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quarta-feira, 27 de julho de 2022

TOMO LVIII - PALEOZOICO- PERÍODO ORDOVICIANO - A SEGUNDA MAIOR MORTANDADE

 

A extinção do ordovício-silúrico

A atmosfera da Terra se reorganizando depois de ter sido destruída por raios cósmicos, cobrindo o globo com densas nuvens e auxiliando no resfriamento do planeta.


A extinção do Ordoviciano foi o segundo maior evento de extinção em massa na história da Terra em termos de porcentagem de gêneros extintos. O evento de extinção ocorreu entre cerca de 450 a 440 milhões de anos atrás, e que serviu de delineador entre o Ordoviciano e o Siluriano, e compreendeu dois eventos de extinção, separados por um milhão de anos entre si.

Na época, praticamente toda a vida conhecida estava confinada nos mares e oceanos. Nenhum grupo especifica foi atingido e a extinção fora generalizada, incluindo várias famílias de animais.

Essa extinção se caracterizou  pelo esgotamento rápido e generalizado de oxigênio nos oceanos globais. Dois possíveis fatores distintos foram os possíveis responsáveis por ativar esta extinção.

    

Frio letal

 









A principal causas física foram o brutal arrefecimento global (glaciação), e a consequente queda do nível do mar, que  interrompeu ou eliminou habitats ao longo das plataformas continentais. A evidência para a glaciação foi encontrada em depósitos no deserto do Saara.

Os animais foram forçados a se comprimirem numa estreita faixa ao longo do equador. Só os mais capacitados conseguiram sobreviver à violenta competição por alimentos.

Mais de 60% dos invertebrados marinhos foram extintos, bem como dois terços de todas as famílias de braquiópodes e briozoários. A causa imediata de extinção parece ter sido o movimento de Gondwana para a região polar sul.

 Raios da Morte



Não se tem provas astronômicas consistentes até o momento para a comprovação efetiva desta catástrofe, mas uma teoria fora proposta para um evento destrutivo antes da glaciação, que alterou a atmosfera da terra e os níveis de oxigênio dos mares. A teoria de uma explosão de uma supernova próxima ao sistema solar não é nova, e se ocorrido de fato, teria enviado raios gama em direção a Terra, e assim disparado, a primeira fase da segunda maior extinção conhecida na história da Terra.


Um fluxo de raios gama de uma supernova faria novas combinações químicas atmosféricas além de destruir a camada de Ozônio.

 Esse fenômeno disparador teria destruído a nossa atmosfera, desorganizando os seus elementos, o que deixaria livre a superfície para os raios ultravioleta(UV) que atingiriam  o plâncton da superfície marinha e consequentemente a base da cadeia alimentar, Isso alterou todo o ecossistema marinho.

 


A extinção do Ordoviciano que ocorreu a 440 milhões anos atrás foi o primeiro dos chamados cinco grandes eventos de extinção, e é considerado por muitos como o segundo maior.

Após o evento inicial a atmosfera se reorganizou em uma mistura nociva de gases opacos que ocultaria o Sol por anos levando o planeta a um resfriamento acentuado.

 

Como se processou

 


GRBs( sigla em inglês para Explosões de Raios Gama)  são breves explosões intensas de radiação eletromagnética de alta frequência. Essas explosões emitem tanta energia como o sol durante todo o seu tempo de vida de 10 bilhões de anos em intervalos de milissegundos para minutos. Os cientistas acreditam que as explosões de raios-gama podem ser causada por explosões estelares gigantes conhecidas como hipernovas, ou por colisões entre pares de estrelas de nêutrons.

 Se uma GRB explodisse dentro da Via Láctea, poderia causar estragos imensos se fosse apontado diretamente para a Terra, mesmo a uma distância de milhares de anos luz. Embora os raios gama não penetrem a atmosfera da Terra o suficiente para queimar o chão, eles iriam danificar quimicamente a atmosfera, destruindo a camada de ozônio que protege o planeta dos raios ultravioletas prejudiciais, provocando assim extinções em massa. É também possível que as GRBs emitam raios cósmicos, que são partículas de alta energia que podem criar uma experiência semelhante a uma explosão nuclear para aqueles no lado da Terra que recebeu a emissão de raios gama, causando doenças oriundas da radiação.

Explosões de raios gama são tradicionalmente divididos em dois grupos – longas e curtas – dependendo se eles duram mais ou menos de 2 segundos. GRBs longas são associadas com a morte de estrelas massivas, enquanto GRBs curtas são provavelmente causadas pelas fusões de estrelas de nêutrons.

