MOLUSCOS
DO ORDOVICIANO
Grande
diversificação ocorre no limite Cambro-Ordoviciano em uma
radiação
atrasada em que os organismos aumentam de tamanho.
Durante
o Ordoviciano, ocorre uma expansão e diversificação dos animais conchíferos como
os Braquiópodes, Bivalves e Cefalópodes
com o surgimento dos moluscos nautiloides como predadores. Nos mares do ordoviciano
algumas espécies aumentaram muito de tamanho atingindo vários metros de
comprimento se tornando o topo da cadeia alimentar. Podemos, pois considerá-los
os reis dos mares do ordoviciano. As
conchas destes cefalópodes eram divididas por septos tal como acontece no atual
Náutilos.
Assemelhados
aos moluscos, os braquiópodes constituem um filo de animais exclusivamente
marinhos, com cerca de 260 espécies viventes. Foram descritas quase trinta mil
espécies fósseis das eras paleozoica e mesozoica, que atingiram seu apogeu na
última e, depois, diminuíram rapidamente.
Os
Primeiros Molúsculos
Calvapilosa
kroegeri
No Ordoviciano , há 478 milhões de anos, havia
uma grande variedade de gastrópodes em mais de um habitat aquático. No Marrocos
foram encontrados no Anti-Atlas vários fósseis de lesmas marinhas, que foram
chamados de Calvapilosa kroegeri.
O Calvapilosa kroegeri teria sido uma espécie de lesma, com uma única concha
na extremidade da cabeça, um ser ancestral da linhagem dos quítons e dos
Gastrópodes. Segundo os especialistas, o número das conchas dos quítons
aumentou com o tempo, portanto é provável que o antepassado de todos os
moluscos fosse de casca simples e coberto de espinhas como esta lesma.
Os Quítons
São
os moluscos da classe Polyplacophora, caracterizados por suas conchas compostas
por oito valvas sobrepostas e paralelas, e pelo cinturão muscular à volta de
sua concha.
Os quítons são espécies antigas, primitivas
que apareceram pela primeira vez na Terra há mais de 500 milhões de anos e
atualmente são seres vivos de aproximadamente 7,5 centímetros de comprimento. Os
Quítons vivem exclusivamente em ambientes marinhos. São caracterizados por
serem revestidos por uma valva com oito partes sobrepostas na parte dorsal,
desprovidos de tentáculos e têm cabeça minúscula desprovida de olhos. A maioria
vive em águas relativamente rasas. Alimentam-se de algas e plantas do substrato.
Quíton fóssil. Há suspeitas que os Kimberella e os Wiwaxia
sejam ancestrais Cambrianos dos quítons..
Os olhos de um Quíton
No registro fóssil se comprova que, no entanto a
cerca de 25 milhões de anos, os quítons começaram a desenvolver estruturas
semelhantes á olhos. Estes animais possuem centenas de estruturas semelhantes a
um olho padrão, mas suas lentes são elaboradas com aragonita – um tipo de
rocha.
os olhos do quíton ainda são uma anomalia na
evolução da visão. As retinas são estruturalmente similares às retinas de
caracóis e lesmas. Mas, as retinas de caracóis e lesmas respondem ao
aparecimento de luz, enquanto as retinas de quíton só podem responder à remoção
de luz, uma diferença que talvez valesse a pena dar um enfoque a sua vida bentônica,
preso as rochas no fundo marinhas.
Em
experiências fora visto que grande parte das estruturas oculares é formada por
células com proteínas e quitina. Apesar de poderem identificar a presença de
objetos, os cientistas acreditam que existam limitações quanto à nitidez das
imagens.
Olhos dos Moluscos
Os
gastrópodes
Poleumita do limite ordovice-silúrico.
Os gastrópodes (univalves) eram caracóis
marinhos que se difundiram nos mares da Era Paleozoica depois da revolução
cambriana até a extinção K-T. Após o início da era Cenozoica ocuparam os ambientes
aquáticos de água salgada, doce e úmidos terrestres, ocupando nichos entre os
dois círculos polares.
Os gastrópodes (pé na barriga) são conhecidos popularmente
como Lapas, lesmas, caracóis e caramujos, sendo o grupo de moluscos mais
numeroso e diversificado atualmente. Estes invertebrados inclui a maior parte
das espécies do filo dos Moluscos, do qual é a classe mais diversificada com 65
000 a 80 000 espécies vivas.
No Ordoviciano, há 485 milhões de anos, havia
uma grande variedade de gastrópodes em mais de um habitat aquático. No entanto,
restos fósseis tão antigos não estão em condições boas o suficiente para que os
pesquisadores os identifiquem corretamente. Isso não os impediu de descrever
espécies do passado, particularmente do Paleozoico; por exemplo, sabemos de
quinze espécies diferentes pertencentes ao gênero Poleumite, datando de 444
milhões de anos, no limite do Ordoviciano-Siluriano.
Os
gastrópodes modernos como as lesmas de couro e os caracóis de jardim, mantém
ainda em sua família, espécies com a concha vestigial em diversas fazes de
crescimento e ou redução de tamanho, principalmente nas espécies terrestres. Ao
certo podem ser o caso de espécies que saíram do mar no Ordoviciano
convergentemente para o ambiente úmido continental.
Lingulada
Lingulada é uma classe de braquiópodes, entre
os mais antigos de todos os braquiópodes que existem desde o período Cambriano.
Eles também estão entre os mais morfologicamente conservadores dos
braquiópodes, tendo durado desde a primeira aparição até o presente com muito
poucas mudanças de forma.
No Ordoviciano grupo atinge maior diversidade
e se torna um componente secundário dos ecossistemas deste então, se mantendo
inalterado e sobrevivido as 05 grandes extinções.
