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quarta-feira, 27 de julho de 2022

TOMO LVIII - PALEOZOICO- PERÍODO ORDOVICIANO - SURGIMENTO DA FLORA TERRESTRE

 

FLORA ORDOVICIANA











Neste período a vida na Terra se desenvolveu principalmente no habitat marinho, o lógico é que a maioria dos expoentes do reino das plantas também estava presente bem como ocorreu um grande desenvolvimento do reino dos fungos.

As algas multicelulares com clorofila em variação e presença de pigmentos diferentes como as algas pardas devem ter aparecido antes das vermelhas. As algas vermelhas se desenvolveram no período Ordoviciano, há cerca de 490 milhões de anos atrás e logo colonizaram os mares rasos abundantes do período.

As algas verdes proliferaram nos mares bem como certas espécies de fungos cumprindo a função que desempenham em todos os ecossistemas: decompor e desintegrar a matéria orgânica morta.

Com a camada de ozônio próxima dos níveis atuais, os fungos, líquens e algas se aventuraram pela terra firme, primeiramente nas regiões costeiras…o interior ainda era um grande deserto sem fauna e flora distinguíveis.

  

Clorófitas

Algumas variedades de Chlorophyta.


Não se sabe como as primeiras plantas terrestres surgiram, mas acredita-se que foi um grupo de algas verdes denominados Chlorophyta que apresentava um genótipo e fenótipo bem diversificado, e isso lhe permitiu sua sobrevivência em áreas pantanosas sujeitas a períodos alternados de inundação e seca. Isso é possível ver em algumas algas ainda hoje que vivem em água doce e resistem períodos grandes de seca uma vez que apresentam estruturas adaptativas a essas adversidades. 

O zigoto de algumas algas  apresenta  camadas  celulares  mais  espessas  e  podem  viver grandes períodos fora da água. Muitas algas podem ser transportadas de diversas formas também ganhando mais espaço.

Depois das algas, as pequenas plantas que começaram a colonizar o continente, eram primitivas e muito básicas. Eles eram ainda vasculares, o que significa que não tinham vasos condutores (xilema e floema). Por causa disso, elas tiveram que permanecer muito perto da água para ter uma boa disponibilidade desse recurso hídrico.

Essas plantas lembravam às hepáticas atuais, assim chamadas porque sua forma se assemelha ao fígado humano. Esses vegetais dependiam  ainda de  muita água,  e para isso,  tinha  estruturas  multicelulares parenquimatosas que as permitiam crescer em diferentes planos. Possivelmente suas estruturas anatômicas eram o mais simples possível, uma vez  que  as  algas  que  hoje vivem  fora  da  água  apresentam  talos  muito  pouco diferenciados.


Antóceros


A jornada migratória e desbravadora para a terra se iniciou durante o Ordoviciano. A melhor evidência que temos para isso vem na forma de esporos fossilizados que se assemelham aos das hepáticas modernas. Sob microscópios de alta potência, pode-se ver facilmente que eles foram de fato adaptados para a vida em terra. Essas plantas primitivas eram muito parecidas com as Antóceras, hepáticas e musgos que vemos hoje por não terem tecidos vasculares para o transporte de água, uma adaptação que só ocorreria por alguns milhões de anos.



Ciclo de vida


Os Antóceros tem seus talos, também chamados de gametófitos, parecidos com lâminas, achatados e que crescem rente ao solo. Como principais características, têm esporófitos filamentares, alongados, que crescem retos sobre os talos.

Sem tecidos vasculares, plantas como hepáticas e musgos não podem transportar água para muito longe. Em vez disso, eles dependem da osmose e da difusão para levar água e nutrientes para onde precisam estar, o que limita severamente o tamanho desses tipos de plantas a apenas alguns centímetros.

