Tradutor

quarta-feira, 5 de abril de 2017

TOMO-XV- ESTRELAS ANÃS - PARTE 2

ESTRELAS SUPERDENSAS

A teoria prevê que estruturas competitivas e fases da matéria subatômica se apresentam nos núcleos de estrelas de nêutrons com raio < 8 km. Crédito: Fridolin Weber (San Diego State University) 2008.

São as estrelas onde a pressão exercida pelo peso estelar rompe a força de repulsão exercida pelos elétrons e termina por fundir o núcleo estelar condensada de partículas atômicas. Mas não acaba por ai, em determinadas condições a massa destas estrelas em especiais passa por outras modificações que alteram (em teoria) sua estrutura subatômica que podem gerar diversos estágios de formação da matéria.
Uma estrela normal com atmosfera de hélio e hidrogênio supermassiva passa após o colapso de supernova para uma estrela de nêutrons e príons condensados antes de virar uma estrela de nêutrons tradicional. Por influência do quão massivo era a estrela moribunda ela pode se tornar uma estrela hibrida de nêutrons e quarks ou uma estrela de híperon.
  Por uma influência ainda não bem conhecida, a estrela se condensa de tal forma que termina por formar uma estrela de quarks estranhos a estrela estranha. A estrela de quarks estranhos são um hipotético tipo de estrela exótica composto por matéria quark ou matéria estranha. Estas são fases ultra-densas de matéria degenerada teorizada como casos particulares formados a partir de estrelas de nêutrons massivas, presume-se que elementos da matéria escura desencadeiam sua formação.
Recentes pesquisas teóricas têm encontrado mecanismos pelos quais estrelas de quarks estranho podem apresentar diminuição do campos elétricos e densidades dos corpos em relação à anteriores previsões teóricas, fazendo com que tais estrelas se apresentem perfeitamente como estrelas de nêutrons.

 Abaixo trataremos detalhadamente os astros superdensos e sua matéria constituinte até o enigmático buraco negro.


ESTRELAS DE NÊUTRONS
   
 


Uma estrela supermassivas antes explodir, faz com que suas camadas internas se compactem mais ainda, os eletros perdem a batalha de tentar se repelir como conseguiam nas Anãs brancas, combinando-os com prótons e criando mais nêutrons assim.

Esquema da formação de uma estrela de nêutrons.

Assim ficamos com um objeto composto basicamente de nêutrons. A gravidade vence fazendo com que a estrela se compacte mais ainda, pois não á mais elétrons impedindo isto, pelo menos até a criação dos nêutrons.


Prótons e elétrons se fundindo virando nêutrons

Os nêutrons também têm a natureza de se repelirem mutuamente o que novamente brecara a gravidade formando um objeto estável de diminutas proporções e supermassivo chamado estrela de nêutrons. São dois os tipos de estrelas de nêutrons conhecidos os Magnetares e os Pulsares.
 
  


MAGNETARES


Magnetar é uma estrela de nêutrons com alto valor de campo magnético. Possui campo magnético estimado em 1 bilhão de teslas. Tem como característica principal a alta emissão de raios X e raios gama. Apesar de toda a sua energia, os magnetares não são sempre objecto brilhantes. A oportunidade de os estudar acontece quando surgem, sem aviso, erupções que podem durar desde horas a meses, e que emitem luz visível e noutros comprimentos de onda.

A remanescente de Supernova N49 em composição de imagens do Chandra & Hubble mostram uma estranha bolha azul que aparece isolada. Provavelmente seja uma esfera  de escombros remanescente de uma poderosa supernova que se comportou de maneira fora do normal originando a esfera e um furioso magnetar chamado SGR 0526-66 (SGR quer dizer Soft Gamma ray Repeater, um objeto que periodicamente explode emitindo flashes de raios-gama).


Quando, em uma supernova, a estrela colapsa para uma estrela de nêutrons, o seu campo magnético aumenta dramaticamente (metade da dimensão linear aumenta o campo magnético em quatro vezes).
A supernova pode perder 10% da sua massa em uma explosão. Para que essas grandes estrelas (10 a 30 massas solares) não colapsem para um buraco negro, eles têm de lançar uma maior proporção de sua massa, talvez mais de 80%.
Estima-se que cerca de 1 em 10 explosões de supernovas tem uma magnetar como resultados. O magnetares são astros superdensos que condensam massas de uma estrela num volume incrivelmente menor algo em torno de 15 km de diâmetro. Possuem uma crosta de ferro com uma atmosfera de gás de elétrons, abaixo da crosta temos um manto de nêutrons e um núcleo de quarks com imensa densidade, são considerados astros híbridos entre uma estrela de nêutrons e quarks. Os magnetares têm um magnetismo 100 vezes maior que um pulsar, mas também são muito mais instáveis, pois ainda não compactaram todos os eletros com os prótons formando neutros em toda área estrela como no pulsares.  Os magnetares giram a velocidades enormes, algo em torno de 25000 Km/h isto gera temperaturas enormes que aumentam demasiadamente a pressão interior, isto cedo ou tarde ira gerar terremotos superficiais que por fim podem liberar muita energia, esta pode destrocar a estrela dependendo da intensidade.
Os magnetares não são apenas as estrelas mais magnéticas que se conhece estas estrelas representam uma nova maneira de fazer uma estrela brilhar, pois não são alimentados por um mecanismo convencional como a fusão nuclear, a rotação ou a acreção mesmo que não intensamente.


