PROTOCORDADOS
No artigo anterior do período cambriano
falamos dos Equinodermos, primeiro grupo deuterostômios conhecido, agora
iniciaremos a falar dos protocordados e suas grandes divisões. Estes animais
são nossos “primos distantes” e que cerca de 70% dos genes humanos têm
contrapartes nos protocordados, nos sugerindo que são genes herdados de um
ancestral comum. Estamos separados geneticamente por 570 milhões de anos,
mas, sim, somos parentes.
Os hemicordados (hemi, metade e chorda,
corda) é um filo de pequenos animais marinhos.
Por alguns anos os hemicordados foram considerados um subfilo do filo
dos Cordados pelos pesquisadores acreditarem na presença da notocorda. Conforme
estudos foram sendo feitos, identificou-se que não se tratava de uma notocorda,
mas sim de um tubo chamado estomocorda bem mais primitiva. Esses animais têm
forma de verme e vivem próximo ao substrato em água rasas.
Pterobrânquios
Os hemicordados possuem um sulco forrado
com cílios que fica bem em frente à boca e direciona os alimentos suspensos
para dentro da boca que se abre posteriormente para uma faringe com uma fileira
de fendas branquiais nos dois lados. O restante do sistema digestivo consiste
em um esôfago e intestino; não há estômago. Em algumas espécies existem
aberturas na superfície dorsal do esôfago conectando-se à superfície externa,
através da qual a água dos alimentos pode ser espremida, ajudando a
concentrá-la. A digestão ocorre no intestino, com o material alimentar sendo
puxado pelos cílios, e não pela ação muscular.
Planctosphaera
pelagica é um animal marinho classificado em sua própria família,
Planctosphaeridae, e classe, Planctosphaeroidea.
Pensa-se
que o desenvolvimento da estrutura da cabeça, e consequentemente do crânio
resultou de uma forma corporal longa, um hábito de nadar e uma boca no final
que entrava em contato com o ambiente primeiro conforme o animal nadava para
frente.
A busca por alimentos exigia maneiras de testar continuamente o que havia pela frente, e acreditava-se que estruturas anatômicas para ver, sentir e cheirar se desenvolvessem ao redor da boca. As informações coletadas por essas estruturas foram processadas pelo cordão nervoso, o precursor da espinha e do cérebro.
Características dos
Hemicordados
Morfologicamente possuem:
Pares de dutos mesocélicos valvares.
Complexo glomérulo, coração, estomocorda.
Corpo tripartido em probóscide, colar e tronco.
Extensão ventral pós-anal da metacela (tronco).
Pterobrânquios são animais que atingem
apenas milímetros de comprimento. Nas espécies atuais do gênero Cefalodiscos
estão animais dessa classe que vivem juntos em tubos de colágeno e estendem
seus tentáculos bucais para fora do tubo para captar alimentos.
Rabdopleura
Planctosferóides
Planctosphaera pelagica é o único que possui glândulas secretoras de muco ao redor da faixa ciliada. Os possíveis usos das glândulas mucosas incluem auxiliar na alimentação ou dissuadir predadores e parasitas. As larvas de Planctosphaera pelagica também são maiores que as larvas de enteropneusto. É devido às glândulas mucosas e à diferença de tamanho que receberam sua própria classe.
A maioria das espécies de hemicordados
faz parte do grupo Enteropneusto. Os exemplares do grupo costumam habitar,
preferencialmente, fundos rasos, em
regiões de difícil acesso, e por isso raramente são encontrados.
Morfologia dos Hemicordados
Sistema digestivo
A probóscide é como uma língua que procura
alimento no meio. O alimento que ficou grudado no muco é levado para a abertura
da boca, que fica na base do colar, por meio de cílios, e após para a faringe,
esôfago e por fim intestino. Além da procura de alimento a probóscide também
tem papel importante, escavando o substrato para que o animal se esconda.
Sistema respiratório
Há uma fileira de poros branquiais em cada lado dos
enteropneustos. Cada poro é conectado a câmaras e cada câmara é conectada a
fendas de ambos os lados da faringe. A troca gasosa é feita pela superfície
corporal e epitélio branquial.
Sistema circulatório e
excretor
O vaso dorsal leva o sangue do intestino para o vaso no colar.
Este vaso se encontra com o coração que está na estomocorda. Lá o sangue forma
glomérulos que se transforma deste ponto por diante no sistema excretor.
Sistema nervoso
O sistema nervoso dos enteropneustos é formado por uma rede de células nervosas. Próximo ao colar essa rede fica mais espeça formando cordões que são unidos por um anel. O sistema sensorial é formado por órgãos táteis dispostos ao longo do corpo, quimiorreceptores na probóscide e nos cílios e células fotorreceptoras.