A maior parte das GRBs longas acontecem em galáxias muito diferentes da Via Láctea, galáxias anãs com baixas quantidades de metais (em astrofísica, designa-se metal para qualquer elemento mais pesado que o hélio), As GRBs são as que realmente oferecem perigo para  a  vida como a conhecemos na Terra, e esta só poderia sobreviver com certeza  na periferia da Via Láctea, a mais de 32.600 anos-luz do núcleo galáctico.

Os cientistas sugerem que nosso tipo de vida só poderia ter se desenvolvido nos últimos 05 bilhões de anos. Antes disso, as galáxias eram menores, menos metalizadas e explosões de raios gama foram, quando perto suficiente, propícias á causar extinções em massa de todos os planetas potencialmente favoráveis para abrigar a vida.

  

Luta por alimentos

  



 

Os Belemnites gigantes, pela fome atacavam escorpiões marinhos forçando estes à se deslocarem mais para os litorais e assim adentrariam os rios em busca de alimentos.

 




A única forma animal que prosperava era a dos primeiros peixes, que fadados anteriormente a um papel secundário ou a extinção acabaram por se espalhar, devido a sua alta capacidade de se alimentar de tudo que caia no lodo marinho. Eles evoluíram se adaptando as aguas de rios e lagos, possivelmente para fugir do massacre dos mares e oceanos com falta de recursos e oxigênio. Avançaram continente adentro colonizando os estuários doces e salobros.

 

Caça predatória entre os Cefalópodes e os Euripterídeos.

 

Houve também, o surgimento e o desenvolvimento de grupos que sobreviveram ao cataclismo global, e foram evoluindo até o presente, além da flora primitiva, que inicia a transição para o ambiente terrestre.  Os trilobitas, que dominaram os mares durante o Cambriano, também evoluíram, e passaram a dividir os mares com toda essa biodiversidade maior de invertebrados e vertebrados marinhos.


TOMO LVIII - PALEOZOICO- PERÍODO ORDOVICIANO - SURGIMENTO DA FLORA TERRESTRE

 

FLORA ORDOVICIANA











Neste período a vida na Terra se desenvolveu principalmente no habitat marinho, o lógico é que a maioria dos expoentes do reino das plantas também estava presente bem como ocorreu um grande desenvolvimento do reino dos fungos.

As algas multicelulares com clorofila em variação e presença de pigmentos diferentes como as algas pardas devem ter aparecido antes das vermelhas. As algas vermelhas se desenvolveram no período Ordoviciano, há cerca de 490 milhões de anos atrás e logo colonizaram os mares rasos abundantes do período.

As algas verdes proliferaram nos mares bem como certas espécies de fungos cumprindo a função que desempenham em todos os ecossistemas: decompor e desintegrar a matéria orgânica morta.

Com a camada de ozônio próxima dos níveis atuais, os fungos, líquens e algas se aventuraram pela terra firme, primeiramente nas regiões costeiras…o interior ainda era um grande deserto sem fauna e flora distinguíveis.

  

Clorófitas

Algumas variedades de Chlorophyta.


Não se sabe como as primeiras plantas terrestres surgiram, mas acredita-se que foi um grupo de algas verdes denominados Chlorophyta que apresentava um genótipo e fenótipo bem diversificado, e isso lhe permitiu sua sobrevivência em áreas pantanosas sujeitas a períodos alternados de inundação e seca. Isso é possível ver em algumas algas ainda hoje que vivem em água doce e resistem períodos grandes de seca uma vez que apresentam estruturas adaptativas a essas adversidades. 

O zigoto de algumas algas  apresenta  camadas  celulares  mais  espessas  e  podem  viver grandes períodos fora da água. Muitas algas podem ser transportadas de diversas formas também ganhando mais espaço.

Depois das algas, as pequenas plantas que começaram a colonizar o continente, eram primitivas e muito básicas. Eles eram ainda vasculares, o que significa que não tinham vasos condutores (xilema e floema). Por causa disso, elas tiveram que permanecer muito perto da água para ter uma boa disponibilidade desse recurso hídrico.

Essas plantas lembravam às hepáticas atuais, assim chamadas porque sua forma se assemelha ao fígado humano. Esses vegetais dependiam  ainda de  muita água,  e para isso,  tinha  estruturas  multicelulares parenquimatosas que as permitiam crescer em diferentes planos. Possivelmente suas estruturas anatômicas eram o mais simples possível, uma vez  que  as  algas  que  hoje vivem  fora  da  água  apresentam  talos  muito  pouco diferenciados.