PULSARES

À medida que uma estrela vai perdendo energia, sua matéria é comprimida em direção ao seu centro, ficando cada vez mais densa. Quanto mais a matéria da estrela se move em direção ao seu centro, mais rapidamente ela gira. Este giro frenético dos pulsares pode cer da ordem em alguns casos de centenas de vezes por segundo.


Pulsares convencionais


Campo magnético de um pulsar.

 Qualquer estrela possui um campo magnético que em geral é fraco, mas quando o núcleo de uma estrela é comprimido até se tornar uma estrela de nêutrons, o seu campo magnético também sofre compressão, com isso as linhas de campo magnético ficam mais densas, dessa forma tornam o campo magnético muito intenso, esse forte campo junto com a alta velocidade de rotação passa a produzir fortes correntes elétricas na superfície da estrela de nêutrons.

Os prótons e elétrons ligados de maneira "fraca" à superfície dessas estrelas são impulsionados para fora e fluem, pelas linhas do campo magnético, até os pólos norte e sul da estrela. O eixo eletromagnético da estrela de nêutrons não necessita estar alinhado com o eixo de rotação. Com o desalinhamento entre o eixo magnético e o de rotação, a estrela emite uma enorme quantidade de radiação pelos pólos, que varre diferentes direções no espaço, sendo assim só podemos detectar as estrelas de nêutrons quando nosso planeta está na direção da radiação emitida pela estrela. Essa radiação recebe o nome de pulso, pois vem até nós como uma série de pulsos eletromagnéticos luz emitida pelos pulsares no espectro visível é tão pequena que não é possível observá-la a olho nu. Somente os radiotelescópios podem detectar a forte energia que eles emitem.

PULSARES SILENCIOSOS

O telescópio FERMI revela os segredos dos pulsares silenciosos que só irradiam na faixa de raios-gama, radiação muito energética.

Acima as descobertas incluem 16 novos pulsares identificados tão somente por sua emissão pulsante de raios gama (pulsares silenciosos na faixa de rádio). O mapa celeste acima mostra uma visão nas frequências do espectro dos raios gama, alinhado com o plano da nossa galáxia, a Via Láctea, destacando as posições destes 24 pulsares. Os 16 novos pulsares silenciosos foram marcados com círculos amarelos. Neste mapa, os 08 pulsares de milissegundo de rádio já conhecidos estão circulados na cor magenta. Corpos estelares bizarros, os pulsares Vela, Crab (Caranguejo) e Geminga à direita são os mais brilhantes no céu de raios gama, mapeado pelo FERMI. Os pulsares Taz, Eel, e Rabbit (Coelho) ganharam seus nomes por causa das nebulosas às quais pertencem e energizam. Os pulsares Gamma Cygni e CTA 1º à esquerda, residem dentro de suas nebulosas remanescentes de supernova em expansão, do mesmo nome.


Pulsares de Milissegundo



Estrela de nêutrons com disco de acresção (à esquerda), alimentando-se de matéria da companheira binária (à direita). Crédito:Bill Saxton, NRAO/AUI/NSF
Um time de astrônomos descobriu um sistema binário singular que é o “elo perdido” da fase do nascimento dos pulsares super rápido que apresenta períodos de rotação da ordem de milissegundos. Estes ‘pulsares de milissegundo’ são considerados os objetos estelares que giram mais rapidamente no Universo.
“Há algum tempo nós achamos que conhecíamos a maneira pela qual estes pulsares são acelerados até girarem tão rapidamente e este sistema binário está nos mostrando agora este processo em ação”, falou Anne Archibald da universidade McGill em Montreal, Canadá.

 

Estrela de Quarks


Uma estrela de quarks pode ser formada de uma estrela de nêutron através de um processo chamado deconfinamento de quarks. Este processo pode produzir uma supernova quark. A estrela resultante pode conter quarks livres em seu interior. O processo pode liberar imensas quantidades de energia, talvez sendo uma das mais energéticas explosões existentes. É provável que as grandes erupções de raios gama evidenciadas pela astronomia sejam supernovas quark. Uma estrela quark situa-se entre as fases de estrelas de nêutrons e os buracos negros tanto em termos tanto de massa como densidade, e se suficiente massa adicional for somada à sua, ela colapsará em um buraco negro.
Estrelas de nêutrons que tenham massa de 1.5–1.8 massas solares com rápida rotação são teoricamente as melhores candidatas à conversão. Sua quantidade é estimada em 1% da população das estrelas de nêutrons. Uma extrapolação baseada nisto indica que até 02 supernovas quark podem ocorrer no universo observável a cada dia.Teoricamente, estrelas de quark podem ser silenciosas em frequência de rádio, então estrelas de nêutrons silenciosas em rádio podem ser estrelas de quarks.