O surgimento dessas plantas capazes de viver na terra fora um dos mais importantes fatos ocorridos na evolução do planeta. As plantas terrestres mudaram o clima da Terra, alteraram o solo e permitiram que todas as outras formas de vida celular se desenvolvessem.

 

Os esporos das hepáticas são as plantas mais antigas já encontradas.

 

Os esporos de plantas semelhante as hepáticas são muito simples e são chamados de criptosporos, e os  da argentina  são os mais antigos até agora. Indicando a origem das plantas onde hoje é o sul da América do Sul. Os Criptósporos se assemelham a esporos na versão das plantas modernas, exceto por possuírem um arranjo estrutural pouco comum.

Os exemplares encontrados possuíam idades entre 471 e 473 milhões de anos, pertencem a plantas de cinco espécies diferentes.

 

 

BRIÓFITAS


As hepáticas crescem "deitadas" no solo.


O recorde anterior para a mais antiga planta terrestre já encontrada havia sido estabelecido na Arábia Saudita e República Tcheca, onde foram encontrados esporos de hepáticas datando do período entre 463 e 461 milhões de anos atrás e agora na Argentina, esporos mais antigos ainda consolidam o Ordoviciano como a origem das plantas terrestres.

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Tufo de musgo..

As Briófitas são consideradas os primeiros organismos vegetais que colonizaram o ambiente terrestre. São, portanto, descendentes diretos das algas verdes, mas ainda que sejam as primeiras a ir para a terra as briófitas são altamente dependentes de água, tanto para o transporte de nutrientes quanto para reprodução. Por isso, são encontradas, geralmente, em ambientes úmidos, próximos a local de água-doce e com sombras.

 

Devido à ausência de vasos condutores de nutrientes, a água absorvida do ambiente e é transportada nessas plantas de célula para célula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de transporte é relativamente lento e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte e portanto as briófitas são sempre pequenas em estatura.


 









O corpo do musgo é formado basicamente de três partes ou estruturas:

·                    Rizoides - filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e os sais minerais disponíveis nesse ambiente;

·                    Cauloide - pequena haste de onde partem os filoides;

·                    Filoides -estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese.

 

A reprodução, assim como a das algas, pode ser assexuada, por fragmentação, ou sexuada, através do encontro dos gametas masculino e feminino, que ocorre na água, gerando uma estrutura diploide  que irá se dividir por meiose, gerando indivíduos haploides, que são considerados a fase dominante desse grupo.



As Briófitas são consideradas os primeiros organismos vegetais que colonizaram o ambiente terrestre. São, portanto, descendentes diretos das algas verdes, se calcula que a colonização tenha ocorrido no início do período Ordoviciano entre 488 e 472 milhões de anos atrás.

 



Micorriza Arbuscular

 As evidências paleobiológicas e moleculares indicam que a Micorriza Arbuscular, um fungo simbionte que penetra nas células corticais das raízes de uma planta vascular formando arbúsculos já interagiam com as primeiras plantas no período Ordoviciano.

 

Há Mycorrhiza Arbuscular formou essa antiga simbiose  há pelo menos 460 milhões de anos. A simbiose de AM é onipresente entre as plantas terrestres, o que sugere que as micorrizas estavam presentes nos primeiros ancestrais das plantas terrestres existentes. Essa associação positiva com plantas pode ter facilitado o desenvolvimento de plantas terrestres.

 


O processo pode ter surgido de forma parasitária mas ao longo da evolução o processo passou a ser controlado pelas plantas que fornecem o carbono que o fungo precisa. Uma vez no interior do parênquima, os fungos formam estruturas altamente ramificadas para a troca de nutrientes com a planta, designadas "arbúsculos".Estas são as estruturas distintivas dos fungos de micorrizas arbusculares, eles são os locais de troca de fósforo, carbono, água e outros nutrientes entre plantas e fungos.

Ambientes tropicais úmidos como as florestas tropicais são os locais preferidos de desenvolvimento deste tipo de relação simbiótica.

 

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