Antóceros


A jornada migratória e desbravadora para a terra se iniciou durante o Ordoviciano. A melhor evidência que temos para isso vem na forma de esporos fossilizados que se assemelham aos das hepáticas modernas. Sob microscópios de alta potência, pode-se ver facilmente que eles foram de fato adaptados para a vida em terra. Essas plantas primitivas eram muito parecidas com as Antóceras, hepáticas e musgos que vemos hoje por não terem tecidos vasculares para o transporte de água, uma adaptação que só ocorreria por alguns milhões de anos.



Ciclo de vida


Os Antóceros tem seus talos, também chamados de gametófitos, parecidos com lâminas, achatados e que crescem rente ao solo. Como principais características, têm esporófitos filamentares, alongados, que crescem retos sobre os talos.

Sem tecidos vasculares, plantas como hepáticas e musgos não podem transportar água para muito longe. Em vez disso, eles dependem da osmose e da difusão para levar água e nutrientes para onde precisam estar, o que limita severamente o tamanho desses tipos de plantas a apenas alguns centímetros.

O surgimento dessas plantas capazes de viver na terra fora um dos mais importantes fatos ocorridos na evolução do planeta. As plantas terrestres mudaram o clima da Terra, alteraram o solo e permitiram que todas as outras formas de vida celular se desenvolvessem.

 

Os esporos das hepáticas são as plantas mais antigas já encontradas.

 

Os esporos de plantas semelhante as hepáticas são muito simples e são chamados de criptosporos, e os  da argentina  são os mais antigos até agora. Indicando a origem das plantas onde hoje é o sul da América do Sul. Os Criptósporos se assemelham a esporos na versão das plantas modernas, exceto por possuírem um arranjo estrutural pouco comum.

Os exemplares encontrados possuíam idades entre 471 e 473 milhões de anos, pertencem a plantas de cinco espécies diferentes.

 

 

BRIÓFITAS


As hepáticas crescem "deitadas" no solo.


O recorde anterior para a mais antiga planta terrestre já encontrada havia sido estabelecido na Arábia Saudita e República Tcheca, onde foram encontrados esporos de hepáticas datando do período entre 463 e 461 milhões de anos atrás e agora na Argentina, esporos mais antigos ainda consolidam o Ordoviciano como a origem das plantas terrestres.

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Tufo de musgo..

As Briófitas são consideradas os primeiros organismos vegetais que colonizaram o ambiente terrestre. São, portanto, descendentes diretos das algas verdes, mas ainda que sejam as primeiras a ir para a terra as briófitas são altamente dependentes de água, tanto para o transporte de nutrientes quanto para reprodução. Por isso, são encontradas, geralmente, em ambientes úmidos, próximos a local de água-doce e com sombras.

 

Devido à ausência de vasos condutores de nutrientes, a água absorvida do ambiente e é transportada nessas plantas de célula para célula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de transporte é relativamente lento e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte e portanto as briófitas são sempre pequenas em estatura.


 









O corpo do musgo é formado basicamente de três partes ou estruturas:

·                    Rizoides - filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e os sais minerais disponíveis nesse ambiente;

·                    Cauloide - pequena haste de onde partem os filoides;

·                    Filoides -estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese.

 

A reprodução, assim como a das algas, pode ser assexuada, por fragmentação, ou sexuada, através do encontro dos gametas masculino e feminino, que ocorre na água, gerando uma estrutura diploide  que irá se dividir por meiose, gerando indivíduos haploides, que são considerados a fase dominante desse grupo.



As Briófitas são consideradas os primeiros organismos vegetais que colonizaram o ambiente terrestre. São, portanto, descendentes diretos das algas verdes, se calcula que a colonização tenha ocorrido no início do período Ordoviciano entre 488 e 472 milhões de anos atrás.

 



Micorriza Arbuscular

 As evidências paleobiológicas e moleculares indicam que a Micorriza Arbuscular, um fungo simbionte que penetra nas células corticais das raízes de uma planta vascular formando arbúsculos já interagiam com as primeiras plantas no período Ordoviciano.

 

Há Mycorrhiza Arbuscular formou essa antiga simbiose  há pelo menos 460 milhões de anos. A simbiose de AM é onipresente entre as plantas terrestres, o que sugere que as micorrizas estavam presentes nos primeiros ancestrais das plantas terrestres existentes. Essa associação positiva com plantas pode ter facilitado o desenvolvimento de plantas terrestres.