ESTRELA DE QUARKS STRANGELET


A energia necessária para converter uma estrela de nêutrons em um objeto que é conhecido como uma ‘estrela estranha’, que pode vir da aniquilação de partículas de matéria escura, ou seja, esta matéria seria o gatilho para a criação de uma estrela de Quarks Estranhos.
Depois de ter consumido seu combustível nuclear, as estrelas abaixo de certa massa crítica entram em colapso para formar as estrelas de nêutrons. Esses objetos incrivelmente densos são compostos quase que inteiramente de nêutrons, originados do colapso gravitacional em que os prótons e elétrons da estrela que perdeu sua capacidade de manter o equilíbrio gravitacional e acaba por se fundir, formando os nêutrons. Supõe-se que uma fonte externa de energia adicional, as estrelas de nêutrons podem se tornar estrelas estranhas, ultra densas, que contem a matéria estranha, ou melhor, uma sopa de quarks para cima (up), para baixo (down) e estranho (strangelet) desvinculados.
Representação de um nêutron que é composto de 03 quarks (um up e dois down) em equilíbrio. A força forte é mediada pelos glúons (ondas em branco). A força forte tem 03 cores de carga azul, vermelho e verde. As cores oscilam circulando entre os quarks, ou seja, a cor azul não está vinculada necessariamente ao up, como mostrado neste diagrama.

Diagrama compara o tamanho e composição de uma estrela de nêutrons com os de uma 'estrela estranha'. Crédito: CXC/M Weiss.

ideia é que com a adição desta energia para um volume limitado da estrela de nêutrons, se liberam os quarks up e down confinados dentro dos nêutrons. Alguns destes quarks se converterão naturalmente em quarks estranhos, produzindo uma região conhecida de matéria estranha conhecida como strangelet. Teoricamente a matéria estranha é mais estável do que a matéria nuclear normal, os strangelets requerem menor energia para existir. Assim, como uma reação em cadeira, a energia excedente gerada pela conversão da matéria normal em mais quarks up e down que por sua vez levariam a criação de mais strangelets em um processo auto-alimentado, consistindo assim um processo térmico descontrolado ou uma de converter integralmente uma estrela de nêutrons em matéria estranha em cerca de um segundo ou menos.
 Embora ainda não haja provas claras de que corpos estranhos realmente existem, as observações de explosões de raios gama ultra brilhantes, mas muito curtas, no Universo, sugerem a existência de estrelas estranhas. Os pesquisadores argumentaram que a enorme energia necessária para produzir uma explosão de raios gama poderia ter sido originada na formação de um buraco negro, mas o grande número de partículas de matéria convencional nas vizinhanças do buraco negro iria absorver grande parte desta energia. Por outro lado, a conversão de uma estrela de nêutrons em uma estrela estranha, no entanto, poderia fornecer a energia necessária, mas sem a matéria circundante para absorvê-la.
Alguns especialistas têm sugerido que a ignição que cria a estrela estranha simplesmente vem da energia do colapso, ou colisão dos raios cósmicos de alta energia com a estrela. No entanto, se observou que o primeiro mecanismo exige que a estrela de nêutron tenha uma massa mínima e que o segundo mecanismo seria improvável para despejar esta energia de ignição no centro das estrelas, local onde seria necessária para iniciar a reação em cadeia.
Outra teoria sugere que a energia necessária para converter uma estrela de nêutrons em uma estrela estranha de quarks, pode vir da aniquilação de partículas de matéria escura, e como candidatos a compor este tipo de matéria os WIMPs (em português  partículas massivas que interagem fracamente com a matéria) são os mais sugestivos.

 Físicos Europeus e Americanos, propõem que o mecanismo de conversão pode ser uma boa maneira de definir um limite inferior para a massa dos WIMPs, calcularam que o processo de aniquilação de WIMPs, que ao se acumular no centro de estrelas, poderia fornecer essa energia necessária para a reação. Se confirmado, este mecanismo forneceria um novo limite inferior independente para a estimativa da massa de um WIMP. Isso seria estimado algo em torno de  04 GeV (4 giga elétron-volts), ou seja, metade da energia mínima que estipulada como necessário para iniciar a conversão da estrela de nêutrons segundo o processo sugerido (com cada WIMP fornecendo metade da massa-energia em cada colisão) em uma estrela estranha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário