FLORA ORDOVICIANA
Neste
período a vida na Terra se desenvolveu principalmente no habitat marinho, o
lógico é que a maioria dos expoentes do reino das plantas também estava
presente bem como ocorreu um grande desenvolvimento do reino dos fungos.
As algas multicelulares com
clorofila em variação e presença de pigmentos diferentes como as algas pardas
devem ter aparecido antes das vermelhas. As algas vermelhas se desenvolveram no
período Ordoviciano, há cerca de 490 milhões de anos atrás e logo colonizaram
os mares rasos abundantes do período.
As
algas verdes proliferaram nos mares bem como certas espécies de fungos
cumprindo a função que desempenham em todos os ecossistemas: decompor e
desintegrar a matéria orgânica morta.
Com
a camada de ozônio próxima dos níveis atuais, os fungos, líquens e algas se
aventuraram pela terra firme, primeiramente nas regiões costeiras…o interior
ainda era um grande deserto sem fauna e flora distinguíveis.
Clorófitas
Algumas
variedades de Chlorophyta.
Não
se sabe como as primeiras plantas terrestres surgiram, mas acredita-se que foi
um grupo de algas verdes denominados Chlorophyta que apresentava um genótipo e
fenótipo bem diversificado, e isso lhe permitiu sua sobrevivência em áreas
pantanosas sujeitas a períodos alternados de inundação e seca. Isso é possível
ver em algumas algas ainda hoje que vivem em água doce e resistem períodos
grandes de seca uma vez que apresentam estruturas adaptativas a essas adversidades.
O
zigoto de algumas algas apresenta camadas
celulares mais espessas
e podem viver grandes períodos fora da água. Muitas
algas podem ser transportadas de diversas formas também ganhando mais espaço.
Depois
das algas, as pequenas plantas que começaram a colonizar o continente, eram
primitivas e muito básicas. Eles eram ainda vasculares, o que significa que não
tinham vasos condutores (xilema e floema). Por causa disso, elas tiveram que
permanecer muito perto da água para ter uma boa disponibilidade desse recurso
hídrico.
Essas
plantas lembravam às hepáticas atuais, assim chamadas porque sua forma se
assemelha ao fígado humano. Esses vegetais dependiam ainda de
muita água, e para isso, tinha
estruturas multicelulares
parenquimatosas que as permitiam crescer em diferentes planos. Possivelmente
suas estruturas anatômicas eram o mais simples possível, uma vez que
as algas que
hoje vivem fora da
água apresentam talos
muito pouco diferenciados.
Antóceros
A jornada
migratória e desbravadora para a terra se iniciou durante o Ordoviciano. A
melhor evidência que temos para isso vem na forma de esporos fossilizados que
se assemelham aos das hepáticas modernas. Sob microscópios de alta potência,
pode-se ver facilmente que eles foram de fato adaptados para a vida em terra.
Essas plantas primitivas eram muito parecidas com as Antóceras, hepáticas e
musgos que vemos hoje por não terem tecidos vasculares para o transporte de
água, uma adaptação que só ocorreria por alguns milhões de anos.
Ciclo de vida
Os Antóceros tem seus talos, também chamados de gametófitos, parecidos com lâminas, achatados e que crescem rente ao solo. Como principais características, têm esporófitos filamentares, alongados, que crescem retos sobre os talos.
Sem
tecidos vasculares, plantas como hepáticas e musgos não podem transportar água
para muito longe. Em vez disso, eles dependem da osmose e da difusão para levar
água e nutrientes para onde precisam estar, o que limita severamente o tamanho
desses tipos de plantas a apenas alguns centímetros.
O
surgimento dessas plantas capazes de viver na terra fora um dos mais
importantes fatos ocorridos na evolução do planeta. As plantas terrestres
mudaram o clima da Terra, alteraram o solo e permitiram que todas as outras
formas de vida celular se desenvolvessem.
Os
esporos das hepáticas são as plantas mais antigas já encontradas.
Os esporos
de plantas semelhante as hepáticas são muito simples e são chamados de
criptosporos, e os da argentina são os mais antigos até agora. Indicando a
origem das plantas onde hoje é o sul da América do Sul. Os Criptósporos se
assemelham a esporos na versão das plantas modernas, exceto por possuírem um
arranjo estrutural pouco comum.
Os
exemplares encontrados possuíam idades entre 471 e 473 milhões de anos, pertencem
a plantas de cinco espécies diferentes.
BRIÓFITAS
As
hepáticas crescem "deitadas" no solo.
O
recorde anterior para a mais antiga planta terrestre já encontrada havia sido
estabelecido na Arábia Saudita e República Tcheca, onde foram encontrados
esporos de hepáticas datando do período entre 463 e 461 milhões de anos atrás e
agora na Argentina, esporos mais antigos ainda consolidam o Ordoviciano como a
origem das plantas terrestres.
.
Tufo de musgo..
As Briófitas
são consideradas os primeiros organismos vegetais que colonizaram o ambiente
terrestre. São, portanto, descendentes diretos das algas verdes, mas ainda que
sejam as primeiras a ir para a terra as briófitas são altamente dependentes de
água, tanto para o transporte de nutrientes quanto para reprodução. Por isso,
são encontradas, geralmente, em ambientes úmidos, próximos a local de água-doce
e com sombras.
Devido à ausência de vasos condutores de nutrientes, a
água absorvida do ambiente e é transportada nessas plantas de célula para
célula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de transporte é relativamente
lento e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte e portanto as
briófitas são sempre pequenas em estatura.
O corpo do musgo é formado
basicamente de três partes ou estruturas:
·
Rizoides -
filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e
os sais minerais disponíveis nesse ambiente;
·
Cauloide - pequena
haste de onde partem os filoides;
·
Filoides -estruturas
clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese.
A
reprodução, assim como a das algas, pode ser assexuada, por fragmentação, ou
sexuada, através do encontro dos gametas masculino e feminino, que ocorre na
água, gerando uma estrutura diploide que
irá se dividir por meiose, gerando indivíduos haploides, que são considerados a
fase dominante desse grupo.
As Briófitas
são consideradas os primeiros organismos vegetais que colonizaram o ambiente
terrestre. São, portanto, descendentes diretos das algas verdes, se calcula que
a colonização tenha ocorrido no início do período Ordoviciano entre 488 e 472
milhões de anos atrás.
Micorriza
Arbuscular
As evidências paleobiológicas e moleculares
indicam que a Micorriza Arbuscular, um fungo simbionte que penetra nas células
corticais das raízes de uma planta vascular formando arbúsculos já interagiam
com as primeiras plantas no período Ordoviciano.
Há
Mycorrhiza Arbuscular formou essa antiga simbiose há pelo menos 460 milhões de anos. A simbiose
de AM é onipresente entre as plantas terrestres, o que sugere que as micorrizas
estavam presentes nos primeiros ancestrais das plantas terrestres existentes.
Essa associação positiva com plantas pode ter facilitado o desenvolvimento de
plantas terrestres.
O processo
pode ter surgido de forma parasitária mas ao longo da evolução o processo
passou a ser controlado pelas plantas que fornecem o carbono que o fungo
precisa. Uma vez no interior do parênquima, os fungos formam estruturas
altamente ramificadas para a troca de nutrientes com a planta, designadas
"arbúsculos".Estas são as estruturas distintivas dos fungos de
micorrizas arbusculares, eles são os locais de troca de fósforo, carbono, água
e outros nutrientes entre plantas e fungos.
Ambientes
tropicais úmidos como as florestas tropicais são os locais preferidos de
desenvolvimento deste tipo de relação simbiótica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário