênio no oceano ao mesmo tempo. 

Os animais podem ter sido preparados para usar oxigênio extra como forma de abastecer grandes corpos, usados para devorar outras espécies. 

Um novo nicho a ser ocupado e assim que o mecanismo molecular estava pronto foi rapidamente preenchido pelos animais. 

Formas possíveis de organização pluricelular 
















 

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