Sistema reprodutivo
Larva
ciliada de vida livre de um Hemicordado
Enteropneusto,
Os Hemicordados
Cambrianos
Saccorhytus
Saccorhytus
coronarius
Saccorhytus viveu há cerca de 540 milhões de anos no Período Cambriano , é a mais antiga espécie confirmada conhecida desse filo. Tinha apenas cerca de um milímetro (1,3 mm) e seu corpo era coberto por uma cutícula espessa, mas flexível. Provavelmente vivia um estilo de vida bentônica, com seu plano corporal adequado para um habitat intersticial.
Como a pele do Saccorhytus era espessa, mas flexível, fornecendo proteção e permitindo que se contorce-se através de grãos de areia, e o conjunto dorsal de poros circulares poderia ter permitido que ele se fixasse se a eles. Durante a alimentação, as grandes quantidades de água que ele engolia seriam expelidas pelos cones do corpo.
Não há ânus evidente, o que significa que o animal deve ter
consumido seu alimento e excretado pelo mesmo orifício, embora os cones do corpo possam ter servido
para essa função também, além de expelir água.
Graptólitos
Graptólitos
Os
graptólitos foram organismos coloniais pertencentes à classe Graptolithina (do
grego graptos, escrita + lithos, rocha) do filo Hemicordada, que habitaram os
mares do Paleozoico quase como um todo. O grupo surgiu no Câmbrico superior e
extinguiu-se no Carbonífero inferior surgindo pelos registros fósseis no
cambriano a 523 milhões de anos atrás.
Colônia
de graptólitos
A Colônia de graptólitos era constituída por um esqueleto colonial, o rabdossoma, composto por várias cápsulas denominadas tecas que albergavam os organismos individuais. As tecas eram compostas de colágeno e uniam-se umas às outras através do nema que suportava a estrutura. Os rabdossomas dos graptólitos podem apresentar uma ou várias estirpes, ou ramos, e são classificados pelos paleontólogos de acordo com a relação geométrica entre estirpes e nema.
Devido
à natureza proteica do esqueleto colonial, os fósseis de graptólitos são
abundantes apenas em rochas sedimentares depositadas em ambientes calmos e
anóxicos, como xistos ou calcários negros ricos em matéria orgânica. O colágeno
das tecas devia ser destruído em ambientes sedimentares mais oxidados ou
turbulentos.
Graptolitina encontrado no sul da Suécia.
Este
registro implica diretamente no que se pensa sobre o surgimento das linhagens
de Hemicordados, pois a presença tanto de Enteropneustos como de Pterobrânquias
no Cambriano Médio, sugere que os Hemicordados propriamente ditos tenham se
originado na grande explosão do Cambriano.
Galeaplumosus Abilus
A
Pterobrânquia fóssil Galeaplumosus Abilus é uma espécie extinta de criatura
marinha que pertence ao filo dos hemicordados. O fóssil foi encontrado xisto de
Yunnan, China, e foi datado com 525 milhões. O fóssil possuía uma carapaça, e
mostra extensos tecidos moles bem preservados, incluindo braços e tentáculos
(possivelmente eram foram usados para coletar plâncton), o que é bem raro, pois
geralmente fósseis de pterobrânquias consistem basicamente na estrutura tubular
em que viviam (coenécios), partes moles e detalhes anatômicos mal preservados.
Spartobranchus tenuis
O
Spartobranchus Tenuis é uma espécie extinta de Hemicordados (Enteropneusto).
Viveu (no a cerca de 505 milhões de anos atrás). Fósseis e rastros petrificados
foram encontrados no Canadá, na formação do Xisto de Burgess . É semelhante aos
representantes modernos da família Harrimaniidae, que se distingue pelos tubos
de fibra ramificados. Acredita-se que seja um antecessor dos pterobrânquios,
mas esta espécie possivelmente seria intermediária entre essas duas classes.
Estudos mostram que esses tubos foram perdidos na linha que conduz ao Verme da
Bolota moderno.
Fósseis
de Spartobranchus tenuis
A
análise detalhada mostra que Spartobranchus Tenuis tinha corpo flexível
constituído por tromba curta, colar e haste estreita e alongada que termina em
estrutura bulbosa que pode ter servido como âncora. Os espécimes mais completos
alcançaram tromba de 10 centímetros de comprimento e cerca de meio centímetro
de comprimento. A maioria desses vermes foi retida nos tubos, alguns dos quais
ramificados assumiram que os tubos foram usados como
alojamento.
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