 


O processo pode ter surgido de forma parasitária mas ao longo da evolução o processo passou a ser controlado pelas plantas que fornecem o carbono que o fungo precisa. Uma vez no interior do parênquima, os fungos formam estruturas altamente ramificadas para a troca de nutrientes com a planta, designadas "arbúsculos".Estas são as estruturas distintivas dos fungos de micorrizas arbusculares, eles são os locais de troca de fósforo, carbono, água e outros nutrientes entre plantas e fungos.

Ambientes tropicais úmidos como as florestas tropicais são os locais preferidos de desenvolvimento deste tipo de relação simbiótica.

 

quinta-feira, 21 de julho de 2022

TOMO LVIII - PALEOZOICO- PERÍODO ORDOVICIANO - CORDADOS VERTEBRADOS

 Vertebrados Ordovicianos



                                                  





Os vertebrados se desenvolveram no cambriano superior, e no Ordoviciano se expandiram e outros grupos, alguns já com representantes modernos como os Agnatas. Durante o Ordoviciano eram presas mais difíceis para os escorpiões marinhos devido a uma vantagem que os artrópodes não detinham a capacidade de lembrar. Eles começaram a ir para as aguas doces em fuga da maioria dos grandes predadores.

As migrações iniciaram como meio de sobrevivência durante a grande extinção ocorrida no final do Ordoviciano.

No início as migrações teriam sido sazonais, mas com o tempo passaram para anuais e até mesmo diárias (ainda vemos esse comportamento em algumas espécies), e geralmente estão relacionadas com processos reprodutivos bem como relacionadas com disponibilização de alimento, predação e proteção, além de se procurar locais mais apropriados para a fisiologia da espécie, como condições ideais de temperatura.

 

Ágnatos

Agnatha (a = sem, gnathos = mandíbulas) foram os primeiros do grupo de vertebrados a se diferenciarem, eles pertencem ao filo dos Cordados  e subfilo Carniato  ou Vertebrados.

Os ágnatos são um grupo parafilético de vertebrados aquáticos que, juntamente com os condrictes (tubarões e raias) e os osteíctes(peixes ósseos), formam o grupo parafilético conhecido popularmente como peixes.

 Na classificação tradicional linear são considerados como uma superclasse de animais. Durante a vida ágnata, essas características serão apresentadas em seus corpos, variando apenas o momento: notocorda, tubo nervoso, fendas situadas e cauda pós-anal em relação aos Protocordados, os ágnatos apresentam muitas novidades evolutivas. Duas das características importantes que surgem nos ágnatos são o coração muscular com um átrio e um ventrículo e a circulação do sangue de forma simples.

Podem serem considerados primitivos, mas os  ágnatos ainda vivem como as Feiticeiras (peixes-bruxa), de vida bentônica da espécie da família Myxinoidea e as Lampreias, parasitas, espécie da família Petromyzontoidea. Quanto aos Ostracodermos, foram extintos há cerca de 500 e 350 milhões de anos.

 

Conodontes


 Os cefalópodes teriam com toda a certeza alguma competição pois os conodontes viveriam entre eles, bem como entre os trilobitas. Este grupo de animais tem uma morfologia externa semelhante às enguias, mas pouco se sabe a seu respeito. As estruturas semelhantes a “dentes” destes animais são compostas por fosfato de cálcio e não carbonato como seria de esperar nesta altura.

 











Restos fósseis de Conodontes.

 Até muito recentemente (anos 80) o animal ao quais estas estruturas pertenceriam era totalmente desconhecido o que não impediu os taxonomistas de lhe atribuir uma extrema importância estratigráfica.




Os Conodontes foram designados como peixes ágnatos, possuindo um  corpo mole e alongado, parecidos com feiticeiras. Possuíam miômeros em forma de V e raios de nadadeiras caudais. Eram caracterizados  por seus microfósseis que eram chamados de elementos conodontes, que  eram fragmentos de fosfato que possuem a forma de um pente,  e que levou a várias especulações de que pertenciam à moluscos ou outros organismos marinhos.  



Fora através de melhores estudos dos tecidos mineralizados,  provaram que estes elementos eram similares à dentina provenientes de vertebrados. Estes elementos são fragmentos da dentição dos Conodontes, usados para cortar e esmagar o alimento. Isto, mais a presença de olhos relativamente grandes, da notocorda e dos miômeros em V, sugere que a alimentação destes animais era bem específica, e que também se alimentavam de partículas alimentares maiores.


Conodonte.

 No final do Ordoviciano Inferior, a diversidade de conodontes diminuiu em algumas regiões, mas novas linhagens apareceram em outras. Sete grandes linhagens conodontes foram extintos, neste período, mas foram substituídas por nove novas linhagens que resultaram de uma grande radiação evolutiva. Esta linhagem incluiu muitos táxons novos e morfologicamente diferentes dos anteriores.



 
Lampreia Moderna.

 Ostracodermes

 


Os Ostracodermos são grupos de peixes que surgiram no final do Cambriano, mas sua maior radiação aconteceu nos períodos Siluriano e Devoniano. É um grupo parafilético, pois algumas espécies classificados como Ostracodermos estão mais aparentadas ao grupo dos agnatóstomos (lampreias e feiticeiras). Os indivíduos que pertencem a este grupo são reconhecidos pelo seu revestimento dérmico ósseo, às vezes formando escamas ou carapaças que se assemelhavam a armaduras. Embora possuíssem exoesqueletos (os revestimentos ósseos) bem desenvolvidos, o esqueleto interno era pouco desenvolvido ou praticamente ausente. Geralmente os indivíduos do grupo não cresciam tanto. Um indivíduo adulto ficava em média entre 10 e 50 centímetros.

Os Ostracodermos estão classificados em 5 principais grupos: Heterostráceos, Osteostráceos, Galeáspidos, Anáspidos, e Telodontos.

 

Pteraspidomorfos

                      

       


Os Pteraspidomorfos compõem a primeira divergência dentro de Ostracodermos. Dentro de ágnata, são precedidos pelos conodontes. Os pteraspidomorfos surgem no Ordoviciano, mas somente pequenos fragmentos foram recuperados. Esses animais ossuíam um aparelho vestibular com dois canais semicirculares e aberturas nasais pares, bem como um exoesqueleto em volta do corpo deixando apenas a cauda de fora e em alguns havia espinhos laterais e dorsais que se projetavam a partir do escudo cefálico, provavelmente para proteção, mas nenhum pteraspidomorfo foi encontrado com apêndices pares.

 Apesar da carapaça óssea o esqueleto não era ossificado, mesmo assim eram pequenos, lentos e possuíam comprimento entre 10 e 30 centímetros. Algumas espécies podem ter vivido em água doce, mas, principalmente a partir de 450 milhões de anos se tornaram abundantes nos mares.

Assim como as lampreias e mixinas, tinham boca circular, evidenciando que, para se alimentarem, eles sugavam partículas em suspensão. Também não possuíam barbatanas pares. Seus predadores eram os moluscos e as medusas, além do Pterygotus com seu grande tamanho.

Os restos fósseis estudados foram agrupados na família Arandaspisídia, que incluía Astraspis, Arandaspis e ‎‎Sacabambaspis, foram todos Ordovicianos. O Astraspis era da América do Norte, Arandaspis era da Austrália, e ‎‎Sacabambaspis era da América do Sul.  

 

Sacabambaspis

‎‎Sacabambaspis tinha os dois olhos voltados para a frente, o que significava que tinha visão 3D. A maioria dos outros peixes sem mandíbula não tinha essa característica.

 

O mais antigo vertebrado articulado com um esqueleto completo era conhecido como Sacabambaspis, que fora um Arandaspid Ordoviciano, uma espécie de peixe primitivo blindado sem mandíbula, que foi encontrado na Bolívia nos Andes. Tinha cerca de um metro de comprimento. Como todos os peixes de sua época, o ‎‎Sacabambaspis não tinha mandíbulas, então sua boca estava sempre aberta. 

Sacabambaspis não tpossuia mandíbulas e também não tinha dentes. Se tivesse dentes, não teria sido capaz de usá-los, porque não tinha mandíbulas. Tudo ‎‎que Sacabambaspis comeu deve ter sido algas, plâncton e pequenos pedaços de carcaça deixados para trás por grandes predadores como ‎‎Cameroceras‎‎, Endoceras e ‎‎Megalograptus‎‎. ‎‎

 

A discrepância no tamanho das teias ventral e dorsal sugere que a cauda era hipocercal, uma condição que estaria melhor de acordo com a morfologia caudal dos ágnatas vivos do dos outros gnatostomados sem mandíbula.