Tem sido um fóssil-vivo por quase todo o Fanerozoico,
muito devido a habitar áreas restritas à outros organismos.
Lingulada fóssil.
Braquiópodes
Braquiópodes
são animais que apresentam um órgão especial para captura de alimento, o
lofóforo, em torno da boca e com numerosos tentáculos ciliados. Como os
moluscos, possuem um manto que segrega uma concha calcária com duas valvas. Nos
braquiópodes, entretanto, as valvas ficam nas partes dorsal e ventral do corpo,
enquanto nos bivalves elas se colocam lateralmente. Na maioria das espécies, a
valva ventral é maior do que a dorsal e apresenta um pedículo que a fixa ao
substrato. Certos gêneros, como Discinisca, têm a valva dorsal plana, de modo
que o animal é achatado.
Reconstrução paleosinecológica
da Formação Inajá considerando o hábito de vida dos braquiópodes e
bivalves que compõem
a comunidade. 1.
Sanguinolites pernambucensis
e S. rochacamposi (respectivamente da
esquerda para direita).
Semi-infaunal ou infaunal
rasa, susupensívoro; 2. Leptodesma (Leptodesma) langei. Semi- infaunal, suspensívoro;
3. Cypricardella petrolandensis.
Infaunal escavador; 4.
Lingula aff. scalprum.
Infaunal, suspensívoro; 5. Edmondia philipi. Infaunal, suspensívoro; 6.
Nuculites aff. oblongatus. Infaunal, sedimentívoro; 7. Hamburguia ? sp.
Epifaunal séssil pedunculado,
suspensívoro; 8. Orbiculoidea sp. Epifaunal fixo, suspensívoro; 9. Spathella
brevis. Epifaunal, suspensívoro; 10.
Camarotoechia jatobensis. Epifauna séssil penduculado, suspensívoro; 11.
Streblopteria antiqua. Epifaunal bissado, suspensívoro.
Os braquiópodes são animais marinhos,
bentônicos e sésseis. Sua fixação ao substrato pode ser feita através do
pedúnculo ou por cimentação direta. Algumas espécies, entre elas a Lingula,
vivem em substratos enterrados, arenosos ou moles. São animais filtradores que
recolhem as partículas nutritivas da água através do lofóforo.
Os braquiópodes atuais estão limitados a águas
frias, no fundo dos oceanos ou perto dos polos, embora no passado geológico
tenham ocupado outros nichos ecológicos. Os braquiópodes articulados surgiram
no Cambriano e tornaram-se bastante diversos e abundantes no ordoviciano. Ó Lingula
já existia no período ordoviciano, e manteve-se quase inalterado desde a era paleozoica.
Também por analogia com as formas vivas, estes
animais poderiam controlar a profundidade a que se encontravam bem como nadar
ativamente. Noutras formas, as conchas parecem indicar que algumas formas foram
predadores bentônicos ativos não podendo nadar livremente na coluna de água.
Os Braquiópodes surgiram no período Cambriano
Inferior e depois disso teriam sempre os mais abundante registro dos macro fósseis do período Paleozoico.
Strophomenida
Grupo de braquiópodes que surgira no
Ordoviciano e se extinguiu no Jurássico, Frequentemente as formas fósseis são
cimentadas ao substrato. Sua extinção não fora totalmente gradual, e no limite do
Permo-Triássico já apresentava uma grande redução da diversidade de sua espécie.
Com a grande extinção do permiano por fim á
maioria dos grupos e espécies de moluscos acabaram sendo extintos por completo.
Outros
Braquiópodes.
Spiriferida(Ordoviciano–Jurássico):
Braquídio em forma de espiral (derivação do nome)
Rhynchonellida(Ordoviciano–Recente):Dobra
dorsal e sulco ventral bem marcados
Comissura
denteada
O Terebratulida representa bem a maior parte dos braquiópodes viventes
com o Deltírio (abertura
triangular da valva peduncular pela qual o pedúnculo protrui) geralmente
fechado pelas placas deltidiais e um pedículo funcional que emerge pelo forâmen
umbonal.
Bivalves
Pojetaia runnegari-South Austrália
Formas primordiais dos
bivalves do Cambriano são minúsculas cerca de 5 mm, mas no Ordoviciano já
atingem tamanhos variados em
centímetros, e tendem a aumentar de tamanho durante o Paleozoico
inferior. Sua concha é formada pelo mineral de aragonita ou calcítica. O Plano
simétrico passa entre as valvas (que entretanto podem ser distintas).
Morfologia dos Bivalves.
Concha aragonítica ou calcítica.
Plano de simetria passa entre as valvas (que
entretanto podem ser distintas)
Todos grandes grupos dos Bivalves
surgem no Ordoviciano onde tem uma Explosão adaptativa, onde invadem as águas
continentais no Devoniano. Possuem pouca diferenciação desde então e sobrevivem
até a atualidade.
No Paleozóico os braquiópodes
se destacam mas com preferência por mares epicontinentais rasos, mas não
avançaram nos continentes. Essa exclusão talvez fora devido à competição com bivalves.
Rostroconquia
Os Rostroconchia provavelmente tinham uma vida
sedentária. Havia provavelmente mais de 1000 espécies desta classe.
Rostroconquia é uma classe
extinta de moluscos que datam do começo do período cambriano até o fim do
permiano. Foram inicialmente incluídos na classe Bivalvar, mas acabaram
ganhando sua própria classe. Eles normalmente têm uma concha pseudo-bivalva
guardando o manto e o pé. A parte anterior da concha provavelmente tinha um vão
por onde o pé emergia.