 

‎‎A única barbatana ‎‎que Sacabambaspis tinha em seu corpo era a barbatana caudal, diferente de seu primo Astraspis nem tinha uma. Cria-se que ‎‎Sacabambaspis tinha uma cauda parecida com um tubarão, mas agora se sabe que ele tinha uma cauda semelhante ao peixe moderno sem mandíbula, com uma cauda semelhante à uma enguia. ‎‎

 ‎‎A característica mais marcante sobre ‎‎Sacabambaspis foi a carapaça que cobria sua cabeça. Diferentemente dos Placodermos, o ‎‎Sacabambaspis tinha uma armadura que era mais como uma concha. Os Ostracodermos, ágnatas blindados, ou peixes sem mandíbula, tinham armaduras semelhantes a conchas, que geralmente eram duas placas, uma da parte superior da cabeça e outra na parte inferior.

Sacabambaspis viviam em recifes que abrigavam criaturas como trilobitas, crinoides, corais rugosos, Euripterídeos e briozoários. Basicamente, qualquer peixe fóssil encontrado em um recife boliviano do Ordoviciano tinha que ser ‎‎Sacabambaspis. Não há outros peixes conhecidos do mesmo lugar e tempo, na Bolívia há 460 milhões de anos.

 Arandaspis

 

Arandaspis era mais achatado nas laterais do que outros arandaspids, e provavelmente era em inclinado estável. Tinha uma concha rígida e tinha cerca 10 a 12cm de comprimento.

 

Arandaspis ("escudo de Aranda") é um gênero extinto de peixe sem mandíbula, que viveu no início do período Ordoviciano, em torno de 480 a 470 milhões de anos, sendo um dos peixes ordovicianos mais bem conhecidos.

Possuía um corpo largo e alongado, recoberto por fileiras de escamas nodosas. A cabeça e a frente do corpo eram protegidas por dois escudos rígidos feitos de tecido ósseo fino, com aberturas para os olhos, boca e guelras. O restante do esqueleto era composto apenas por uma corda dorsal cartilaginosa.

 


O Arandaspis fora desprovido de maxilas móveis, e provavelmente era um organismo filtrador, ou seja, que se alimentava de partículas de matéria orgânica no fundo do mar. Possuía uma única barbatana no final da cauda achatada. Esta era seu único meio de propulsão, já que não tinha nadadeiras - como resultado, devia nadar de maneira similar a um girino. Sulcos nas laterais da cabeça indicam a presença de um sistema de linhas laterais, órgão sensorial típico dos peixes que detecta vibrações na água. Havia também dois pequenos furos entre os olhos, que seriam aberturas dos chamados olhos pineais extensões de uma glândula cerebral que regula hormônios com base na incidência de luz.

   


Astraspis

 

Astrapids

 

Os Astrapids e Eriptychiids formam grupos de peixes blindados sem mandíbula restritos ao Ordoviciano. Eles são os primeiros vertebrados definidos conhecidos da América do Norte. Como os Arandaspísideos, aparentemente todos foram extintos no final do período. Ao contrário dos Arandaspídeos, a carapaça do escudo da cabeça é feita de centenas de peças ósseas muito pequenas e separadas chamadas tesselas. Possuem formato poligonal encimado por tubérculos de diversas morfologias. Sua ornamentação e forma são diferentes dependendo de sua posição na carapaça, de modo que uma téssera da placa dorsal pode ser distinguida de uma da placa ventral.

Dois gêneros são conhecidos, Astraspis e Eriptychius Ordoviciano Superior (455 milhões de anos atrás) e ainda não está claro como esses dois gêneros estão relacionados e muitas vezes foram colocados em duas famílias separadas, Astraspidae e Eriptychiidae ou mesmo ordens, Astraspida e Eriptychiida. A microestrutura das tésseras de Eriptychius as colocava mais perto dos Heterostraci do que do Astraspis.

 

Astrapis desiderata

É a espécie mais conhecida com pelo menos três exemplares em sua maioria completos e articulados. Tinha 8 aberturas branquiais nas laterais com olhos bem desenvolvidos na frente. A cauda é feita de grandes escamas romboides. Astrapis desiderata media cerca de 20 cm de comprimento.

Eriptychius americanus


Supostos fragmentos  de Eriptychius da formação de Harding Sandstone

 

.Eriptychius americanus só era conhecido de tesselas isoladas e altamente ornamentadas um espécime articulado constituído pela parte frontal do escudo dorsal. Uma segunda espécie, Eriptychius orvigi , com tesselas aparentemente mais espessas, foi sugerida como de outro classe, mas agora é considerada como de E. americanus .

Ilustração da estrutura de um fragmento de armadura dérmica de Eriptychius.